31 de outubro de 2018

Relato: Travessia do Parque Nacional do Caparaó – Portaria do ES x Portaria de MG, passando pela Pedra Duas Irmãs, Pico do Cristal, Pico da Bandeira e Morro da Cruz do Negro - Divisa MG/ES

Desde 2001 quando conheci o lado mineiro do Parque Nacional do Caparaó e cheguei ao topo do Pico da Bandeira, tinha a intenção de algum dia retornar, pois só tive boas recordações de lá. Comparando com alguns Parques Nacionais em região de montanha que já fiz caminhadas (Itatiaia, Cipó, Serra dos Órgãos e Bocaina) o Caparaó é disparado o melhor de todos. 
Além da bela infraestrutura nos 4 campings no interior do Parque, ele também tem um lindo visual panorâmico nas trilhas da parte alta e uma relativa facilidade para conseguir chegar ao topo do 3º e 6º maiores picos do país (Bandeira e Cristal respectivamente).
Isso sem contar outros 3 picos do P.N. que estão entre os 15 maiores do país. 
Naquela época entrei pela Portaria de MG (o PN tem outra portaria pelo lado do ES) passando pelo Campings da Tronqueira, Terreirão, Vale Encantado até chegar ao topo do Bandeira para contemplar o Por do Sol. 
Por estar sem uma cargueira e com o clima ajudando, a caminhada foi tranquila e presenciei lindos visuais ao longo da subida, já que boa parte da vegetação é de campos rupestres; um pouco semelhante ao cerrado.
Pensei comigo: eu tenho de retornar a esse parque algum dia e conhecer a parte capixaba dele com os Campings Macieira e Casa Queimada, as trilhas e cachoeiras.
Porém os anos foram passando e fui deixando de lado - para quem pretende fazer a travessia de uma portaria a outra sem pressa, o ideal é dispor de 4 a 5 dias para alcançar o topo de todos os picos conhecidos e passar por algumas cachoeiras. 
Quando eu tinha alguns dias disponíveis, o clima não ajudava e com isso preferia fazer caminhadas em outros lugares.
Mas no inicio do Inverno daquele ano\eu estava decidido a fazer a travessia completa. 

Fotos acima: paredão do Pico da Bandeira pelo lado do ES e na outra, o amanhecer no topo, com vista para o antigo Pico do Calçado, em primeiro plano

Fotos dessa travessia: clique aqui

Tracklog para GPS dessa caminhada: clique aqui
Vídeo completo da travessia: clique aqui

Outros videos
- Camping Casa Queimada: clique aqui  
- Pico do Cristal: clique aqui
- Trilha entre Camping Casa Queimada e Pico da Bandeira: clique aqui

Com vários meses de antecedência fui pesquisar e ler alguns relatos sobre as dificuldades da travessia, assim como a logística para entrar ou sair do parque.

Depois de ter lido inúmeros relatos, um deles me ajudou bastante com informações úteis e algumas dicas. Era do Francisco de MG do Blog Chico Trekking, descrevendo a travessia no sentido MG-ES que ele fez no parque com um grupo.
Mas devido a alguns motivos e entre eles a logística, cheguei a conclusão que para mim a melhor opção para essa travessia não era a mesma do Chico. Era o sentido inverso: entrar pelo ES e finalizar em MG, já que não estava indo de carro e nem pretendia contratar um transporte. 
Então elaborei o planejamento da seguinte forma: saindo de São Paulo a noite para chegar em Espera Feliz/MG no final da manhã, a tempo ainda de embarcar no ônibus circular para o Distrito de Pedra Menina/ES e de lá seguir na caminhada até a portaria do lado capixaba para chegar no Camping Macieira antes do anoitecer.
Já no 2º dia conhecer as 3 cachoeiras próximas do camping (7 Pilões, Aurélio e Farofa) e finalizar no Camping Casa Queimada e se desse tempo subir até o topo da Pedra Duas Irmãs, que se localiza bem próximo. 
No 3º dia seguir para o Pico do Cristal e depois acompanhar o Por do Sol no topo do Pico do Bandeira, acampando depois no Terreirão.
No 4º dia contemplar a aurora no topo do Bandeira e se possível alcançar o ponto mais alto da Pedra Roxa e do Morro Cruz do Negro (entre os 15 maiores do país em altitude).
Em seguida iniciar a descida para finalizar no Camping da Tronqueira, passando pelo Vale Encantado.
E no 5º dia passar pela Cachoeira Bonita, Vale Verde para finalizar a travessia na Portaria de MG durante a tarde e depois pernoitar em alguma pousada de Alto Caparaó, cuja cidade fica bem próxima da portaria do parque.
Todo o planejamento com a logística tinha de dar certo porque no 6º dia já estaria voltando para São Paulo já com a passagem de ônibus comprada antecipadamente. 
Mas devido a um pequeno contratempo por pouco não fui parar na portaria mineira, inviabilizando totalmente o roteiro que tinha planejado. 
Marquei a travessia para o final de Julho e com mais de 1 mês de antecedência solicitei autorização pelo site do P.N. para ficar nos 4 campings e alguns dias antes da viagem confirmei a reserva e só fiquei aguardando a autorização chegar pelo e-mail, que aconteceu poucos dias antes do embarque.
Arrumei a mochila cargueira, coloquei na memoria do celular 2 tracklogs que encontrei no Wikiloc e embarquei no ônibus da Itapemirim às 22h30min em direção a Espera Feliz/MG.
No Terminal Tietê o ônibus saiu com 45 minutos de atraso, o que me deixou um pouquinho preocupado, pois a informação que eu tinha era que o circular de Espera Feliz para Pedra Menina sairia pouco depois que o ônibus da Itapemirim chegasse na Rodoviária. Se não acontecesse nenhum problema com o ônibus ao longo do trajeto até ficaria tranquilo, mas essa empresa já me deixou na mão uma vez por problemas mecânicos no ônibus (vide relato da Serra do Quiriri aqui).  
Com 3 paradas para descanso ao longo do trajeto e outras tantas rodoviárias, a viagem foi relativamente tranquila, dando para cochilar em alguns momentos e exatamente as 11h15min chegava na Rodoviária de Espera Feliz em um lindo dia de Sol. 
Rodoviária de Espera Feliz
Perguntando para algumas pessoas que estão na Rodoviária fico sabendo que o circular para Pedra Menina sairá as 11h30min – quase em cima da hora e no horário previsto o circular chegou. Não tinha um letreiro na frente para ter a certeza para onde estava indo, mas confiante no que os moradores me disseram e o que o cobrador também confirmou, embarquei sem medo. Saindo com um pouquinho de atraso, o ônibus segue por estradas de terra e 12h20min chego em Pedra Menina, mas achei tudo muito estranho.
Cidade de Caparaó
Conforme ia caminhando pela avenida principal, percebi que o comercio é muito diversificado, com vários supermercados, lojas e até um ônibus da empresa Rio Doce estacionado no ponto com destino a Manhumirim e Manhuaçu. Definitivamente tinha alguma coisa errada, já que pelos relatos que tinha lido, sabia que Pedra Menina era uma vila bem pequena e sem opções de transporte, a não ser para Espera Feliz. 
Centro da cidade de Caparaó
Sem saber o que fazer, pergunto a alguns moradores na avenida que cidade ou vila é essa e vem a decepção. Estou na cidade de Caparaó/MG, relativamente próximo de Alto Caparaó, onde fica a portaria de MG. 
Agora fud......PQP.
Sobre Pedra Menina, os moradores dizem que existe sim uma vila com esse nome, poucos minutos antes de chegar ali na cidade, mas o Distrito de Pedra Menina que eu deveria estar, ficava um pouco longe dali, no lado capixaba. Fui parar na vila mineira, em vez de estar na vila capixaba. E agora José? 
Fiquei p. da vida comigo mesmo. Que cagada minha.
Disseram que a portaria de Alto Caparaó estava próxima e que o ônibus da Viação Rio Doce sairia logo, levando poucos minutos para chegar lá, mas eu não poderia de jeito nenhum entrar pelo lado mineiro do parque, devido a passagem já comprada de volta para São Paulo e todo meu planejamento ia para o saco. Numa dessa até poderia perder o ônibus de volta para SP. O que fazer?
Nessa hora parece que o cérebro deu uma apagada e eu tinha que pensar rápido para decidir o que fazer. Eram 13:00 hrs e voltar para Espera Feliz era uma opção, mas com certeza o circular para Pedra Menina capixaba já tinha saído.
A opção mais rápida era contratar um táxi ou transporte ali mesmo em Caparaó, me levando para Pedra Menina e foi o que eu fiz. Até que dei sorte porque encontrei um taxista sem demora e negocio com ele pelo valor de $50 Reais e lá fomos nós. O trajeto levou pouco menos de 30 minutos, seguindo por estradas de terra entre inúmeras plantações de café, encontrados até nas encostas mais íngremes. Com certeza o solo dessa região deve ser muito bom porque vários cafés dessa região já foram premiados.  
Pedra Menina/ES
Me deixando no centro do Distrito de Pedra Menina, agora estou no lugar certo. Caminhando pela avenida principal, são pouquíssimas lojas e vou seguindo serra acima até o último ponto de ônibus, junto ao Córrego São Bento, local esse onde onde o circular teria me deixado e aqui eu deveria ter iniciado minha caminhada a cerca de 1 horas atrás.
Córrego São Bento
São 13h30min e depois de cruzar a ponte sobre o riacho, chego ao início da estrada asfaltada que leva até a portaria capixaba do Parque – muito cuidado aqui porque existem 2 caminhos que sobem a serra até a portaria: um mais longo, que segue à direita do riacho e outro mais curto que segue pela esquerda. De agora em diante deixo o celular em modo avião (para economizar bateria) e ligo o GPS para ir plotando a trilha. 
A altitude aqui é de 935 metros e tenho que chegar a pouco mais de 1400 metros, onde está a portaria do Parque Nacional. 
Não é um trecho longo; são pouco mais de 7 Km e só de pensar no perrengue que eu passei minutos atrás, estando ali já era para comemorar. A subida é tranquila e com alguns minutos de caminhada, um carro com 3 jovens do RJ (Jorge e alguns amigos) encosta do meu lado e me oferece carona. E adivinha se recusei? São 13h40min e ao longo do percurso pela estrada asfaltada vou conversando com eles. 
Grupo do RJ que me deu carona
Dizem que estão em 3 carros e pretendem acampar no Camping Casa Queimada e chegar ao topo do Pico da Bandeira.
Foram cerca de 15 minutos pela estrada passando por alguns sítios e muita plantação de café até chegar na portaria. Economizou uma boa pernada e lá me despeço de todos eles, agradecendo pela carona que veio na hora certa – Eles não vão subir a serra agora e irão aguardar os outros 2 carros. 
Portaria do lado capixaba
E sem demora entrego para o funcionário do parque a minha autorização para acampar nos 4 campings e o que é melhor: não preciso pagar nenhuma taxa, nem para o camping nem para entrada no parque (quando passei lá as taxas estavam suspensas). Parte burocrática resolvida, agora são 14h15min e o funcionário me diz que no máximo em 2 horas estarei chegando no Camping Macieira. São 3,5 Km de subida saindo da altitude de 1415 metros para chegar a 1870 metros. 
Portaria ES
Daqui até o Camping Macieira é um trecho muito íngreme e extremamente cansativo. É estrada com blocos de concreto alternando com estrada de terra sem grandes dificuldades e literalmente comendo poeira. 
Conforme vou ganhando altitude, cruzo com alguns riachos e vou parando para tomar água e descansar um pouco. Parece que o aclive aumenta cada vez mais – não é fácil.
Pedra Menina lá embaixo
De vez em quando a mata atlântica se abre e o Distrito de Pedra Menina vai surgindo em um imenso vale atrás de mim. É uma linda vista sem dúvida, não só do Distrito, mas de toda a região de serra ao redor. Fôlego retomado, volto a caminhar serra acima e nos trechos mais íngremes sigo em zig zag.
Subida íngreme
Devido ao meu ritmo um pouco puxado, surge uma pequena dor atrás da coxa, mas nada grave e só diminuo um pouco o ritmo da caminhada. 

Passam por mim 3 carros subindo a serra e nenhum deles oferece carona. Tudo bem, até entendo, pois naquela declividade parar o carro para oferecer carona não é uma boa.  
Poucos minutos antes de chegar no Camping Macieira, os 3 carros do grupo do Jorge passam por mim e como já tinha finalizado o trecho de subida e estava a poucos metros do camping, pedi para seguirem direto. 
As 15h50min chego na altitude de 2000 metros, onde a estrada agora é de terra e se inicia um pequeno trecho de declive até cruzar um riacho e chegar no Camping Macieira, à esquerda da estrada. 
Camping
São quase 16:00 hrs e o local está deserto. O terreno é um pouco inclinado, mas a infraestrutura é maravilhosa e muito bem conservada. Existe uma pequena casa com rádio reservada ao pessoal do Parque, sanitários com pias, chuveiros (frios) e vários quiosques com churrasqueiras. Algumas mesas e assentos de madeira estão ao lado dos quiosques e tudo muito bem cuidado e vandalismo zero. Deu para perceber que a grama foi recentemente cortada e resolvi montar minha barraca ao lado de um quiosque, onde o terreno é plano.
Cachoeira 7 Pilões
Depois de uma explorada pelo local, sigo por uma trilha que leva até a Cachoeira dos 7 Pilões. É um trecho curto, coisa de 5 minutos, mas a água estava gelada, me fazendo desistir do banho. São quedas com vários pequenos poços em formato arredondado e depois de alguns clics retorno ao camping. 

Camping Macieira
O mais difícil foi o banho frio nos chuveiros e dá gosto ver os sanitários/vestiários com os chuveiros e pias em bom estado de uso; raro encontrar isso em outros parques e acho que só o Ibitipoca de MG, que é parque estadual, possui uma infraestrutura semelhante e disponível ao visitante.
Antes do anoitecer, alguns carros passam pela estrada na direção do Camping Casa Queimada e pelo jeito será somente eu acampado no lugar.
O jantar foi com massa, salame e um suco. Saciado e um pouco cansado, me enfiei no saco de dormir e com temperatura próxima de 10ºC peguei no sono rapidinho. O celular estava com bateria suficiente, então não precisei carregá-lo no Power Bank.
Por estar em um fundo de vale nem me preocupei em acordar cedo para ver o nascer do Sol e quando saí da barraca, pouco depois das 07:00 hrs o Sol já iluminava as partes mais altas dos morros ao redor e algumas poucas nuvens que de vez em quando escondiam o astro rei.
Gelo no gramado
Uma grande área do camping estava coberta por uma fina camada de gelo – tudo branco, concluindo que a temperatura chegou abaixo de 0ºC durante a noite, porém dentro da barraca não senti frio – só elogios ao saco de dormir, que aguentou bem.
Trilha para cachoeira
Depois de um café da manhã bem reforçado, desmontei a barraca, arrumei a mochila e a escondi na vegetação, pois queria conhecer a Cachoeira do Aurélio, com trilha saindo ao lado da casa.
As 08h30min sigo na trilha demarcada descendo e ao longo dela passo por um pequeno trecho de charco, onde alguns troncos de madeira evitam que a bota se molhe.  
Chegando na cachoeira
E com 15 minutos de caminhada chego na parte alta da cachoeira, de onde a trilha segue por um trecho muito íngreme e perigoso. É preciso tomar muito cuidado para não escorregar. O rio é o mesmo da Cachoeira dos 7 Pilões e o volume de água é pequeno.
Cachoeira do Aurélio
São quedas sucessivas e no topo existe uma piscina de borda infinita e boa para um mergulho, mas a temperatura me faz desistir. O lugar é muito bonito e se eu tivesse mais tempo disponível ficaria aqui em cima das pedras tomando Sol e ouvindo o barulho das quedas, mas tudo que é bom dura pouco. 
Tinha que voltar ao camping e seguir meu caminho. A trilha não termina aqui na parte alta da cachoeira, continuando rio abaixo e provavelmente segue para a base dela ou para outras quedas rio abaixo. 
De volta à estrada
As 09h50min já estava com a mochila nas costas e de volta à estrada, na direção do Casa Queimada. Nos primeiros minutos cruzo outro riacho e de vez em quando o Camping e o Pico Cristal surgem bem ao fundo, facilmente visíveis da estrada. Nos trechos mais íngremes o piso é de concreto e com 30 minutos desde o Macieira chego no inicio da trilha que leva até a Cachoeira da Farofa, à esquerda. No local tem uma placa indicativa e um banco de madeira. A cachoeira também é de pequeno volume e com varias pequenas quedas sucessivas. Conforme vai descendo as quedas aumentam, mas preferi retornar, pois já tinha matado a curiosidade.
Cachoeira da Farofa
Volto para a estrada e conforme vou subindo, o aclive vai aumentando, assim como os trechos com piso de concreto. É uma verdadeira ladeira e com isso vou parando em vários momentos para descansar um pouco e retomar o folego. Passam por mim alguns carros e um deles até me oferece carona, mas agradeço e digo que prefiro ir na caminhada, já que os piores trechos ficaram para trás. 
Mirante
As 12h30min chego a um mirante com vista panorâmica da região, tendo o paredão do Pico do Cristal e o Camping Casa Queimada de frente e fico aqui descansando um certo tempo em um banco de madeira. O que me deixa um pouco decepcionado é que não consigo ver o topo do Cristal, que está encoberto pela neblina - uma pena. 
De agora em diante a caminhada é no plano e alguns metros à frente, encontro uma pequena bica de água, do lado esquerdo, onde foi colocado um cano de pvc para facilitar a captação.
Quando termino de contornar um pequeno morro pela direita já consigo visualizar todo o trajeto restante da estrada até o camping. A Pedra Duas Irmãs pode ser vista na crista do lado direito, mas o topo do Cristal ainda está tomado pela neblina. Depois de um trecho por um pequeno vale chego no Camping as 13h25min na altitude de 2180 metros. Levei 3h30min desde o Macieira com 4,8 Km de distancia. Contei quase 10 carros no estacionamento e 8 barracas montadas.
Camping Casa Queimada
O lugar é menor que o Macieira, não tendo os mesmos quiosques. Só tem os sanitários com chuveiros, pias e uma pequena casa que provavelmente deve ser reservada ao pessoal do P.N.

Existem também algumas mesas e assentos de madeira no meio do camping e o terreno é todo no plano – só escolher o melhor lugar e montar a barraca.
Depois de uma explorada, deixo minhas coisas dentro da barraca e as 14h20min sigo para o topo da Pedra Duas Irmãs, próxima do camping.
Trilha para Duas Irmãs
A trilha é a mesma que leva ao Bandeira e nos primeiros minutos o aclive é bem acentuado, mas sem o peso da cargueira esse trecho inicial foi rápido. Depois a trilha dá uma diminuída, seguindo por aclive suave até o trecho final, que volta a ficar íngreme.
Alguns metros antes de chegar na crista existe uma bifurcação para a direita que segue na direção do topo da Pedra, onde cheguei com pouco mais de 1 hora de subida.
Pedra Duas Irmãs com Pico do Cristal ao fundo
A altitude aqui é de 2450 metros e na direção noroeste o Pico do Cristal se destaca, porém está tomado pela neblina, que também encobre todo o lado norte, na direção do Pico da Bandeira. Tudo fechado e para piorar, de vez em quando começa a cair uma leve garoa, que não dura muito. Os raios do Sol surgem em alguns pontos por entre a neblina e me dá esperança de ver o Por do Sol, por isso fico aqui em cima até o final da tarde. Vejo alguns grupos retornando do Bandeira e seguindo para o camping sem mochilas. 
Por do Sol atrás do Pico do Cristal
Pouco depois das 17:00 hrs vejo os últimos raios do Sol se escondendo atrás do Pico do Cristal. Foram vários clics e agora era descer para o camping e preparar o jantar. O número de barracas diminuiu (agora eram apenas 5) e alguns carros foram embora. Melhor assim, pois com pouca gente no camping, nada de bagunça durante a noite.
O banho foi de água fria novamente, mas parece que em certa época a água era quente, pois nos vestiários tem um aparelho que se assemelha a um aquecedor solar. O jantar foi com sopão e sardinha em lata e naquela noite ninguém mais chegou no camping. Dessa vez precisei deixar meu celular carregando a bateria no Power Bank.
Amanhecendo
Noite tranquila novamente e acordei pouco depois das 06h30min. Não encontrei gelo no gramado, então a temperatura não chegou a zero grau. Um breve café da manhã e vou conversando com alguns campistas que estavam desmontando as barracas e iam embora. Meu objetivo naquele dia era subir o Pico do Cristal e depois acompanhar o Por do Sol no topo do Bandeira para em seguida acampar no Camping Terreirão.
As 08h45min me despeço deles e com mochilas nas costas sigo trilha acima. O céu está sem nuvens e apenas uma teimosa neblina que surge de vez em quando nas partes mais altas da serra. Pelo menos o Sol deu suas caras em todo o esplendor. 
Subindo pela trilha
Pouco depois das 10:00 hrs já passava ao lado das Duas Irmãs e agora vou na direção norte, para esquerda. A trilha é bem demarcada com vegetação de arbustos e algumas setas amarelas pintadas nas rochas. A navegação é muito tranquila, dando para fazer a trilha só no visual e creio que mesmo a noite, quando as pessoas sobem para presenciar o Nascer do Sol, a caminhada seja feita sem dificuldades. De vez em quando passo ao lado de algumas estacas marcando a quilometragem e pintadas com tinta fluorescente. 
Um lindo visual vai surgindo atrás de mim e evitando trechos mais íngremes, a trilha segue contornando pequenos morros e sempre pela crista que divide os estados de MG e ES. 
H2O na trilha
Com 30 minutos desde as Duas Irmãs, chego a um pequeno vale por onde desce uma pequena nascente de água. Aproveito e encho meus cantis, porque sei que no Cristal e no Bandeira não haverá água; somente no Terreirão. 
Depois de me reabastecer de água cruzo o pequeno riacho e vou avançando trilha acima. Totens e mais totens formados por pequenas pedras vão surgindo e parece que todo mundo deixa sua contribuição, já que alguns chegam a ter quase 1 metro de altura (também deixei a minha pedra) e quanto mais vou ganhando altitude, mais as nuvens vão tomando conta – visual zero, uma pena
Bifurcação para o Pico do Cristal
E as 11:00 hrs, com pouco mais de 2 horas desde o Casa Queimada, na altitude 2683 metros, chego numa bifurcação para esquerda, quase escondida. No local tem uma pedra com a marcação do sinal de + pintada em amarelo. É nesse ponto que um dos tracklogs apontam para sair da trilha principal e seguir na direção do Pico do Cristal. Para quem pretende ir ao Pico, é preciso ter cuidado, pois a bifurcação pode passar despercebida. 
Pico do Cristal chegando
Inicialmente o trecho é de uma pequena subida e depois segue por lajes de pedras sem grandes dificuldades. Totens vão surgindo pelo caminho e o único cuidado aqui é evitar a encosta da esquerda. Quando o tempo se abre, sem neblina, dá para ver o Pico do Cristal e todo o trajeto que leva até a base dele – muito fácil.
Resolvo deixar minha cargueira em cima das pedras e sigo com a de ataque descendo um pequeno trecho até a base do pico. 
Chegando no topo
Daqui em diante é subida íngreme com trechos de trepa pedra que assustam um pouco para quem não tem experiência, mas ele é curto e exatamente as 12:00 hrs chego no topo, na altitude de quase 2770 metros. 
Topo do Pico do Cristal
De acordo com o IBGE esse é 6º ponto mais alto do país. Escondido embaixo de uma pedra encontro um livro do cume dentro de uma caixinha e deixo minha mensagem. Em seguida vou explorar o lado oeste onde encontro um vestígio de trilha que desce naquela direção, tendo vários totens que orientam a descida. Provavelmente é a trilha que segue para o Camping do Terreirão (para o P.N. essa é uma trilha clandestina e ilegal). O visual daqui é de 360º e na direção sul vejo o Camping Casa Queimada e boa parte do percurso que fiz no dia anterior. Só não consigo ver a região de Alto Caparaó (lado oeste) e o Pico da Bandeira (lado nordeste) que estão cobertos pela neblina. 
Fico aqui no topo por quase 1 hora só curtindo o visual onde a neblina não encobre.
Neblina na região
A descida é bem rápida, só é preciso tomar cuidado para não escorregar em algum trecho e já com a mochila nas costas retorno para a bifurcação. Nesse trecho pelas lajes de pedra encontro alguns totens seguindo em linha reta na direção do Bandeira, tendendo para esquerda. São atalhos, mas não achei uma trilha demarcada e por isso voltei pela mesma trilha que vim, chegando na bifurcação 30 minutos depois. 
Na Pedra onde tem o sinal de +, faço uma marcação com seta e escrevo Cristal, pois quem vem do Casa Queimada pode passar batido facilmente.
Antigo Pico do Calçado
Já de volta à trilha principal, vou ganhando altitude contornando um morro pela direita até iniciar um trecho mais íngreme por extensa laje de pedra e chego no topo da crista, onde existe um grande totem de pedras e por muitos anos ali era considerado o Pico do Calçado. E nessa mesma crista tinha também o Calçado Mirim, porém em medições recentes feitas pelo IBGE e pelo IME no Projeto Pontos Culminantes esses dois picos foram descartados e os colocaram apenas como uma extensão do Bandeira, sendo retirados da lista dos picos do P.N. 
Pico da Bandeira em meio a neblina
Daqui em diante a trilha segue no plano, com leves declives e aclives até chegar na base do Bandeira, porém sem visual nenhum, já que a neblina não permite ver muita coisa a frente. De vez em quando se abre uma janela e consigo visualizar rapidamente o paredão sul do Bandeira e o topo dele com sua antiga torre, mas são momentos raros.
Numa eventual emergência, acampar aqui não é recomendável, apesar de existirem alguns descampados. O problema é que o lugar é muito exposto e sujeito a ventos fortes.
Base do Pico da Bandeira
E as 16:00 hrs chego na bifurcação para o Camping Terreirão, onde uma placa de madeira sinaliza a distancia para o topo do Bandeira e para todos os campings. Em vez de ficar passando frio no topo e sem ter visão nenhuma, prefiro ficar aqui na base só descansando e comendo algumas coisas. Daqui se vê uma parte da trilha que vem do Terreirão e presencio alguns grupos subindo por ela. E pouco depois das 17:00 hrs escondo minha mochila na vegetação e subo os últimos metros para acompanhar o Por do Sol.
Topo do Pico da Bandeira
O topo é marcado por 2 cumes: um deles está a antiga torre e a imagem de Cristo e no outro um Cruzeiro, onde a altitude é de 2891 metros (3º ponto mais alto do país). Contei cerca de 10 pessoas e o visual muda de repente em poucos minutos. Quando cheguei no topo, a neblina não deixava ver muita coisa e enquanto o Sol se escondia no horizonte eis que o visual se abriu e a paisagem mudou totalmente. Estávamos acima das nuvens e com visual de cartão postal – coisa de poucos minutos. 
Por do Sol no topo do Pico da Bandeira
Não demorou muito e a neblina tomou conta do lugar novamente. E quando começou a escurecer, a galera iniciou a descida da trilha e eu fiquei sozinho no topo, mas saí logo de lá também, já que o vento fazia a sensação térmica chegar próxima de zero grau. 
Nessa hora me bateu uma dúvida, já que minha intenção era descer a trilha também para acampar no Terreirão, mas só de pensar em descer e depois retornar para ver o Nascer do Sol no topo, estava me fazendo desistir da ideia.  
Fiquei um certo tempo pensando no que fazer e analisando os prós e contras resolvo montar minha barraca no piso do antigo Abrigo do Bandeira, ao lado da imagem de Cristo. Pelo menos eu estava protegido, pois ia ficar ao lado de Jesus e uma noite sem banho não ia me fazer mal. 
Tive que prender a barraca com algumas pedras, pois o piso é todo concretado e depois de preparar o jantar dentro da barraca, me enfiei no saco de dormir, colocando o celular para despertar as 03h30min. 
A noite foi tranquila sem ventos, já que a barraca não se mexeu e antes das 04:00 hrs já estava acordado e desmontando ela. Dessa vez a barraca ficou um pouco molhada e coloquei na mochila assim mesmo e quando tivesse uma oportunidade tiraria ela para secar. O café da manhã foi com suco, pães, algumas Ana Marias e barrinhas de cereais. Era o suficiente.
A Lua ainda iluminava aquele inicio de manhã e já com mochila pronta só fiquei aguardando o Sol nascer. Na encosta do Bandeira vejo luzes de lanternas subindo para o topo. Era apenas 1 casal com cargueiras que estava vindo do Camping Terreirão. Estendo meu isolante no piso de concreto e fico ali só olhando estrelas cadentes - contei 3. Elas passam muito rápido como se fosse um risco no céu. É coisa de segundos – se piscar você não vê mais. Foto nem pensar. Dizem que ao ver uma estrela cadente, deve-se fazer um pedido. Outros dizem que apontar o dedo para as estrelas, nasce uma verruga na ponta. São superstições populares.
Amanhecendo
Conforme os minutos avançavam mais pessoas iam chegando, vindo pela trilha do Casa Queimada e do Terreirão. Era um verdadeiro festival de luzinhas de lanternas vindo de várias direções. Já com um pouco de claridade percebo que a temperatura também chegou abaixo de 0ºC, já que no gramado ao redor do abrigo tinham sinais de gelo, como aconteceu no Macieira. 
E por volta das 05h30min subo com a cargueira os últimos metros até o Cruzeiro, onde tá reunido a maior parte do pessoal e fico aguardando o Sol. Não venta muito no topo, mas a temperatura é muito baixa me obrigando a colocar uma blusa e uma jaqueta.
Primeiros raios
Quando começou a clarear pouco antes das 06:00 hrs uma cena maravilhosa. Estávamos acima de um colchão de nuvens e para todo lado que se olhava a vista era assim, só nuvens encobrindo. Uma coisa linda. No horizonte começa a se formar uma mancha vermelha devido a chegada do Sol.
E exatamente as 06h15min os primeiros raios do Sol surgem na direção do litoral. Sem palavras para descrever a cena. Quem vem ao Caparaó e não contempla essa vista não sabe o que tá perdendo.
Muita gente
Contei umas 70 pessoas e isso porque era um dia de semana. Imagine um Sábado, Domingo ou feriado. Com certeza o lugar enche ainda mais e com toda certeza o esforço vale a pena.
Com o colchão de nuvens circundando toda a região da Serra do Caparaó, dava para notar o Sol banhando inúmeros picos e morros que fazem parte do P.N.
Era maravilhosa a cena.
Linda vista
Queria ficar mais tempo aqui em cima só para ficar admirando essa linda vista, mas ainda tinha dois picos para subir: o Pedra Roxa e o Cruz do Negro.
Então as 07h40min inicio a descida pela trilha no sentido do Camping Terreirão.
Só tinha um pequeno probleminha: minha água estava no fim e tinha que conseguir um pouco mais se quisesse subir mais 2 picos.
H2O na base do Pico do Bandeira
Ao terminar o trecho íngreme da descida do Bandeira, a trilha segue por declive suave e não muito longe das placas de madeira encontro uma pequena bica de agua do lado direito. É em pouca quantidade, mas água de boa qualidade e pelo menos consegui completar minha PET que estava quase no fim. Essa nascente me deixou intrigado. A altitude naquele ponto é de quase 2800 metros e a nascente parece ser do Rio Pedra Roxa, de acordo com o que encontro na carta topográfica da região. 
E com isso, essa parece ser a nascente com altitude das mais altas do país. Nem na Pedra da Mina, no Itatiaia ou no Roraima eu encontrei nascentes em altitudes tão altas. Cultura inútil eu sei, mas fica aí o registro. 
Voltando à trilha, continuo a descida e ao longo dela vou tentando achar alguma bifurcação à direita que leva ao Pedra Roxa, que já consigo visualizar daqui.
Pedra Roxa logo ali
Procuro daqui, procuro dali e nada de achar alguma trilha demarcada. Com certeza quem chegou ao topo dela teve de varar mato, passando por muitos arbustos.
Até pensei em fazer isso também, mas sem uma trilha demarcada, seria complicado, pois estava com as horas contadas, já que ainda iria subir o Morro Cruz do Negro, passar pelo Vale Encantado e finalizar o dia no Camping Tronqueira.
E de onde eu estava, olhando a encosta norte do Bandeira, vejo que ali era bem melhor para descer do topo e chegar no Pedra Roxa, mas já era tarde demais. Até existe um tracklog no Wikiloc descendo do topo do Pico da Bandeira pela encosta norte para chegar no topo do Pedra Roxa, mas avaliei que não dava tempo de retornar ao Bandeira, ainda mais com cargueira, por isso desisti dessa Pedra.
Cruz do Negro à frente
Pelo menos agora virou uma questão de honra eu subir o Morro Cruz do Negro, que está na minha frente.
Ao chegar na base do Morro, saio à direita da trilha principal por um pequeno vale, seguindo um dos tracklogs e escondo a minha mochila atrás de alguns arbustos, ficando somente com a mochila de ataque onde tem água e alguns alimentos. Para quem está sem GPS a referencia é chegar em um totem de madeira que está a uns 250 metros da trilha principal. O totem é no formato de um poste e provavelmente serviu para fixar placas de sinalização a muitos e muitos anos atrás.
Trilha até o topo
Atualmente só sobrou o totem e ao chegar nele é só retornar uns 10 metros e o inicio da trilha que leva ao topo do Morro começa aqui. São 10h20min e nesse trecho de subida existem alguns marcos de pedra para ajudar. Só uma coisa que incomoda: a neblina que a todo momento teima em cobrir toda a região
Ao longo da subida, de vez em quando checava o tracklog para ver se estava no caminho certo, mas esse trecho inicial não apresenta bifurcações, então é uma subida sem grandes dificuldades.
Até deixei o celular com o tracklog na mochila e fui subindo, me orientando por alguns totens de pedra, que foram colocados em cima de inúmeras rochas. De vez em quando o Pico do Cristal e o Camping Terreirão surgiam em meio a neblina. 
Pico Brownsea
Em um falso cume encontro um enorme totem de pedra e em cima dele uma placa de madeira escrito “Pico Brownsea”. Estranho né, mas nem paro aqui e continuo a subida.
Topo do Morro Cruz do Negro
E pouco antes das 11:00 hrs chego no topo do Morro da Cruz do Negro, marcado por alguns totens. A altitude aqui é de quase 2660 metros e segundo o IBGE esse é o 12º ponto mais alto do país. A neblina não me deixa ver muita coisa ao redor e fico um certo tempo aqui para descansar e tirar alguns clics, quando o visual se abre. Acabo com minha água, pois sei que o Terreirão está bem próximo e lá posso me reabastecer.
E as 12h20min inicio a descida, que é bem rápida, me orientando somente pelos totens.
Trilha para o Terreirão
As 12h45min já estava pegando a mochila e de volta à trilha principal. Esse trecho final antes do camping é bem erodido e está passando por um processo de recuperação, por isso foi aberta uma trilha paralela.
Camping Terreirão
As 13h15min chego no Camping Terreirão com o lugar relativamente vazio e apenas 2 barracas que estavam bem no outro extremo do camping. Aqui também tem um vestiário com chuveiros e pias e sem duvida nenhuma esse é o maior de todos, com a vantagem de que é possível ficar no camping sem barraca, bivacando dentro da Casa de Pedra, que literalmente é um abrigo feito de pedras e remonta a época das guerrilhas que combatiam a ditadura. 
Casa de Pedra
Com tempo de sobra resolvo tirar a barraca da mochila e deixá-la secando no gramado. E as 14h35min já com ela seca, volto para a trilha sentido Camping da Tronqueira.
A trilha é bem demarcada com muitos trechos erodidos. Algumas bifurcações levam até a margem do Rio José Pedro, que segue próximo da trilha e de vez em quando algumas cachoeiras e poços surgem no rio e podem ser boas opções para se divertir para quem dispõe de tempo. 
Trilha para Tronqueira
Vários grupos cruzam comigo, subindo a trilha e as 15h25min chego na famosa araucária solitária, onde foi colocado um banco de madeira, mas eu passo direto. Aqui é considerado a metade do trecho e uma placa sinaliza que o lugar agora se chama Rancho dos Cabritos.
Continuo a descida e logo outras bifurcações saem da trilha principal e levam ao trecho do rio chamado de Vale Encantado, com varias quedas e poços, mas eu prefiro seguir para o camping.
Camping Tronqueira
As 16h20min chego na Tronqueira, que está bem vazia, não tendo mais que 10 barracas. 
Uma coisa me chamou a atenção: a ausência das mulas que costumavam levar mochilas e algumas pessoas até o Camping Terreirão. Na época que visitei o parque presenciei esses animais seguindo pela trilha. Achava muito errado e parece que o parque proibiu. Isso é bom.
Já no camping monto a barraca bem no extremo dele e aproveito para tirar um cochilo.
Por do Sol na Tronqueira
Só saio dela cerca de 1 hora depois, somente para tirar algumas fotos do Por do Sol em um mirante ao lado do camping com vista panorâmica para MG, dessa vez sem a neblina.
Mais barracas vão sendo montadas e presencio a conversa de uma funcionária do parque com alguns campistas avisando que não é permitido som alto e bagunça depois de um certo horário e em caso de reclamações o parque irá acionar a Policia Militar e o campista será obrigado a se retirar. Isso era só um trecho da conversa, que era bem ameaçadora. 
Primeira vez que tinha visto uma situação assim e talvez por isso foi uma noite tranquila. Para o jantar uso o restante da minha comida e depois de um banho gelado era hora de dormir.
Amanhecendo pelo lado de MG
Por volta das 07:00 hrs já estava levantando e tirando algumas fotos no mirante, onde o visual é voltado somente para a cidade de Alto Caparaó/MG e o colchão de nuvens também está presente. O Sol está brilhando e sem uma nuvem sequer.
Vale Encantado
Deixo minha barraca e sigo para o Vale Encantado para ver se consigo aproveitar alguma das cachoeiras e poços para banhos. O Vale fica ao longo do Rio José Pedro e a paisagem se assemelha aquelas de filmes. Suas águas são transparentes, porém o parque não permite subir todo o rio, pois onde fica a captação de água existe uma placa de proibir passar daquele limite, com risco de multa. Desisto de entrar na água porque ela está bem fria e depois de vários clics volto para o camping 
Lugar quase lotado
Mais pessoas vão chegando ao camping e conto um total de quase 40 barracas, mas ainda com espaço para muito mais. Desmonto a minha e as 10h40min com mochilas nas costas vou descendo pela estrada. Daqui até a portaria de MG são cerca de 6 Km em declive bastante acentuado. 
Vejo uma fila de carros tentando achar uma vaga para estacionar na estrada mesmo, pois o estacionamento do camping já estava fechado com correntes.
Alguns funcionários do parque orientam os visitantes a procurarem vagas mais para baixo. Ao longo da estrada eram carros e mais carros dos dois lados estacionados e cobertos de poeira. Pequenos grupos passam por mim e perguntam como está o camping. Digo que está bem cheio, mas com vagas.
Cachoeira Bonita
Ao chegar na bifurcação à direita para a Cachoeira Bonita, sigo para a trilha e encontro o lugar vazio. Ela se localiza ao longo do Rio José Pedro e dizem que tem 80 metros de altura, mas eu desconfio. O volume de água era pouco e depois de vários clics volto para a estrada e sigo descendo até a Portaria. Alguns carros particulares e jipes de transporte passam por mim, mas carona que é bom, nada.
Bica dágua
Pequenas nascentes cruzam a estrada e são perfeitas para matar a sede. Para reabastecer acho desnecessário porque é um peso a mais. Algumas janelas na vegetação permitem um lindo visual da paisagem abaixo.
As 12h20min chego na bifurcação para o Vale Verde e sigo para lá. Encontro o lugar somente com 3 pessoas que estavam em cima das pedras, junto ao Rio Caparaó, que vai formando pequenas quedas ao longo do seu curso. 
Vale Verde
O local dispõe de algumas churrasqueiras com mesas e assentos de madeira, além de um banheiro com pias em meio a mata atlântica fechada. Local bem tranquilo, mas sem Sol devido a vegetação.
Fico alguns minutos com os pés mergulhados na água gelada do rio, já que os dedos estavam bem doloridos devido aos trechos íngremes da estrada. Se pudesse até iria explorar o rio acima, mas o cansaço já batia e só queria chegar em alguma pousada e comer um belo prato de comida tipicamente mineira.
Agora são os últimos metros da travessia, passando ao lado do centro de visitantes e da Administração do parque para chegar na portaria de MG as 13h10min e aqui finalizo o tracklog que totalizou mais de 55 Km, desde do Distrito de Pedra Menina/ES.
Portaria mineira do Parque
Deixo meu nome na portaria para darem baixa na minha travessia e sem perder tempo vou descendo o trecho final até a cidade de Alto Caparaó, mas um fato curioso acontece.
Cerca de 50 metros depois da portaria uma mulher vem correndo na minha direção  dizendo: “para.......para. Quero falar com você”.
Sem se apresentar, diz que um funcionário do parque tinha acabado de encontrar uma pequena fogueira feita de gravetos em frente ao acesso da Administração do parque. E que a última pessoa que passou por lá fui eu. Diz que a fogueira não chegou a pegar fogo, mas é um grande perigo e que qualquer fagulha pode causar um grande incêndio na parte baixa.
Só fico ouvindo ela dizer sem falar nada e depois de ela terminar de falar pergunto seu nome. Diz que se chama Thais e ela é a diretora do parque.
Digo que estou fazendo a travessia do parque, vindo do ES sem ter feito uma única fogueira sequer e não teria motivos para fazer uma em frente da Administração. Sou um treker responsável e sei muito bem das consequências de uma fogueira. Definitivamente não era eu o responsável.
Contei toda a minha travessia e os lugares por onde passei e não teria motivos para fazer uma coisa dessas.
Conversa vai, conversa vem, ela já percebe o engano e como eu estava conversando com a diretora do parque aproveito para perguntar sobre a trilha do Cristal e a da Cruz do Negro, que não são sinalizadas e só cheguei neles com a ajuda de um tracklog.
Diz que estão havendo reuniões para se discutir isso e que em breve surgirá novidades, mas não quis entrar em detalhes. Tentei insistir, mas ela não falou. Ao voltar para casa, pesquisei um pouco melhor sobre o parque e essas novidades e o que encontro não dá para dizer se são boas ou más noticias. 
O parque do Caparaó está numa lista de prováveis que podem ser privatizados, isto é o ICMBIO entregaria a Administração do parque a uma empresa privada, assim como já acontece no P.N. do Iguaçu/PR. E nas pesquisas vejo que outros P.N. da região Sudeste também estão nessa lista.

Bom.... Voltando ao meu relato, digo a ela que espero que encontrem o responsável pela fogueira e encerramos a conversa com ela me pedindo desculpas. Disse que tudo bem, lhe desejando sorte.

Continuo minha descida pela estrada até chegar na Praça da Matriz uns 20 minutos depois, onde dei uma parada para descanso.
A quase 20 anos atrás, quando conheci o Parque fiquei hospedado por 3 noites na Pousada do Rui, a 1 quarteirão de onde estou e até queria me hospedar lá novamente, mas me assustou o valor da diária. Com certeza eram as últimas e as mais caras. As outras pousadas que liguei com preços semelhantes estavam lotadas, talvez devido ao último fim de semana das férias de Julho, então era de se esperar valores altos e pousadas cheias. 
E com isso fiquei na Pousada Querência, alguns minutos descendo pela avenida principal, sendo uma das únicas com vagas naquele dia.
Cafezal ao lado da avenida principal
A cidade parece que vive só do café. Você encontra plantações a poucos metros avenida principal, até nas encostas mais íngremes. 
Depois de deixar as coisas na Pousada fui conhecer algumas lojas na avenida principal e comer alguma coisa. O jantar foi num restaurante em frente da Igreja Matriz, mas como estava uma noite muita fria, voltei rapidamente para a Pousada.
No dia seguinte comprei na própria pousada um pacote com 250 gramas de um café gourmet (também chamado de arábico fino) por exagerados $40/kilo. Não sou um bom apreciador de café e comprei mais por curiosidade.
As 11h30min peguei o circular na avenida principal em direção a Manhumirim, onde embarquei de volta para SP as 16h40min, chegando aqui as 07:00 hrs.



Dicas e informações úteis (Atualizado Julho/2020)

Para quem pretende fazer a travessia e usar os campings do P.N. é necessário fazer reservas no site. E alguns dias antes da visita confirmar a reserva, senão o P.N. cancela sem aviso prévio (devido à pandemia, esse parque está temporariamente fechado).

Dúvidas em relação a visitação ao P.N. 

# Telefones das Portarias:
- Portaria MG: (32) 3747-2086 e (32) 3747-2943 
- Portaria ES: (28) 3559-3096

#Logistica (referencia Julho/2020)

Entrada pela portaria do ES
- Onibus de SP - Espera Feliz.
www.itapemirim.com.br
(Devido à pandemia a empresa de ônibus só está operando até a cidade de Carangola/MG, que é vizinha de Espera Feliz).
- O trecho Carangola-Espera Feliz é operado pela empresa Paraibuna com vários horários ao longo do dia.
www.paraibunatransportes.com.br
- De Espera Feliz até Distrito de Pedra Menina/ES são 2 opções: contratar um táxi ou ônibus circular da empresa Nossa Senhora de Fátima.
Tel: (32) 3746-1144 ou (32) 3746-2205 ou (32) 3741-1333. (Não tenho informação se Uber opera nessa cidade).   
Entrada pela Portaria de MG
- Entrada pela portaria de Alto Caparaó/MG: maioria das linhas interestaduais tem ponto final em Manhumirim/MG e de lá sai o ônibus para Alto Caparaó com vários horários pela empresa Rio Doce.
www.viacaoriodoce.com.br

# Horários da linha ônibus circular de Espera Feliz até Pedra Menina/ES (ideal confirmar pelo telefone)
- Segunda a Sexta: 06h30min - 10h30min - 13h30min - 15h30min - 18h00
- Sábado: 07h50min - 12h00 - 16h30min
- Domingo: 06h00 - 08h00 - 16h30min

Para evitar o perrengue de pegar ônibus errado em Espera Feliz, faça o seguinte: só embarque no ônibus circular que segue para os Distritos de Paraíso e Pedra Menina, no lado do ES.

# Para quem pretende contratar algum transporte, é fácil conseguir em Alto Caparaó.
Nas Pousadas abaixo relacionadas se consegue contatos de pessoas que fazem o transporte até Pedra Menina ou vice versa.

# Hospedagem 
- Alto Caparaó/MG possui uma boa quantidade de pousadas e para todos os bolsos - Pousada do Rui (se não estiver muito cara) ou a Pousada do Querencia:

# No Distrito de Pedra Menina/ES existem poucas pousadas, mas também é possível ficar em casas de família, que oferecem quartos a preços baixos.

# Em Alto Caparaó são encontrados bons restaurantes e pizzarias, próximo da Igreja Matriz ou ao longo da avenida principal.

No interior do parque existem alguns picos que estão na lista dos 15 maiores do país em altitude, segundo o IBGE:
3- Pico da Bandeira: 2891 metros
6- Pico do Cristal: 2769 metros
12- Morro da Cruz do Negro: 2658 metros
13- Pedra Roxa: 2649 metros
14- Pico do Tesouro: 2620 metros

# Não tive problemas quanto a água. Só fique atento que na base do Pico da Bandeira a bica é com pouca água.

# Lanternas são essenciais e leve também pilhas reservas.

Protetor solar é obrigatório.

Chapéu ou boné com abas também é muito útil.

Em nenhum trecho dessa travessia consegui sinal de telefonia celular da Vivo. Só consegui contato com minha família no mirante do Camping da Tronqueira. Me disseram que tem sinal da TIM nas partes mais altas do parque.

Para quem for usar um app de GPS no celular com o tracklog não esqueça de levar um Power Bank. Em baixas temperaturas a bateria do celular descarrega mais rápido.

Para navegação e gravação do tracklog recomendo 2 app para o GPS do telefone celular. Todos na Play Store.
- GPX Viewer usei para navegar nos tracklogs.
- E o Wikiloc ou o Geo Tracker para gravar o tracklog do percurso.

31 comentários:

  1. Parabéns Augusto por mais uma travessia linda, da próxima vez quando for fazer alguma travessia, e não tiver nenhum companheiro me avise que vou com você sem problemas.
    Abçs
    Marcelo

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    1. Oi Marcelo.
      Valeu pelos parabéns.
      Eu chamei alguns poucos colegas de trilhas que eu já conhecia e já tinha feito trilhas com eles.
      Pois o meu planejamento era fazer essa travessia em dia de semana por causa das minhas férias.
      E sei como é difícil conseguir cia, por isso que chamei alguns poucos.
      Mas todo mundo trabalhava.
      Travessias longas assim só faço nas minhas ferias mesmo.
      Já que posso fazer um roteiro mais longo.
      Se surgir alguma travessia longa assim, te dou um toque.

      Abcs

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  2. Ok Augusto
    Só me chamar
    Segue meu e-mail
    marcelo.tartari67@gmail.com

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    1. Blz Marcelo.
      Qualquer novidade, te mando mensagem.

      Abcs

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  3. Olá.. tudo bem? Nao sei se lembra de mim, mas me chamo Stephanie. Nos conhecemos em janeiro do ano passado, na trilha da cachoeira do elefante.. Você estava com sua família e fizemos o percurso com vcs! Acabei perdendo o contato que vcs me passaram.. E estava querendo marcar novamente para fazer esta trilha, com uns amigos meus! Gostaríamos muito que você nos acompanhasse pois conhece muito bem o local!

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    1. Oi Stephanie.
      Sim, lembro de vc lá na trilha.
      Eram todos meus amigos aquele pessoal.

      Nessa cachoeira já era a minha terceira ou quarta vez, então não tenho pretensão de retornar lá.

      Mas vc percebeu que não é uma trilha dificil.
      Talvez na travessia do Rio Itapanhaú, onde se recomenda o uso de uma corda.
      Dê uma lida no relato e se tiver algumas duvidas, pode perguntar a vontade:
      https://trilhasetrips.blogspot.com/2018/03/cachoeira-do-elefante-o-2-retorno-serra.html

      O que eu puder ajudar vcs nessa trilha.

      Abcs

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    2. Oi!! Ah sim.. entendi
      Vou dar uma olhada no relato! Obrigada pela dica! Qualquer coisa eu pergunto pra você!
      Obrigadaa! :)
      Abraço!

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    3. São dois relatos dessa cachoeira, com muita informação útil.
      Espere que ajude.
      Mais duvidas, pode postar lá.

      Abcs

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  4. Segue meu email para contato: stephanie_rizzo31@hotmail.com

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  5. Bom dia Augusto, tudo bem?
    Irei fazer a travessia nas minhas férias (maio), já imprimi os seus relatos é baixei o tracklog, porém gostaria de te perguntar algo!
    Você poderia indicar algum lugar no qual eu consiga fazer um acampamento selvagem? Bem isolado?
    Não importa a quantidade de dias pois estarei de férias!
    Se preferir pode me enviar um e-mail c.br.c@hotmail.com.
    Desde já agradeço!
    Claudio.

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  6. Oi Claudio, tudo bom?

    Camping selvagem vc encontra muito na região da crista da Mantiqueira.
    Tirando o PN Itatiaia, que só permite em locais já demarcados.
    Mas região de Monte Verde, Extrema (Serra do Lopo), crista da serra em Campos do Jordão, Serra do Papagaio, Marins, Pedra da Mina. Tem muita opção.
    E no litoral também: Joatinga, algumas praias do litoral norte de SP.
    Só para citar os mais próximos de SP.

    Já se vc quer locais bem isolados, também encontra na Serra do Mar de Biritiba Mirim, Serra do Mar de Paraty, região da Serra do Mar de Itanhaém. Em geral a Serra do Mar é bem isolada, mas perigosa.
    Esses que eu citei são lugares onde existem trilhas que não são tão demarcadas e o acesso a alguns lugares é bem complicado.
    Se vc se perder por lá, difícil alguém te encontrar.
    Eu recomendo esses lugares somente para quem tem uma boa experiencia em caminhadas nesse tipo de região.
    Não é para qualquer um não.

    Boa sorte.

    Abcs

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    1. Boa noite Augusto, eu gosto bastante da Serra do mar, seguirei aqui as suas dicas.
      Tenha uma excelente noite.
      Abraço

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  7. Oi Claudio.

    Serra do Mar tem muita opção mesmo.
    Paranapiacaba, Bertioga, Ubatuba, Paraty.
    São inumeras trilhas e para todos os gostos.
    Nesses lugares vc encontra desde as mais faceis até as mais complicadas.

    Gde abc

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  9. Augusto, bom dia! Fiquei fascinado com o teu relato de travessia. Quero fazer algo menor, pois, não enfrento a natureza há alguns anos, o que fazia constantemente nós anos 80 e 90, mas de forma rústica e sem os equipamentos necessários. Pode entrar em contato via e-mail? Desde já obrigado!!

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    1. Oi Carlos, blz.

      Essa é uma travessia cansativa, mas é maravilhosa. Lindos visuais no topo da serra e acompanhar o Por do Sol e a Aurora é sem palavras.
      Existem opções para diminuir o percurso. Fica a seu critério do que vc pretende conhecer ou por onde quer entrar no Parque.

      Se quiser, pode postar sua dúvida por aqui mesmo. As vezes pode ajudar outras pessoas também.
      Ou se faz questão de enviar a duvida pelo email: agsts2@gmail.com

      Valeu
      Abcs

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  10. Augusto, obrigado pelo retorno! Bom, as áreas de acampamento estão fechadas durante a pandemia, o que inviabiliza passar um período de tempo maior no interior do parque. Vale a pena? Ou melhor esperar por dias melhores? Abraço!!

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    1. E aí Carlos.
      Com as areas de campings fechadas, eu só visitaria o Parque quando reabrissem esses acampamentos.
      Presenciar o Nascer e o Por do Sol no topo do Bandeira é maravilhoso.
      E sem contar que seria muito puxado fazer isso em um único dia.
      Espere a situação melhorar e faça a travessia.
      Vale a pena esperar.

      Abcs

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  11. Augusto, conseguiu saber mais da trilha pro Pico da Pedra Roxa. Gostaria de saber se existe a trilha ou como voce comentou, que tem que caminhar por entre os arbustos. Não achei o Tracklog pra este pico. Podes me ajudar.

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    Respostas
    1. Blz Paulo.
      Tentei ir no Pedra Rocha, mas fui pela trilha mais fechada. Dei azar. Não aimaginava que estava tão fechada assim.
      Depois que retornei dessa caminhada fui pesquisar melhor e achei um tracklog saindo do topo do Bandeira, seguindo a leste.
      Parece ser um pouco mais tranquila já que o trecho pelos arbustos é menor.
      Vá no wikiloc e digite Pedra Roxa que vc encontra esse track.
      Abcs

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  12. Conhece alguém que já fez ou possa me ajudar com algumas informações para fazer o Pico do Tesouro. Melhor ainda seria onde posso encontrar um nativo da região que seja guia ou mateiro.

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    Respostas
    1. Não conheço ninguém que fez o Tesouro, mas não acho que terá muitas dificuldades.
      É só dispor de tempo e o clima ajudar.
      Quando cheguei no topo do Cruz de Negro, dava para ver o Tesourinho e o Tesouro à nordeste
      Bem nitidos.
      Mas parece ser uma caminhada árdua já que eram vários vales que separavam.
      Creio que o ideal é sair bem de manhazinha do Terreirão sem cargueira, com apenas 1 mochila de ataque para voltar no mesmo dia.
      A trilha é a mesma que leva ao Cruz de Negro e dali segue quase que no visual.
      Eu achei alguns totens que podem ajudar.
      O que estraga um pouco é a neblina que de vez em quando tomava conta de tudo.
      Se quiser um guia, talvez o parque pode indicar.
      Porém acho que nesse caso o pessoal não vai permitir porque não faz parte da relação de picos abertos à visitação.

      Boa sorte

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    2. Obrigado Augusto pelas dicas, também já peguei neblina bem espessa por lá, quando subi o Cristal.Muito importante estas informações. Pois confirmou minhas impressões.

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    3. Blz Paulo.
      Estamos numa época boa para caminhar no parque.
      Começando periodo de frio.
      Boa sorte.

      Abcs

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  13. Muito obrigado pelas dicas. Ano passado fui com a minha família pelo lado do ES, e infelizmente a caminhada durou muito tempo, pois a minha esposa sentiu muito. Já conhecemos o lado de MG tbm.
    Esse ano estou planejando fazer a mesma travessia que vc fez sozinho.
    Vc poderia compartilhar o que levou de mantimentos e qual fogareiro levou?
    Quando eu e minha esposa acampamos no lado de MG levei um fogareiro caseiro com álcool em gel, mas não funcionou muito bem
    Estou preocupado com esse item, pq se faltar alguma coisa já era. Rsrsrs.
    Desde já obrigado

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    Respostas
    1. Oi Luis Paulo.
      Por já ter entrado pelos 2 lados do parque, eu posso dizer com toda certeza que entrando pelo ES é bem mais cansativo. Talvez se tivessem chegado até a Casa Queimada de carro, o esforço seria menor.

      Quanto a alimentação que levei nessa travessia, é a que eu costumo levar em qualquer outra caminhada.
      Procuro sempre levar algum tipo de massa. Por ser digestão mais rápida, cozimento que não demora e não pesa na mochila. E tem também aqueles sopões de vários sabores.
      E algum tipo de proteína.
      Já levei sardinha ou atum enlatados, vários tipos de linguiça defumada ou salames.
      E sempre algumas frutas secas.
      Em geral, tudo o que for o mais leve possível para não pesar na mochila.
      Até o meu fogareiro é daqueles mini, igual o do anuncio abaixo.
      E panelas próprias para trilha. Por serem leves e fácil de acomodar.
      Uma sugestão é essa aqui:
      https://www.amazon.com.br/Loijon-Conjunto-acampamento-Piquenique-Caminhadas/dp/B08DHQRZ7R/ref=asc_df_B08DHQRZ7R/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=457277241281&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=7235438840933039011&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1001773&hvtargid=pla-983882587836&psc=1

      Boa sorte.
      Abcs

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    2. Obrigado Augusto. Como foi o acampamento lá no pico? Muito frio? Nunca vi o pôr do sol nem o nascer do sol lá em cima.

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  14. Luiz, eu montei minha barraca ao lado da estatua do Cristo. É um piso de concreto e fez muito frio.
    Por ter esperado até o Por do Sol, não queria descer até o Terreirão na completa escuridão.
    Minha intenção era acompanhar o Nascer do Sol, já que é uma das principais atrações.
    No Terreirão a temperatura é um pouco mais amena e dá para escolher vários lugares para se proteger do frio.
    A desvantagem é ter acordar na madrugada para chegar no topo do Bandeira a tempo de ver os primeiros raios do Sol.

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  15. Deve ser muito bonito.... Obrigado pela resposta. Vou fazer o possível para ver o por e o nascer do sol dessa vez. Abraço.

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    1. Eu colocaria a aurora e o por do sol como principais atrações para ver no parque.
      Vale a pena o esforço

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