17 de setembro de 2025

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros – Relato e dicas das trilhas dos Saltos e dos Cânions

Há muito tempo que venho tentando finalizar algumas travessias nos principais parques nacionais e sempre nas minhas férias tento incluir alguma na minha lista. 
E nas minhas férias do trabalho em 2025 escolhi a Chapada dos Veadeiros e por vários motivos: 
- a região é repleta de cachoeiras e de todos os tipos, então teria muitas opções, além das que existem no Parque Nacional.
- outro motivo foi a concessão do parque a uma empresa privada anos atrás e saber que melhorou muito a infraestrutura e o acolhimento aos visitantes, além do parque não obrigar a contratar monitores para as trilhas, pois todas elas são auto guiadas e muito bem sinalizadas com setas pintadas em pedras e totens, permitindo caminhar pelas trilhas até durante a noite - e o PN explora isso também.
- o parque nacional está relacionado numa lista entre os melhores do mundo e o primeiro no país para viagens ao ar livre por vários anos seguidos.
- no final de 2024 (nas férias do trabalho) escolhi Brasília para visitar os pontos turísticos por alguns dias e vi que os valores das passagens aéreas eram relativamente baixos (mesmo em alta temporada) e a logística para chegar no Parque da Chapada dos Veadeiros (que não fica muito longe dali) passava pela cidade e me pareceu ser bem fácil chegar lá.
Definido o lugar das minhas férias, até tentei visitar o lugar no final de 2024 (período de chuvas), mas na época de verão o parque proíbe a travessia que eu queria fazer (7 quedas) devido aos riscos de trombas d'água no Rio Preto, dificultando ou até impedindo que se cruze ele em certos trechos.
Meu planejamento era visitar o parque em 5 dias, sendo que nos 2 primeiros iria entrar e sair no mesmo dia, fazendo as trilhas do Salto num dia e dos Cânions em outro dia. E nos outros 3 dias a intenção era fazer a travessia das 7 quedas, pernoitando por 2 noites na área de camping oficial do parque.
Com alguns meses de antecedência, adquiri as passagens aéreas SP- Brasília por bons preços e com 1 semana antes da viagem comprei também as passagens de ônibus Brasília-Alto Paraiso de Goiás, cidade essa onde está localizado o Parque Nacional.
Nessa postagem vou relacionar informações, relato detalhado e a experiência dos primeiros 2 dias no parque e em outra postagem coloco os detalhes da travessia das 7 quedas feita em 3 dias.  

Fotos acima de poções, cachoeiras e cânions ao longo do Rio Preto no interior do Parque Nacional


Fotos da Trilha dos Saltos: clique aqui

Fotos da Trilha dos Cânions: clique aqui

Tracklog da Trilha dos Saltos: clique aqui

Tracklog da Trilha dos Cânions: clique aqui



Localizada no cerrado, a Chapada dos Veadeiros é repleta de cachoeiras, cânions e poços em meio a rios de águas transparentes. 
A região é muito famosa pelos cristais, pois está localizada sobre uma imensa placa de quartzo e segundo os místicos esse mineral emana uma energia positiva, que é vista como propícia para meditação e o autoconhecimento, levando diversos grupos espirituais a se deslocarem para o lugar. 
E claro, surgem muitos relatos de avistamento de ovnis nas conversas com os locais, mas eu só estava a fim de fazer algumas caminhadas.
E.T. na Vila de São Jorge
Os principais pontos turísticos da Chapada estão tanto no interior do Parque Nacional quanto em propriedades particulares, onde é cobrado acesso e a principal cidade é Alto Paraiso de Goiás juntamente com a Vila de São Jorge. Porém para se chegar nas cachoeiras, poços e outras atrações fora do circuito do Parque Nacional a logística é complicada, exigindo o uso de veículos. Mas como minha intenção era somente visitar o Parque, a locação de um veiculo era desnecessária. E também o fato de que a Vila de São Jorge (onde ficaria hospedado) está a cerca de 20 minutos de caminhada até a portaria.
Saída da Vila de São Jorge
Já para quem pretende conhecer outros pontos turísticos, a Vila é parada obrigatória para explorar a região, pois além do Parque o lugar conta com diversas atrações próximas como o Vale da Lua, as Cachoeiras Almécegas I e II, Cachoeira do Segredo, Cachoeira do Cordovil, Poço das Esmeraldas, 
Jardim de Maytrea, Mirante da Janela e Cachoeira do Abismo, entre tantas outras.
O Parque foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO e atualmente está sob concessão da empresa Parquetur que cobra ingresso para visitação e também para uso do camping 7 Quedas para quem for realizar a travessia.

Melhor época para visitar o Parque Nacional

Se quiser fazer a travessia das 7 Quedas o parque não permite que se faça no verão e a melhor época é de Junho até o final do Inverno, em Setembro. 
Rio Preto
São meses secos e considerados de alta temporada na Chapada, por isso reserve com antecedência os ingressos para não correr o risco de não terem mais vagas no camping. 
Já se não pretende fazer essa travessia e quiser visitar as cachoeiras quando estão muito cheias, a melhor época é o verão.
E além do Parque tem as atrações nas propriedades particulares e nesse caso o ideal é fazer o circuito de carro alugado porque são inúmeras estradas de terra e não há transporte público que passe por esses locais turísticos. Um aplicativo muito bom para usar nesses deslocamentos é o wikiloc.

Logística para chegar no Parque Nacional

A maioria dos horários dos ônibus que seguem de Brasília para Alto Paraiso de Goiás saem no início da noite e para não ficar perdendo muito tempo na Rodoviária de Brasília, cheguei no Aeroporto da capital cerca de 2 horas antes, em voo saindo de Guarulhos. 
A Rodoviária Interestadual de Brasília é bem próxima do Aeroporto e dá para chegar lá de Uber (trajeto de uns 15 minutos) ou transporte público usando o ônibus circular do Aeroporto até a Estação Asa Sul do Metrô e lá embarcando em direção à Estação Shopping, com a Rodoviária localizada ao lado. 
Sem muitas opções de restaurantes na Rodoviária, tive que me contentar com um lanche no Bobs.
O ônibus da Viação Guanabara saiu com um pouco de atraso – quase 19h30min e no trajeto ele também parou por cerca de 30 minutos em um restaurante na estrada, chegando em Alto Paraíso quase as 23h30min. 
Rodoviária de Alto Paraiso de Goiás
A pousada que tinha reservado antecipadamente (Pousada Estrela Veadeiros) é bem próxima da Rodoviária da cidade e a proprietária já tinha me avisado que não estaria na recepção e a porta de entrada estaria destrancada, me informando o numero da minha suíte – coisa de interior mesmo. 
Pousada confortável e fui dormir depois de um belo banho.
No dia seguinte acordei por volta das 07:00hrs e já com a mochila pronta e sem encontrar ninguém, mandei mensagem para a proprietária dizendo que estava saindo da pousada. O café da manhã foi numa padaria em frente à Rodoviária. Agora como chegar na Vila de São Jorge?
Portal da cidade
O único transporte público ligando Alto Paraíso a São Jorge só sairia no final da tarde, então tive que seguir para o trevo da cidade, em frente ao Portal que se se assemelha a um Disco Voador. 
Eram 09h30min e ali tem um ponto de ônibus que também serve de parada para carona solidária. E tome polegar estendido para todo carro que passava, mas os minutos passavam e ninguém parava. Outras pessoas também chegaram e só fui conseguir carona uns 40 minutos depois com um motorista de uma Ecosport, que mora na Vila de São Jorge – o carro lotou e mesmo assim algumas pessoas ficaram de fora. Trajeto de 30 minutos e engraçado que a maioria dos veículos que passavam ninguém oferecia carona – nas minhas caminhadas por MG era bem mais fácil conseguir (o povo de Goiás tem de aprender com os mineiros).
No final desse relato coloco mais opções de transporte.
Ruas da Vila
Fomos chegar em São Jorge pouco antes das 11:00 hrs e segui direto para o hostel (Savana Hostel), que já tinha reservado alguns dias antes, onde só deixei a mochila na recepção e segui para a portaria do Parque Nacional que se localiza a uns 20 minutos dali. 


1º dia - Trilha dos Saltos, Carrossel e Corredeiras (Trilha amarela)
Ela possui 11 Km de extensão entre ida e volta e segundo o parque é considerada de nível moderado, mas eu achei bem tranquila. Só um pouco cansativa devido a extensão e trechos de subida no retorno.
Altimetria do Parque
As 3 trilhas que o Parque disponibiliza aos visitantes se iniciam juntas, nos fundos da lanchonete e pelo horário que estava entrando (11h30min) só daria mesmo para fazer a Trilha Amarela e no pagamento do ingresso me foi oferecido também a contratação de transporte interno (se entrasse depois do meio dia seria obrigado a contratar esse tipo de transporte), que recusei já que a trilha é totalmente sinalizada com setas e estava ali para caminhar, não para passear de van até os pontos turísticos - nada contra com quem faz uso.
Lobo na sede
Logo na entrada tem uma parte burocrática a cumprir como preencher um formulário com termo de responsabilidade e assistir obrigatoriamente uma apresentação em vídeo no auditório abordando regras e cuidados nas trilhas – coisa de uns 5 minutos. Peguei um pouco de água gelada num bebedouro do parque e segui para a trilha.
Início das trilhas
Depois de cadastrar meu nome no sistema do parque (no retorno é feito a baixa) vou seguindo por trilha no plano em meio à vegetação de cerrado com alguns buracos ao lado da trilha, que são resquícios do garimpo que existiu na região a mais de 60 anos atrás.
Com cerca de 10 minutos se inicia um trecho de declive por terreno acidentado até chegar na bifurcação, com pouco menos de 1 Km. Para a direita é a Trilha dos Cânions e da Travessia das 7 Quedas. Já o meu caminho é continuar em frente, para esquerda.
Sinalização
Alguns minutos depois vão surgir mais 2 bifurcações e nessas é só se manter à esquerda novamente, seguindo as setas que indicam Saltos.
Na última bifurcação tem um abrigo com assentos que é o ponto de parada da van para os que contrataram o transporte. E daqui em diante o declive vai se acentuando cada vez mais, exigindo um pouco mais de cuidado até chegar no mirante dos Saltos do Rio Preto. Foi uma caminhada de pouco mais de 1 hora, quase na totalidade de descida.
Cachoeira dos Saltos
O lugar é sensacional e dá para visualizar de lado a cachoeira de 120 metros. Na verdade são 2 quedas paralelas e um poção gigante na base, mas infelizmente não tem uma trilha que chegue até lá. Só até aqui mesmo do mirante. 
Seguindo pela trilha, continuo a descida passando ao lado de outro mirante até chegar ao leito do Rio Preto. Se quisesse seguir até o topo da cachoeira era só ir pulando enormes pedras, mas preferi seguir para a Cachoeira do Garimpão à direita.
Muita gente no Rio
Muita gente reunida na margem do grande poção da base da cachoeira e uma corda de uma ponta a outra do rio marcava o limite que as pessoas poderiam tomar banho.
A água é transparente, mas é bem fria e nas enormes pedras laterais, o pessoal só aproveitava o Sol.
Cachoeira do Garimpão
Depois de alguns mergulhos e pegar uma corzinha por quase 1 hora, ainda faltavam 2 atrações para conhecer, então voltei para a trilha.
Agora subir tudo o que eu tinha descido até chegar na casinha do transporte por van. E lá segui na bifurcação para esquerda, na direção do mirante do Carrossel. 
 Poções e Cachoeiras
O lugar é um bonito deck de madeira com vista panorâmica do Rio Preto, mostrando alguns poções, um complexo de cachoeiras e pequenos cânions à montante, conhecido também como Carrossel. 
Saindo do deck, vou seguindo por trilha acidentada em meio à mata ciliar, muitas pedras e alguns degraus até chegar no poção do Carrossel. Outra cachoeira e um lugar ótimo para banho. 
Carrossel
Nesse também fiquei por quase 1 hora mergulhando no poção e aproveitando a cachoeira. Por volta das 16:00 hrs o lugar esvaziou e era hora de seguir para a última atração do dia, as corredeiras.
Retornei alguns metros subindo pela trilha e numa bifurcação segui para esquerda, próximo ao Rio Preto até chegar nas corredeiras, que na verdade é só mais um trecho do Rio com uma pequena queda e uma piscina natural na base e outra no topo. 
Corredeiras
Em comparação com as outras atrações do dia, essa é a mais fraca e até dispensável.
Quando o Sol começou a se pôr atrás das serras ao fundo, era hora de ir embora e as 17h15min fui um dos últimos a sair do lugar.
Saída do Rio
Passei ainda por um pequeno trecho com deck de madeira até chegar no ponto da van, que estava lotado. Dali tomei uma bifurcação e fui seguindo as placas sinalizadas de Saída até chegar na sede do Parque poucos minutos depois das 18:00hrs, já anoitecendo.
Mais uns 20 minutos e estava de volta à Vila de São Jorge e num pequeno mercado comprei alguns alimentos para levar na caminhada do dia seguinte e aproveitei para jantar num restaurante próximo.
No Hostel, encontrei mais 2 pessoas que estavam fazendo um tour por cachoeiras da região e batemos um longo papo.


2º dia - Trilha dos Cânions I e II e Cachoeira das Cariocas (Trilha Vermelha)
Depois de um café da manhã numa lanchonete próxima do Hostel, que não foi barato, segui rumo ao Parque. Era meu segundo dia nas trilhas do parque e dessa vez sem grandes declives ou aclives.
Saindo da sede do Parque
Cheguei na portaria por volta das 09h30min e depois do preencher o formulário, assistir ao vídeo e encher a minha garrafa pet de água, fui para a trilha. 
A extensão dela tem cerca de 12 Km (ida e volta) e somente para as 2 atrações (Cachoeira + Cânion II), mas se sobrasse tempo incluiria também Cânion I, totalizando 14 Km. Essa é uma trilha um pouco mais longa e quase toda ela no plano.
Direita na bifurcação
Com 15 minutos de trilha chego na bifurcação, onde sigo para direita, rumo seta vermelha. Não tem como errar porque a seta está pintada em vários pontos dessa trilha, porém sem áreas de sombra em meio à vegetação de cerrado. 
Ponte Pênsil
Depois de uma ponte pênsil sobre um rio seco, ainda cruzei um pequeno riacho de água potável e outros de água parada.
Passo por 2 bifurcações onde sigo para esquerda, rumo cachoeira.
O trecho final é descida por escadas em meio a muitas rochas até chegar na base da Cachoeira das Cariocas. O lugar possui vários poços de diferentes tamanhos e profundidades, onde dá para ficar mergulhando e tomando Sol nas pedras.
Cachoeira das Cariocas
Aproveitei também para devorar alguns lanches e fui sair dali depois de quase 2 horas.
Retornando para a trilha, agora sigo nas bifurcações que apontam Cânion II. Foram cerca de 1 Km passando primeiramente pelo desfiladeiro e com altura que deve ser de apenas uns 20 metros. É um local onde o rio se afunila criando uma cachoeira de uns 5 metros de altura para terminar num imenso poço bem profundo. Para quem tem coragem, nas laterais do cânion junto ao poço, é possível subir em algumas pedras e pular na água. 
Cânion II
Arrisquei, mas só pulei de uma altura de uns 2 metros. É um lugar interessante e valeu a visita. E pelo horário vi que era possível chegar no Cânion I também e quando deu por volta das 15h10min voltei para a trilha.
Ao sair do poção falei com um fiscal sobre minha intenção de seguir para Cânion I, me desaconselhando devido ao horário, mas segui assim mesmo. Ele só perguntou meu nome, talvez pensando que eu voltaria depois do fechamento do parque. A trilha é tranquila, mas tive que voltar quase 1 Km até a bifurcação e depois segui na direção das 7 Quedas, que é a mesma trilha para o Cânion I. 
Placa do Cânion I
Alguns minutos seguindo pela trilha em meio a área de cerrado e chego numa bifurcação com uma enorme placa verde com recomendações do Parque. Sigo 
para esquerda até chegar na margem do Rio Preto, que na verdade é somente um braço dele. 
Pequenos poços
É preciso ter um pouco de cuidado, porque do outro lado do rio a trilha se perde. Só visualizei uma seta na cor laranja pintada numa pedra e aí não tive dúvida, o caminho seguia por ali.
Já eram quase 16:00 hrs e vou subindo o braço do rio pela sua esquerda pulando pedras até chegar no início do cânion.
Início do Cânion I
Esse é um pouco diferente do Cânion II, já ele é menor na extensão e o Rio Preto entra no desfiladeiro pela lateral dele, criando uma pequena cachoeira e descendo por entre 2 grandes paredões. Não consegui visualizar um poço no final dele e pode até ser que exista, mas está escondido pelos paredões.
Cânion I
Fiquei alguns minutos ali na borda do desfiladeiro como nessa foto acima só curtindo o visual, mas era assustador porque o lugar é bem estreito. Depois segui para alguns pequenos poços rio acima e quando o horário bateu 16h30min iniciei o retorno até a portaria.
Eu tinha 1h30min antes do parque fechar e cheguei em cima da hora. Outro dia saindo do parque já anoitecendo.
Segui para a Vila, jantando numa hamburgueria e depois passei num mercadinho para reabastecimento dos 3 próximos dias e comprei também um cartucho TEKGAS para meu fogareiro na loja Senhor das Trilhas, já que as empresas aéreas não permitem o embarque com esse tipo de gás, mesmo na mochila despachada.
Foram 2 dias de intensa caminhada e só tenho elogios ao parque nacional.
O dia seguinte prometia. Iria fazer a travessia das 7 quedas com 2 pernoites no camping.
E para que essa postagem não fique muito longa, vou colocar o relato da travessia em outro post, que em breve adiciono aqui no blog.



Dicas e algumas informações úteis

# Logistica: 
Ônibus Brasília – Alto Paraiso de Goiás.
São 2 empresas que fazem o trajeto com horários noturnos:
- Outra opção mais barata é a Blablacar – tipo de carona paga: www.blablacar.com.br

Ônibus Alto Paraiso de Goiás – Vila de São Jorge
As opções são:
- Ônibus circular empresa Leão de Judá – apenas 1 horário: 17h20min com retorno as 06h20min.
- Ponto de carona solidária – Local de embarque junto ao Portal da cidade.
- Comunidades de caronas no Facebook: Conexão Chapada e o Carona Solidária Chapada dos Veadeiros.
- Ou se preferir tem as opções de táxis para transfers e serviços de guias nesses anúncios que encontrei na cidade de Alto Paraíso: Táxi 1, Táxi 2, Táxi 3 e Táxi 4 que cobram entre $120 a $150 Reais o trajeto.

# Taxas do Parque (Setembro/25):
- Ingresso: $47 Reais (inteira) para cada trilha.
- Pernoite no Camping 7 Quedas: $25 Reais
- Estacionamento: $35 Reais
- Transporte de van para Trilha dos Saltos: $30 Reais para ida e $40 Reais para volta.

# O acesso ao parque para quem pretende fazer as trilhas sem o uso de transporte em van é até as 12:00 hrs. Já quem pretende contratar transporte de van o horário limite é até as 15:00 hrs.

# Quem não quiser fazer uso do estacionamento do Parque, que é pago, pode deixar o veiculo no início da estrada de terra que leva até a portaria, ao sair da Vila. É seguro.

# Para essas caminhadas, o ideal é usar uma bota de trekking. Nos trechos próximos do Rio Preto são muitas pedras e terreno acidentado.

# Se puder leve uma mascara e snorkel para mergulhos nos vários poções ao longo do Rio Preto.

# Obrigatório uso de protetor solar, repelente e também boné com abas para não sofrer com o Sol escaldante.

# Muito cuidado no topo dos cânions pois não existem proteções e o risco de queda é grande.

# Há sinal de telefonia celular na maior parte das trilhas.

# Junto à sede do Parque tem uma lanchonete, que pode ser uma opção para os que não querem levar lanches para as trilhas. 

# Em conversas com fiscais do parque, disseram que estão abrindo uma trilha que irá ligar o Parque até Alto Paraiso de Goiás, seguindo próximo do Rio Preto.


3 de setembro de 2025

Fortaleza/Ceará: Relato de 9 dias de passeios

Para quem visita Fortaleza, creio que a grande maioria quer conhecer as praias, tanto da capital quanto as mais afastadas, localizadas em outros municípios. E infelizmente são poucas as praias urbanas que são propícias para turistas. E essas permitem também um passeio pela orla ou só desfrutar do pôr do Sol.
Já nos arredores de Fortaleza são muitas praias e de todos os tipos que podem ser conhecidas de 3 formas:
- Com as agencias turísticas e são dezenas dela na cidade. Algumas com escritórios dentro dos hotéis ou com stands nos calçadões da Praia de Iracema e Meireles, além das que podem ser encontradas em pesquisas pela internet. 
- Usando veículos próprios (de locadoras). A vantagem é que se pode criar um roteiro do jeito que achar melhor, além de oferecer uma certa liberdade na programação, visitando até lugares que as agencias não levam. 
- E por último de transporte público. Até dá para chegar também, mas dependendo da praia a ser visitada, a oferta de ônibus é reduzida e muitas vezes um pouco demorada. 
Para quem vai se hospedar em pousadas ou hotéis, eles também oferecem sugestões de agencias ou guias confiáveis. Os passeios são de bate volta, pegando os hospedes nas pousadas e hotéis pela manhã e retornando no final da tarde. E foi assim que fizemos alguns passeios por praias distantes, sendo que um deles usamos o transporte público.
Nos 9 dias que eu e minha namorada ficamos em Fortaleza realizamos inúmeros passeios pelas praias e conhecemos também alguns pontos turísticos da cidade, além de visitar o Beach Park por 2 dias.
O relato abaixo é sobre o que vale a pena conhecer, quantos dias ficar na cidade, a experiência dos passeios, boas opções de hospedagem e alimentação, além do que evitar na cidade.


Nas fotos acima, falésias de Canoa Quebrada, a orla de Fortaleza e o Beach Park

Fotos: clique aqui 



Hospedagem
Quando eu e minha namorada escolhemos o Ceará para aproveitar as férias de Julho, chegamos a conclusão que tínhamos que ficar pelo menos 2 semanas entre Jericoacoara e Fortaleza. O relato de Jeri está nesse link (clique aqui). Já em Fortaleza eram muitas opções de passeios, por isso ficamos por 9 dias na cidade. 
Hotel Casa de Praia
E na pesquisa da hospedagem nossa escolha era ficar entre as Praias de Iracema e Meireles, devido a grande oferta de hotéis e pousadas para todos os tipos de bolsos e gostos e acesso fácil a alguns pontos turísticos e a bons restaurantes. Depois de muita pesquisa e leitura de muitas avaliações em sites de hospedagem, escolhemos o Hotel Casa de Praia, em Iracema, bem próximo da Avenida Beira Mar com muitas lojas e bares, sendo uma ótima escolha.

Quantos dias ficar em Fortaleza
Nosso roteiro de 9 dias pela cidade foi dividido da seguinte forma.

19 de agosto de 2025

Jericoacoara/Ceará – Como chegar e dicas e roteiros dos melhores passeios

Sempre que eu lia sobre Jericoacoara, vinha na minha cabeça um lugar muito caro com dunas lindíssimas, belas praias e muitas lagoas com infraestrutura voltada somente para os endinheirados. Depois de visitar a Vila por 5 dias posso dizer que tem sim pousadas e hotéis que são verdadeiros resorts e restaurantes com preços bem elevados, mas é possível encontrar hospedagem, alimentação e passeios com bons preços, planejando com antecedencia. 

O que não tem como escapar é a logística complicada para chegar lá, já que o lugar é bem remoto e acessos somente por veículos 4x4. Para quem conhece o litoral da Bahia, Jericoacoara é bem semelhante a Caraíva ou Itacaré, com suas ruas de areia e aquele ar de rusticidade, assim como no interior de muitas lojas e restaurantes que também não possuem piso. É uma vila que eu chamaria de hippie chique e devido a área de Jeri pertencer ao Parque Nacional felizmente não virou alvo de especulação imobiliária.

O que chama atenção é que em quase toda a Vila você só encontra lojas, restaurantes, hotéis, pousadas, pequenos mercados voltados somente para o turista e nenhuma residência. Só uma ou outra longe da parte turística. Um dos guias que nos levou para os passeios disse que aluguel é extremamente alto e quase todos os trabalhadores das pousadas e do comércio vêm de Jijoca. Na verdade até vimos quartos nos fundos de um restaurante, que me pareceram serem usados apenas por funcionários do local.

Eu considero um lugar para você se desligar do dia a dia, da rotina, da correria das grandes cidades. É para renovar as energias, mas para quem curte baladas, festas e musica ao vivo na praia também é possível encontrar isso por lá na alta temporada de verão e do meio do ano. Conhecida mais pelo nome de Jeri, a Vila possui muitas opções de passeios por dunas, lagoas de água doce, praias, beach clubs e paisagens que você só encontra por lá. 

Localizada a cerca de 300 Km de Fortaleza, a Vila pertence ao município de Jijoca de Jericoacoara, possuindo um aeroporto próximo, que é a opção natural para quem não quer passar pela capital cearense. 


Nas fotos acima, ruas da Vila com praia ao fundo, dunas de Barrinha e a Lagoa Amâncio com suas dunas  

Fotos: clique aqui 

Arquivo de GPS da Pedra Furada: clique aqui


Com vários meses de antecedência eu e minha namorada começamos a pesquisar passagens aéreas e hospedagem para Julho e chegamos a conclusão que valia a pena ficar umas 2 semanas entre Jericoacoara e Fortaleza. E analisando melhor as opções de horários, preços e logística das passagens aéreas, escolhemos passar primeiramente por Jeri e depois seguir para Fortaleza e de lá retornando para SP. 

Aeroporto de Jericoacoara

Passagens aéreas compradas, agora fui atrás da hospedagem. Pesquisando no Booking e no Google Maps fechamos com uma pousada por 5 dias e deu para fazer todos os passeios planejados e sem gastar muito. 

Nosso roteiro foi:

Dia 1: Chegada no início da tarde em Jeri + trilha da Pedra Furada com pôr do Sol + passeio pela Vila

Dia 2: Passeio pelo Lado Leste

Dia 3: Passeio pelo Lado Oeste

Dia 4: Passeio Extremo Leste – Barrinha

Dia 5: Viagem para Fortaleza


Quantos dias ficar em Jericoacoara? 

Para aproveitar as atrações naturais e passeios que as agencias fazem na região de Jeri o ideal é no mínimo 4 a 5 dias. Os 3 principais passeios (Leste, Oeste e Barrinha) são distantes da Vila e duram o dia todo, então quando retornávamos à Vila, já estávamos bem cansados para emendar em outro.

Jericoacoara ao fundo rodeado de dunas

10 de fevereiro de 2025

Pico Mitra do Bispo - Alagoa/MG - Relato com dicas de como chegar ao topo

Assim que retornei da longa caminhada no litoral sul da Bahia (neste relato) não queria ver praias por um bom tempo e só queria mesmo fazer alguma trilha leve e curta, que tivesse um belo visual e emendando com algum passeio turístico. E que não fosse muito longe de SP.
Tirando Serra do Mar e partes da Serra da Mantiqueira com Serra Fina, Itatiaia, Monte Verde, Papagaio e arredores não sobrava muita opção. Serra do Cipó tinha feito a poucos meses atrás e repetir caminhadas estava totalmente fora dos planos
Lembro que ao fazer a Travessia da Serra do Papagaio dava para ver em vários trechos dela um pico com um formato pontiagudo bem ao sul, na região da cidade de Alagoa/MG. Nem sabia qual era o nome e depois de pesquisas na época descobri que se chamava Pico Mitra do Bispo e nunca me interessei por conhecer o lugar, já que chegar em Alagoa não era fácil, devido às condições da estrada de acesso e para piorar também não existia transporte público. 
E antes de fazer o trekking do Descobrimento na Bahia, nas férias de 2024, tinha que deixar todas as caminhadas planejadas e assim comecei a pesquisar sobre esse pico e como eram os acessos.
Pelo menos a estrada saindo de Itamonte até Alagoa já estava toda pavimentada com bloquetes de concreto e encontrei arquivos de GPS da trilha que leva ao topo do pico. 
Minha intenção era se hospedar na cidade e fazer a Mitra do Bispo num bate e volta no mesmo dia, já que a trilha era 
demarcada, com pouco menos de 4 Km e nível relativamente moderado.
O problema foi conseguir uma janela do tempo que não estivesse chovendo e tive que adiar por 3 dias o início da viagem até Alagoa e quando o clima melhorou prometendo dias de Sol nos próximos dias na região de Alagoa, peguei o meu carro e tomei a estrada.


Nas fotos acima Mitra do Bispo vista da cidade e o visual do topo


Fotos dessa caminhada: clique aqui

Tracklog para GPS: clique aqui


Tive que acordar por volta das 06:00 hrs numa quinta feira e depois de um belo café da manhã peguei um transito bem tranquilo pela Via Dutra. O caminho que segui foi subindo pela Garganta do Embaú para cruzar a divisa SP/MG, em seguida Passa Quatro e Itanhandu para chegar em Itamonte as 10:00hrs. Depois de abastecer na cidade foi bem fácil encontrar o caminho até Alagoa. A estrada possui trechos de asfalto precisando de manutenção e blocos de concreto como pavimento recém colocados.
Alagoa
E por volta das 11:00 hrs vou adentrando as ruas do centro de Alagoa indo direto para Pousada que já tinha reservado.
A cidade é conhecida como a terra do queijo tipo parmesão produzido de forma artesanal nos vários sítios e fazendas da região, inclusive tendo algumas lojas na cidade que são especializadas na venda desse tipo de queijo e de outros produtos.
Depois de conversar com a proprietária, deixo minhas coisas na pousada e segui direto para a trilha.
Coloquei no GPS do celular a Mitra do Bispo e o Google Maps me indicou uma rota de 20 minutos até o início da trilha, passando por um bairro chamado Corguinho.

3 de fevereiro de 2025

Trekking Rota do Descobrimento - Prado x Porto Seguro/Bahia - Relato com dicas e informações uteis

Com 2 meses de férias para tirar no final de 2024 (novembro e dezembro) tinha planejado viagens com a família, mas queria também conciliar com algumas caminhadas e a primeira coisa foi ligar no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros para me informar sobre as trilhas e se estavam liberadas no final do ano, mas infelizmente as travessias não eram permitidas no verão, somente na época seca. Uma pena porque esse é um lugar que tá na minha lista a muitos anos, mas nunca dá certo fazer.

E aí pensei, verão tem a ver com praia né. E lá fui eu atrás de opções de caminhadas longas pelas praias. Na pesquisa apareceram muitas pelo litoral e uma delas eu conheci um pequeno trecho, quando viajei por alguns dias para Porto Seguro, na Bahia.
É a Rota do Descobrimento, também conhecida como Trekking da Costa do Descobrimento, que se inicia em Prado e finaliza em Porto Seguro.
É uma caminhada de mais de 120 Km, inteiramente feita pela areia das praias, com pequenos trechos pelo topo de algumas falésias. Para quem gosta de praia, é um prato cheio e foi essa que escolhi.

Fiquei alguns dias pesquisando vários sites de viagens, mas com menos de 1 mês não seria fácil adquirir passagens aéreas por um bom preço e ainda teria de despachar a mochila por causa da barraca. Preferi não arriscar esperando o preço abaixar e escolhi ir de ônibus mesmo.

Depois de estudar tracklogs e ler alguns poucos relatos, elaborei o planejamento da travessia para ser feita em 7 dias, de acordo com as vilas e praias ao longo do percurso onde iria me hospedar (acrescentei 2 dias a mais para ter uma segurança). A caminhada se iniciou em Prado e terminou em Porto Seguro, próximo ao centro histórico da cidade. Para ser mais exato, junto ao Marco do Descobrimento.



Nas fotos acima: Muitas falésias e piscinas naturais ao longo da caminhada


Fotos - dividi em 2 álbuns - Prado x Praia do Espelho: clique aqui

                              Praia do Espelho x Porto Seguro: clique aqui

      
Tracklog para GPS: clique aqui



Fiz essa caminhada entre Novembro e Dezembro e não encontrei ninguém ao longo da caminhada. 

E muito menos nos campings que passei. Em plena alta temporada e ninguém caminhando por lá?
Conversando com proprietários dos respectivos campings, aparentemente recebiam somente pessoas de agencias que organizavam essa travessia. Uma rápida pesquisa na internet e surgem muitos anúncios com preços em torno de $3500 sem incluir passagens aéreas - um exagero e com menos dias de caminhada.

Pode parecer monótono caminhar pela areia de muitas praias, porém em mais de 120 Km era uma diferente da outra.
Enormes falésias, restingas, muita vegetação, praias preservadas e literalmente desertas, praias de águas mornas e transparentes, piscinas naturais, muitos recifes de corais, áreas de manguezais e travessias de rios. Uma natureza esplêndida. Sem dúvida nenhuma 
uma das caminhadas mais fantásticas que já fiz. 

Descansando embaixo de uma amendoeira com piscinas naturais ao fundo
Pode ser considerada também um trekking pela história já que no segundo dia, no trecho Cumuruxatiba-Corumbau, cruzei a foz do Rio Cahy, que é conhecido como primeiro ponto onde os portugueses avistaram o Monte Pascoal antes de aportarem em Coroa Vermelha, Porto Seguro. 

Por isso o local é considerado como a 1ª praia brasileira e junto da falésia tem uma réplica da cruz de madeira e uma enorme placa comemorativa com um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha (clique aqui e leia o texto).