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10 de fevereiro de 2025

Pico Mitra do Bispo - Alagoa/MG - Relato com dicas de como chegar ao topo

Assim que retornei da longa caminhada no litoral sul da Bahia (neste relato) não queria ver praias por um bom tempo e só queria mesmo fazer alguma trilha leve e curta, que tivesse um belo visual e emendando com algum passeio turístico. E que não fosse muito longe de SP.
Tirando Serra do Mar e partes da Serra da Mantiqueira com Serra Fina, Itatiaia, Monte Verde, Papagaio e arredores não sobrava muita opção. Serra do Cipó tinha feito a poucos meses atrás e repetir caminhadas estava totalmente fora dos planos
Lembro que ao fazer a Travessia da Serra do Papagaio dava para ver em vários trechos dela um pico com um formato pontiagudo bem ao sul, na região da cidade de Alagoa/MG. Nem sabia qual era o nome e depois de pesquisas na época descobri que se chamava Pico Mitra do Bispo e nunca me interessei por conhecer o lugar, já que chegar em Alagoa não era fácil, devido às condições da estrada de acesso e para piorar também não existia transporte público. 
E antes de fazer o trekking do Descobrimento na Bahia, nas férias de 2024, tinha que deixar todas as caminhadas planejadas e assim comecei a pesquisar sobre esse pico e como eram os acessos.
Pelo menos a estrada saindo de Itamonte até Alagoa já estava toda pavimentada com bloquetes de concreto e encontrei arquivos de GPS da trilha que leva ao topo do pico. 
Minha intenção era se hospedar na cidade e fazer a Mitra do Bispo num bate e volta no mesmo dia, já que a trilha era 
demarcada, com pouco menos de 4 Km e nível relativamente moderado.
O problema foi conseguir uma janela do tempo que não estivesse chovendo e tive que adiar por 3 dias o início da viagem até Alagoa e quando o clima melhorou prometendo dias de Sol nos próximos dias na região de Alagoa, peguei o meu carro e tomei a estrada.


Nas fotos acima Mitra do Bispo vista da cidade e o visual do topo


Fotos dessa caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS: clique aqui


Tive que acordar por volta das 06:00 hrs numa quinta feira e depois de um belo café da manhã peguei um transito bem tranquilo pela Via Dutra. O caminho que segui foi subindo pela Garganta do Embaú para cruzar a divisa SP/MG, em seguida Passa Quatro e Itanhandu para chegar em Itamonte as 10:00hrs. Depois de abastecer na cidade foi bem fácil encontrar o caminho até Alagoa. A estrada possui trechos de asfalto precisando de manutenção e blocos de concreto como pavimento recém colocados.
Alagoa
E por volta das 11:00 hrs vou adentrando as ruas do centro de Alagoa indo direto para Pousada que já tinha reservado.
A cidade é conhecida como a terra do queijo tipo parmesão produzido de forma artesanal nos vários sítios e fazendas da região, inclusive tendo algumas lojas na cidade que são especializadas na venda desse tipo de queijo e de outros produtos.
Depois de conversar com a proprietária, deixo minhas coisas na pousada e segui direto para a trilha.
Coloquei no GPS do celular a Mitra do Bispo e o Google Maps me indicou uma rota de 20 minutos até o início da trilha, passando por um bairro chamado Corguinho.

19 de dezembro de 2023

Caminho do Frei Galvão - São Bento do Sapucaí x Guaratinguetá na caminhada - Relato com dicas e informações uteis

Quando finalizei o Caminho da Fé em 2007, ficou na minha cabeça retornar para essas caminhadas de peregrinação pelo país algum dia. E são muitas rotas: Caminho da Luz, Caminho das Missões, Caminho de Aparecida, Caminho do Sol, Passos de Anchieta, Caminho do Frei Galvão e muitas outras que foram criadas. E dentre essas, uma delas me chamou a atenção porque o trajeto se inicia e segue na totalidade pela Serra da Mantiqueira em trechos que eu não conhecia. É o Caminho do Frei Galvão e imediatamente já coloquei na minha lista de futuras caminhadas.
O Caminho de Frei Galvão é uma rota frequentada por peregrinos e caminhantes cujo trajeto segue em sua maioria por estradas de terra e trilhas, na região da Serra da Mantiqueira, abrangendo municípios de SP e MG.
Alguns trechos são antigas trilhas tradicionais que eram utilizadas por tropeiros em séculos passados, cruzando com lindos cenários naturais como: riachos de água cristalina, cachoeiras, fazendas, pequenas vilas e muito sobe/desce de serras. Em geral é para quem busca um contato mais próximo com a Natureza.
O percurso tem cerca de 135 km no total e pode ser realizado a pé ou de bike, atravessando a Serra da Mantiqueira em vários lugares e sua orientação é seguir as setas azuis, que estão sendo desgastadas pelo tempo, infelizmente. 
Iniciando em São Bento do Sapucaí/SP, o Caminho passa por Brazópolis, no Distrito de Luminosa, Piranguçu, Wenceslau Braz e a Fazenda Boa Esperança em Delfim Moreira, todas essas cidades mineiras até chegar em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba.
Desse total percorrido, apenas 3 trechos são por estradas asfaltadas: pequeno trecho de 1,8 Km próximo de Luminosa, outro de 16 Km antes de chegar na pousada em Wenceslau Braz e ao sair dela e o último que é o trecho final de 15 Km antes de chegar no centro de Guaratinguetá. 
Quem criou o Caminho e demarcou com setas azuis foi Luiz Zingra, porém de alguns anos para cá ele se afastou da responsabilidade e atualmente quem é o encarregado pela manutenção, fornecimento da credencial e de um pequeno croqui do percurso é Ademilson Claro Santos, também conhecido como Brinco. Tanto Luiz quanto Ademilson são moradores de São Bento do Sapucaí/SP, onde se inicia essa caminhada.
Ao longo do percurso é necessário que se carimbe a credencial em cada pousada que pernoitar para que no final da caminhada, na antiga casa de Frei Galvão, o caminhante/peregrino receba o último carimbo e um certificado.
Para quem pretende fazer essa caminhada, o roteiro mais recomendado é esse abaixo, apesar que algumas pessoas passam direto pela Fazenda Boa Esperança e seguem até Pilões, finalizando em 5 dias:
1ª dia- São Bento do Sapucaí – Distrito de Luminosa (Brazópolis/MG).
2ª dia - Luminosa - Piranguçu/MG
3ª dia - Piranguçu - Wenceslau Braz/MG
4ª dia - Wenceslau Braz - Fazenda Boa Esperança (Delfim Moreira/MG)
5ª dia - Fazenda Boa Esperança - Bairro dos Pilões (Guaratinguetá/SP)
6ª dia - Bairro dos Pilões – Centro de Guaratinguetá

Um pouco de história
Para quem não conhece, Frei Antônio de Sant'Anna Galvão nasceu na cidade de Guaratinguetá/SP em 1739 e sua família de formação cristã, lhe passou valores e fidelidade a Cristo. 
Depois de passar por congregações religiosas, foi ordenado sacerdote e em 1774 fundou o que é conhecido atualmente como "Mosteiro da Luz", na cidade de São Paulo, prédio esse considerado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
O edifício abriga um Convento, a Igreja e o Museu de Arte Sacra de São Paulo, sendo visitado por muitos peregrinos e fieis em agradecimento às graças alcançadas, como também para obter das freiras as famosas e milagrosas “Pílulas do Frei Galvão”.
Sua morte ocorreu em 1822 no Mosteiro, quando já tinha 83 anos. Com vários milagres atribuídos a ele, em 2007 foi canonizado pelo Papa Bento XVI vindo a se tornar santo e nesse mesmo ano foi criado o Caminho em sua homenagem com início em São Bento do Sapucaí e tendo ponto final a Casa onde nasceu, na cidade de Guaratinguetá. 

Nas fotos acima trechos do Caminho 

Fotos da caminhada dividido em 2 partes
Primeiras 500 fotos: clique aqui
Últimas 500 fotos:    clique aqui

Vídeo da caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS: clique aqui



Relato
Naquele mês de Outubro, quando voltei da travessia dos Lençois Maranhenses, ainda tinha uns 15 dias de férias e só contava que o clima melhorasse para fazer essa caminhada. Na região sudeste estavam ocorrendo chuvas e com isso tive que adiar por alguns dias o início da caminhada.
Enquanto isso fui ligando em todas as pousadas ao longo do Caminho para posterior reservas e saber os valores. Apenas em uma pousada tive que fazer um pagamento de 50%. As outras só reservaram e pagamento foi na hora por PIX.
Contatei também o Ademilson e conversei com ele sobre alguns detalhes, tirando todas as minhas dúvidas.

17 de maio de 2017

Travessia da Serra dos Poncianos – São Francisco Xavier/SP x Monte Verde/MG - Relato com dicas e informações úteis

Em Julho de 2012 ao completar a Travessia Rebouças-Mauá, no Parque do Itatiaia finalizei 13 caminhadas na região da Serra da Mantiqueira e disse a mim mesmo que iria dar um tempo nessa serra e explorar outros ambientes, mas foi difícil manter a palavra.
Naquele mesmo ano até tentei finalizar uma travessia que ficou faltando, mas por causa da chuva, resolvi abortar quando já estava na crista da serra. Era a Travessia da Serra dos Poncianos e prometi que um dia retornaria, mas somente com previsão de tempo bom. 
A Serra dos Poncianos segue de leste a oeste e é curta, tendo uma extensão de pouco mais de 6 km, de acordo com a carta topográfica do IBGE. Ela é só uma das muitas serras que é sobreposta pela extensa Mantiqueira. 
O roteiro tradicional dessa travessia se inicia em São Francisco Xavier (Distrito de São José dos Campos), subindo a serra pela Trilha do Jorge até o topo da Pedra da Onça e lá caminhando pela crista, rumo oeste até a Pedra Partida. Em seguida passando pela Pedra Redonda e dali com a opção de finalizar em Monte Verde ou continuar pela crista, passando pelo Chapéu do Bispo e chegar até o Pico do Selado. 
São trechos que alternam trilha demarcada com vara mato e pode ser feita em 2 dias.
E por eu dispor de 3 dias, seria desperdício de tempo fazer essa travessia, finalizando em Monte Verde, por isso planejei fazer um circuito. Chegando em Monte Verde eu retornaria a São Francisco Xavier por outra trilha: a do Jorge. 

Fotos acima do topo da Pedra da Onça e da crista da Mantiqueira vista da Pedra Partida


Fotos dessa caminhada: clique aqui

Vídeo completo dessa travessia: clique aqui
Gravei vídeos em 2 lugares: Bosque dos Duendes: clique aqui e
No topo da Pedra da Onça: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui


A roteiro seria esse: sair de SP em direção a S. José Campos. Lá embarcar no circular para S. Francisco Xavier e nesse Distrito iniciar a caminhada em direção a Pedra da Onça, acampando no topo, para no dia seguinte fazer a travessia pela crista rumo oeste até a Pedra Partida, descendo em seguida até Monte Verde para acampar no inicio da Trilha do Jorge e somente no último dia seguir por ela, voltando para S. Francisco Xavier e depois S. José Campos. 
A data escolhida foi a Pascoa e para essa caminhada chamei um velho parceiro de trilha: Marcelo Gibson.
E na Sexta pela manhã encontrei ele na Rodoviária do Tietê e embarcamos as 09:00 hrs em direção a S. José Campos pela Pássaro Marrom. Por ser um feriado prolongado imaginei que teria trânsito na saída da cidade, mas foi bem tranquilo e as 10h30min já estávamos desembarcando na Rodoviária de S. José.
Sem demora seguimos para o Terminal de circulares, que é anexo a Rodoviária e lá fomos checar o horário da saída do circular para S. Francisco, que ia sair as 12:00 hrs. Para o retorno à Sampa no Domingo, compramos antecipadamente a passagem para o horário do final da tarde, então todo nosso planejamento tinha que dar certo.
Praça central de S. Francisco Xavier
O circular da Cidade Natureza saiu no horário e relativamente vazio e dentro dele só nos dois com mochilas cargueiras.
Depois de sair de S. José Campos, o ônibus segue pelo trecho de uma Rodovia cheia de curvas e bem perigosa, onde caí no sono e tirei um belo cochilo.
Depois de passar pela Rodoviária de Monteiro Lobato, chegamos a S. Francisco Xavier pouco depois das 13h30min. Agora era arrumar as mochilas e pé na estrada. Com o celular em modo avião, liguei o GPS dele para gravar o tracklog dessa travessia e fui tirar alguns clics na praça central do Distrito. E as 13h55min iniciamos a pernada rumo Cachoeira Pedro David e Joanópolis, mas seguimos pela estrada somente por uns 10 minutos e em uma bifurcação viramos a direita na Estrada dos Ferreiras, se orientando pelas placas de Pousada Itaky e Fazenda Monte Verde. 
Na subida da serra
A altitude aqui é de cerca de 730 metros e devemos chegar a quase 1950 metros, que é o topo da Pedra da Onça. 
Assim que iniciamos pela Estrada dos Ferreiras, ignoramos uma bifurcação à direita  e continuamos nos asfalto. Daqui em diante é só subida, que inicialmente segue por trecho íngreme, mas que não demora muito e dá uma aliviada, se tornando uma estrada de terra. 
O Sol não dá trégua e só nos preocupava a espessa neblina que tomava conta de toda a crista da serra. De repente um carro para ao nosso lado e eu já pensando que iriam oferecer carona até o inicio da trilha, ledo engano. Só queriam saber para onde estávamos indo e outras coisas mais sobre trilhas. 
Fazenda Monte Verde
E para nosso azar, estavam em um Sítio a poucos metros dali, então mesmo oferecendo carona, ela chegou tarde.

1 de agosto de 2014

Campos do Jordão/SP - Dicas do que curtir na cidade em família por novos roteiros

Como não dá para levar a minha filha Sophia para algumas trilhas, sempre acaba sobrando o mês de Julho para fazermos alguma viagem.
E como ela tem apenas 5 anos de idade, os passeios têm que ser algo que ela goste e Campos do Jordão é sempre uma excelente opção, já que são muitas atrações para todas as idades, gostos e bolsos e que não fica muito longe da cidade de SP.
Era a terceira vez na cidade. Em 2008 estava somente com a Márcia e ficamos por 5 dias (relato aqui). Já em 2012 com a Sophia, ficamos por 3 dias curtindo outros passeios (relato aqui). 
E quem acha que Campos do Jordão é uma cidade muita cara para se hospedar, se alimentar e se divertir, é possível sim visitá-la sem gastar muito dinheiro e curtir bastante. 

Foto acima: Museu Felicia Leirner, com esculturas a céu aberto em meio à araucárias


Fotos dos lugares que visitamos: clique aqui



Do topo do Morro do Elefante
Viajamos para lá na primeira semana de Julho de 2014 e por ser época de Copa do Mundo, encontramos a cidade quase vazia e devido ao mau tempo, a garoa era uma convidada indesejável que aparecia sempre no final de tarde, o que fez a gente alterar um pouco o roteiro que tínhamos planejado. 
E para não repetir as mesmas atrações, escolhemos algumas que não conhecíamos e que a Sophia também gostasse. 
Abaixo seguem algumas boas dicas e informações e se puder leia os outros dois relatos, que estão com passeios diferentes e bem legais também.

Nosso roteiro foi:

30 de julho de 2012

Travessia Rebouças - Mauá via Rancho Caído - Parque Nacional do Itatiaia - Relato da caminhada com dicas

Em 1998 conheci pela primeira vez o Parque Nacional do Itatiaia (PNI) e gostei muito do lugar, voltando depois em 1999, 2003 e 2010.
Na minha primeira vez em 98 e só subi o Pico das Agulhas Negras. 
1 ano depois, em 99, voltei lá e fiz o Agulhas Negras novamente e o Morro da Massena NO, ao lado da antiga Pousada Alsene. 
Em 2003 passei pelo Parque para fazer a Travessia da Serra Negra, que era parte da Transmantiqueira que eu tinha iniciado lá no Pico do Marins, passando pelo Pico do Itaguaré e Serra Fina, em um total de 9 dias caminhando pela crista da Serra. Era a última parte dessa mega caminhada. 
Quando retornei em 2010 com o Sandro (do Fórum Mochileiros) foi para fazer 2 travessias juntas: a da Serra Negra “oficial”, dessa vez iniciando na Vila de Maromba, passando pela Cachoeira do Aiuruoca e a Rui Braga, que liga a parte alta à parte baixa do PNI. 
E o retorno dessa vez era especial, já que iria fazer uma das últimas travessias que me restavam na Serra da Mantiqueira: a Rebouças-Mauá, que passa pelo Rancho Caído.


Foto acima: na trilha, passando ao lado da Pedra do Altar 


Fotos: clique aqui




Rodoviária de Itanhandu
E junto com essa travessia planejava também subir o Morro do Couto e a Pedra do Altar.
E não daria para fazer todo esse roteiro em apenas 1 fim de semana, como a maioria faz; eu precisava de mais alguns dias.
Até convidei algumas pessoas, mas a dificuldade em dispor de alguns dias de folga em dias de semana era um empecilho para muitos, fazendo muitos se recusarem.
Minha intenção era fazer a travessia da seguinte forma: chegar no Posto Marcão (Portaria da parte alta do PNI) numa Sexta à tarde, a tempo de subir o Morro do Couto e depois ficar no Abrigo ou no Camping do Rebouças.
E no Sábado pela manhã iniciar a caminhada até o Rancho Caído onde acamparia, passando antes pelo topo da Pedra do Altar.
Já no Domingo pela manhã desceria até a Vila de Maromba, passando pela Cachoeira do Escorrega e ficando em uma pousada da Vila, retornando a São Paulo na segunda-feira.
Não saiu tudo do jeito que eu queria, mas não tive do que reclamar, já que os dias foram de muito Sol, que valeram muito a pena.
Com quase 1 mês de antecedência, enviei para o Parque a solicitação para a travessia, que é obrigatória. Para variar, demoraram um pouco para responder e com isso tive que ligar lá, mas consegui sem problemas.
Serra Fina ao fundo
Para o Abrigo Rebouças não reservei porque era dia de semana e estava crente que o lugar estivesse com vagas no Abrigo ou pelo menos no Camping. 
Quanto à questão do transporte, fui pesquisar alguns taxistas de Itamonte e marquei com um (Marquinhos), que me cobrou um valor bem baixo, para me deixar junto do antigo Alsene - pesquisei vários outros e todos eram bem caros. Não faltava mais nada e com a Natureza ajudando, prometendo vários dias de Sol, comprei a passagem de SP para Itanhandu/MG saindo Sexta pela manhã.
Novamente os relatos do Sérgio Beck seriam os meus guias. E não dava para reclamar, pois eram 2: um no livro Caminhos da Aventura e outro bem mais recente (ano 2003) na Revista Aventura Já. 
E no dia combinado estava embarcando as 08:00 hrs no Terminal Tietê pela Viação Cometa em direção a Itanhandu. 
A viagem foi tranquila e por volta das 12h30min desembarcava na Rodoviária da pequena cidade e aqui só foi aguardar o circular da empresa Delfim sair as 13h15min em direção a Itamonte.

27 de julho de 2012

Travessia São Francisco Xavier/SP x Monte Verde/MG pela Trilha do Jorge - Relato da caminhada com dicas

Assim que retornei do Parque do Ibitipoca (relato aqui), já queria fazer uma outra caminhada, mas dessa vez na Serra da Mantiqueira. Minha intenção era a travessia de São Francisco Xavier/SP a Monte Verde/MG pela Serra dos Poncianos. 
A logística para essa travessia era relativamente fácil: sair bem cedo de SP em direção a São José dos Campos a tempo de pegar o circular das 10:00 hrs para São Francisco Xavier e de lá cruzar a Serra da Mantiqueira na direção norte para chegar em Monte Verde. Não dei muita sorte porque a Natureza só mandou chuva e com isso essa caminhada não terminou como eu tinha imaginado.

Foto acima: na Trilha do Jorge, antes de chegar na Pedra da Onça

Fotos dessa caminhada: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui



Ruas de São Francisco Xavier
Meu planejamento era esse: ao chegar em S. Francisco Xavier, seguir até a crista da serra pela Trilha do Jorge e acampar na Pedra da Onça, que é também conhecido pelo nome de Mirante. 
No dia seguinte seguir a trilha à sudoeste pela crista, na direção da Pedra Partida e de lá desceria até o centro de Monte Verde para depois retornar pela Trilha do Jorge e acampar novamente no Mirante ou em algum outro ponto da trilha.
E no outro dia descer para S. Francisco Xavier, completando o circuito. 
No retorno para S. Francisco Xavier encontraria a Márcia e a Sophia e ficaríamos por alguns dias para aproveitar as férias de ambos.
Como ia ser minha primeira vez, já fui com a expectativa de pegar uma trilha fechada com vara mato e alguns perdidos, porém o que me preocupava mais eram as chuvas. Não poderia adiar essa travessia, porque 1 semana depois dessa caminhada tinha agendado a Rebouças-Mauá, no Parque do Itatiaia (relato aqui).
Segundo a meteorologia, apesar da região da Mantiqueira estar nublada a vários dias, havia a perspectiva de melhoras no meu segundo dia na serra e agora era torcer para que as previsões estivessem certas.

15 de julho de 2012

Campos do Jordão/SP - Roteiro e dicas de atrações turísticas para curtir em família

Novamente estava de volta à Campos do Jordão com a Márcia e dessa vez só ficamos por 3 dias. 
Fizemos circuito diferentes do que tínhamos feitos anos atrás (relato aqui), quando ficamos por 5 dias na cidade.
E estávamos com a Sophia (nossa filha) também, o que nos fez incluir no roteiro passeios tipicamente infantis e que ela pudesse gostar.
Fomos para lá na primeira semana de Julho e sempre pela manhã iniciávamos nossos passeios, retornando a noite.

Foto acima: na base da Cachoeira dos Serranos (ou do Tobogã) em São Bento do Sapucaí


Fotos dos lugares visitados: clique aqui



Parque Floresta Encantada
Nosso roteiro foi:
1º dia: Parque Floresta Encantada e Borboletário Flores que Voam.
2º dia: Cachoeiras do Poção e dos Serranos em São Bento do Sapucaí.
3º dia: Pico do Itapeva e região.


Alimentação

# Restaurantes do bairro do Jaguaribe e Abernéssia são boas opções e a maioria deles fica na avenida principal. Algumas cantinas, pizzarias e churrascarias são boas opções.
Já comemos na Cantina Nonna Mimi, que possui valores justos e boa comida e também no Restaurante Querença da Serra, ambos no Bairro da Abernessia.
Cantina Nonna Mimi: Clique aqui
Querença da Serra: Clique aqui
Cachoeira do Poção
# O Capivari até seria uma boa opção, mas seus preços são bem altos e só compensa para passeios durante a noite ou comer um fondue, que não será barato.

No segundo dia almoçamos em São Bento do Sapucaí no Restaurante e Pizzaria Sabor da Serra - um dos melhores da cidade. Fica próximo do centro.
www.restaurantecomidamineira.com

Hospedagem

# A maioria das pousadas da cidade são extremamente caras.
Se ficar vários dias na cidade, compensa se hospedar em Santo Antônio do Pinhal, onde as diárias chegam a ter os preços abaixo da metade em comparação com as pousadas de Campos do Jordão. E a qualidade é a mesma.
Entre uma cidade e outra são apenas uns 20 minutos. 

# Na cidade existem 2 campings:
- CCB, que fica próximo do Horto Florestal e um pouco longe do cento do Capivari. Só para quem quer sossego mesmo. Clique aqui.
- E o Camping da Malu, que costuma servir de Parking Trailer, onde é possível encontrar algumas vagas. A área de camping é separada e conta com banheiros e chuveiros.
Se localiza próximo à colônia de férias do funcionários públicos de SP e a cerca de 500 metros do centro do Capivari. 
(12) 99749-8167 / (12) 99756-2578 / (12) 98126-0773. (segundo informações recentes, o lugar está fechado - confirme antes de ir).

Abaixo as dicas dos lugares por onde passamos nesses 3 dias:

7 de julho de 2012

Pindamonhangaba x Campos do Jordão pelo Pico do Itapeva - Relato e dicas da caminhada

Este é o relato de uma das travessias que já estava na minha lista a muitos anos. É uma das caminhadas que me faltava na região de Campos do Jordão, mas sempre vinha adiando. Minha intenção sempre foi de subir a serra por uma trilha que finaliza próximo do Pico do Itapeva e depois descer por uma outra, completando o circuito.
Reuni uma galera e foi o que a gente fez: saímos de Pindamonhangaba (no Vale do Paraíba) subindo a serra pela trilha das Borboletas até o Pico do Itapeva e depois uma parte do pessoal desceu a serra pela trilha da Fazenda Hare Krishna, completando o circuito, enquanto que eu continuei a caminhada pela crista da serra por uma trilha chamada Sertão dos Moreiras até chegar próximo ao Horto Florestal e de lá desci pela trilha da pequena Usina Hidrelétrica Izabel.

Na foto acima, o pessoal subindo a serra pela Trilha das Borboletas


Fotos: clique aqui
Tracklog para GPS dessa caminhada: clique aqui



Em 2006, ao final da travessia do Pico do Carrasco, de Piquete até Campos do Jordão (relato aqui) eu e a Márcia finalizamos no Horto Florestal. 
Naquele dia até cogitamos em continuar a caminhada rumo oeste pela crista para quem sabe chegar no Pico do Itapeva, mas como terminamos com chuvas, nem discutimos a possibilidade. 
Pensei comigo: um dia ainda volto aqui para continuar essa caminhada pela crista, mas sempre fui deixando de lado.
E depois de várias tentativas infrutíferas resolvi fazer essa caminhada, mas da seguinte forma: saindo de Pindamonhangaba, subiria a Serra da Mantiqueira pela trilha das Borboletas até chegar no Pico do Itapeva e de lá continuaria pela trilha do Sertão dos Moreiras, seguindo pela crista rumo leste até chegar próximo ao Horto Florestal, descendo depois a serra pela trilha da pequena Usina Hidrelétrica Izabel
Do trecho de subida, tinha conseguido um tracklog plotado numa carta topográfica com o Lexus (site dele aqui), cuja caminhada iniciava próximo do Bar do Edmundo, em Ribeirão Grande (um bairro de Pindamonhangaba). 
E claro não poderia deixar de citar o montanhista Sérgio Beck, que no livro Caminhos da Aventura relata a subida dessa trilha, passando ao lado do Morro do Pinga.
Com um tracklog e o relato do Beck não precisava de mais nada.
Essa trilha de subida pode ser feita em apenas 1 dia e termina próximo ao Pico do Itapeva.
Agora era reunir um bom grupo que topasse qualquer perrengue e chamei para essa caminhada o Marcelo Gibson, o Sandro (Fórum Mochileiros) e um velho conhecido de muitas mensagens de e-mails: o Rodrigo, que toparam na hora. O Rodrigo, por sua vez chamou sua namorada - a Rosana e um amigo dele - o Renan e com isso a trupe estava formada.
Rosana, Rodrigo, Marcelo Gibson, Sandro, eu e o Renan
E num Sábado de Junho marcamos de todos se encontrar na Rodoviária do Tietê para embarcar às 07h45min em direção a Pindamonhangaba. 
A viagem foi tranquila e pouco depois das 09h30min já estávamos desembarcando na Rodoviária da cidade.
Aqui tínhamos ainda um trecho de caminhada até chegar ao ponto inicial do circular e lá fomos nós seguindo a pé para a antiga Estação Ferroviária da cidade, onde o ônibus para Ribeirão Grande sairia as 11:00 hrs. 
O percurso até que foi rápido e pouco depois das 11h30min já estávamos desembarcando do circular ao lado do Bar do Edmundo (nesse ponto), onde paramos para tomar alguma coisa.

25 de julho de 2011

Travessia da Serra do Papagaio/MG – Aiuruoca x Baependi - Relato com dicas da caminhada

Das clássicas e longas travessias da Mantiqueira e que dispõe de um dos mais belos visuais, a Serra do Papagaio é uma das que sempre ficou faltando na minha lista e eram inúmeros motivos: a dificuldade de logística, principalmente no final da travessia, a certeza de bom tempo e a disponibilidade de ter no mínimo 4 dias para se fazer essa travessia completa sem correria.
Nos anos em que dispunha de vários dias para essa travessia, o clima não ajudava, prometendo chuvas na região, por isso fui deixando de lado. E naquele meio do ano dei sorte, porque coincidiu do clima ajudar e ainda estar de férias com minha família.


Foto acima: na crista da Serra do Papagaio tendo ao fundo à esquerda o Pico do Bandeira, considerado o ponto mais alto da Serra

Fotos da travessia + trilha plotada em carta topográfica: clique aqui
Tracklog para GPS da travessia: clique aqui


Chegando em Aiuruoca
Com a Natureza prometendo dias de muito Sol por vários dias, saímos de Sampa no dia 9 julho (feriado) de carro para chegar em Aiuruoca antes do anoitecer. 
Pico do Papagaio
Para me guiar nessa caminhada de novo recorri ao Sérgio Beck. Eram 2 relatos: um no livro Caminhos da Aventura e outro mais recente na Revista Aventura Já. Peguei também a trilha plotada em carta topográfica, em caso de precisar dela.
Saímos de carro no Sábado pela manhã em direção a Aiuruoca pela Dutra e passando por Cruzeiro, Passa Quatro, Itanhandú, Caxambu até chegar em Aiuruoca pouco antes das 17h30min, seguindo direto para a Pousada, que já estava nos aguardando. Foi uma noite tranquila e no dia seguinte (Domingo) fomos visitar algumas cachoeiras e poções nesse post aqui. Aproveitamos bem e no dia seguinte era o início da minha travessia.
Saímos da Pousada Ajuru as 11h15min em direção ao início da trilha que leva ao topo do Pico do Papagaio.
O proprietário da Pousada é o guia Marcus, muito conhecido na cidade e que forma grupos e leva para algumas cachoeiras e outros pontos turísticos.
Era isso o que a Márcia contava: se encaixar em algum grupo nos dias em que ela ficaria com a Sophia (nossa filha) na Pousada.
Seguindo em direção ao Vale do Matutu, a Márcia me deixou as 12:00 hrs em frente a uma porteira, ao lado da entrada do Sitio do Saulo. Exatamente nesse ponto: https://maps.app.goo.gl/NkL6bWow2b2RzLJD9
É aqui se inicia uma das tantas trilhas que levam ao topo do Pico. 
Pico do Papagaio em frente
A altitude no local é de aproximadamente 1200 metros e eu teria que chegar a pouco mais de 2100 metros no final daquele dia.
Marquei com a Márcia de me encontrar em Baependi 5 dias depois, mas não foi preciso, pois consegui finalizar essa travessia em 4 dias.
Subindo
Depois das despedidas, as 12h10min cruzo com a porteira de ferro e sigo por uma estrada íngreme que leva ao Sitio do Sr. Batista, mas vou parando em alguns momentos porque o Sol não dava trégua e na subida encontro um casal de seriemas assustados. Depois que a estrada termina, passo ao lado de uma pequena garagem improvisada até chegar na residência do Sr. Batista as 12h30min.
D. Maria - esposa do Sr. Batista
Quem está na casa é a D. Maria (esposa do Sr. Batista) e pego água em uma torneira que jorra de uma nascente ao lado, mas por sugestão dela só pego um pouco, pois ela diz que antes de chegar no topo vou encontrar um riacho que cruza a trilha, por isso nem encho os cantis para não aumentar o peso.
As 12h40min retomo a caminhada e depois de passar ao lado da horta e cruzar com uma porteira, a trilha sai em campo aberto e na 1ª bifurcação, sigo para esquerda, sempre me mantendo próximo de uma pequena mata do lado esquerdo.
A partir daqui a trilha segue por uma inclinação maior, encontrando outras trilhas até adentrar em um pequeno trecho de mata fechada. 
De frente para o paredão do Pico do Papagaio
Outras bifurcações aparecem, mas procuro sempre me manter na mais demarcada, onde a erosão provocada pela água da chuva e por animais é bem visível. 
Depois de sair em campo aberto novamente, a trilha vai ziguezagueando tendo o paredão do Papagaio bem à frente e à esquerda é possível ver uma parte do Vale do Matutu com a Cachoeira do Fundão no final do vale.
Quase à nordeste vejo a pequena Aiuruoca e uma parte do Vale dos Garcias.
As 13h45min saio desse trecho de vegetação baixa e entro definitivamente na mata fechada com a trilha se tornando um pouco mais íngreme, chegando no paredão pouco depois das 14:00hrs, na altitude de 1750 metros. 
Pequeno riacho na trilha
Subindo por voçorocas, vou contornando o paredão para esquerda e mais alguns metros a trilha tem uma leve descida até pegar um trecho plano por dentro da mata e as 14h25min chego no ponto de água, na altitude de + - 1750 metros. 
Gruta com água
É um pequeno riacho que corta a trilha, sendo que a água é muito fria e os dedos das mãos chegam a doer em contato com ela. 
Resolvo medir a temperatura que estava em 8ºC - quase temperatura de geladeira - e com cantis cheios, agora era retomar a caminhada.
Uns 5 minutos depois encontro outro ponto de água à direita, junto a uma pequena gruta, boa para bivacar em uma emergência.
Topo do Pico do Papagaio ao fundo
Esse é o último ponto de água que encontro, já que no topo e arredores não achei o precioso líquido. O ideal é pegar água aqui; outro ponto de água só fui encontrar no dia seguinte, no Retiro dos Pedros, a cerca de 3 horas do topo.
Pouco antes das 15:00 hrs saio em um enorme descampado à esquerda com vistas para a crista da Serra do Papagaio e com o Pico da Bandeira se destacando à frente.
Passando pelo descampado
O trecho pelo descampado não dura muito e logo volto a seguir por dentro da mata, passando por trechos de lajotas de pedras.
Aqui a trilha formou voçorocas e está bem demarcada, sendo possível caminhar até durante a noite.
As 15h40min saio em um descampado onde a trilha se divide em 2: para a esquerda é a continuação da travessia do Papagaio que segue para o Retiro dos Pedros, enquanto que para a direita leva ao topo do Pico.
Aqui encontrei 2 homens montados em seus cavalos (Sr. Antônio e seu filho) que estavam procurando 6 vacas perdidas e vieram à cavalo pela mesma trilha que eu.
Trilha em meio á mata
Depois de um rápido bate-papo retomo a caminhada em direção ao Pico e vou seguindo no plano ora por trechos descampados ora pela mata fechada. 
Ao longo desse trecho existem bons lugares para montar barracas e até encontrei vestígios de um acampamento, inclusive com fogueira (um lixo) e as 16h15min chego na base do Pico. 
Esse trecho inicial de subida é atravessando arbustos de capim elefante para depois seguir por dentro de um pequeno trecho de mata e emergir no topo, onde chego as 16h45min, na altitude de pouco mais de 2100 metros, marcado erroneamente na carta topográfica como tendo 1975 metros.
Topo do Pico do Papagaio
A vista daqui chega a ser de 360º tendo o vale do Rio Aiuruoca a leste; a norte/nordeste a Serra de Carrancas; ao sul o Vale do Matutu com alguns dos picos do Parque Nacional do Itatiaia bem ao fundo e a oeste/sudoeste a crista da Serra do Papagaio que ainda me aguarda para o dia seguinte.
Visual do topo
A Serra de Carrancas ao norte me chama a atenção porque vista daqui nota-se que ela é bem extensa e se destaca das outras. Penso comigo: com certeza preciso fazer uma caminhada nessa serra e alguns anos depois eu fiz: clique aqui para ler o relato.
Depois de explorar o topo, onde encontro poucos lugares para montar barracas, escolho um local junto a trilha de descida por ser plano, com gramado e protegido. 
As 17h25min os raios do Sol começam a se despedir no horizonte e já escurecendo, entro na barraca porque a temperatura cai para menos de +10ºC rapidamente. 
Por do Sol visto do topo do Pico 
Pouco depois das 19:00 hrs saio da barraca para fazer o meu jantar que inclui sopão de batata, miojo, salame, linguiça defumada e um suco. 
Vou dormir por volta das 20:00 hrs e durante a madrugada checo o termômetro que está em +2ºC. Pouco antes das 06:00 hrs acordo com o alarme do celular para ver os primeiros raios do Sol e como ainda está um pouco escuro é possível visualizar ao norte luzes de inúmeras cidades ao redor.
Depois de vários clics dos primeiros raios do Sol desmonto a barraca e preparo o café da manhã com direito a chocolate, bisnagas, bolachas e barra de cereais. Embaixo de uma pedra encontro uma latinha com alguns dados de geocaching e deixo do jeito que achei.
Gelo na trilha
Aqui um parênteses. Se for realizar a travessia é necessário comunicar ao Parque Estadual. No final desse relato, nas Dicas eu coloco maiores informações de como fazer isso.
E pouco antes das 07h30min me despeço do topo e vou descendo pela trilha até chegar na mata e em um dos descampados que ficam antes da bifurcação encontro gelo no gramado, confirmando que a temperatura baixou para menos de 0ºC.
Vale dos Garcias
As 08:00 hrs chego na bifurcação que leva de volta para Aiuruoca à esquerda ou a continuação da travessia à direita e aqui não tem erro, já que a trilha é bem demarcada, com vegetação baixa.
Em vez de subir pela crista em linha reta, a trilha vai contornando pela direita sempre no plano e mais alguns minutos o visual da direita se abre para o Vale dos Garcias e tento ver na beirada de um paredão a cachoeira, mas é impossível.
Paredão de escalada
Volto para a trilha e passo ao lado de uma enorme rocha com um paredão propício para escalada e bem à frente o Morro do Tamanduá se destaca na crista. O nome desse Morro consta na carta do IBGE como Tamanduá, mas nos croquis que encontrei em Aiuruoca, o pessoal cita um outro nome: Santuário.
Morro do Tamanduá ao fundo
Mais alguns minutos e a trilha entra na mata passando por trechos erodidos e aqui vou ganhando altitude até encontrar uma bifurcação.
A da esquerda segue por um pequeno trecho de mata e a da direita segue crista acima em campo aberto.
Conforme vou subindo constato que a trilha principal vai contornando o Morro do Tamanduá (ou Santuário para alguns) para a esquerda, mas minha intenção é conhecer o topo e sigo em frente.
Morro do Tamanduá ou Santuário para alguns
Chego as 08h50min no conjunto de pedras e vou contornando ele para esquerda e dou de cara com um belo mirante com vistas para norte/noroeste e oeste. 
Fico por alguns minutos aqui só apreciando o visual, que é de quase 360º.
Não muito longe à oeste, a Serra da Gamarra surge emergindo, que pode ser uma boa opção de travessia futura.
Fico aqui por um bom tempo e vou consumindo o restante da minha água e não me preocupo com a falta dela, pois sei que daqui a 1h30min estarei chegando no Retiro dos Pedros, onde existe um riacho com água de qualidade.
Cerca de pedras na crista da serra
As 09h20min retomo a caminhada, voltando para a trilha principal na direção sudoeste e vou descendo pela vegetação baixa até interceptar a trilha principal bem demarcada que segue agora na direção do muro de pedras, construído no acesso a próxima crista.
Trilha pelas lajes
O muro é bem antigo e seu objetivo parece que era conter o gado para que não passasse de um lado ao outro da serra, comprovado por algumas cercas de arame escondidas pela vegetação.
A trilha segue a esquerda do muro, passando próximo a ele e daqui para frente alternam-se escalaminhadas de lajes expostas com trechos de mata com vegetação, seguindo sempre em linha reta.
Seguindo pela crista
Nos trechos pela lajes de pedras existem vários totens que orientam por onde ir subindo, mas que não apresentam maiores dificuldades, já que sua direção é no sentido sudoeste, tendo sempre o Pico do Bandeira ao fundo e à esquerda como referencia.
Trecho de mata
As 10:00 hrs atravesso o último trecho de mata fechada para sair em campo aberto onde visualizo a esquerda a trilha que leva ao topo do Pico do Bandeira, mas pela falta de água, sigo em frente na direção do Retiro dos Pedros.
A noroeste vejo a antiga estrada que ligava a Pousada do Lado de Lá ao Retiro dos Pedros e que muita gente usava para chegar de carro e que felizmente isso acabou, pois a Pousada foi desativada alguns anos depois.
Retiro dos Pedros
Descendo pela trilha, logo chego a uma enorme voçoroca, onde provavelmente era uma nascente de riacho que secou.
Seguindo agora no plano, já vejo o Retiro à frente, onde chego as 10h20min. 
O lugar é como se fosse um cercado para animais rodeado de muros de pedras e no centro dele um antigo cocho.
Mais para dentro existem vestígios de construção e resolvo ficar aqui por um tempo e fazer algumas anotações.
Pico do Papagaio ao fundo
Depois de mais de 1 hora descansando na sombra retomo a caminhada por volta das 11h30min, mas assim que atravesso o riacho escondo minha mochila na vegetação ao lado e vou subindo por uma trilha na direção sul, que segue para a face oeste do Pico do Bandeira. 
A trilha é bem demarcada e segue próxima a uma mata do lado esquerdo até chegar na base de um pequeno morro com rocha exposta e aqui encontro a trilha à oeste que leva direto ao topo do Bandeira. 
Bem demarcada a trilha segue quase em zig zag por uns 10 minutos até chegar no topo, onde a vegetação baixa é predominante e que provavelmente era coberta de mata, mas que foi quase toda derrubada, restando só um trechinho.
Cachoeira do Fundão
O lugar é o ponto mais alto de toda essa travessia com pouco mais de 2350 metros de altitude (é o que consta na carta topográfica), mas no meu altímetro apareceu com altitude de quase 100 metros a menos. 
A visão daqui é de 360º e o Vale do Matutu com a Cachoeira do Fundão se destacam à sudeste e o Pico do Papagaio à nordeste. 
Ao sul um pico pontiagudo se destaca não muito longe (é a Mitra do Bispo) e se observa inúmeros trechos de mata fechada, onde ainda vou passar e a sudoeste vejo o Pico da Canjica, com altitude um pouco menor que o Bandeira.
Depois de vários clics, volto para pegar minha mochila junto ao riacho e as 12h35min retomo a caminhada pela trilha principal, seguindo no rumo sul.
Entrada da trilha na mata
Caminho por cerca de 100 metros em campo aberto por trilha demarcada para entrar novamente em mata fechada e aqui vai ser por um bom tempo. 
Nesse trecho um pequeno riacho que pode estar seco (não conte com a água daqui, traga do Retiro ou pegue um pouco mais à frente) aparece à direita e é preciso tomar muito cuidado, já que a trilha bifurca nesse ponto do riacho. 
Se tiver dificuldades procure a trilha mais demarcada à esquerda na direção sul, já que a trilha que bifurca à direita leva a um descampado na encosta e de lá ao topo do Pico da Canjica.
Logo após o riacho, a trilha vai contornando o Pico da Canjica à esquerda, mas surge um pequeno problema: inúmeras árvores caídas no meio da trilha que atrapalham totalmente a passagem e para isso é preciso ficar atento para encontrar a continuação da trilha.
Trilha pelo descampado
Nesse trecho de mata fechada encontrei cerca de 8 árvores caídas sobre a trilha e 2 delas impediam totalmente a passagem me obrigando a ir pulando por cima dos galhos caídos ou abrir trilha varando mato pelas laterais. 
Depois de alguns minutos descendo, a trilha se estabiliza e saio em campo aberto as 13h10min.
Aqui a trilha é instintiva e segue por esse trecho até atravessar uns 100 metros de mata novamente e vai seguindo na direção sul por vegetação baixa até encontrar outra bifurcação, mas não se preocupe; as duas vão se encontrar mais a frente. 
Vale do Ribeirão Santo Agostinho
Nessa bifurcação a trilha da esquerda vai contornando um trecho de mata e alguns minutos a frente cruza com uma outra trilha que vem da direita, a oeste. 
Seguindo por uns 5 minutos por essa trilha à direita, logo se chega a borda de um penhasco com mirante e a visão de todo o vale do Ribeirão Santo Agostinho (conhecido também como Ribeirão do Charco) com a Cachoeira do André vista à sudoeste e o Pico da Canjica ao norte. 
O lugar merece uma parada, pois o visual é lindo demais.
Volto até a trilha principal e alguns metros de descida na direção sudeste me levam a entrar novamente em trecho de mata fechada até sair em campo aberto uns 10 minutos depois, as 14:00 hrs.
Totem do Santo Daime
Já no trecho pelo descampado, sigo em declive suave até chegar no plano onde encontro uma estrada que segue na direção da mata à esquerda.
Bem à direita, à sudoeste vejo um totem que pertence ao Santo Daime, mas não vou até lá, pois ainda tenho muito o que caminhar.
Essa região pertence à RPPN do Matutu (Reserva Particular do Patrimônio Natural) e é uma área privada, tendo algumas normas de visitação e passagem, sendo necessário o pagamento de uma taxa - no final do relato, em Dicas eu coloco mais informações de como efetuar esse pagamento.
Próximo do totem, uma estrada segue na direção da mata para cruzar um riacho, onde encho meus cantis, pois não sei se vou acampar próximo a algum no final daquele dia.
Com cantis cheios e saciado da sede, retomo minha caminhada as 14h40min.
Seguindo na direção sudeste por vestígios de uma antiga estrada, a partir daqui estou deixando a Serra do Papagaio para mais à frente seguir pela Serra do Charco.
Estrada até aqui
Seguindo próximo ao riacho que está do lado esquerdo, essa antiga estrada logo entra em um trecho de mata e segue no plano por uns 500 metros.
Ao final dela cruzo com outro riacho que vem da direita e uns 20 metros à frente a antiga estrada vira para a direita uns 90º. 
Ainda caminhando por uma antiga estrada, vou alternando entre sobe morro/desce morro, que parecem não acabar mais.
O cansaço aqui vai ser grande, pois o Sol está muito forte e a estrada está cheia de voçorocas, mas pelo menos do visual não tenho do que reclamar, pois atrás de mim o Pico do Papagaio e a crista da Serra emergem no horizonte.
Trecho por antiga estrada
O Vale do Matutu aparece em quase sua totalidade em algumas janelas e a Cachoeira do Fundão está cada vez mais próxima.
Na 3ª subida de morro, encontro uma bifurcação com vestígios de uma antiga estrada à esquerda, que parece seguir na direção do Vale do Matutu, mas não recomendaria descer por aqui, já que mais à frente ela se fecha. 
Final da subida
Desprezando a bifurcação e depois de alguns minutos a estrada nivela e agora começa a fazer uma curva para a direita, como se estivesse retornando, mas é só um trecho pequeno. 
E as 16:00 hrs chego na crista da Serra do Charco e aqui a antiga estrada vira bruscamente para esquerda e inicia a descida na direção sudoeste/oeste (poucos minutos antes de iniciar essa descida passo ao lado de uma bifurcação à esquerda bem demarcada, mas escondida pela encosta, que segue até o município de Alagoa - quem passa por ali é só prestar atenção a uma trilha que sai da antiga estrada).
Descampados pela trilha
Pelo horário não me resta muito tempo de Sol, por isso logo terei de procurar um lugar para acampar, mas pretendo chegar até o próximo riacho ou ir um pouco mais além.
As 16h30min, depois de descer muito chego no final da antiga estrada e aqui só fui encontrar a continuação da trilha à esquerda, na direção sul, atravessando algumas árvores para sair em um descampado coberto de vegetação baixa.
Vou descendo pelos vestígios de uma trilha que ainda é visível e alguns metros abaixo termino em uma mata ciliar, que esconde um pequeno riacho.
Nesse ponto tive de ficar procurando a entrada da trilha na mata ciliar e fui encontrá-la um pouco à esquerda.
Cruzando riachos
Ao cruzar o pequeno riacho, a trilha se torna mais visível daqui para frente e a vegetação não é tão alta. Passo ao lado de um enorme cupinzeiro, do lado direito e alguns minutos à frente chego em um outro riacho, esse de volume um pouco maior, tendo uma pequena cachoeira ao lado.
Logo depois do rio, encontro somente vestígios de trilha, que está coberto pelo capim. 
Resolvo então subir em linha reta e intercepto uma trilha bem demarcada que segue para a esquerda e para a direita. Por curiosidade resolvo seguir na direção da direita, por vegetação não muito alta, tendo o riacho bem próximo. 
Por do Sol no vale
Alguns minutos depois a trilha entra na mata ciliar e passa a seguir próximo do riacho, mas ela só me leva até uma cachoeira um pouco mais abaixo e em seguida cruza para o outro lado do rio. 
Provavelmente essa é uma outra opção de trilha que deve vir do final da antiga estrada, pela qual eu estava vindo e agora tenho a certeza que a continuação da caminhada é no sentido oposto, para onde eu deveria ter seguido.
Só me resta uma dúvida: onde acampar, já que pelo horário (17h10min) o Sol logo estaria se pondo e a noite cairia sobre aquele vale.
Acampando na trilha
Nesse trecho de mata ciliar, a trilha é bem demarcada e perfeita para montar a barraca, só precisando fazer uma limpeza para a retirada de galhos e folhas caídas. O rio ao lado colaborou, pois resolvo tomar um banho completo já que tinha caminhado por quase 10 hrs seguida naquele dia.
Montada a barraca, banho tomado e de roupas limpas agora era checar os relatos do Sérgio Beck e as cartas topográficas para ver onde errei.
A altitude aqui é de pouco mais de 1650 metros e percebi que se eu tivesse lido os relatos e olhado a carta e a bússola não teria cometido o erro de seguir pela trilha errada. 
Acho que o cansaço foi o principal causador, já que tinha caminhado muitas horas naquele dia e nessas horas o cansaço atrapalha o raciocínio.
Já mais tranquilo e descansando dentro da barraca, resolvo fazer o jantar, que foi igual ao da noite anterior, só mudando um pouco no tipo de macarrão e talvez por estar bem ao lado do rio, a temperatura foi bem agradável, chegando por volta de 12ºC.
Café da manhã junto de uma pequena cachoeira
Acordei as 06h30min e pouco depois das 07:00 hrs já estava retornando pela trilha até o rio de volume um pouco maior e aqui fui preparar o café da manhã.
Alguns clics da cachoeira e mochila nas costas, retomo a caminhada na trilha, dessa vez seguindo para a esquerda, na direção oeste, seguindo bordejando a encosta à direita sem ganhar muita altitude. 
Do lado esquerdo uma mata ciliar segue próxima da trilha e uns 15 minutos depois a trilha cruza com uma cerca de arame escondida pela vegetação e daqui sigo rente a ela, agora no sentido sudoeste por vegetação de capim ralo. 
Já próximo da parte mais alta da trilha surgem bifurcações para a direita que seguem para a crista que divide 2 pequenos vales. 
O ideal é seguir na trilha da esquerda mesmo, pois dessa forma a descida até o fundo do vale será bem mais suave, e lá embaixo a trilha vai passar ao lado de antigas ruínas de um rancho com um cocho coberto por telhas.
Vales e mais vales
Como eu vim na trilha que seguia pela crista, assim que avistei os vestígios do antigo rancho lá embaixo à esquerda, fui descendo pela encosta íngreme em zig zag para interceptar a trilha principal a poucos metros antes de cruzar um pequeno riacho, próximo de uma araucária solitária. 
A trilha segue na direção oeste e alguns metros à frente se tem um belo visual da imensa cachoeira com poção que me aguarda no fundo do vale.
Desse ponto vejo um casebre à esquerda, rio acima, mas ainda vou ter de cruzá-lo para o outro lado. Instintivamente vou descendo pela encosta de capim ralo, indo ao encontro do topo da Cachoeira do Charco, aonde chego as 09h10min.
Cachoeira do Charco
O rio é conhecido como Santo Agostinho ou Charco e atravessá-lo é muito complicado, já que a correnteza é forte. 
Junto da cachoeira é impossível e por isso vou subindo o rio até encontrar um trecho mais raso e quase sem correnteza, onde é possível cruzar.
Uns 50 metros da cachoeira rio acima encontro o lugar ideal, mas para isso tenho de tirar a bota e a calça para evitar molhá-las.
Nesse ponto a água chega até próximo da cintura, mas consigo chegar em algumas pedras no meio do rio e daqui sou obrigado a pular já que a correnteza na outra metade do rio é um pouco mais forte. 
Ribeirão Santo Agostinho
Depois de jogar a mochila em cima de uma pedra na outra margem do rio e ficar lá, a bota não tem a mesma sorte.
Depois de jogá-la do outro lado do rio a bota bate nas pedras e cai em um remanso do rio, sendo quase levada pela correnteza, mas ela só se molha um pouco, para o meu alívio.
Refeito do susto e mochila nas costas, vou subindo pela encosta íngreme segurando na vegetação ao lado do rio.
Alguns metros acima intercepto uma trilha que segue bordejando a encosta e aqui sigo para esquerda na direção do casebre e as 09h35min chego nele. 
Cabana pela trilha
O lugar é bom para um pernoite com um pequeno riacho ao lado e depois de alguns clics retorno para a trilha, mas agora sigo vale acima, na direção oeste por uns 5 minutos até iniciar a subida pela encosta íngreme à direita.
Conforme vou subindo encontro uma outra trilha que vem da cachoeira abaixo e segue para esquerda na direção de uma cerca de arame e chegando nela só foi atravessá-la. Agora vou subindo por uma crista em trilha bem demarcada até encontrar uma estrada que desce à esquerda em direção à Alagoa (outra opção para quem quer terminar essa travessia em Alagoa).
Trilha demarcada
A trilha agora é no sentido noroeste passando próximo de uma mata do lado direito e ela chega a ser quase uma avenida de tão demarcada que é.
Depois de passar entre dois pequenos morros a trilha vai seguindo em declive suave por algumas voçorocas até chegar no fundo do vale, as 10h20min.
Cruzo um pequeno riacho que vem da esquerda e já do outro lado vou subindo por encosta íngreme e desse ponto é possível visualizar um pequeno rancho à esquerda com alguns animais (provavelmente de algum morador, mas não cheguei a ir lá).
Após esse pequeno trecho de subida, a trilha segue por dentro de uma mata sombreada, mas que não dura muito.
Apreciando o Rio Piracicaba
Logo saio em campo aberto contornando um morro pela sua direita e as 10h50min chego em um belo mirante com vistas para o norte e oeste, tendo o vale do Rio Piracicaba em primeiro plano com suas inúmeras cascatas. 
Paralela ao rio, a Serra da Chapada segue na direção sudoeste até encontrar a Serra da Careta bem ao fundo e este trecho eu considero o mais belo de toda essa travessia.
Descendo pela larga trilha logo cruzo uma cerca de arame e aqui viro à esquerda na encosta e vou descendo pelo capim ralo na direção do fundo do vale, onde chego as 11h20min na parte alta da Cachoeira do Juju. 
Cachoeira do Juju
O lugar está deserto e possui um descampado bem ao lado do rio onde comporta inúmeras barracas, mas pelo horário ainda tenho tempo de sobra para chegar no Morro do Chapéu, onde vou acampar no final do dia.
Parada para descanso e vou consumindo alguns alimentos que iriam sobrar entre eles o salame, algumas bolachas e sucos.
Agora é acionar a Márcia para me pegar um dia antes em Baependi, já que pelos meus cálculos, o último pernoite meu seria no Morro do Chapéu, que não está muito longe, mas não consigo sinal de celular. 
Piscina no topo da Cachoeira
Talvez junto ao Morro eu consiga sinal ou se não der, ligo do telefone público que tem no bairro da Vargem mesmo.
Por ter tempo sobrando, resolvo tomar um banho, mas com a água bastante fria não fico muito tempo molhado. 
A cachoeira tem uns 130 metros e chega a dar medo, quando chego na borda. 
O lugar é lindo mesmo e com poços de vários tamanhos no topo e em um deles dá-se a impressão que a borda é infinita. 
Ao norte algumas casas e sedes de fazenda estão junto ao rio e algumas estradas seguem na direção de Baependi e daqui para frente a trilha é pela crista de uma outra Serra: a da Chapada.
Trilha pela crista da Serra da Chapada
Com uma pequena quantidade de água e com mochila mais leve, retomo a caminhada as 12h40min pelo outro lado do rio e aí sigo pela encosta íngreme bordejando o vale do rio à esquerda, ganhando altitude para depois nivelar, ora pela crista, ora pela esquerda dela.
Da trilha vou observando cascatas e alguns poços no Rio Piracicaba à esquerda que são um convite a um banho, mas fica para uma outra vez. 
O que atrapalha é o Sol, que é escaldante naquele horário e para piorar, esse trecho não passa por nenhuma mata fechada.
Atrás de mim e a leste tem-se a visão de boa parte da crista da Serra do Papagaio no horizonte e uma grande cachoeira na encosta: é o Canyon do Cavalo Baio, que possui uns 200 metros de queda.
Nascentes do Rio Piracicaba
Após quase 1 hora de caminhada avisto uma pequena casa na encosta à esquerda, junto ao rio e que recebe até energia elétrica através de alguns postes.
Com o Rio Piracicaba cada vez mais se distanciando da trilha, resolvo descer até o seu leito, próximo a uma mata de araucárias e encher os cantis já que nos arredores da base do Morro do Chapéu a água é um item escasso, segundo Sérgio Beck.
Já com os cantis cheios volto para a caminhada por trilha bem demarcada, sempre no sentido sudoeste e vou parando em vários momentos porque de vez em quando surgem alguns aclives que cansam demais, mas na maior parte do tempo sigo sempre bordejando a crista pela esquerda.
Morro do Chapéu surgindo
Por volta das 15h15min o Morro do Chapéu começa a surgir bem ao fundo na Serra da Careta, mas que ainda restam cerca de 1 hora de caminhada até chegar lá. 
Abandonando a Serra da Chapada, sigo agora no sentido norte para contornar o trecho de mata que surge à esquerda e próximo dela alguns cavalos estão pastando. 
Sempre bordejando a mata à esquerda e pouco antes 16:00 hrs a trilha se bifurca e sigo agora na direção dela para adentrar por um pequeno trecho de mata e uns 3 minutos depois saio em campo aberto de capim ralo, de frente para o Morro do Chapéu, que também é conhecido como Pico da Careta.
De frente para o Morro do Chapéu ou Pico da Careta
Aqui já procuro um lugar plano para montar a barraca e encontro um descampado de lajotas de pedras.
Deixo a mochila aqui e vou na direção do Morro com o intuito de chegar no topo. 
A trilha que leva ao cume está no lado esquerdo do morro, na direção sul e não é difícil encontrá-la. 
Passando por um pequeno trecho de mata fechada, vou subindo por trilha demarcada e bem íngreme até atingir um amplo gramado.
Aqui não levo mais que 15 minutos para atingir o topo que possui 2 cumes, sendo que o menor deles está coberto por mata, enquanto que no outro mais alto está forrado de capim, com vários lugares planos. 
Topo do Morro do Chapéu
É até um lugar bom para acampar, mas é um verdadeiro lixo com varias pichações nas rochas.
Encontrei também antigos restos de fogueira de outros que acamparam aqui.
A vista daqui é de 360º e a noroeste é possível ver as cidades de Caxambu e Baependi bem próximas uma da outra. 
Ao norte é a continuação da Serra da Careta e a sudoeste o Bairro da Vargem que ainda me aguarda para o dia seguinte.
Aqui encontrei um pouco de sinal de telefonia celular e enviei mensagem para Márcia me pegar no dia seguinte em Baependi.
Depois de vários clics volto para a base as 16h30min, para montar a barraca entre as lajes de pedras.
Fico aguardando o pôr do Sol, que se despede cerca de 1 hora depois, as 17h25min.
Camping junto do Morro do Chapéu
Enquanto que de um lado a luz do Sol se escondia no horizonte, no lado oposto a Lua se iluminava cada vez mais, apesar de não ser a Cheia.
Por volta das 19:00 hrs saio da barraca para preparar a última refeição e uso toda a linguiça defumada e outros ingredientes que iam sobrar.
Depois de um belo jantar por volta das 20:00 hrs, já dentro do saco de dormir, aguardo o sono chegar e sem vento e com temperatura agradável ele não demora muito.
Coloco o celular para despertar as 06:00 hrs, já que o circular do Bairro da Vargem para Baependi sai as 09:00 hrs, segundo informações que tinha conseguido.
Visitantes pela manhã
Na manhã do dia seguinte, depois de desmontar a barraca e arrumar a mochila recebo a visita de vários cavalos e todos bem mansinhos.
E as 06h30min, sem ter tomado o café da manhã, inicio a descida até o Bairro na direção sul, seguindo por trilha com algumas voçorocas. 
Atravesso uma cerca de arame e uns 30 minutos depois sigo por dentro de uma mata até cruzar com um pequeno riacho, uns 15 minutos depois.
Aqui tomo meu banho na água gelada e troco de roupa. Aproveito para fazer o café da manhã e comer as minhas últimas barras de cereais e algumas bolachas que ainda restavam.
Bairro da Vargem ao fundo
Já bem alimentado e com roupas limpas, as 07h35min retomo a caminhada, sempre descendo. Alguns minutos à frente saio da mata e passo a caminhar em campo aberto, cruzando algumas cercas de arame e já visualizando o Bairro da Vargem lá embaixo. 
Após cruzar mais algumas cercas, chego a uma residência do lado direito e daqui é só mais alguns minutos até cruzar o Rio do Jacu e chegar na rua principal do Bairro, as 08h10min. 
Vou direto para um pequeno mercado para ter a certeza da saída do circular as 09:00 hrs, que é confirmado.
Agora era ligar para a Márcia no único orelhão do bairro para me pegar em Baependi 1 dia antes do combinado (não tinha certeza se ela recebeu minha mensagem) e pouco depois das 09:00 hrs o circular segue para Baependi por estrada de terra com uns 10 passageiros.
Rua principal do Bairro da Vargem
A viagem é longa (uns 40 Km) e pouco depois das 10:00 hrs o circular chega na Rodovia e de lá segue por dentro da cidade de Caxambu, passando pelo centro da cidade.
Depois segue para Baependi, onde fico aguardando a Márcia me pegar por volta das 12h30min e de lá voltarmos para SP.



Dicas e informações úteis 

# Logística para chegar ou sair da Serra do Papagaio:  Saindo de Sampa são várias empresas que fazem o trajeto até Aiuruoca com vários horários. Cometa e Santa Cruz são algumas delas.

# O circular que fazia a linha Bairro da Vargem-Baependi só funcionava em alguns dias da semana: segunda, quarta e sexta às 09:00hrs.
Ligue no telefone público do Bairro para confirmar: (35) 3375-0109 e (35) 3375-0103.
Ou na Prefeitura de Baependi: (35) 3343-2375.

# Para quem planeja chegar em Aiuruoca de carro saindo de SP, sem dúvida nenhuma a melhor opção é seguir pela Via Fernão Dias por cerca de 280 Km até o trevo da cidade de Campanha, no KM 774. De lá é só seguir para Caxambu e depois Aiuruoca. O percurso que nós fizemos pela Via Dutra foi muito mais demorado e longo, por isso não recomendo.

# Em Aiuruoca só encontramos um Banco Bradesco e uma Lotérica que funciona como banco da Caixa Federal. 

# Para fazer essa travessia é necessário comunicar e preencher um formulário que tá disponível na página do Parque Estadual: clique aqui
Além de pagar uma taxa para cruzar áreas da Reserva do Matutu,, que estão no caminho dessa travessia:

# Existem uns 3 ou 4 acessos diferentes ao Pico do Papagaio e os mais fáceis são pela mesma estrada que leva até o Vale do Matutu. 
Iniciei a caminhada saindo ao lado da porteira do Sítio do Saulo (nesse ponto) e da cidade até ali foram cerca de 9 Km. 

# Sinal de celular da Vivo só encontrei no topo do Pico do Papagaio e no Morro do Chapéu. 

# Em alguns trechos encontrei a trilha já sendo tomada pelo capim alto e pelo mato, por isso muito cuidado. No trecho de mata, logo depois do Retiro dos Pedros, encontrei muita árvore caída no meio da trilha, obrigando a fazer alguns desvios. 

# Água não é uma preocupação nessa travessia. Dizem que em tempo de seca prolongada, o pequeno riacho na base do Pico do Papagaio costuma estar seco. Já a partir do Retiro dos Pedros, água é encontrada em vários pontos da travessia.

# Existem 2 pontos dessa travessia onde é possível ser encurtada e terminar em Alagoa:
- A poucos metros antes de chegar na crista da Serra do Charco, existe uma bifurcação à esquerda, meio que escondida junto à encosta (é preciso ficar atento, pois essa trilha pode ter se fechado). 
- Outro ponto é pouco depois de passar pelo casebre junto à margem esquerda do Rio Santo Agostinho, já na crista a trilha encontra uma estrada (é uma estrada mesmo, não é trilha) à esquerda que leva até Alagoa (neste ponto)

# São poucos os trechos de mata sombreada. A maior parte da caminhada é sempre em campo aberto.

# Outra opção é contratar algum resgate para levar ou sair do Bairro da Vargem:
- Marcus (dono Pousada Ajuru): (35) 99944-1601.
- Paulo Vitor: (35) 98821-8267.

# Outra opção que também pode sair barata, dependendo da quantidade de pessoas são os moto-taxistas e taxistas. Seguem alguns contatos: clique aqui.

# Para quem está de carro e pretende fazer essa caminhada no sentido inverso, iniciando no Bairro da Vargem, deve fazer o seguinte: saindo da cidade de Baependi é só seguir pela Rodovia BR-354, sentido Pouso Alto e em frente ao Restaurante Segredo das Águas (neste local) seguir na bifurcação em direção ao Bairro. São várias bifurcações ao longo do caminho e na dúvida é só ir perguntando aos moradores.