31 de maio de 2011

Relato: Trilha do Rio Branquinho - Parelheiros x Itanhaém/SP, descendo pela Serra do Mar

Trocando uns e-mails com meu colega de caminhada Gibson, ele disse que estava retornando para Trilha do Rio Branquinho na Serra do Mar, juntamente com o Rafael e o Sandro, do Fórum Mochileiros, para refazer a trilha.
Na 1ª vez que tinham ido, eles saíram da linha férrea antes de chegar no túnel 24 e com isso pegaram o trecho errado da trilha e tiveram que voltar. 
Como eu já tinha lido alguns relatos dessa travessia, sendo um deles do famoso montanhista Sérgio Beck, sabia o lugar exato do início da trilha, que era logo após o túnel 24 e com o convite do Gibson, resolvi me juntar a trupe.

Foto acima tirada na linha férrea pouco antes de chegar no início da trilha. Da esquerda para direita: Paulo, Marcelo Gibson, Raffa, Sandro e eu.


Fotos, carta topográfica e imagens do Google Earth com trilha plotada: clique aqui

Tracklog para GPS de toda essa caminhada: clique aqui 

Quem também se uniu ao grupo foram o Paulo Piacitelli (do Fórum Mochileiros), o Minduim e o Clayton e agendamos essa trilha para final de Maio - uma Sexta-feira.

O tempo estava meio instável e diversos sites de meteorologia previam garoa na noite de Sexta e no Sábado durante do dia. Só melhoraria no Domingo com previsão de muito Sol e foi exatamente o que aconteceu.
Marcamos de todos se encontrar na saída do Metrô Vila Mariana por volta das 20:00 hrs onde pegaríamos o ônibus em direção ao Terminal Parelheiros, já com o Sandro nos aguardando lá. 
Com o relato do Sérgio Beck em mãos, no dia e horário combinado, fui encontrar o Gibson, o Raffa e o Paulo em um barzinho ao lado da estação do Metrô, já me esperando e com 2 baixas: o Minduim e o Clayton desistiram.
Aqui pegamos o ônibus Metro Vila Mariana-Term. Parelheiros onde chegamos por volta das 22h30min já com o Sandro esperando a gente.
O ônibus que segue em direção ao Bairro da Barragem saiu logo em seguida, chegando pouco depois das 23:00 hrs no ponto final, com uma fina garoa.
Sandro, Raffa, Marcelo, Paulo e eu
Embaixo de um ponto de ônibus improvisado arrumamos nossas mochilas e iniciamos a longa pernada até a próximo ao túnel 25 da linha férrea, onde montaríamos nossas barracas. Pode-se dizer que aqui já estamos no interior, mas o lugar é o extremo sul da cidade de São Paulo.
Assim que descemos do ônibus, um dos passageiros que desceu com a gente só fez um alerta: “cuidado com as onças na serra hein” e talvez ela tenha aparecido, mas só à noite.
Seguíamos pela Estrada em direção à linha férrea e poucos minutos de caminhada paramos em um barzinho para comprar água, mas só tinha torneiral. Paciência, vai ser essa mesmo.
De volta à pernada, seguimos pela Estrada Evangelista de Souza por uns 300 metros até sair dela à direita e continuar a caminhada por uma estrada, que antigamente era uma linha férrea que vem de Jurubatuba e que hoje está destruída pelo tempo e coberta pela estrada.
Caminhada no meio da noite
Na total escuridão e sob uma leve garoa, caminhávamos em um ritmo forte, desviando de poças de água e do barro até chegar nos trilhos da linha férrea administrada pela ALL (América Latina Logística) e usada para transporte de grãos em direção ao Porto de Santos. 
Mais alguns minutos e chegamos na antiga estação Evangelista de Souza à esquerda, pouco antes das 00h30min, abandonada e só encontramos algumas locomotivas esperando vagões, mas pelo menos a garoa tinha parado e depois de um breve descanso voltamos à caminhada, agora pelos dormentes da linha férrea. 
Não foi fácil porque com a escuridão tivemos que iluminar os dormentes que íamos pisando e como eles estavam escorregadios, um tombo ali poderia machucar. 
Trem de carga da ALL
Por volta das 01:00 hrs passamos ao lado do local onde fica uma viatura da PM diariamente com a finalidade de barrar quem segue pela linha do trem, em parte devido às mortes ocorridas na Cachoeira da Usina do Capivari e as inúmeras pessoas que se perdem nessa travessia até o litoral.
Ali quem passa é somente os que estão indo para a Cachoeira/Camping do Jamil.
Por volta das 01h15min passou por nós uma locomotiva com uns 50 vagões descendo a serra, que nos fez parar por alguns minutos até voltar a caminhar.
Mais uns 30 minutos e passamos ao lado do que foi um descarrilamento onde é possível ver restos de uma carga de grãos abandonado ao lado da linha férrea, mas o pior era que a soja derramada nos trilhos formou uma espécie de lama e que ao pisar, atolei toda a minha bota e o cheiro era insuportável.
Caminhada ao lado da linha férrea
Passamos por duas pontes sobre rios, sendo que a segunda (Rio dos Campos) é um ótimo local para camping embaixo dela.
E pouco antes das 02:00 hrs passamos pela bifurcação do lado direito que leva até a Cachoeira da Usina do Capivari, onde estive em 2000 (relato aqui) e alguns metros à frente chegamos no primeiro túnel (o 27º), já com uma fina garoa. 
Aqui pegamos um pouco de água de uma nascente e eu tentei lavar a minha bota para retirar o mau cheiro, mas era impossível.
Depois de descansar por alguns minutos, voltamos à caminhada. 
Aqui atravessamos o úmido túnel 27 e mais uns 30 minutos depois dele, outro trem passou por nós em direção ao litoral, mas antes de passar todos os vagões, eis que outro trem passou bem ao nosso lado, mas dessa vez subindo a serra. O Sandro até tentou descer um pouco a encosta e quase não volta mais, já que estava bem escorregadia.
Trem chegando
Voltamos à caminhada, passando pelo túnel 26 e um pouco à frente o 25 e no final dele saímos da linha férrea por uma canaleta de água à direita e ali seguimos por trilha demarcada bem íngreme até chegar a um descampado uns 10 minutos depois sob fina garoa.
Nesse pequeno trecho, como eu estava em último na trilha quase sofro um grave acidente - passando ao lado de um desmoronamento à esquerda não percebi que a trilha estava bastante estreita e escorreguei ribanceira abaixo, mas consegui me segurar na vegetação e gritei para alguém vir me puxar e o Paulo veio em socorro. 
Se não houvesse a vegetação eu poderia ter rolado por alguns metros abaixo, mas graças a Deus sai sem nenhuma lesão. Por isso muita atenção nesse trecho, se alguém passar ali.
Camping no meio da mata
Já no descampado, o problema agora era montar a barraca no escuro e ainda garoando. 
Para piorar o terreno era inclinado e poucos lugares confiáveis. Depois de montar a minha correndo sob luz da lanterna joguei todas as coisas para dentro dela e em seguida fui trocar de roupa para me enfiar no saco de dormir que estava um pouco úmido por causa da garoa. 
O relógio marcava 03h20min e agora era dormir algumas poucas horas, porque logo estaria amanhecendo e ainda tínhamos muito que caminhar. 
Acordei por volta das 09:00 hrs da manhã somente para olhar como estava o tempo e como era de se esperar, tudo nublado com uma garoa que ia e vinha de vez em quando.
De volta à linha férrea
Voltei a fechar a barraca, mas era difícil pegar no sono novamente, então resolvi levantar definitivamente pouco depois das 10:00 hrs.
Aos poucos todos foram levantando e desmontando as barracas.
Fiz um rápido café da manhã e por volta das 11h30min estávamos prontos para continuar a caminhada .
Pouco antes das 12:00 hrs já estávamos na linha férrea em direção ao início da trilha, já sem sinais de garoa, o que era bom. 
Da linha férrea, com algumas aberturas do tempo já era possível ver o vale do Rio Branquinho, onde caminharíamos bem próximo dele o dia todo, mas sem o visual da praia bem ao fundo. 
O problema era a neblina que teimava em cobrir aquela região.
Ponte sobre o Rio Branco de Cima
Pouco metros antes de chegar no túnel 24 passamos por uma enorme ponte que fica sobre o Rio Branco de Cima.
Embaixo dela vi que era possível acampar ou até bivacar ali protegido das chuvas e ventos, mas com um grande problema: o barulho dos trens que passam quase que de hora em hora, subindo ou descendo a serra. 
Para quem não se importa com o barulho, o lugar é perfeito para passar a noite.
Cruzado o túnel 24 e mais uns 500 metros chegamos no início da trilha, marcado por uma enorme bananeira do lado direito às 12h20min. 
Aqui existe uma placa do Governo Federal alertando que aqui é “Terra Protegida” e que o acesso é interditado a pessoas estranhas, pois ali é área indígena. 
Início da trilha pela mata
O aviso é mais para que as pessoas respeitem a área que pertence e sempre pertenceu aos índios.
Junto da trilha existe também uma antena de rádio, que provavelmente é da empresa de logística que opera a linha férrea. 
Área indígena
O início da trilha é bem demarcado, mas é uma pirambeira e tanto, por isso o risco de tombos é grande e depois de um pequeno trecho no plano e com algumas bifurcações para esquerda que desprezamos, chegamos na casa do Índio João uns 10 minutos depois, as 12h30min. 
O lugar é bastante isolado e só tem uma casa bem rústica com cobertura de lona, onde vive João e sua esposa, pois seus filhos moram em Engenheiro Marsilac, para ficarem próximos da escola.
Com o índio João
Como tínhamos trazido 2 Kg de alimentos/pessoa para doar na aldeia dos índios no final da trilha, resolvemos deixar alguns aqui.
Alguns clics depois e continuamos a caminhada, mas tivemos que retornar, pois a trilha correta é a que segue na última bifurcação da esquerda quando estávamos descendo, por isso voltamos uns 50 metros e seguimos na primeira bifurcação à direita (se estiver vindo da linha férrea, siga na terceira ou quarta bifurcação à esquerda). 
Deixando as bifurcações para trás, parece que todas elas se juntam à trilha principal mais abaixo e a pirambeira volta com tudo.
Rio ao lado da trilha
Por causa do solo escorregadio em alguns trechos, o Paulo foi de skibunda, já que para evitar os tombos só se segurando nas raízes e nos troncos das árvores.
Esse trecho lembra muito a trilha do Pico do Corcovado, de Ubatuba de tão íngreme que é, mas com algumas bifurcações criadas pelos índios.
Depois do trecho íngreme e por volta das 14h10min seguimos ao lado do Rio Branco de Cima à direita e chegamos a um descampado onde paramos para um descanso em um tronco de árvore.
Mais uns 15 minutos de trilha e chegamos a um local onde existe um poção e um pequeno remanso, à direita onde a trilha continua do outro lado do rio.
Perdemos um certo tempo para achar essa trilha, mas é só cruzar o Rio Branco de Cima para a direita.
Cruzando o Rio
O local onde atravessamos ele estava com água até um pouco abaixo da cintura, como nessa foto acima.
Já do outro lado do rio, seguimos pela margem direita dele por uns 10 minutos até passarmos por um leito seco cheio de pedras e no fim desse, a trilha retorna à margem e agora a trilha cruza o rio para o outro lado, seguindo pela margem esquerda dele.
Esse já é o Rio Branquinho (que é a junção dos Rios Branco de Cima e Branco da Conceição) e a altura da água chegava até um pouco abaixo dos joelhos.
O lugar é um dos mais complicados dessa trilha, já que não existe marcação nenhuma na trilha de que a continuação é do outro lado. Tem de ir no faro de trilha mesmo.
Rio Branquinho
Bem nesse local onde cruzamos o rio existe uma enorme árvore tomada por bromélias, na margem esquerda. A trilha segue quase paralela ao rio, se distanciando um pouco e perdemos um certo tempo para achar ela. Como já eram 15:00 hrs tínhamos de apertar o passo, pois nossa pretensão era acampar o mais próximo possível da aldeia, já que no dia seguinte tínhamos quase 30 Km de caminhada da aldeia até a Rodovia Pe. Manoel da Nóbrega.
Confluência
Seguindo na trilha sempre pela margem esquerda do Rio Branquinho, daqui para frente foi uma sucessão de cruzar afluentes do rio um atrás do outro (acho foram umas 7x em que cruzamos com rios ou pequenos riachos) e as 16h45min chegamos na confluência do Rio Branquinho com o Rio Capivari.
Demos sorte também em encontrar bem ao lado da confluência um local de acampamento, pois encontramos vestígios de uma espécie de tenda com lonas e cobertas jogadas ao chão e foi aqui que acampamos. 
Na confluência dos Rios Branquinho e Capivari
Assim que montamos as barracas começou a escurecer.
Eu resolvi tomar um pequeno banho no rio, apesar da água estar bem fria e depois de colocar roupas limpas e secas fui preparar a comida que na verdade foi um jantar coletivo, onde cada um fez um prato diferente. 
Rio ao fundo
O Raffa até trouxe alguns pedaços de linguiça e fritou ali mesmo e dividiu com todos.
Depois de saciados, fomos dormir por volta das 19:00 hrs e o sono veio rápido para mim.
Durante a madrugada fui checar a temperatura que marcava por volta de 15ºC.
Caí no sono novamente e pouco depois das 07:00 hrs já estava levantando para preparar o café da manhã.
Camping ao lado do rio
O Gibson disse que acordou no meio da noite ouvindo passos e barulhos de algum animal se aproximando das barracas e será que não era a onça que tinham nos alertado? 
Pode até ser e talvez ela estava atrás de comida.
Esse Domingo prometia ser de muito Sol e não deu outra. Logo pela manhã já era possível ver um céu totalmente limpo e os primeiros raios do Sol já apareciam do outro lado da margem do rio.
Aqui que cruzamos o rio
Desmontadas as barracas e mochilas nas costas, agora era procurar a continuação da trilha e seguindo pela margem esquerda, a trilha terminava logo à frente em um paredão onde era impossível passar, só nos restando cruzar para outro lado do rio. 
O problema era encontrar o trecho do rio onde era possível cruzar sem a correnteza forte e que não fosse tão fundo.
Margem do Rio Branquinho
Até achamos o lugar, junto ao cotovelo do rio e antes da pequena cachoeira.
Com uma corda que o Paulo tinha trazido, fomos cruzando o Rio Branquinho um a um com água até a cintura, mas sem maiores problemas; só o Paulo que teve um pequeno prejuízo, pois deixou cair o bastão de caminhada e a correnteza levou embora. Se estiver chovendo o perigo é maior ainda, já que a correnteza aumenta e a profundidade também. Talvez seja melhor cruzar o Rio antes da confluência, já que lá a profundidade é menor.
Trilha próxima da margem
Já do outro lado o rio, existe também um descampado próximo à margem e muito bom para barracas.
Assim que cruzamos o Branquinho já eram pouco antes das 11:00hrs e de volta à caminhada seguimos por uma trilha bem demarcada tendo o rio do lado esquerdo, às vezes próximo dele ou não. 
Em um dos trechos algumas abelhas começaram a nos atacar e foi uma correria danada para não sermos picados.
Trilha demarcada
Por volta das 12h30min chegamos nas primeiras casas da aldeia indígena e aqui encontramos o índio Henrique que nos disse que conseguiríamos uma carona para Itanhaém do outro lado do rio, junto a outra parte da aldeia. 
Última vez cruzando o Rio 
Aqui deixamos alguns alimentos com ele e partimos para cruzar pela última vez o Rio Branquinho, mas dessa vez com água até os joelhos, em um trecho onde ele era bem largo.
Já do outro lado pudemos ver que a energia elétrica já chegou na aldeia e em uma casa de índios é possível ver até uma antena parabólica. 
Com o cacique Arlindo (responsável pela aldeia) deixamos o restante dos alimentos e conversando com um senhor que estava no local, ele ofereceu carona em um caminhão de boi. 
Aldeia dos índios
Ou era isso ou quase 30 Km de caminhada até a Rodovia e não pensamos 2x. 
Mochilas para dentro do caminhão e lá fomos nós sacolejando pela estrada esburacada. É banana para tudo quanto é lado. 
Saímos da aldeia pouco antes das 13h30min e ainda paramos no Bar do Zé Pretinho uns 15 Km depois.

Nossa carona
Para quem está vindo na caminhada da aldeia, aqui é uma boa opção para descansar e esperar o circular até o centro de Itanhaém (veja os horários no final). 
Ou tentar uma carona até a Rodovia e pelo que pudemos notar não é tão difícil conseguir uma, já que passam vários carros por ali. Se não conseguir carona, dá para contratar um transporte até a Rodovia.
O barzinho fica ao lado de uma barragem da SABESP para captação de água do Rio Branquinho e a partir daqui a estrada já está asfaltada. 
Daqui em diante foram mais uns 20 minutos de estrada até chegarmos na Rodovia Pe. Manoel da Nóbrega, junto a um posto de gasolina.

Carona de caminhão
Depois de agradecer a carona, ainda caminhamos alguns metros até o guichê da Viação Breda, onde compramos as passagens para SP. 
O Paulo que mora em Botucatu embarcou logo depois que chegamos (15:00 hrs), pois só existia 1 única passagem e o Sandro embarcou alguns minutos depois em um ônibus que seguia para Osasco.
Já eu, o Gibson e o Raffa fomos ainda bebemorar para depois embarcar as 16:00 hrs.


Algumas informações uteis e dicas (Atualizado Julho/2020)


# A caminhada por essa trilha é proibida e considerada muito difícil, pela quantidade de bifurcações existentes e pelo número alto de pessoas que são resgatadas pelos Bombeiros. Regularmente a mídia divulga casos de pessoas perdidas nessa região. 

# Mesmo com o tracklog dessa trilha, eu não recomendo fazê-la somente com um GPS ou o relato. Essa trilha é repleta de bifurcações em vários trechos, feita pelos índios. Por isso, se mesmo assim quiser arriscar a fazer essa caminhada, vá somente acompanhado de trilheiros experientes e sempre em grupos. De maneira nenhuma sozinho ou em dupla.

# A linha de ônibus 695Y é a que faz a linha Metrô Vila Mariana - Term. Parelheiros.

# A linha de ônibus 6L05 - Terminal Parelheiros-Barragem nos deixou no ponto final e dali iniciamos a caminhada.

# Algumas vezes, durante o dia, viaturas da PM ficam em um posto próximo da antiga estação Evangelista de Souza, proibindo a passagens de pessoas pela linha férrea, só autorizando até a Cachoeira/Camping do Jamil.


# Muito cuidado na caminhada pela linha férrea porque passam trens com + - 50 vagões de carga quase que de hora em hora e o recuo de segurança em alguns trechos é bem estreito, sendo pior dentro dos túneis.


# O local onde montamos nossas barracas atualmente está com o mato tomando conta. Quem foi para lá recentemente teve dificuldades para acampar. É preferível acampar sob a ponte do Rio dos Campos ou sob a ponte, ao lado do túnel 24.

# O ponto exato onde saímos da linha férrea e seguimos por trilha descendo a encosta em meio à mata é esse: clique aqui.

# Toda a área por onde passa a trilha é reserva indígena dos índios Tupi-Guaranis, por isso existem vários acampamentos que eles usam, sendo comum também encontrá-los pela linha férrea.


# Muito difícil e extremamente perigoso fazer essa trilha em épocas de chuvas, já que os rios sobem muito e a correnteza é forte.


# Ao chegar na aldeia Guarani, peça autorização ao Cacique Arlindo para tirar fotos dos índios e de suas casas.


# Leve alimentos de primeira necessidade para serem distribuídos aos índios, já que você tá fazendo uma trilha em uma área que pertence a eles.


# O trecho final da aldeia até a Rodovia é longo e torça para conseguir alguma carona ou se possível contrate um transporte.


# No Bar do Zé Pretinho (exatamente nesse local) passa um circular em direção ao centro de Itanhaém e que pode ser uma opção para quem está vindo na caminhada da aldeia.

E se puder, desça ao chegar na Rodovia Manoel da Nóbrega, próximo de um guichê da Viação Breda.

# A linha de ônibus que passa pelo Bar e segue para o centro é a Linha: Mambú/Centro/UPA.

www.itanhaem.sp.gov.br/transportemunicipal

19 comentários:

  1. Boa Augustão !

    Trilha com direito a chuva e sol, lama e pirambeiras, rios, algumas incertezas e sorte (caminhão de boi)

    Valeu a cia

    abs

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  2. docemundodeilusoes07 maio, 2013

    Mais um excelente relato Augustão!
    Retratou fielmente nossa pequena aventura.
    E vamos para a próxima!

    Sandro

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    1. Fala Raffa e Sandro, blz?

      Papagaio tô indo no início do mês que vem com seu relato Sandro, mas esse ano quero ver se faço outras trilhas/travessias, como comentei lá na página do Raffa.
      Mas a gente vai se falando.
      E a cia de vcs nessa travessia foi muito legal.
      Valeu mesmo.

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  3. ronniequintino07 maio, 2013

    Quero muito fazer esta trilha... estou me programando; vou com mais 2 amigos...
    Mas me fala sobre o posto policial... passaram como?!
    meu e-mail é ronniequintino@gmail.com

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    1. Blz Ronnie.
      Nas 2x que passei por lá sempre foi a noite ou durante a madrugada.
      Até porque tinhamos já um lugar p/ acampar perto da linha do trem.

      Abcs

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    2. ronniequintino07 maio, 2013

      Blz Augusto.. lembra de mim cara?
      Eu até te liguei para pegar dicas desta trilha... e fui..
      Fiz a descida mas choveu muuuito de sab pra domingo... ficou impossivel de passar pelo rio..
      Por segurança voltamos... Tem as fotos no meu face... Me add lá depois "Ronnie Quintino".
      Eu vou de novo mês q vem.. .e segurança nunca é d+...
      Vc tem o TrackLog? tem como me mandar?!
      Eu ñ achei o local de acampamento no 25 antes da descida...

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  4. Blz Ronnie.

    Não tenho cadastro no face.

    Aquele local onde acampamos não recomendo.
    O terreno é inclinado e com muita vegetação.
    Veja nas fotos.
    Um pouco antes de do tunel 27 tem a entrada da cachoeira do capivari.
    Ali é um lugar bom.
    Ou embaixo daquela enorme ponte sobre o Rio Branquinho, antes de chegar no tunel 24.
    É perigoso, mas é plano.
    Tenho algumas fotos de lá.
    Ou se vc tiver tempo, bem na entrada do inicio da trilha, ao lado da ferrovia.
    Lá é bem plano e comporta varias barracas. Com certeza melhor lugar é ali, mas fica ao lado da ferrovia.

    Abcs

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    1. E uma coisa que esqueci.
      Nós fizemos essa trilha sem um tracklog.
      O máximo que eu tenho é até a cachoeira. Esse do link acima.

      Se não me engano quem levou um GPS e plotou toda a caminhada foi o Raffa.
      Dê uma olhada no blog dele. O link tá no relato.


      Abcs

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  5. Olá Augusto.

    Muito bom o seu Blog! Impressionante as dicas e detalhes das caminhadas.
    Uma vez eu ouvi falar sobre uma trilha que saía de Marsilac e chegava a Itanhaém. Não acreditei muito na possibilidade, mas aquilo me deixou meio intrigado e curioso: como pode alguém sair de Marsilac e ir até Itanhaém pelo meio do mato? Pouco tempo depois, li uma reportagem no estado de SP sobre umas pessoas que haviam se perdido em uma travessia proibida na serra do mar e precisaram ser resgatadas. O trajeto colocado na reportagem era Parelheiros – Itanhaém. A partir deste dia, acho que foi em 2008, passei a ter certeza que a tal “trilha proibida” existia.
    Recentemente de novo ouvi falar sobre esta trilha. Pesquisei na internet, achei alguns relatos, mas nada tão detalhado quanto ao seu relato. Depois de ler, a curiosidade sobre a “trilha proibida” se transformou em vontade de realizá-la.
    Augusto, poderia acompanhá-lo em alguma trilha que pretende fazer? Quem sabe mais para frente eu esteja “apto” a realizar o desafio de Marsilac até Itanhaém....

    Abraços

    Felipe

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    1. Blz Felipe.
      Normalmente eu marco trilhas através de uma lista de trekking que faço parte.
      De vez em quando surge algum convite e aí eu faço junto.
      Se puder, se cadastre na lista.
      A pagina do Facebook é EXPLORADORESSP.

      Qto a Trilha do Rio Branquinho, não sou muito de repetir trilhas.
      Essa acho que não faço novamente.
      É uma trilha somente p/ superar desafios, porque de visual não tem quase nada.
      Ela é cheia de bifurcação e não recomendo p/ pessoas inexperientes em trilhas.


      Abcs

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  6. Blz Augusto.

    Valeu pelas dicas!

    Felipe

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  7. ESSAS TRILHAS SOMENTE NÓIAS FAZEM K K K K !!!

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    1. Eu concordo em parte com o que vc diz, mas nas trilhas de Paranapiacaba a quantidade de nóias é muito maior.

      Abcs

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  8. Pretendemos fazer dia 15-01-2016. Chuva vamos ver.

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    1. As chances de pegar chuva são muito grandes.
      E se não estiver chovendo, com certeza vai ter uma neblina ou um tempo nublado.
      Boa sorte.

      Abcs

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  9. muito bom e bacana o relato Augusto. Nasci em interlagos e a gente que é da região sempre fica se perguntando se daria pra chegar no litoral pelo extremo sul da zona sul. Agora morando no Embu Guaçu a vontade de fazer a trilha aumentou, estou me preparando fazendo outras trilhas para pegar experiencia e ter dinheiro para comprar um equipamento melhor pelo menos uma bota de melhor qualidade, assim que tiver experiencia e condicionamento fisico farei.
    sabemos q é uma trilha que nao tem muito atrativo visual mas tenho uma pergunta: sempre achei q o nivel de dificuldade é no ponto onde se sai de 600m acima do nivel do mar para mais ou menos 100, mas pelo relatos de voces nao foi, é isso mesmo?

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  10. Sou o Feltras feltras@gmail.com que postou acima (deu erro no server)

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  11. Oi Feltras, blz?

    Obrigado pelo elogio.
    Minha intenção é que o relato e esse tracklog possam ajudar outras pessoas. Ele tá um pouquinho velho, algumas partes está diferente da trilha atual, mas tendo um pouco de experiencia pode ter certeza que dá para fazê-la, já que a trilha segue paralela ao rio.

    Quando iniciei no treking, não comprei equipamento caro. Mochila e barraca eram todos da Nautika, que eram relativamente baratos, porém a qualidade nem tanto, mas usei por alguns anos.
    Depois que fui trocando por equipamentos melhores.
    Atualmente muita coisa que tenho eu importei da China, comprando no site Aliexpress.
    Fogareiro, lanterna, bota e outras pequenas coisas comprei tudo nesse site.
    Na verdade se vc olhar a procedência da maioria dos equipamentos de treking vendidos aqui no país, é tudo da China. Então os fabricantes nacionais só trocam a etiqueta.

    Quanto ao condicionamento físico, se não for uma trilha difícil e com vários dias de caminhada, dá para fazer sem grandes dificuldades. Faça caminhadas leves de 1 dia e aí depois vá aumentando a dificuldade aos poucos.

    Sobre a Trilha do Rio Branquinho, logo que saímos da linha férrea, ela tem um desnível de cerca de 500 metros até o leito do Rio, mas foi tranquila a descida.
    Existem trechos muito íngremes, mas nada complicado.
    Talvez por ter chovido em dias anteriores, a trilha era um lamaçal só e em alguns momentos descíamos escorregando.
    Talvez o pior trecho foi ao cruzarmos o Rio Branquinho. Volume grande de água e correnteza forte. Só com corda mesmo e sabendo nadar.
    E no trecho final se não conseguíssemos carona no caminhão, a gente ia sofrer muito ou talvez nem conseguiríamos chegar na Rodovia naquele dia, já que o percurso é longo.

    Abcs

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