29 de novembro de 2023

Relato: Travessia dos Lençóis Maranhenses em 6 dias sem guia e sozinho

Finalmente as minhas férias de Outubro estavam chegando e exatamente 1 ano depois de concluir a travessia da Chapada Diamantina, lá estava eu me preparando para outra clássica travessia da minha lista. Com alguns meses de antecedência fui pesquisar a logística para uma que é obrigatória para qualquer pessoa que curte caminhada/trekking: Lençóis Maranhenses.
Essa fazia parte da minha lista há muitos anos, mas da maneira que eu planejava fazer, teria que dispor de uns 10 a 15 dias, já que minha intenção era fazer sem acompanhamento de guias de agencias e também emendar com outros passeios.
O planejamento era essencial e lá fui eu ler relatos e estudar alguns tracks dessa caminhada. Por conseguir férias somente em Outubro, eu iria pegar quase o final da temporada das lagoas, já que algumas estariam com pouca água ou literalmente secas e com certeza pouca gente ou quase ninguém fazendo a travessia.
Pensei comigo, seriam dunas e mais dunas sem uma vivalma e algumas lagoas privativas só para mim e me hospedando em lugares sem ninguém para compartilhar a experiência. E posso dizer que isso aconteceu mesmo (encontrei somente 1 garota com seu guia num dos oásis e depois nos separamos e nada mais).
Minha intenção era cruzar inteiramente os Lençóis Maranhenses a pé do extremo leste (Vila de Atins) pelas dunas, pernoitando nos oásis até chegar a Santo Amaro do Maranhão numa caminhada, pelas minhas contas, de aproximadamente 70 Km e só encontrando vegetação nesses oásis.
Nos vários relatos que li, todos comentam que o ideal é sempre iniciar a caminhada antes do nascer do Sol com o intuito de evitar o Sol forte depois das 11:00hrs, já que não existem áreas de sombra nos trechos. No sobe e desce das dunas foram diversas paradas em lagoas, algumas com pouca água, outras com água na altura do peito.
Considerado o maior campo de dunas da América do Sul, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é o único deserto do mundo com milhares de lagoas (em torno de 30.000 na época das chuvas). São de vários tamanhos, formas e cores com algumas se mantendo durante o ano todo e outras secas em determinadas épocas do ano. 
De acordo com o ICMBio, são 1500 Km² de área, com as dunas se deslocando diariamente, sendo que na entrada e saída dos oásis é possível constatar esse fenômeno, já que várias árvores, principalmente cajueiros, estão sendo engolidos pelas dunas.
O Parque está localizado a cerca de 250 Km de São Luís e a porta de entrada para a maioria dos passeios e também para a travessia é a cidade de Barreirinhas, que foi a cidade onde iniciei o meu roteiro para chegar em Atins, que é o início do Parque. 
Em Barreirinhas adquiri um passeio de voadeira pelo Rio Preguiças, passando por alguns pontos turísticos até chegar na Vila de Atins, que é o lugar onde comecei de fato a minha caminhada.
Normalmente a travessia costuma ser feita entre 3 a 6 dias, dependendo se fizer com agencias ou em solo sem guia e obrigatoriamente terá de passar por 2 oásis: Baixa Grande e Queimada dos Britos, variando de 40 Km até uns 70 Km de caminhada ou mais se quiser incluir outras lagoas fora do trajeto.
E finalizando essa introdução, é extremamente importante que use algum aplicativo de GPS no celular para quem pretende fazer essa travessia sem apoio de algum guia. Sem esses arquivos o risco de se perder é altíssimo, pois ao longo da caminhada não se tem referencia alguma. São dunas e mais dunas a perder de vista para todas as direções que se olha. No site wikiloc é possível encontrar inúmeros arquivos de GPS para orientar a caminhada, podendo visualizar a trilha a ser seguida em apps de celular. 
Nessa postagem vou relatar como foi toda essa minha travessia de pouco mais de 80 Km em 6 dias, desde Barreirinhas até Santo Amaro, acrescentando também 5 tópicos interessantes, assim como dicas do que encontrar ao longo da caminhada, gastos que tive, dificuldades e todas as informações para ajudar no planejamento dessa caminhada.


Nas fotos acima: algumas dunas e lagoas na travessia dos Lençóis

Fotos: 
Passeio pelo Rio Preguiças: clique aqui
Travessia dos Lençois Maranhenses: clique aqui
Santo Amaro do Maranhão: clique aqui             
São Luis: clique aqui

Vídeo de toda essa caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS: clique aqui



1- Melhor época para a Travessia dos Lençóis Maranhenses?
Apesar do calor estar presente o ano todo, tradicionalmente resulta em apenas 2 estações: chuvosa (Fevereiro a Maio) e seca (Junho a Janeiro). Com isso a melhor época é o final das chuvas, de Maio a Setembro, quando as lagoas que se formam entre as dunas estão cheias. Alguns dizem que são os 2 meses do meio do ano (Junho e Julho), mas surge um pequeno problema: a lotação dos redários nos oásis, tendo até dificuldades para encontrar vagas em muitos deles – é o que me foi passado por alguns proprietários. Pode acontecer também de ter um pequeno aumento do tempo e da distancia na alta temporada, pois com todas as lagoas cheias, não é possível cruzá-las com a mochila, então só contornando.
Já um problema fora da alta temporada são as lagoas secas ou com pouca água em alguns trechos, principalmente entre Canto dos Atins e Baixa Grande.
Lagoa do Cajueiro cheia
A vantagem dessas lagoas cheias é o cenário das aguas em tons azuis e verdes, o que torna os Lençóis um espetáculo único de beleza.
Eu fui nos primeiros dias de Outubro e encontrei muitas lagoas secas ou com pouca água, principalmente no trecho Canto dos Atins-Baixa Grande e com os redários vazios. 
Quanto ao uso das águas das lagoas para beber, não tive opção, já que a agua das minhas garrafas Pet tinham acabado. O que eu fiz foi colocar uma pastilha de Clorin dentro de uma garrafa de 1,5litros. Esperei por alguns minutos, matei minha sede e saí de lá inteiro.

28 de março de 2023

Relato: No topo do Pico do Gavião (ou Peito de Moça) – Serra do Mar de Biritiba Mirim/SP

Início de 2016 subi pela primeira vez ao topo da Pedra do Sapo (nesse relato) e lá do cume dava para visualizar alguns picos próximos. 
Um que chamava muita a atenção era o Itapanhaú com sua enorme torre de telecomunicações, localizado a leste e do lado direito dele um outro pico se destacava. Era o Pico do Gavião, também conhecido por um outro nome: Peito de Moça. 
Minha pretensão era chegar no topo de outros picos próximos do Sapo, mas o tempo foi passando e só consegui chegar em 3 deles (Esplanada, Garrafão e o Itapanhaú). Me faltava o Pico do Gavião e naquele final do ano de 2016, tentei por 2x chegar no cume dele. Numa das vezes minha intenção era passar pelo Gavião para chegar na Pedra do Sapo nesse relato e numa outra caminhada foi quando fiz a travessia da Cachoeira Pedra Furada-Pedra do Sapo (nesse relato), mas peguei uma neblina muito espessa quando já estava a cerca de 1 Km do topo, o que me fez desistir.
E sem muitas opções novas na região fui deixando o Gavião de lado, ficando mais de 5 anos sem voltar lá e
só agora, Março de 2023, era hora de tentar novamente. 
Pesquisando no wikiloc, encontrei alguns tracks bem recentes da trilha (3 ao todo) e num Domingo de Sol marquei com minha namorada Vera a caminhada.



Na primeira foto trecho final subindo pela encosta inclinada e na outra foto visual de uma das laterais do Pico


Fotos dessa caminhada: clique aqui
Tracklog até o topo do Pico do Gavião: clique aqui




Embarcamos no trem da CPTM na Estação Tatuapé seguindo direto para Estação Estudantes, em Mogi das Cruzes, mas ao chegarmos no Terminal de ônibus do lado direito, ficamos sabendo que os ônibus da linha Manoel Ferreira foram transferidos para o Terminal Central, ao lado da Estação Mogi das Cruzes (desde Março/2022) (ATUALIZAÇÃO JULHO/2023 - O circular retornou para o Terminal de Estudantes, operando no mesmo local de antigamente).
E lá vamos nós embarcar novamente no trem voltando uma estação. Pelo menos não ficamos esperando muito tempo, pois as 08h30min o circular saiu em direção à Rodovia Mogi-Bertioga.
Próximo ao Km 74,3 desembarcamos num ponto de ônibus e seguimos por estrada de terra em direção ao bairro Manoel Ferreira, onde se localiza o ponto final da linha (eu prefiro descer na Rodovia porque o ônibus segue até a Balança do Km 77 para depois retornar e com isso demora um pouco mais), onde chego em 10 minutos. Nesse trecho inicial a gente achou estranho vários carros estacionados ao longo da estrada e algumas placas sinalizando estacionamentos privados nas casas, cobrando valores de $5 a $10 Reais.
Quando chegamos no centro do bairro pouco depois das 09hrs descobrimos o motivo. O lugar era o início e a chegada de um circuito de corrida em estradas de terra e trilhas (esse aqui). Eram percursos de 7km, 15km e 21km.

12 de janeiro de 2023

Relato: Travessia da Chapada Diamantina em 9 dias – Lençóis x Mucugê - com 4 dias no Vale do Pati

Férias. 1 mês para aproveitar os 30 dias com alguma caminhada. 
Uma parte foi na Argentina, nesse relato e agora era procurar alguma opção não muito longe de SP. Tenho uma lista de caminhadas que ainda pretendo fazer e que a cada ano ela fica menor, então lá fui eu olhar essa lista novamente com cerca de 2 meses de antecedência.
E dessa vez tinha de ser uma das mais clássicas e belas do país (alguns dizem do mundo): a Chapada Diamantina. 
A intenção era algumas trilhas pela Chapada e em seguida emendar com alguns dias no Vale do Pati, porém são muitas as opções de travessias, variando de 3 dias até as mais longas com mais de 1 semana. 
Por ter acesso fácil por ônibus e não perder muito tempo na logística, uma delas me interessou: Lençóis-Capão, que passa pelo leito do Rio Capivara e a parte baixa e alta da Cachoeira da Fumaça. 
Na internet dá para encontrar diversos relatos e no site wikiloc muitos arquivos de GPS, então era só escolher. 
Já sobre o Vale do Pati, percebi que a maioria fica uns 3 ou 4 dias por lá e acabei decidindo por 4 dias, para conhecer algumas cachoeiras, poções, trilhas e picos. 
E com isso montei meu roteiro da seguinte forma: início da caminhada na cidade de Lençóis, seguindo até o Vale do Capão e de lá continuar a caminhada pelos Gerais do Vieira até o Vale do Pati e quando estivesse indo embora, passaria pelo Cachoeirão, seguindo na direção sul da Chapada por trilha até Mucugê, finalizando nessa cidade.
A travessia da Chapada Diamantina que inclui o Vale do Pati não é tão fácil, já que demanda um esforço físico grande, pois o lugar é repleto de morros gigantescos com diferentes formações rochosas, campos cobertos de capim, vegetação de cerrado, muitos rios, cachoeiras de todos os tipos e muitas subidas/descidas.
O Vale do Pati pode ser acessado por diferentes trilhas saindo do: vale do Capão (distrito de Palmeiras), Guiné (distrito de Mucugê), Andaraí e pela cidade de Mucugê,  sendo possível entrar e sair por qualquer um deles, variando de algumas horas até 1 dia de caminhada. Vai depender da disposição.
Em meados do século XIX (por volta de1840) a extração de diamantes era o principal motor da economia na região da Chapada Diamantina, tendo um período áureo da economia e no interior do Vale do Pati existiam até uma prefeitura, escola e uma Igreja, mas com o declínio do metal precioso, só restaram poucas famílias, que atualmente vivem do turismo, oferecendo hospedagem e alimentação.


Nas fotos acima: poção no Ribeirão do Meio, Mirante do Vale do Pati e o Cachoeirão


Fotos: Travessia Lençóis-Vale do Capão: clique aqui
          Vale do Pati: clique aqui
          Cachoeirão-Mucugê: clique aqui             
          Salvador: clique aqui
Vídeo de toda essa caminhada: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui


Para não perder muito tempo na logística, escolhi viajar de avião de SP até Salvador e de lá ônibus até Lençóis, mas como essa trip foi quase em cima da hora, só consegui bons preços e horários saindo de Viracopos (Campinas), mas me arrependi amargamente.
Embarquei num Domingo por volta das 14:00hrs em Campinas, chegando em Salvador pouco mais de 2 horas depois e pela proibição de transporte do cartucho de gás para fogareiro na aeronave, tinha que adquirir um em Salvador assim que desembarcasse, já que a previsão de chegada do ônibus em Lençóis era por volta das 05:00hrs da manhã e nesse horário não encontraria nenhuma loja aberta.
Eram por volta de 17:00hrs e do aeroporto segui direto para Rodoviária, onde comprei a passagem de ônibus para Lençóis embarcando aquela noite e depois fui na Decathlon, que fica num shopping próximo dali, mas me dei mal, pois eles não vendem esse tipo de cartucho na loja de Salvador. Procurei em outras lojas do shopping, mas nenhuma delas vendia o gás. E agora José?
Pesquisando na internet, achei uma loja de camping dentro da Rodoviária, mas como era um Domingo, a loja nem abriu. Tá vendo, fui escolher esse dia da semana para vir e me lasquei.
Sem conseguir achar o cartucho, só me restava comprá-lo em Lençóis, mas perderia algumas boas horas que seriam preciosas, já que teria esperar o comércio abrir – paciência né. Não tinha outra opção. 
Por volta das 23:00 hrs o ônibus saiu de Salvador sem muito atraso, mas numa das paradas, o motorista veio nos avisar que teria de fazer um desvio de pouco mais de 1 hora, devido a um acidente na Rodovia que a bloqueava totalmente. Porém, não foi somente 1 hora, demorou bem mais que isso e só fomos chegar em Lençóis por volta das 07:00hrs, com mais de 2 horas de atraso.
Centro de Lençóis
Meio sonolento devido a viagem horrível, fiquei dando um tempo na Rodoviária esperando o comércio abrir e lá encontrei um leitor do blog e ficamos batendo papo. E depois de quase 4 horas perdidas (2 horas do atraso do ônibus + 2 horas esperando o comércio abrir), consegui comprar o cartucho numa loja de roupas esportivas chamada 2 Irmãos, localizada bem no centro.

Primeiro dia
Resolvido o problema, comprei também garrafas de agua num barzinho (2 litros ao todo) e agora era pé na trilha. 
Subindo a rua
São quase 09h30min e vou subindo a Rua das Pedras sentido Ribeirão do Meio com Sol forte. Cerca de 15 minutos de caminhada abandono as ruas da cidade e vou seguindo por estradas de terra sem grandes dificuldades até o início da trilha do Ribeirão do Meio, onde chego às 09h50min (30 minutos desde o centro).
Início da trilha

17 de dezembro de 2022

Relato: O que fazer em Buenos Aires/Argentina por 7 dias: dicas e informações úteis dos preparativos e os melhores passeios

Época de férias sempre é bom fazer uma viagem tipicamente turística para lugares que não conheço e com minha namorada. 
Pesquisando algumas opções, vimos que os valores das passagens aéreas e hospedagem seriam muito caras para o Nordeste, então resolvemos consultar viagens internacionais pela América do Sul.
Final de 2021 e ao longo de 2022 se falou muito no turismo para Argentina, cujos preços eram muito atrativos.
Devido a uma crise econômica com 
desequilíbrio fiscal e inflação alta, a taxa de cambio ficou muito favorável à nossa moeda brasileira, tornando-se uma excelente opção para o turista que encontra bons preços de passagens aéreas, hotéis e alimentação. 
E o que pesou também não foram só os valores. Conhecer um outro país, uma outra cultura, gastronomia muito elogiada e Buenos Aires com o título de Europa das Américas também nos fizeram escolher esse país.
A Argentina tem inúmeras opções de destinos, para todos os gostos e bolsos, mas é sempre bom começar pelo básico e a capital Buenos Aires foi a escolhida.
Os valores iam depender de quantos dias íamos ficar na cidade e que lugares planejávamos visitar. 
Lendo vários relatos e dicas de outros viajantes, chegamos a conclusão que valia a pena ficar 7 dias na cidade e assim decidimos.
E como já iria gastar com passeios, evitei outros gastos como aluguel de veículo, contratação de pacotes por agências, restaurante caros de áreas turísticas (Puerto Madero e Palermo) e fizemos muito uso do transporte público (ônibus e metrô) e claro caminhadas por alguns bairros, já que a cidade é totalmente plana e o blog é sobre isso.
Nesse relato eu selecionei várias dicas e informações úteis dos preparativos para a viagem, lugares que visitamos, opções de alimentação, como não pagar muito caro nos passeios e evitar algumas roubadas. Tudo com o intuito de economizar e não cair em furadas.
E incluímos também um dia inteiro de visita ao Uruguai, até a cidade histórica de Colonia del Sacramento.


Foto acima: Casa Rosada na Plaza de Mayo e Obelisco em Buenos Aires e Plaza de Toros, no Uruguai

Fotos dos passeios pela Argentina: clique aqui
Fotos dos passeios pelo Uruguai: clique aqui
Criei alguns vídeos curtos da viagem que estão anexados nesse relato ao longo dele


Nosso roteiro foi:
1º dia - Sábado: Chegamos no Hotel e troca do dinheiro numa loja da Western Union e finalizando tarde na Plaza de Mayo e Casa Rosada.
2º dia - Domingo: Visita à Catedral Metropolitana da Plaza de Mayo, Feira de San Telmo e pelas ruas do bairro, Rua Flórida e região do Obelisco.
3º dia - Segunda: Compras e caminhada pela orla de Puerto Madero e pelo centro de Buenos Aires.
4º dia - Terça: Viagem de catamarã para o Uruguai e conhecer a cidade de Colonia del Sacramento.
5º dia - Quarta: Passeio de BusTour pelos principais pontos turísticos da cidade.
6º dia – Quinta: Bairro Recoleta e Livraria El Ateneo, Teatro Colon.
7º dia – Sexta: Passeio pela cidade de Tigre e pelo delta do Rio da Plata.
8º dia – Sábado: Outros pontos turísticos do centro e retorno para São Paulo.

            Preparativos
Idioma
A primeira dúvida que veio à cabeça foi a questão do idioma. Será que conseguiríamos nos comunicar facilmente com argentinos, cuja língua oficial é o espanhol?
Como já tínhamos visitado Foz do Iguaçú e naquela viagem, passamos por Puerto Iguazu, na Argentina e não tivemos dificuldades com o idioma, então não estávamos preocupados. Qualquer problema dava para se virar com o portunhol. E no final percebemos que o espanhol não é tão difícil assim, mesmo sendo o espanhol portenho, que é falado em Buenos Aires.
E mesmo quem não entende nada de espanhol, dá para se virar sem grandes dificuldades. Na dúvida, é só pedir para falarem mais lentamente que dá para entender.
Na verdade uma grande dificuldade foi com os dias da semana, que são totalmente diferentes do português:
Lunes: segunda-feira - Martes: terça-feira - Miércoles: quarta-feira
Jueves: quinta-feira e Viernes: sexta-feira. Esses me perdi totalmente.
Bela arquitetura
Melhor época para viagem
Primavera é a melhor época. É o que todos diziam. E deu certo de encaixar a viagem justamente nessa época do ano, sempre que tiro férias.
Não é alta temporada e as temperaturas estavam na faixa de 22ºC, o que não é tão frio e nem tão quente. A temperatura mais baixa que pegamos foi em torno de 15ºC.
E o mais importante, não é uma época de chuvas, então dá para aproveitar bem os passeios.

Passagens aéreas
Quando decidimos escolher Argentina como destino era o mês de Maio, então fui atrás de várias empresas aéreas, inclusive algumas europeias e 1 canadense que fazem escala em São Paulo para depois seguir para Buenos Aires.
Os dois únicos critérios que defini foram de que tinha de ser voo direto (+ - 3 horas de viagem) e chegar lá por volta do meio dia.
Das brasileiras que pesquisei na época, a companhia Latam tinha poucos horários e bem ruins, chegando final tarde.
A Gol, por descer no Aeroporto próximo da região central (Aeroparque), tinha preços um pouco mais altos que as demais.
Duas outras empresas argentinas (Aerolineas Argentinas e Flybondi) também tinham vários horários, mas preços não eram baratos.
Duas empresas europeias tinham bons horários e preços que não eram tão caros assim (SwissAir e British Airways). 
Outra era Canadian Air cujos preços eram próximos dessas 2 europeias.
E com isso reduzi minha pesquisa para essas 3 últimas empresas de acordo com preço, horário de chegada e avaliações positivas.
Nosso avião da Swissair em Guarulhos

1 de dezembro de 2022

Relato: Travessia do Pico do Itacolomi (ida por dentro do Parque e retorno por fora) - Ouro Preto/MG

Já tinha viajado para as cidades históricas de MG algumas vezes, mas sempre para visitar as Igrejas católicas com sua arquitetura colonial em estilo barroco.
Dessa vez tinha ido com minha namorada e por ser a primeira vez dela, tínhamos que incluir as Igrejas no roteiro novamente, mas com 4 dias dava para fazer também algumas caminhadas em parques da região. Nossa intenção era visitar o maior número possíveis de igrejas em 2 dias e nos outros 2 conhecer os parques.  
Não estávamos indo com planejamento já pronto, pois íamos fazer o roteiro de acordo com o clima ao chegar lá.
Dos parques pesquisados, um foi o Parque Natural das Andorinhas, mas como esse é muito tranquilo e de acesso muito fácil às trilhas que levam a poções e cachoeiras, nem resolvi criar um relato: só esse, que inclui dicas de Ouro Preto. O parque é relativamente pequeno e sua principal atração é a Cachoeira das Andorinhas cujo acesso é descendo uma fenda entre enormes rochas até chegar numa espécie de caverna, onde a cachoeira tem sua queda escondida por entre as pedras.
O outro parque é uma caminhada obrigatória: o Itacolomi, cujo pico pode ser avistado de vários pontos de Ouro Preto, sendo bem fácil identificá-lo pelo enorme monolito inclinado no alto da serra.
Depois de uma breve pesquisa sobre o parque e a trilha que leva ao topo do pico, marcamos a caminhada para o dia seguinte.


Fotos acima: chegando ao mirante do Pico e todo o esplendor dele

Fotos dessa travessia: clique aqui 
Tracklog de ida e volta: clique aqui
Vídeo dessa caminhada: clique aqui


Com uma pequena mochila de ataque e alguns lanches preparados na Pousada, seguimos por volta das 08:00 hrs para a Praça Tiradentes em busca de algum transporte que nos deixasse na entrada do Parque ou pelo menos em frente ao Hospital Santa Casa, que fica a poucos metros da guarita do parque.
Chamamos um Uber algumas vezes, mas não encontramos motoristas disponíveis. Desistimos.
Consultamos alguns taxistas da Praça e como era de esperar numa cidade turística: valores exagerados.
O jeito era pegar algum ônibus circular em frente à Igreja São Francisco de Assis.
Já no ponto de ônibus, alguns passageiros nos recomendaram seguir também de taxi-lotação, cujo valor era o mesmo do ônibus (pouco menos de $5 Reais) e seguem o mesmo trajeto do circular e não demorou muito um desses parou no ponto. Perguntamos se passava ao lado da Santa Casa e embarcamos.
Cruzando a Rodovia
Em pouco menos de 15 minutos já estávamos chegando no Hospital e agora era cruzar a Rodovia junto do trevo para acessar a guarita do parque, que já podia ser visto do outro lado. 
Com algumas nuvens escuras no céu, parecia que o dia seria nublado e com chuvas, mas por sorte nossa, o Sol de vez em quando surgia entre as nuvens nos deixando um pouco mais tranquilos.
Credenciamento
Passamos pela guarita e mais alguns metros chegamos num escritório do parque, onde tivemos que registrar nossos dados em um livro e pagar a taxa de visitação. Falamos nossa intenção de subir até o topo do pico e nos passaram algumas dicas e informações sobre a trilha.
Eram pouco mais de 9:00 hrs da manhã e a partir daqui a caminhada é por estrada de terra com leve inclinação contornando o Morro do Cachorro com suas inúmeras antenas. 
Mirantes na subida