12 de janeiro de 2023

Relato: Travessia da Chapada Diamantina em 9 dias – Lençóis x Mucugê - com 4 dias no Vale do Pati

Férias. 1 mês para aproveitar os 30 dias com alguma caminhada. 
Uma parte foi na Argentina, nesse relato e agora era procurar alguma opção não muito longe de SP. Tenho uma lista de caminhadas que ainda pretendo fazer e que a cada ano ela fica menor, então lá fui eu olhar essa lista novamente com cerca de 2 meses de antecedência.
E dessa vez tinha de ser uma das mais clássicas e belas do país (alguns dizem do mundo): a Chapada Diamantina. 
A intenção era algumas trilhas pela Chapada e em seguida emendar com alguns dias no Vale do Pati, porém são muitas as opções de travessias, variando de 3 dias até as mais longas com mais de 1 semana. 
Por ter acesso fácil por ônibus e não perder muito tempo na logística, uma delas me interessou: Lençóis-Capão, que passa pelo leito do Rio Capivara e a parte baixa e alta da Cachoeira da Fumaça. 
Na internet dá para encontrar diversos relatos e no site wikiloc muitos arquivos de GPS, então era só escolher. 
Já sobre o Vale do Pati, percebi que a maioria fica uns 3 ou 4 dias por lá e acabei decidindo por 4 dias, para conhecer algumas cachoeiras, poções, trilhas e picos. 
E com isso montei meu roteiro da seguinte forma: início da caminhada na cidade de Lençóis, seguindo até o Vale do Capão e de lá continuar a caminhada pelos Gerais do Vieira até o Vale do Pati e quando estivesse indo embora, passaria pelo Cachoeirão, seguindo na direção sul da Chapada por trilha até Mucugê, finalizando nessa cidade.
A travessia da Chapada Diamantina que inclui o Vale do Pati não é tão fácil, já que demanda um esforço físico grande, pois o lugar é repleto de morros gigantescos com diferentes formações rochosas, campos cobertos de capim, vegetação de cerrado, muitos rios, cachoeiras de todos os tipos e muitas subidas/descidas.
O Vale do Pati pode ser acessado por diferentes trilhas saindo do: vale do Capão (distrito de Palmeiras), Guiné (distrito de Mucugê), Andaraí e pela cidade de Mucugê,  sendo possível entrar e sair por qualquer um deles, variando de algumas horas até 1 dia de caminhada. Vai depender da disposição.
Em meados do século XIX (por volta de1840) a extração de diamantes era o principal motor da economia na região da Chapada Diamantina, tendo um período áureo da economia e no interior do Vale do Pati existiam até uma prefeitura, escola e uma Igreja, mas com o declínio do metal precioso, só restaram poucas famílias, que atualmente vivem do turismo, oferecendo hospedagem e alimentação.


Nas fotos acima: poção no Ribeirão do Meio, Mirante do Vale do Pati e o Cachoeirão


Fotos: Travessia Lençóis-Vale do Capão: clique aqui
          Vale do Pati: clique aqui
          Cachoeirão-Mucugê: clique aqui             
          Salvador: clique aqui
Vídeo de toda essa caminhada: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui


Para não perder muito tempo na logística, escolhi viajar de avião de SP até Salvador e de lá ônibus até Lençóis, mas como essa trip foi quase em cima da hora, só consegui bons preços e horários saindo de Viracopos (Campinas), mas me arrependi amargamente.
Embarquei num Domingo por volta das 14:00hrs em Campinas, chegando em Salvador pouco mais de 2 horas depois e pela proibição de transporte do cartucho de gás para fogareiro na aeronave, tinha que adquirir um em Salvador assim que desembarcasse, já que a previsão de chegada do ônibus em Lençóis era por volta das 05:00hrs da manhã e nesse horário não encontraria nenhuma loja aberta.
Eram por volta de 17:00hrs e do aeroporto segui direto para Rodoviária, onde comprei a passagem de ônibus para Lençóis embarcando aquela noite e depois fui na Decathlon, que fica num shopping próximo dali, mas me dei mal, pois eles não vendem esse tipo de cartucho na loja de Salvador. Procurei em outras lojas do shopping, mas nenhuma delas vendia o gás. E agora José?
Pesquisando na internet, achei uma loja de camping dentro da Rodoviária, mas como era um Domingo, a loja nem abriu. Tá vendo, fui escolher esse dia da semana para vir e me lasquei.
Sem conseguir achar o cartucho, só me restava comprá-lo em Lençóis, mas perderia algumas boas horas que seriam preciosas, já que teria esperar o comércio abrir – paciência né. Não tinha outra opção. 
Por volta das 23:00 hrs o ônibus saiu de Salvador sem muito atraso, mas numa das paradas, o motorista veio nos avisar que teria de fazer um desvio de pouco mais de 1 hora, devido a um acidente na Rodovia que a bloqueava totalmente. Porém, não foi somente 1 hora, demorou bem mais que isso e só fomos chegar em Lençóis por volta das 07:00hrs, com mais de 2 horas de atraso.
Centro de Lençóis
Meio sonolento devido a viagem horrível, fiquei dando um tempo na Rodoviária esperando o comércio abrir e lá encontrei um leitor do blog e ficamos batendo papo. E depois de quase 4 horas perdidas (2 horas do atraso do ônibus + 2 horas esperando o comércio abrir), consegui comprar o cartucho numa loja de roupas esportivas chamada 2 Irmãos, localizada bem no centro.

Primeiro dia
Resolvido o problema, comprei também garrafas de agua num barzinho (2 litros ao todo) e agora era pé na trilha. 
Subindo a rua
São quase 09h30min e vou subindo a Rua das Pedras sentido Ribeirão do Meio com Sol forte. Cerca de 15 minutos de caminhada abandono as ruas da cidade e vou seguindo por estradas de terra sem grandes dificuldades até o início da trilha do Ribeirão do Meio, onde chego às 09h50min (30 minutos desde o centro).
Início da trilha

17 de dezembro de 2022

Relato: O que fazer em Buenos Aires/Argentina por 7 dias: dicas e informações úteis dos preparativos e os melhores passeios

Época de férias sempre é bom fazer uma viagem tipicamente turística para lugares que não conheço e com minha namorada. 
Pesquisando algumas opções, vimos que os valores das passagens aéreas e hospedagem seriam muito caras para o Nordeste, então resolvemos consultar viagens internacionais pela América do Sul.
Final de 2021 e ao longo de 2022 se falou muito no turismo para Argentina, cujos preços eram muito atrativos.
Devido a uma crise econômica com 
desequilíbrio fiscal e inflação alta, a taxa de cambio ficou muito favorável à nossa moeda brasileira, tornando-se uma excelente opção para o turista que encontra bons preços de passagens aéreas, hotéis e alimentação. 
E o que pesou também não foram só os valores. Conhecer um outro país, uma outra cultura, gastronomia muito elogiada e Buenos Aires com o título de Europa das Américas também nos fizeram escolher esse país.
A Argentina tem inúmeras opções de destinos, para todos os gostos e bolsos, mas é sempre bom começar pelo básico e a capital Buenos Aires foi a escolhida.
Os valores iam depender de quantos dias íamos ficar na cidade e que lugares planejávamos visitar. 
Lendo vários relatos e dicas de outros viajantes, chegamos a conclusão que valia a pena ficar 7 dias na cidade e assim decidimos.
E como já iria gastar com passeios, evitei outros gastos como aluguel de veículo, contratação de pacotes por agências, restaurante caros de áreas turísticas (Puerto Madero e Palermo) e fizemos muito uso do transporte público (ônibus e metrô) e claro caminhadas por alguns bairros, já que a cidade é totalmente plana e o blog é sobre isso.
Nesse relato eu selecionei várias dicas e informações úteis dos preparativos para a viagem, lugares que visitamos, opções de alimentação, como não pagar muito caro nos passeios e evitar algumas roubadas. Tudo com o intuito de economizar e não cair em furadas.
E incluímos também um dia inteiro de visita ao Uruguai, até a cidade histórica de Colonia del Sacramento.


Foto acima: Casa Rosada na Plaza de Mayo e Obelisco em Buenos Aires e Plaza de Toros, no Uruguai

Fotos dos passeios pela Argentina: clique aqui
Fotos dos passeios pelo Uruguai: clique aqui
Criei alguns vídeos curtos da viagem que estão anexados nesse relato ao longo dele


Nosso roteiro foi:
1º dia - Sábado: Chegamos no Hotel e troca do dinheiro numa loja da Western Union e finalizando tarde na Plaza de Mayo e Casa Rosada.
2º dia - Domingo: Visita à Catedral Metropolitana da Plaza de Mayo, Feira de San Telmo e pelas ruas do bairro, Rua Flórida e região do Obelisco.
3º dia - Segunda: Compras e caminhada pela orla de Puerto Madero e pelo centro de Buenos Aires.
4º dia - Terça: Viagem de catamarã para o Uruguai e conhecer a cidade de Colonia del Sacramento.
5º dia - Quarta: Passeio de BusTour pelos principais pontos turísticos da cidade.
6º dia – Quinta: Bairro Recoleta e Livraria El Ateneo, Teatro Colon.
7º dia – Sexta: Passeio pela cidade de Tigre e pelo delta do Rio da Plata.
8º dia – Sábado: Outros pontos turísticos do centro e retorno para São Paulo.

            Preparativos
Idioma
A primeira dúvida que veio à cabeça foi a questão do idioma. Será que conseguiríamos nos comunicar facilmente com argentinos, cuja língua oficial é o espanhol?
Como já tínhamos visitado Foz do Iguaçú e naquela viagem, passamos por Puerto Iguazu, na Argentina e não tivemos dificuldades com o idioma, então não estávamos preocupados. Qualquer problema dava para se virar com o portunhol. E no final percebemos que o espanhol não é tão difícil assim, mesmo sendo o espanhol portenho, que é falado em Buenos Aires.
E mesmo quem não entende nada de espanhol, dá para se virar sem grandes dificuldades. Na dúvida, é só pedir para falarem mais lentamente que dá para entender.
Na verdade uma grande dificuldade foi com os dias da semana, que são totalmente diferentes do português:
Lunes: segunda-feira - Martes: terça-feira - Miércoles: quarta-feira
Jueves: quinta-feira e Viernes: sexta-feira. Esses me perdi totalmente.
Bela arquitetura
Melhor época para viagem
Primavera é a melhor época. É o que todos diziam. E deu certo de encaixar a viagem justamente nessa época do ano, sempre que tiro férias.
Não é alta temporada e as temperaturas estavam na faixa de 22ºC, o que não é tão frio e nem tão quente. A temperatura mais baixa que pegamos foi em torno de 15ºC.
E o mais importante, não é uma época de chuvas, então dá para aproveitar bem os passeios.

Passagens aéreas
Quando decidimos escolher Argentina como destino era o mês de Maio, então fui atrás de várias empresas aéreas, inclusive algumas europeias e 1 canadense que fazem escala em São Paulo para depois seguir para Buenos Aires.
Os dois únicos critérios que defini foram de que tinha de ser voo direto (+ - 3 horas de viagem) e chegar lá por volta do meio dia.
Das brasileiras que pesquisei na época, a companhia Latam tinha poucos horários e bem ruins, chegando final tarde.
A Gol, por descer no Aeroporto próximo da região central (Aeroparque), tinha preços um pouco mais altos que as demais.
Duas outras empresas argentinas (Aerolineas Argentinas e Flybondi) também tinham vários horários, mas preços não eram baratos.
Duas empresas europeias tinham bons horários e preços que não eram tão caros assim (SwissAir e British Airways). 
Outra era Canadian Air cujos preços eram próximos dessas 2 europeias.
E com isso reduzi minha pesquisa para essas 3 últimas empresas de acordo com preço, horário de chegada e avaliações positivas.
Nosso avião da Swissair em Guarulhos

1 de dezembro de 2022

Relato: Travessia do Pico do Itacolomi (ida por dentro do Parque e retorno por fora) - Ouro Preto/MG

Já tinha viajado para as cidades históricas de MG algumas vezes, mas sempre para visitar as Igrejas católicas com sua arquitetura colonial em estilo barroco.
Dessa vez tinha ido com minha namorada e por ser a primeira vez dela, tínhamos que incluir as Igrejas no roteiro novamente, mas com 4 dias dava para fazer também algumas caminhadas em parques da região. Nossa intenção era visitar o maior número possíveis de igrejas em 2 dias e nos outros 2 conhecer os parques.  
Não estávamos indo com planejamento já pronto, pois íamos fazer o roteiro de acordo com o clima ao chegar lá.
Dos parques pesquisados, um foi o Parque Natural das Andorinhas, mas como esse é muito tranquilo e de acesso muito fácil às trilhas que levam a poções e cachoeiras, nem resolvi criar um relato: só esse, que inclui dicas de Ouro Preto. O parque é relativamente pequeno e sua principal atração é a Cachoeira das Andorinhas cujo acesso é descendo uma fenda entre enormes rochas até chegar numa espécie de caverna, onde a cachoeira tem sua queda escondida por entre as pedras.
O outro parque é uma caminhada obrigatória: o Itacolomi, cujo pico pode ser avistado de vários pontos de Ouro Preto, sendo bem fácil identificá-lo pelo enorme monolito inclinado no alto da serra.
Depois de uma breve pesquisa sobre o parque e a trilha que leva ao topo do pico, marcamos a caminhada para o dia seguinte.


Fotos acima: chegando ao mirante do Pico e todo o esplendor dele

Fotos dessa travessia: clique aqui 
Tracklog de ida e volta: clique aqui
Vídeo dessa caminhada: clique aqui


Com uma pequena mochila de ataque e alguns lanches preparados na Pousada, seguimos por volta das 08:00 hrs para a Praça Tiradentes em busca de algum transporte que nos deixasse na entrada do Parque ou pelo menos em frente ao Hospital Santa Casa, que fica a poucos metros da guarita do parque.
Chamamos um Uber algumas vezes, mas não encontramos motoristas disponíveis. Desistimos.
Consultamos alguns taxistas da Praça e como era de esperar numa cidade turística: valores exagerados.
O jeito era pegar algum ônibus circular em frente à Igreja São Francisco de Assis.
Já no ponto de ônibus, alguns passageiros nos recomendaram seguir também de taxi-lotação, cujo valor era o mesmo do ônibus (pouco menos de $5 Reais) e seguem o mesmo trajeto do circular e não demorou muito um desses parou no ponto. Perguntamos se passava ao lado da Santa Casa e embarcamos.
Cruzando a Rodovia
Em pouco menos de 15 minutos já estávamos chegando no Hospital e agora era cruzar a Rodovia junto do trevo para acessar a guarita do parque, que já podia ser visto do outro lado. 
Com algumas nuvens escuras no céu, parecia que o dia seria nublado e com chuvas, mas por sorte nossa, o Sol de vez em quando surgia entre as nuvens nos deixando um pouco mais tranquilos.
Credenciamento
Passamos pela guarita e mais alguns metros chegamos num escritório do parque, onde tivemos que registrar nossos dados em um livro e pagar a taxa de visitação. Falamos nossa intenção de subir até o topo do pico e nos passaram algumas dicas e informações sobre a trilha.
Eram pouco mais de 9:00 hrs da manhã e a partir daqui a caminhada é por estrada de terra com leve inclinação contornando o Morro do Cachorro com suas inúmeras antenas. 
Mirantes na subida

15 de novembro de 2022

Dicas: Ouro Preto e Mariana – 4 dias de caminhadas pelas cidades históricas

Dando um pause nos relatos de treking, eu e minha namorada resolvemos visitar 2 cidades históricas de MG que já conhecia para fazer algumas caminhadas.
Ouro Preto não se resume somente ao turismo religioso, que é o de conhecer suas inúmeras igrejas ou sua linda arquitetura colonial preservada pelas ladeiras e ruas estreitas.
Claro que o interior de várias Igrejas é magnífico e não deve ser deixado de lado, mas o lugar também possui boas opções de caminhadas longe do centro histórico.
O ecoturismo com cachoeiras, poções, mirantes, trilhas também está presente nessa cidade e num feriado prolongado eu e a Vera resolvemos explorar as ruas e os parques.  
Andar por suas ladeiras é como voltar no tempo e conhecer cenários que remetem a grandes acontecimentos históricos de nosso país, por isso incluí nesse post alguns lugares que visitamos com dicas.
Nessa trip só tínhamos planejado visitar 
algumas Igrejas de Ouro Preto e Mariana e a Mina da Passagem em 2 dias e com isso sobrariam mais outros 2 para escolher trilhas em alguns parques.
Depois de ver a melhor logística saindo de São Paulo, resolvemos seguir de avião até BH e de lá em ônibus até Ouro Preto para evitar o cansaço de uma longa viagem de carro.


Fotos acima, pelas ruas de Ouro Preto e o interior da Igreja São Francisco de Assis

Fotos de Ouro Preto e Mariana: clique aqui     
Fotos do Parque das Andorinhas: clique aqui

                           
O que fazer em Ouro Preto

Não tem como visitar as Igrejas e os principais pontos turísticos nessas cidades sem caminhar pelas ladeiras, então estávamos unindo o útil ao agradável: uma caminhada pelo centro histórico e pelas trilhas dos parques e serras da região com algo que sempre curtimos fazer: caminhar.
Para início de qualquer roteiro e ponto de partida para os passeios, tem ser pelo coração de Ouro Preto que é a Praça Tiradentes, onde está localizada a estátua do mártir da Inconfidência. 
Se quiser contratar guias esse é o lugar, mas se quiser fazer um roteiro independente também é possível, usando o Google Maps.
A praça é onde acontecem os principais eventos da cidade e regularmente são montados palcos ao redor dela. Foi nesse local que a cabeça de Tiradentes ficou exposta depois do seu enforcamento. A parte negativa é que a praça virou um estacionamento público a céu aberto, poluindo visualmente o lugar.


City tour pelas ruas estreitas e Igrejas
Esse é um passeio obrigatório pela cidade. As Igrejas e suas ruas com muitas ladeiras são lugares que devem ser visitados. 
A arquitetura colonial e o estilo barroco de suas Igrejas são maravilhosos e merece no mínimo 2 dias para visitar seus principais pontos turísticos sem correria.
Não é uma cidade para sedentários, mas pelo menos as Igrejas ficam próximas uma das outras e a caminhada não se torna tão cansativa.
Para que o passeio não se torne exaustivo, coloque um bom tênis, se proteja com protetor solar e leve uma garrafinha de água.
Agora é mergulhar na beleza de suas ruas e ladeiras e observar como era a cidade a cerca de 300 anos atrás.
Abaixo vou colocar os lugares que nós visitamos na sequência.

17 de novembro de 2021

Relato: Travessia do Circuito Ciririca - Picos do Camapuã, Tucum, Cerro Verde, Ovos de Dinossauro, Luar e Ciririca - Serra de Ibitiraquire/PR

Uns 20 anos atrás fiz uma bela caminhada até o topo do Pico do Paraná, incluindo os Picos do Itapiroca e Caratuva, mas passei por um perrengue e tanto devido às intensas chuvas, nesse relato.
E ao acampar no topo do PP, dava para ver 2 enormes placas retangulares no topo do Pico do Ciririca (muitos dizem que a escrita é com "S", mas preferi manter com a letra "C") à sudoeste, nessa foto. Pareciam aqueles outdoor de rodovia. 
Fiquei imaginando que raios era aquilo, pensando que poderia ser um tipo de antena diferente ou algum equipamento para auxiliar a navegação aérea e prometi 
a mim mesmo que retornaria à região para chegar naquelas placas algum dia.
Os anos foram passando e quando pretendia fazer a caminhada, o clima não ajudava e com isso fui adiando a data. Até voltei lá em 2008 para fazer a Picada do Cristóvão que liga Fazenda PP até Antonina, descendo a Serra do Mar nesse relato
E lá se foram mais alguns anos até conseguir 1 mês de férias em 2021 e com clima ajudando dessa vez, marquei a tão aguardada subida ao Ciririca. Agora era pesquisar o melhor roteiro da caminhada para chegar naquelas placas.
Lendo relatos e analisando tracklogs, vi que a melhor opção era fazer um circuito iniciando pela trilha 
conhecida como Ciririca por Cima, passando pelo topo dos Picos Camapuã, Tucum, Cerro Verde, Luar e retorno pela trilha que cruza a Cachoeira do Professor, conhecida como Ciririca por Baixo.
A logística era relativamente fácil, pois seria da mesma forma quando tinha feito o PP: embarcar em São Paulo com destino à Curitiba e descer na Rodovia, próximo da estrada que leva até a Chácara do Bolinha. Já o retorno seria mais complicado, pois teria de embarcar no ônibus circular que passa na Rodovia e segue para Campina Grande do Sul e de lá para Curitiba para depois seguir para São Paulo.
Como estava de férias, planejei a caminhada para uns 3 ou 4 dias, sem pressa. 


Fotos acima, Sol surgindo atrás do Pico do Paraná e colchão de nuvens na encosta do Ciririca ao fundo 


Vídeo gravado ao longo dessa caminhada: clique aqui
Tracklog de todo o percurso da trilha: clique aqui



Na última semana de Setembro e com mochila cargueira bem cheia embarquei no Terminal Tiete por volta das 09:00 hrs da manhã em direção à Curitiba pela Eucatur.
Com algumas paradas no trajeto, pedi ao motorista para descer uns 4 Km depois do Posto Mahle (antigo Tio Doca), já no Estado do PR.
O lugar é onde se localiza um outro posto de gasolina: o Túlio II, que fica no Km 52, do outro lado da Rodovia, sentido SP. É esse aqui
Desço do ônibus por volta das 16:00 hrs e com mochilas nas costas, cruzo a Rodovia para caminhar uns 200 metros retornando sentido SP até uma estrada de terra à direita, onde uma das placas sinalizam Refúgio Fazenda Bolinha. É lá que tenho de chegar.