13 de setembro de 2017

Dicas: Poço das Antas + Cachoeira da Pedra Furada + Cachoeira da Light – Serra do Mar de Biritiba Mirim/SP

Devido ao trabalho não pude fazer nenhuma travessia no feriado prolongado de 4 dias da Independência, só me sobrando o Sábado e o Domingo, que foram brindados com muito Sol. 
Devido ao forte calor e para não passar em branco marquei em cima da hora uma caminhada e a primeira coisa que me veio à cabeça foram as cachoeiras da Serra do Mar, na região de Biritiba Mirim/SP. 
Já tinha explorado o lugar outras inúmeras vezes, como nesses relatos, então tinha que ser algo novo e não muito longe também, já que era somente um bate-volta em um Sábado.
Depois de analisar melhor as opções, escolhi um lugar que era inédito para mim e com a vantagem de ser próximo das Cachoeiras da Pedra Furada e da Light, que eu já conhecia bem. 
É o Poço das Antas, localizado no Rio Sertãozinho e entre essas duas cachoeiras. 
Podendo ser visualizado facilmente no Google Earth, o lugar é um enorme poção com aproximadamente 100 metros de comprimento por uns 50 metros de largura. 
A trilha de acesso é a mesma que leva à Cachoeira da Light, que por sua vez passa pela Cachoeira da Pedra Furada, então seria uma forma de retornar para essas duas cachoeiras e em seguida conhecer esse enorme poço.

Na foto acima, chegando ao Poço das Antas




Fotos dessa caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS da trilha: clique aqui



                                   Aviso importante

Atualmente a área da Cachoeira da Pedra Furada faz parte do Parque Estadual Serra do Mar - Núcleo Padre Dória e é obrigatório o acompanhamento de um monitor.
Regularmente o pessoal do Parque realiza fiscalizações na região e aplica multas em quem não está acompanhado de monitores. 
Atente a isso


Logística
# Saindo de São Paulo é só embarcar no trem da CPTM em direção a Mogi das Cruzes da seguinte forma: nas estações do Metrô Luz, Tatuapé ou Itaquera.


Balança
# O circular Manoel Ferreira que segue até a Balança do Km 77 sai do Terminal Estudantes (ao lado da Estação de mesmo nome - Linha E392), com trajeto de cerca de 1 hora. O ponto final dele é no centro do Bairro, mas o desembarque tem de ser feito junto da Balança, no Km 77 da Rodovia Mogi-Bertioga. Valor: $5 (Jan/2023)

# Neste link são os horários de partida do circular Manoel Ferreira que sai do Terminal Estudantes - Linha E392: clique aqui

# Pegamos o circular as 08h15min no Terminal e devido ao trafego intenso em direção ao litoral só chegamos na Balança as 09h50min.

30 de agosto de 2017

Relato: Travessia da Serra do Quiriri – Monte Crista x Monte Araçatuba – Divisa SC/PR

Sempre que se aproximava o mês de Julho, uma travessia no sul do país entrava na minha lista, mas nunca dei sorte porque nas datas que eu tinha disponível o clima não ajudava. 
Em 3 caminhadas que fiz nessa região peguei chuvas torrenciais; LagamarSerra Geral e Pico do Paraná foram alguns desses exemplos. 
E por causa disso fui deixando de lado uma travessia muito elogiada e conhecida por lá que eu queria fazer há muitos anos. É a da Serra do Quiriri, na divisa entre PR e SC. 
Porém teve um ano em que a meteorologia previa uma estiagem prolongada, sem chuvas e perfeita para uma caminhada.
Pensei comigo, tem de ser agora. Marquei para a última semana de Julho e com a promessa da Natureza ajudar, fui procurar relatos, tracklogs e cartas topográficas para ver qual o melhor local para iniciar e finalizar essa caminhada. 
Devido a logística selecionei 3 que iniciam no mesmo lugar - Balneário do Rio Três Barras em Guaruva/SC:
- A mais curta com 21 Km, segue até o alto da Serra do Quiriri e retorna para a mesma cidade por outro acesso, passando pelo topo do Monte Crista e Monte Guaruva.
- A segunda opção com 36 Km, finaliza na divisa SC/PR, próximo da cidade e passa pelo topo do Monte Crista, Morro da Antena e Pedra da Tartaruga, fazendo uma trajetória no formato de "U" invertido.
- E a última opção com pouco menos de 70 Km, finaliza no Bairro de Matulão, em Tijucas do Sul/PR junto à Rodovia BR-101, passando pela crista da Serra do Quiriri e no topo do Monte Araçatuba, cruzando totalmente a Serra na direção Sul-Norte. Fui pesquisar melhor para ver se valia a pena caminhar tudo isso por quase 5 dias. E depois de muita leitura e de estudar alguns tracklogs, decidi por essa.


Fotos acima do topo da Serra do Quiriri com seus campos de altitude

Fotos dessa caminhada: clique aqui

Vídeo completo dessa travessia: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui


A Serra do Quiriri se caracteriza por ser uma serra longitudinal com extensão de pouco menos de 15 Km na direção norte-sul. Possui um relevo ondulado, com inúmeros picos e grandes áreas de baixadas e por estar próximo do litoral, o lugar é nascente de vários rios que descem à oeste e leste.
A maior parte da caminhada é pelos campos de altitude, às vezes seguindo pela crista ou subindo e descendo morro. Nas suas bordas existem também áreas de mata atlântica, mata ciliar e quem faz essa travessia iniciando em Guaruva e seguindo até o Morro do Araçatuba é obrigado a passar por uma extensa área de reflorestamento de pinus pertencente a empresa Comfloresta, já quase no final dela. 
No alto da serra os campos de altitude permitem um visual panorâmico da crista e a vegetação é de pequenos arbustos e capim baixo. As trilhas são de fácil identificação, podendo ser vistas até nas imagens de satélites e para quem já fez a Serra Geral no sul do país, vai notar uma semelhança na vegetação.
Porém é necessário obter uma autorização antecipada para passar pela propriedade da Fazenda Alto Quiriri, no alto da Serra.
Com essas informações e com mais de 1 semana para fazer essa travessia, comprei a passagem SP-Joinville para o último horário de um Domingo (23h15min) pela Viação Catarinense. Coloquei alguns tracklogs na memoria do celular, deixei minha mochila pronta e depois de receber a autorização por e-mail, imprimi e fiquei aguardando o Domingo chegar.

17 de maio de 2017

Relato: Travessia da Serra dos Poncianos – São Francisco Xavier/SP x Monte Verde/MG

Em Julho de 2012 ao completar a Travessia Rebouças-Mauá, no Parque do Itatiaia finalizei 13 caminhadas na região da Serra da Mantiqueira e disse a mim mesmo que iria dar um tempo nessa serra e explorar outros ambientes, mas foi difícil manter a palavra.
Naquele mesmo ano até tentei finalizar uma travessia que ficou faltando, mas por causa da chuva, resolvi abortar quando já estava na crista da serra. Era a Travessia da Serra dos Poncianos e prometi que um dia retornaria, mas somente com previsão de tempo bom. 
A Serra dos Poncianos segue de leste a oeste e é curta, tendo uma extensão de pouco mais de 6 km, de acordo com a carta topográfica do IBGE. Ela é só uma das muitas serras que é sobreposta pela extensa Mantiqueira. 
O roteiro tradicional dessa travessia se inicia em São Francisco Xavier (Distrito de São José dos Campos), subindo a serra pela Trilha do Jorge até o topo da Pedra da Onça e lá caminhando pela crista, rumo oeste até a Pedra Partida. Em seguida passando pela Pedra Redonda e dali com a opção de finalizar em Monte Verde ou continuar pela crista, passando pelo Chapéu do Bispo e chegar até o Pico do Selado. 
São trechos que alternam trilha demarcada com vara mato e pode ser feita em 2 dias.
E por eu dispor de 3 dias, seria desperdício de tempo fazer essa travessia, finalizando em Monte Verde, por isso planejei fazer um circuito. Chegando em Monte Verde eu retornaria a São Francisco Xavier por outra trilha: a do Jorge. 

Fotos acima do topo da Pedra da Onça e da crista da Mantiqueira vista da Pedra Partida


Fotos dessa caminhada: clique aqui

Vídeo completo dessa travessia: clique aqui
Gravei vídeos em 2 lugares: Bosque dos Duendes: clique aqui e
No topo da Pedra da Onça: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui


A roteiro seria esse: sair de SP em direção a S. José Campos. Lá embarcar no circular para S. Francisco Xavier e nesse Distrito iniciar a caminhada em direção a Pedra da Onça, acampando no topo, para no dia seguinte fazer a travessia pela crista rumo oeste até a Pedra Partida, descendo em seguida até Monte Verde para acampar no inicio da Trilha do Jorge e somente no último dia seguir por ela, voltando para S. Francisco Xavier e depois S. José Campos. 
A data escolhida foi a Pascoa e para essa caminhada chamei um velho parceiro de trilha: Marcelo Gibson.
E na Sexta pela manhã encontrei ele na Rodoviária do Tietê e embarcamos as 09:00 hrs em direção a S. José Campos pela Pássaro Marrom. Por ser um feriado prolongado imaginei que teria trânsito na saída da cidade, mas foi bem tranquilo e as 10h30min já estávamos desembarcando na Rodoviária de S. José.
Sem demora seguimos para o Terminal de circulares, que é anexo a Rodoviária e lá fomos checar o horário da saída do circular para S. Francisco, que ia sair as 12:00 hrs. Para o retorno à Sampa no Domingo, compramos antecipadamente a passagem para o horário do final da tarde, então todo nosso planejamento tinha que dar certo.
Praça central de S. Francisco Xavier
O circular da Cidade Natureza saiu no horário e relativamente vazio e dentro dele só nos dois com mochilas cargueiras.
Depois de sair de S. José Campos, o ônibus segue pelo trecho de uma Rodovia cheia de curvas e bem perigosa, onde caí no sono e tirei um belo cochilo.
Depois de passar pela Rodoviária de Monteiro Lobato, chegamos a S. Francisco Xavier pouco depois das 13h30min. Agora era arrumar as mochilas e pé na estrada. Com o celular em modo avião, liguei o GPS dele para gravar o tracklog dessa travessia e fui tirar alguns clics na praça central do Distrito. E as 13h55min iniciamos a pernada rumo Cachoeira Pedro David e Joanópolis, mas seguimos pela estrada somente por uns 10 minutos e em uma bifurcação viramos a direita na Estrada dos Ferreiras, se orientando pelas placas de Pousada Itaky e Fazenda Monte Verde. 
Na subida da serra
A altitude aqui é de cerca de 730 metros e devemos chegar a quase 1950 metros, que é o topo da Pedra da Onça. 
Assim que iniciamos pela Estrada dos Ferreiras, ignoramos uma bifurcação à direita  e continuamos nos asfalto. Daqui em diante é só subida, que inicialmente segue por trecho íngreme, mas que não demora muito e dá uma aliviada, se tornando uma estrada de terra. 
O Sol não dá trégua e só nos preocupava a espessa neblina que tomava conta de toda a crista da serra. De repente um carro para ao nosso lado e eu já pensando que iriam oferecer carona até o inicio da trilha, ledo engano. Só queriam saber para onde estávamos indo e outras coisas mais sobre trilhas. 
Fazenda Monte Verde
E para nosso azar, estavam em um Sítio a poucos metros dali, então mesmo oferecendo carona, ela chegou tarde.

2 de maio de 2017

Relato: Gruta de Beltenebros – Serra do Mar de Biritiba Mirim/SP

Quando voltei da trip à Cachoeira do Diabo, eu e o Diógenes (Criador da página Canal da Caminhada) trocamos várias mensagens sobre novas possibilidades de trilhas na região de Biritiba Mirim. Uma delas achei interessante: a Gruta de Beltenebros, que nós dois já tínhamos lido alguns relatos.
Sua localização é próxima da trilha oeste da Pedra do Sapo, na subida ao topo da Pedra.
O Diógenes me passou a informação de que a Gruta estava à esquerda da trilha principal, já eu imaginava que ela estivesse do lado direito. E agora José, o que fazer? Pensei comigo: se não encontrasse a Gruta nos dois lugares, pelo menos subiria ao topo da Pedra do Sapo e não seria uma trip perdida. Mas a sorte estava do meu lado e conversando com o Diego (outro participante da trip à Cachoeira do Diabo), me disse que tinha o tracklog e me repassou. 
E a localização batia com as informações do Diógenes - eu estava errado, devido em parte ao relato que não ajudou e tinha também um senhor alemão que já tinha comentado no relato da Cachoeira do Diabo. 
Problema resolvido, agora era contar com uma trupe casca grossa que se arriscaria a explorar uma Gruta que eu não tinha a mínima ideia de como era. Na hora eu pensei no Fernandes, que conheci no topo da Pedra do Sapo fazendo rapel e o Rodrigo e a Rosana (velhos parceiros de trilha) que já tinham ido comigo ao Núcleo Caboclos, no PETAR. Também chamei o Lideraldo, que mora na Grande SP.
Trip escolhida e trupe reunida. Agora vamos para a trilha.

Na foto acima, o Rodrigo e a Rosana junto de uma pequena entrada das inúmeras cavidades da Gruta 


Fotos dessa caminhada: clique aqui

Vídeo com algumas fotos: clique aqui
Tracklog para GPS que gravei com meu celular: clique aqui



Em um Domingo, início de Abril, o clima ainda não estava convidativo para uma caminhada, já que nos dias anteriores caiu uma chuva que poderia atrapalhar, mas estava decidido a ir.

E as 06h15min encontrei o Rodrigo e a Rosana na Estação Tatuapé da CPTM, onde embarcamos em direção a Mogi das Cruzes, chegando lá por volta das 07h30min, já com o Lideraldo nos aguardando do lado de fora da Estação Estudantes.
O Fernandes estava com um amigo dele, o Henrique e ficaram de nos encontrar no início da trilha oeste.
Rebelados do Diógenes
Assim que chegamos em Estudantes e nos juntamos ao Lideraldo, fomos para os trailers, ao lado do Terminal de ônibus circulares comer alguma coisa e lá encontrei alguns velhos conhecidos: o Matias (que estava comigo na Cachoeira do Diabo) e a Barbara (que encontrei na Trilha do Lobisomem com o Diógenes). Encontrei também o Eduardo, da mesma turma do Diógenes e mais 9 pessoas que iriam subir ao topo do Pico do Itapanhaú, onde fica a torre de telefonia celular.
Eles se autodenominavam “Rebelados do Diógenes”, já que o mesmo tinha ido fazer uma exploração na região de Monte Verde/MG e os deixou órfãos. Depois de um bate papo, fomos para o Terminal e embarcamos no circular Manoel Ferreira as 08h20min.
Estrada da Adutora
Na Balança alguns trilheiros desceram e as 09h15min chegamos no ponto final do circular, que é o centro do Bairro Manoel Ferreira. Mochilas nas costas e pé na estrada, porque de agora em diante seguiríamos pela Estrada da Adutora da SABESP rumo leste e devido a chuva da noite anterior, ela estava com várias poças de água, mas felizmente a previsão não falou nada de chuva naquele dia.

3 de abril de 2017

Relato: Cachoeira do Diabo – Serra do Mar de Biritiba Mirim/SP

Depois de quase completar todos os picos e cachoeiras da Serra do Mar de Biritiba Mirim (Pedra do Sapo, Itapanhaú, Esplanada, Garrafão e as Cachoeiras do Elefante, Pedra Furada, Light, Lagarta e Água Fina), restavam agora poucas opções e entre elas uma das cachoeiras mais difíceis de se acessar: a do Diabo, localizada no Rio Guacá, próximo da região do Bairro de Casa Grande, onde nunca havia trilhado e bem distante das tradicionais Elefante, Pedra Furada e Light. Até já tinha lido sobre ela em um relato de 2014, mas que não me inspirou muita confiança. E sem um tracklog e com dificuldade de acesso junto com uma logística complicada me fizeram deixá-la de lado. 
E em Março me juntei ao grupo do Canal da Caminhada que ia explorar essa cachoeira, mas pegamos uma janela do tempo "inversa". Vários fins de semana anteriores à nossa trip sempre foram com muito Sol e exatamente nos dias da nossa caminhada, a Natureza mandou chuva.


Cachoeira do Diabo vista do meio do Rio Guacá

Fotos: clique aqui

Vídeo: clique aqui
Tracklog que gravei de toda a caminhada: clique aqui


E para entender como me juntei a eles, vou voltar alguns meses no tempo para explicar como cheguei lá.
Em Outubro de 2016 quando fazia a Travessia Pedra Furada-Pedra do Sapo, encontrei pela primeira vez o Diógenes, criador do site Canal da Caminhada. Ele estava com um grupo voltando do Lago dos Andes – veja nessa foto todos eles. Depois desse encontro, trocamos algumas mensagens e nos vimos uma outra vez, mas não surgia uma oportunidade para fazermos uma trilha juntos.
E no final de Fevereiro ele me convidou para a trilha até a Cachoeira do Diabo, cujo nome não tenho a mínima ideia o que significa. E quando o convite chegou, não pensei 2x. Porém era a segunda tentativa do grupo do Diógenes de chegar nela e por aí já deu para perceber a dificuldade de chegar nela.
A data escolhida foi um final de semana de Março e o grupo era por formado por 16 pessoas, devido a lotação máxima da van que nos deixaria próximos da trilha.
Tomando café da manhã
Grupo formado, começamos a trocar mensagens pelo Zap e a animação era grande por parte de algumas pessoas, mas por incrível que pareça essas pessoas que mais enviavam mensagens foram as que desistiram. Talvez em parte pela previsão de fortes chuvas naquele fim de semana, que para nosso azar acabou se concretizando e com isso apenas 9 corajosos não desistiram e com os homens em menor número. 
São eles Diógenes, Diego, Matias e eu. E as mulheres Carol, Valquíria (Val), Drika, Naedja e Wanne. O ponto de encontro era a Estação Brás da CPTM, onde embarcaríamos em direção à Estação de Estudantes, em Mogi das Cruzes. 
E pouco depois das 06:00 hrs daquele Sábado nublado já estávamos seguindo nosso caminho, sendo que parte do grupo iria se juntar ao lado do Terminal de ônibus de Estudantes para tomar um café da manhã nos trailers, que fica no lado direito da estação de trem.