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19 de agosto de 2025

Jericoacoara/Ceará – Como chegar e dicas e roteiros dos melhores passeios

Sempre que eu lia sobre Jericoacoara, vinha na minha cabeça um lugar muito caro com dunas lindíssimas, belas praias e muitas lagoas com infraestrutura voltada somente para os endinheirados. Depois de visitar a Vila por 5 dias posso dizer que tem sim pousadas e hotéis que são verdadeiros resorts e restaurantes com preços bem elevados, mas é possível encontrar hospedagem, alimentação e passeios com bons preços, planejando com antecedencia. 

O que não tem como escapar é a logística complicada para chegar lá, já que o lugar é bem remoto e acessos somente por veículos 4x4. Para quem conhece o litoral da Bahia, Jericoacoara é bem semelhante a Caraíva ou Itacaré, com suas ruas de areia e aquele ar de rusticidade, assim como no interior de muitas lojas e restaurantes que também não possuem piso. É uma vila que eu chamaria de hippie chique e devido a área de Jeri pertencer ao Parque Nacional felizmente não virou alvo de especulação imobiliária.

O que chama atenção é que em quase toda a Vila você só encontra lojas, restaurantes, hotéis, pousadas, pequenos mercados voltados somente para o turista e nenhuma residência. Só uma ou outra longe da parte turística. Um dos guias que nos levou para os passeios disse que aluguel é extremamente alto e quase todos os trabalhadores das pousadas e do comércio vêm de Jijoca. Na verdade até vimos quartos nos fundos de um restaurante, que me pareceram serem usados apenas por funcionários do local.

Eu considero um lugar para você se desligar do dia a dia, da rotina, da correria das grandes cidades. É para renovar as energias, mas para quem curte baladas, festas e musica ao vivo na praia também é possível encontrar isso por lá na alta temporada de verão e do meio do ano. Conhecida mais pelo nome de Jeri, a Vila possui muitas opções de passeios por dunas, lagoas de água doce, praias, beach clubs e paisagens que você só encontra por lá. 

Localizada a cerca de 300 Km de Fortaleza, a Vila pertence ao município de Jijoca de Jericoacoara, possuindo um aeroporto próximo, que é a opção natural para quem não quer passar pela capital cearense. 


Nas fotos acima, ruas da Vila com praia ao fundo, dunas de Barrinha e a Lagoa Amâncio com suas dunas  

Fotos: clique aqui 

Arquivo de GPS da Pedra Furada: clique aqui


Com vários meses de antecedência eu e minha namorada começamos a pesquisar passagens aéreas e hospedagem para Julho e chegamos a conclusão que valia a pena ficar umas 2 semanas entre Jericoacoara e Fortaleza. E analisando melhor as opções de horários, preços e logística das passagens aéreas, escolhemos passar primeiramente por Jeri e depois seguir para Fortaleza e de lá retornando para SP. 

Aeroporto de Jericoacoara

Passagens aéreas compradas, agora fui atrás da hospedagem. Pesquisando no Booking e no Google Maps fechamos com uma pousada por 5 dias e deu para fazer todos os passeios planejados e sem gastar muito. 

Nosso roteiro foi:

Dia 1: Chegada no início da tarde em Jeri + trilha da Pedra Furada com pôr do Sol + passeio pela Vila

Dia 2: Passeio pelo Lado Leste

Dia 3: Passeio pelo Lado Oeste

Dia 4: Passeio Extremo Leste – Barrinha

Dia 5: Viagem para Fortaleza


Quantos dias ficar em Jericoacoara? 

Para aproveitar as atrações naturais e passeios que as agencias fazem na região de Jeri o ideal é no mínimo 4 a 5 dias. Os 3 principais passeios (Leste, Oeste e Barrinha) são distantes da Vila e duram o dia todo, então quando retornávamos à Vila, já estávamos bem cansados para emendar em outro.

Jericoacoara ao fundo rodeado de dunas

29 de novembro de 2023

Travessia dos Lençóis Maranhenses na caminhada - Relato com dicas e informações uteis

Finalmente as minhas férias de Outubro estavam chegando e exatamente 1 ano depois de concluir a travessia da Chapada Diamantina, lá estava eu me preparando para outra clássica travessia da minha lista. Com alguns meses de antecedência fui pesquisar a logística para uma que é obrigatória para qualquer pessoa que curte caminhada/trekking: Lençóis Maranhenses.
Essa fazia parte da minha lista há muitos anos, mas da maneira que eu planejava fazer, teria que dispor de uns 10 a 15 dias, já que minha intenção era fazer sem acompanhamento de guias de agencias e também emendar com outros passeios.
O planejamento era essencial e lá fui eu ler relatos e estudar alguns tracks dessa caminhada. Por conseguir férias somente em Outubro, eu iria pegar quase o final da temporada das lagoas, já que algumas estariam com pouca água ou literalmente secas e com certeza pouca gente ou quase ninguém fazendo a travessia.
Pensei comigo, seriam dunas e mais dunas sem uma vivalma e algumas lagoas privativas só para mim e me hospedando em lugares sem ninguém para compartilhar a experiência. E posso dizer que isso aconteceu mesmo (encontrei somente 1 garota com seu guia num dos oásis e depois nos separamos e nada mais).
Minha intenção era cruzar inteiramente os Lençóis Maranhenses a pé do extremo leste (Vila de Atins) pelas dunas, pernoitando nos oásis até chegar a Santo Amaro do Maranhão numa caminhada, pelas minhas contas, de aproximadamente 70 Km e só encontrando vegetação nesses oásis.
Nos vários relatos que li, todos comentam que o ideal é sempre iniciar a caminhada antes do nascer do Sol com o intuito de evitar o Sol forte depois das 11:00hrs, já que não existem áreas de sombra nos trechos. No sobe e desce das dunas foram diversas paradas em lagoas, algumas com pouca água, outras com água na altura do peito.
Considerado o maior campo de dunas da América do Sul, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é o único deserto do mundo com milhares de lagoas (em torno de 30.000 na época das chuvas). São de vários tamanhos, formas e cores com algumas se mantendo durante o ano todo e outras secas em determinadas épocas do ano. 
De acordo com o ICMBio, são 1500 Km² de área, com as dunas se deslocando diariamente, sendo que na entrada e saída dos oásis é possível constatar esse fenômeno, já que várias árvores, principalmente cajueiros, estão sendo engolidos pelas dunas.
O Parque está localizado a cerca de 250 Km de São Luís e a porta de entrada para a maioria dos passeios e também para a travessia é a cidade de Barreirinhas, que foi a cidade onde iniciei o meu roteiro para chegar em Atins, que é o início do Parque. 
Em Barreirinhas adquiri um passeio de voadeira pelo Rio Preguiças, passando por alguns pontos turísticos até chegar na Vila de Atins, que é o lugar onde comecei de fato a minha caminhada.
Normalmente a travessia costuma ser feita entre 3 a 6 dias, dependendo se fizer com agencias ou em solo sem guia e obrigatoriamente terá de passar por 2 oásis: Baixa Grande e Queimada dos Britos, variando de 40 Km até uns 70 Km de caminhada ou mais se quiser incluir outras lagoas fora do trajeto.
E finalizando essa introdução, é extremamente importante que use algum aplicativo de GPS no celular para quem pretende fazer essa travessia sem apoio de algum guia. Sem esses arquivos o risco de se perder é altíssimo, pois ao longo da caminhada não se tem referencia alguma. São dunas e mais dunas a perder de vista para todas as direções que se olha. 
Vou deixar disponível o tracklog que eu criei nessa travessia no link abaixo, deixando hospedado no site wikiloc e que pode ser aberto em apps de GPS no celular.
Nessa postagem vou relatar como foi toda essa minha travessia de pouco mais de 80 Km em 6 dias, desde Barreirinhas até Santo Amaro, acrescentando também 5 tópicos interessantes, assim como dicas do que encontrar ao longo da caminhada, gastos que tive, dificuldades e todas as informações para ajudar no planejamento dessa caminhada.


Nas fotos acima: algumas dunas e lagoas na travessia dos Lençóis

Fotos: 
Passeio pelo Rio Preguiças: clique aqui
Travessia dos Lençois Maranhenses: clique aqui
Santo Amaro do Maranhão: clique aqui             
São Luis: clique aqui

Vídeo de toda essa caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS: clique aqui



1- Melhor época para a Travessia dos Lençóis Maranhenses?
Apesar do calor estar presente o ano todo, tradicionalmente resulta em apenas 2 estações: chuvosa (Fevereiro a Maio) e seca (Junho a Janeiro). Com isso a melhor época é o final das chuvas, de Maio a Setembro, quando as lagoas que se formam entre as dunas estão cheias. Alguns dizem que são os 2 meses do meio do ano (Junho e Julho), mas surge um pequeno problema: a lotação dos redários nos oásis, tendo até dificuldades para encontrar vagas em muitos deles – é o que me foi passado por alguns proprietários. Pode acontecer também de ter um pequeno aumento do tempo e da distancia na alta temporada, pois com todas as lagoas cheias, não é possível cruzá-las com a mochila, então só contornando.
Já um problema fora da alta temporada são as lagoas secas ou com pouca água em alguns trechos, principalmente entre Canto dos Atins e Baixa Grande.
Lagoa do Cajueiro cheia
A vantagem dessas lagoas cheias é o cenário das aguas em tons azuis e verdes, o que torna os Lençóis um espetáculo único de beleza.
Eu fui nos primeiros dias de Outubro e encontrei muitas lagoas secas ou com pouca água, principalmente no trecho Canto dos Atins-Baixa Grande e com os redários vazios. 
Quanto ao uso das águas das lagoas para beber, não tive opção, já que a agua das minhas garrafas Pet tinham acabado. O que eu fiz foi colocar uma pastilha de Clorin dentro de uma garrafa de 1,5litros. Esperei por alguns minutos, matei minha sede e saí de lá inteiro.