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30 de julho de 2012

Relato: Travessia Rebouças - Mauá via Rancho Caído - Parque Nacional do Itatiaia

Em 1998 conheci pela primeira vez o Parque Nacional do Itatiaia (PNI) e gostei muito do lugar, voltando depois em 1999, 2003 e 2010.
Na minha primeira vez em 98 e só subi o Pico das Agulhas Negras. 
1 ano depois, em 99, voltei lá e fiz o Agulhas Negras novamente e o Morro da Massena NO, ao lado da antiga Pousada Alsene. 
Em 2003 passei pelo Parque para fazer a Travessia da Serra Negra, que era parte da Transmantiqueira que eu tinha iniciado lá no Pico do Marins, passando pelo Pico do Itaguaré e Serra Fina, em um total de 9 dias caminhando pela crista da Serra. Era a última parte dessa mega caminhada. 
Quando retornei em 2010 com o Sandro (do Fórum Mochileiros) foi para fazer 2 travessias juntas: a da Serra Negra “oficial”, dessa vez iniciando na Vila de Maromba, passando pela Cachoeira do Aiuruoca e a Rui Braga, que liga a parte alta à parte baixa do PNI. 
E o retorno dessa vez era especial, já que iria fazer uma das últimas travessias que me restavam na Serra da Mantiqueira: a Rebouças-Mauá, que passa pelo Rancho Caído.


Foto acima: na trilha, passando ao lado da Pedra do Altar




Rodoviária de Itanhandu
E junto com essa travessia planejava também subir o Morro do Couto e a Pedra do Altar.
E não daria para fazer todo esse roteiro em apenas 1 fim de semana, como a maioria faz; eu precisava de mais alguns dias.
Até convidei algumas pessoas, mas a dificuldade em dispor de alguns dias de folga em dias de semana era um empecilho para muitos, fazendo muitos se recusarem.
Minha intenção era fazer a travessia da seguinte forma: chegar no Posto Marcão (Portaria da parte alta do PNI) numa Sexta à tarde, a tempo de subir o Morro do Couto e depois ficar no Abrigo ou no Camping do Rebouças.
E no Sábado pela manhã iniciar a caminhada até o Rancho Caído onde acamparia, passando antes pelo topo da Pedra do Altar.
Já no Domingo pela manhã desceria até a Vila de Maromba, passando pela Cachoeira do Escorrega e ficando em uma pousada da Vila, retornando a São Paulo na segunda-feira.
Não saiu tudo do jeito que eu queria, mas não tive do que reclamar, já que os dias foram de muito Sol, que valeram muito a pena.
Com quase 1 mês de antecedência, enviei para o Parque a solicitação para a travessia, que é obrigatória. Para variar, demoraram um pouco para responder e com isso tive que ligar lá, mas consegui sem problemas.
Serra Fina ao fundo
Para o Abrigo Rebouças não reservei porque era dia de semana e estava crente que o lugar estivesse com vagas no Abrigo ou pelo menos no Camping. 
Quanto à questão do transporte, fui pesquisar alguns taxistas de Itamonte e marquei com um (Marquinhos), que me cobrou um valor bem baixo, para me deixar junto do antigo Alsene - pesquisei vários outros e todos eram bem caros. Não faltava mais nada e com a Natureza ajudando, prometendo vários dias de Sol, comprei a passagem de SP para Itanhandu/MG saindo Sexta pela manhã.
Novamente os relatos do Sérgio Beck seriam os meus guias. E não dava para reclamar, pois eram 2: um no livro Caminhos da Aventura e outro bem mais recente (ano 2003) na Revista Aventura Já. 
E no dia combinado estava embarcando as 08:00 hrs no Terminal Tietê pela Viação Cometa em direção a Itanhandu. 
A viagem foi tranquila e por volta das 12h30min desembarcava na Rodoviária da pequena cidade e aqui só foi aguardar o circular da empresa Delfim sair as 13h15min em direção a Itamonte. 
Serra do Papagaio ao fundo
Já tinha combinado com o taxista Marquinhos de me pegar em frente ao Hotel Thomaz (muito conhecido e ponto de referencia na cidade de Itamonte) e assim que cheguei lá, por volta das 14:00 hrs, ele já me aguardava. 
Só foi colocar a mochila no bagageiro do Uno cinza e seguir para o antigo Alsene.
Como todo mineiro que gosta de uma prosa, com o Marquinhos não foi diferente e ao longo da viagem fomos conversando sobre vários assuntos, entre eles os problemas da cidade e a falta de fiscalização aos táxis clandestinos.
Antiga Pousada Alsene
O bate papo estava bem interessante e com isso nem percebo que passo pelo antigo Brejo da Lapa, que está totalmente aterrado; bem diferente de quando conheci o lugar em 1998. 
E pouco antes das 15:00 hrs chego no antigo Alsene. 
O lugar ainda continua da mesma forma quando passei aqui em 2010 e a única diferença é uma placa que foi colocada, dizendo que o lugar é uma propriedade particular.
Depois de me despedir do Marquinhos, continuo a caminhada até a portaria, passando ao lado da Pedra do Camelo, onde tinha um pessoal escalando. 
Chegando na Portaria do Parque
Bem na base da Pedra, onde existe um enorme descampado, presenciei a uns 15 anos atrás uma quantidade grande de pessoas acampando.
Na época o Parque fechava os olhos para isso, já que o Alsene sempre estava lotado. 
Logo à frente saio da estrada e sigo por um atalho, à esquerda, que termina próximo da portaria, onde chego pouco antes das 15h30min. 
O lugar estava vazio e eu crente que ainda teria uns 3 Km pela estrada até o Abrigo Rebouças, mas tomo um susto.
O funcionário do Parque, depois de ver a minha reserva da Travessia para o dia seguinte, diz que o Abrigo e o Camping do Rebouças estavam lotados. Fud....E agora José?
Antena de FURNAS
Onde eu ia ficar aquela noite? O funcionário me orienta a seguir até a casa do vigia das Torres de FURNAS para ver se alguém de lá me autorizava a ficar na casa e se ele recusasse, para eu retornar à portaria que eles iam dar um jeito. 
Só não disse o que eles iam fazer. 
Casa onde pernoitei
E aí segui para a casa, que fica alguns metros depois da portaria e depois de explicar a minha situação para o vigia, de nome Edim, ele me autoriza a ficar, só me dizendo que iria cobrar o mesmo valor do Abrigo Rebouças, o que eu achei justíssimo. 
Ufa......que alívio.
Depois de deixar minha mochila dentro da casa, segui para o Morro do Couto as 15h50min. 
A trilha é seguindo o asfalto até próximo o topo da antena, onde uma bifurcação à direita sai da estrada na direção do Couto.
Pico Agulhas Negras à direita e Pedra Altar no meio da foto
Seguindo por essa trilha se tem um belo visual de partes do Parque, com Pedra do Altar, Morro da Massena, Asa do Hermes, Pedra do Sino, Agulhas Negras do lado esquerdo e toda a crista da Serra Fina do lado direito. 
Trecho final de subida
É possível também enxergar bem ao sul a Serra da Bocaina e quase todo o Vale do Paraíba. 
Depois de passar pela antena de retransmissão de FURNAS, chego na base do Morro do Couto, onde existe um pequeno trecho de escalaminhada até chegar no topo pouco depois das 16h30min. 
No topo do Morro do Couto
A altitude é de pouco menos de 2700 metros e o visual é de 360º e fico aqui por um certo tempo, mas logo retorno para a trilha porque o Sol vai se pôr no horizonte em breve. 
Já retornando pela estrada vejo os últimos raios se escondendo no horizonte as 17h33min.
Por do Sol no Itatiaia
Mais alguns minutos e estou na casa do vigia e ao chegar fico sabendo que outro montanhista veio sem reservas e não conseguiu vaga no Rebouças e com isso o Edim autorizou a ficar. 
É o Alexandre, que mora no RJ e tinha marcado de subir o Agulhas Negras para o dia seguinte com um grupo que estava no Abrigo Rebouças.
Como ele veio depois, pensava em também conseguir vaga no Rebouças, mas quebrou a cara como eu.
O jantar foi coletivo e com o Edim fazendo arroz e salada para nós três. 
Eu fiz também um pouco de macarrão, misturado com salame. O Alexandre também acrescentou alguns outros ingredientes.
Temperatura de 5ºC
Depois de um belo jantar, fomos checar a temperatura do lado de fora que marcava +2ºC por volta das 21h30min e com aquecedor ligado no interior da casa, o ambiente não estava tão frio e dormimos tranquilamente em colchões estendidos no chão.
Depois de acordar pouco depois das 06h30min naquela manhã de Sábado (o Edim ainda continuava dormindo, por isso nem nos despedimos dele para agradecer a hospitalidade), eu e o Alexandre seguimos para a Portaria para preencher a papelada, deixar a autorização e pagar as taxas do Parque.
Fiquei surpreendido com a fila de carros que aguardava o Parque abrir naquele horário. 
Perguntei ao funcionário se mais alguém estava com reserva para fazer a Travessia naquele dia e ele me disse que um grupo, que estava no Abrigo, tinha agendado a Rebouças-Mauá pelo Rancho Caído. A gente ia se encontrar então.
Gelo na trilha
Como o Alexandre estava de carro, chegamos rápido ao Rebouças e depois de me despedir dele, iniciei a caminhada as 07h50min. 
Deu para ver que área do camping está lotada mesmo.
Durante a noite deve ter feito um frio com temperaturas bem abaixo de zero, já que em vários trechos da trilha encontrei gelo na vegetação e poças de água congeladas. 
Nessa hora, dei graças a Deus por ter ficado na casa do Edim, pois com certeza passaria frio, se ficasse no Rebouças.
Ponte Pênsil
Depois de passar a ponte pênsil, chego na bifurcação da trilha as 08h20min; para a direita é o acesso ao Pico das Agulhas Negras e à esquerda é a trilha da Pedra do Altar, que devo seguir. 
Asa do Hermes
Subindo pela trilha cheia de pedras por mais alguns metros encontro outra bifurcação, sendo que essa à direita leva até a Asa do Hermes (muito cuidado nesse ponto porque muita gente se confunde e segue na trilha da direita). 
Continuando a subida, a trilha é bem demarcada, cheia de pedras e um pouco íngreme, mas que não dura muito e logo segue no plano para encontrar a bifurcação da Pedra do Altar as 09:00 hrs. 
Pico Agulhas Negras logo atrás
Atrás de mim o Agulhas Negras se mostra imponente e em vários trechos dessa travessia sempre vou vê-lo de algum ponto. Depois de sair da trilha principal, sigo na direção do topo da Pedra do Altar e ao chegar a um pequeno descampado deixo minha mochila e vou subindo só com a máquina fotográfica e o tripé, não levando mais que 10 minutos. 
Pedra do Altar
Junto do topo encontro uma trilha que segue na direção da Pedra do Sino, à direita e pode ser uma boa opção para quem queira fazer os dois picos. 
Como tenho uma longa caminhada até o Rancho Caído não fico muito tempo aqui e logo retorno para pegar a mochila e seguir em frente. 
Gelo no topo do Altar
Já na trilha e pouco antes das 10:00 hrs inicio a descida para o vale do Rio Aiuruoca e passo ao lado de um morro à esquerda que eu e o Sandro seguimos para sair no Alsene em 2010, passando ao lado do Morro do Massena.
Em direção à Cachoeira do Aiuruoca e já no vale das nascentes do rio, vou passando por vários pequenos riachos que se convergem e seguem na direção norte e pouco antes de chegar na cachoeira, surge uma bifurcação à direita que serve de atalho.
Nascentes do Rio Aiuruoca
Aqui encontro uma vareta com a ponta pintada de vermelho e em vez de seguir pelo atalho, vou na direção do topo da cachoeira onde chego as 10h45min. 
Nesse ponto 2 travessias do PNI se separam. 
Cachoeira do Aiuruoca
Para o norte segue a Travessia da Serra Negra e cruzando o rio, seguindo para sudeste é a Rebouças-Mauá. 
Depois de vários clics, cruzo o rio junto da Cachoeira e sigo próximo da margem, na direção dos Ovos de Galinha, contornando eles para a esquerda.
Ovos de Galinha
Nesse trecho a trilha apresenta enormes voçorocas criadas pela enxurrada e chegando próximo de outra nascente atrás dos Ovos de Galinha, deixo minha mochila aqui e sigo até o topo, permitindo uma bela visão do vale das nascentes do Aiuruoca e da lateral da Pedra do Sino, que parece estar bem próximo.
Daqui se quiser ir até o topo do Sino é bem fácil, já que existe uma trilha que sai à direita da principal, pouco depois de passar atrás dos Ovos de Galinha e segue na direção da Pedra do Sino.
Um dos Ovos de Galinha
Depois de alguns clics dos Ovos, as 11h30min retomo a caminhada pela trilha e sigo em direção da crista. 
Vou encontrando outras varetas pela subida e pouco antes das 12:00 hrs chego no topo do selado que dá acesso ao Vale dos Dinossauros. 
Pico Maromba ao fundo
Aqui o vento é muito forte e faço uma pequena parada para descanso. 
O visual é muito lindo com paisagem se abrindo para quase todos os lados, mostrando todo o vale, onde ficam as nascentes do Rio Preto. 
Vila de Maromba lá embaixo
O Pico do Maromba e um pouco mais baixo o Marombinha se destacam na última crista que separa o vale de Visconde de Mauá das partes altas do PNI. 
Na base desses dois picos é possível visualizar um pequeno trecho de mata atlântica com vários matacões no topo, que é o local onde o Rancho Caído está localizado. 
Nesse lugar é que vou finalizar a caminhada desse dia, então chego a conclusão que estou bastante adiantado e por isso resolvo diminuir o ritmo da caminhada. 
Agulhas Negras de outro ângulo
Do selado onde estou é possível ver boa parte da trilha que ainda vou seguir contornando o vale até chegar no alto de uma pequena crista bem ao fundo.
Depois de um breve descanso, inicio a descida na direção norte, contrária ao caminho que devo seguir, mas é por pouco tempo. 
Pedra Selada
Logo a trilha vira bruscamente para o leste e assim vou descendo até o fundo do vale, onde sou obrigado a pular o Rio Preto, ainda um pequeno riacho.
Aqui faço outra parada e dessa vez para um pequeno lanche, mas como o Sol está muito forte e não existe área de sombra, não fico muito tempo e logo retomo a pernada. 
Daqui em diante sigo por inclinação suave margeando as nascentes à direita e seguindo próximo a uma crista do lado esquerdo até o fundo do vale sem ganhar muito altitude. 
Picos do Itatiaia ao fundo
Nesse ponto da travessia é possível ver as conseqüências do incêndio de 2010, que consumiu boa parte do PNI. 
Muitas árvores ainda estão só no esqueleto e algumas estão com seus galhos todos queimados, mas pelo menos os arbustos e o capim estão bem altos e com isso a Natureza vai se recompondo.
O que chama a atenção aqui é o outro lado do Agulhas Negras e que parece estar tão próximo e talvez até seja uma leve caminhada até lá. 
É um visual de encher os olhos. Seguindo até o final do vale, tendendo para esquerda a trilha passa por áreas de charco e sempre com as varetas vermelhas sinalizando o caminho desnecessariamente, até chegar na crista que divide o Vale dos Dinossauros do Vale onde está o Rancho Caído.
Acampamento Rancho Caído junto das árvores
Numa bifurcação onde um rabicho de trilha avança por entre o bambuzal, a trilha principal segue para a direita, contornando os bambus e nesse ponto existe uma vareta para sinalizar o caminho correto e aqui ela é bem útil. 
Daqui o Rancho Caído já aparece do outro lado do vale ao lado de um trecho de mata atlântica, mas até chegar lá ainda tenho de seguir descendo por entre a vegetação alta com bambuzinhos pelo caminho. 
Cruzando algumas voçorocas, a trilha não demora mais que uns 15 minutos para chegar em 2 riachos e pouco metros antes de cruzá-los encontro uma bifurcação que sai à direita e segue margeando um dos riachos. 
Essa trilha que sai a direita é possível vê-la subindo o morro no final do vale ao sul e parece que essa é a trilha que leva até o topo do Pico do Maromba, chegando na sua crista pela direita e que de lá acessa outros picos próximos.
Crista do Pico Maromba ao fundo
Interessante é que na carta topográfica dessa região, essa trilha da direita também aparece anotada e liga Visconde de Mauá até próximo ao Abrigo Massenas, já na trilha da Rui Braga. 
É a Trilha Reconter, que era muito usada na década de 80, mas com o tempo foi se fechando. 
A trilha principal, na direção leste, ainda cruza o segundo riacho e daqui em diante segue por subida leve, passando por algumas rochas e descampados até chegar ao lado de uma araucária e de uma enorme pedra. 
Rancho Caído
Aqui é o Rancho Caído e cheguei por volta das 14:00 hrs.
O lugar é um grande descampado que fica no interior da mata, protegido e suficiente para várias barracas. 
Ao lado do enorme descampado existem outros menores no meio do bambuzal e uma coisa me chamou a atenção: a limpeza do local. 
Plano e protegido
Nada de lixo e só algumas pedras que foram usadas para circundar uma pequena fogueira. 
Esperava encontrar aqui o grupo que também estava fazendo a travessia, mas parece que tinham saído do Rebouças depois de mim.
Próximo da enorme pedra passa um pequeno riacho e depois de montar a minha barraca fui dar uma explorada trilha acima para ver se consigo achar alguma bifurcação na trilha principal que levasse até o Pico do Maromba ou do Marombinha, mas não encontro. 
1870
Parece que nesse ponto a trilha até a crista é por vara capim ou na bifurcação próxima lá do riacho. 
Depois disso retorno para os descampados próximos ao fundo do vale e em um dos matacões encontro uma inscrição com a data de 1870. 
Analiso bem os números e vejo se a numeração não seria 1970, o que acho perfeitamente possível, mas não é. 
Está marcado na rocha a numeração 1870. 
Será que alguém passou aqui a mais de 140 anos e fez essa inscrição? 
Quem souber, pode responder.
Rancho caído ali
Volto para a barraca depois de pegar água no riacho ao lado e vou dar uma descansada antes do grupo aparecer, mas anoitece e nada de alguém chegar. 
E pouco depois das 19:00 hrs, quando já estava fazendo o meu jantar, ouço bem ao longe vozes de pessoas e saio da barraca para ver de onde vêm. 
Pensei comigo: alguém caminhando a essa hora da noite pela trilha? Só pode ter acontecido alguma coisa.
Vejo lanternas acesas do outro lado do vale vindo do Rebouças e conto 7 pessoas descendo pela trilha e pouco depois das 19h30min todos chegam ao descampado onde eu estava. Falando com o guia do grupo, descubro que são do RJ e estão fazendo um tipo de curso e a maioria é de jovens na faixa dos 18 anos e um deles tem apenas 12 anos.
Dizem que tinham saído muito tarde do Rebouças e estão fazendo essa travessia pela primeira vez. 
Depois disso voltei para preparar o meu jantar e fui dormir cedo com noite bem tranquila e temperatura agradável. 
Galera acampada no Rancho Caído
No Domingo pela manhã acordo pouco depois das 07:00 hrs e vou desmontando a barraca para preparar o meu café da manhã. O guia do grupo me diz que vão sair um pouco mais tarde, pois já tem um transporte aguardando eles no Vale das Cruzes durante a tarde.
Depois de me despedir de todos, as 07h50min sigo trilha acima, passando por um pequeno trecho de charco até a trilha começar a descer na direção da base do Pico do Marombinha e assim que entro no trecho de mata, cruzo um pequeno riacho. 
A partir daqui a trilha vai subindo por entre a vegetação alta até emergir na crista com o Pico do Marombinha bem visível à direita e atrás de mim o Pico Agulhas Negras aparece pela última vez. 
Aqui até tentei procurar uma trilha que saísse da principal e seguisse na direção do Marombinha, mas nada de trilha. Seguir no vara capim eu não estava afim.
Vale do Rio Preto
A crista onde estou é um verdadeiro mirante e se tem um visual de todo o vale do Rio Preto à leste, onde estão as Vilas de Maromba, Maringá e Visconde de Mauá. 
Um pouco à direita e ao fundo surge a Pedra Selada. À nordeste a crista da Serra do Papagaio aparece em toda sua extensão e a noroeste a Serra Negra. 
Descendo pela trilha
Por estar bem adiantando fico aqui por um bom tempo admirando o visual e as 09h50min inicio a íngreme descida que é uma pirambeira daquelas, onde é preciso tomar muito cuidado para não sofrer alguma queda.
Seguindo por vários trechos de zig zag entro no trecho de mata atlântica e os campos de altitude e as formações rochosas acabam aqui. As 11h05min encontro do lado esquerdo um pequeno trecho de trilha que leva a um descampado com vestígios de acampamento, mas não chega a ser totalmente plano e numa emergência é o que tem. 
Bifurcação: Dir: Vale das Cruzes - Esq: Cach. Escorrega
Voltando à trilha principal e mais uns 50 metros chego ao 1º riacho onde paro para um descanso e comer alguma coisa. 
Seguindo a trilha, de vez em quando surgem algumas aberturas mostrando que ainda tenho muito a descer e cerca de 5 minutos depois do riacho encontro a 1ª bifurcação na trilha, marcado por uma enorme bromélia junto de uma árvore, como na foto acima. 
A trilha em frente vai sair no Vale das Cruzes, entre Maringá e Visconde de Mauá (era a trilha tradicional) e para esquerda termina na Cachoeira do Escorrega, em Maromba. 
Parece que o Parque não está preocupado em proibir o acesso à Cachoeira, porque as 2 trilhas estão bem demarcadas. 
Na verdade, creio que o PNI irá transformar as 2 em oficiais, já que as terras onde se localiza a Cachoeira do Escorrega foram adquiridas recentemente pelo Parque e como eu tinha intenção de só retornar para SP no dia seguinte, sigo na direção da Cachoeira.
Bambuzal na trilha
Depois da bifurcação, sigo por trilha mais íngreme e com os bambuzinhos cobrindo alguns trechos, mas ela está lá e bem demarcada. 
Só enche o saco ter de abrir a vegetação com os braços. 
As 12h20min chego a um trecho da trilha onde é só bambuzinho cobrindo tudo ao redor e justamente aquele que gruda na roupa e na mochila, por isso muito cuidado, já que nesse ponto eles me fizeram perder uma das minhas camisetas que estava presa na mochila e só fui notar quando já estava em um afluente do Rio Preto, onde parei para tomar banho e com isso tive que voltar até aqui.
Ao fim desse trecho de bambuzinhos, a trilha vira bruscamente para a esquerda e parece retornar, mas é só por alguns metros. 
Final da trilha junto da casa
Junto a uma enorme árvore são encontradas algumas fitas brancas e a trilha vira para a direita e continua a descida até cruzar com um mini-riacho e mais alguns metros chegar em mais outro afluente do Rio Preto, as 12h30min. 
Aqui é um lugar perfeito para um banho no poço ao lado e é o que eu faço. 
Revigorado e de roupas limpas, sigo pela trilha, com ela se tornando mais aberta e alguns minutos à frente cruzo novamente o mesmo riacho, dessa vez para a direita.
E as 13h50min chego no final da trilha, onde existe uma pequena casa. No local 3 cachorros, que me viram passar partiram para cima de mim e foi até difícil não ser mordido.
Foi um sebo nas canelas correndo estrada abaixo, por isso cuidado aqui. 
Agora a caminhada é pela estrada de terra até chegar na Cachoeira do Escorrega as 14h15min. 
Cachoeira do Escorrega
Não entrei na água, mas fiquei descansando por certo tempo e o que me chama a atenção são algumas placas do PNI dizendo que a área foi comprada pelo parque recentemente.
Minha opinião é totalmente contra, já que na parte alta do Parque os visitantes sofrem constantemente com a falta de vagas no Rebouças e eu sou um exemplo. 
Por que eles não pegaram esse dinheiro e investissem numa infra-estrutura melhor para os visitantes?
Compraram aquela área da Cachoeira para qual finalidade? Em conversa com uma vendedora de artesanato, ela diz que ouviu boatos de que futuramente o Parque vai cobrar acesso ao local e retirar todos os vendedores de artesanato do local, que são vários. 
Pracinha do centro de Maromba
Só espero que seja só um boato, mas vindo do Parque, que não tem um bom histórico, não duvido nada.
As 15:00 hrs, depois de vários clics, sigo agora estrada abaixo na direção da Praça de Maromba, onde chego depois de uns 30 minutos.
Lá vou direto para a Pousada Águas Claras, onde já tinha ficado com a Márcia e a Sophia em 2010. 
O lugar não é caro e oferece café da manhã, com direito a TV no quarto.
Assim que escurece saio para procurar um restaurante para jantar e existem várias opções na praça.
Escolho um ao lado da Igreja e peço um frango gratinado. 
Depois de ficar comendo macarrão, sopas e salame, o prato foi um verdadeiro banquete e com muita fartura.
E na manhã seguinte de Segunda-feira arrumo minha mochila e pego o ônibus da empresa Resendense na Pracinha da Vila as 11:00 hrs em direção ao Shopping Graal (ao lado da Via Dutra), chegando pouco depois das 12h30min.
Encontro o guichê da Cometa vendendo passagens direto para SP, mas com horários ingratos. Compro então a passagem pela Viação Sampaio em direção a São José dos Campos, saindo as 13:00 hrs e chegando as 15h45min a tempo de embarcar as 16:00 hrs em direção a SP e chegando no Tietê por volta das 17h30min.

Essa é a última travessia que me faltava na Serra da Mantiqueira, no sentido de oeste a leste e com essa finalizo por completo todos os trechos de caminhadas existentes desde Campos do Jordão até Visconde de Mauá, totalizando 8 travessias, sendo três delas no Parque Nacional do Itatiaia (Serra Negra, Rui Braga e Rebouças-Mauá). Todas postadas aqui no blog:


1- Pindamonhangaba-Campos do Jordão.

2- Piquete até Campos do Jordão pela crista da serra.
3- Itaguaré-Marins que terminou a noite e sem lanternas.
4- Transmantiqueira: Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra todas juntas.
5- Serra Fina que levou 6 dias.
6- Rui Braga – da parte alta do PNI até a parte baixa.
7- Serra Negra – De Maromba até a parte alta do PNI.
8- E esse relato: a Rebouças-Mauá via Rancho Caído.

Acrescentaria também 3 outras travessias entre São Francisco Xavier e Monte Verde, a Serra do Lopo e a Serra Fina de Sul a Norte pela Trilha do Rio Claro, que são caminhadas transversais, além da Serra do Papagaio que também fazem parte do complexo Mantiqueira, totalizando 14 travessias.
9- Monte Verde-S. Francisco Xavier pela Fazenda Santa Cruz.
10- S. Francisco Xavier-Monte Verde pela Trilha do Jorge.
11- Serra dos Poncianos –S. Francisco Xavier/SP - Monte Verde/MG.
12- Serra do Lopo - De Extrema/MG até Joanópolis/SP.
13- Travessia da Serra Fina de sul a norte pela Trilha do Rio Claro.
14- Serra do Papagaio - De Aiuruoca até Baependi.

De agora em diante vou dar um tempo nessa Serra e preciso explorar outros ambientes onde a vegetação seja diferente da mata atlântica e dos campos de altitudes.




Algumas informações úteis e dicas (Atualizado Julho/2020)

Empresa de ônibus que segue de São Paulo até Itanhandu é a Viação Cometa e são vários horários.

# Em Itanhandu tem um circular da empresa Delfim que faz a linha até Itamonte. 
Tel: (35) 3363-1422 e  (35) 3361-2360 (Rodoviária de Itanhadu).
Eles mantem uma página no face

O taxista de Itamonte que me levou até a parte alta do PNI, me deixando ao lado do antigo Alsene é o Marquinhos.
(35) 99113-1214 e (35) 98428-1059.

# Outras opções de transporte:
- Neivaldo: (35) 3363-3078 - (35) 99140-3751 - (35) 98465-3451 - (35) 99889-1171.
- Zé Roberto: (35) 99854-0567 - (35) 99113-4325 - (35) 99155-0442.
- João: (35) 99162-2988.
- Lazaro: (35) 99137-6434 - (35) 99913-6305 - (35) 98424-7068.
- Mauro: (35) 99176-3152 - (35) 99931-0128.
- Vitão: (35) 99113-0981.
- Zé: (35) 99183-5626.
- Sr. Samuel  (35) 99113-1700.
- Carlinhos:  (35) 99109-1185.
- Zezinho:    (35) 99113-0745.
- Maú:         (35) 99216-4793.


Algumas pessoas que fizeram recentemente essa travessia, terminando na Cachoeira do Escorrega, encontraram fiscais do Parque, próximo da cachoeira. Por isso nem tentem fazer essa travessia de forma clandestina - é multa na certa. E se encontrarem o fiscal do Parque por ali, já deixem o comprovante de finalização da caminhada com ele.

# Sinal de celular da VIVO só consegui na crista onde estão os Picos da Maromba e Marombinha.

A Pousada onde fiquei na Vila de Maromba é a Águas Claras e fica em frente à Praça principal.

Outras opções de hospedagem mais baratas são:
Pousada do Moisés e Pousada do Barbudo, localizadas também na Praça de Maromba.

# Próximo do final dessa travessia existe a opção de finalizá-la em Visconde de Mauá, em um local conhecido como Vale das Cruzes. É só seguir na bifurcação da direita, logo que estiver descendo da crista do Pico do Maromba.

Distâncias
Posto Marcão até Abrigo Rebouças: + - 3 km
Abrigo Rebouças até Rancho Caído: + - 12 km
Rancho Caído até Cachoeira do Escorrega: + - 8,5 km.

Água não é problema nessa travessia, já que a trilha cruza com inúmeros riachos. O problema é o Sol, já que não existem áreas de sombra. Protetor solar e um boné são itens obrigatórios.

O Camping Rancho Caído comporta inúmeras barracas. São mais de 1 dezena no interior da mata e muito mais do lado de fora.

Algumas altitudes dos lugares por onde passei
Posto Marcão: 2450 metros
Morro do Couto: 2680 metros
Abrigo Rebouças: 2350 metros. 
Pedra do Altar: 2530 metros
Cachoeira do Aiuruoca: 2360 metros
Ovos de Galinha: 2400 metros
Rancho Caído: 2300 metros
Cachoeira do Escorrega: 1400 metros

São 2 linhas de ônibus que fazem o trajeto de Visconde de Mauá ou Maromba até Resende:
Viação Resendense - (24) 3354-1878
Viação São Miguel - (24) 3360-9351

# Retorno para São Paulo, saindo do Shopping Graal e seguindo para São José dos Campos ou Mogi das Cruzes - Viação Sampaio:

De São José dos Campos para São Paulo pela Pássaro Marrom:

# Existe outra opção saindo do Shopping Graal pela Viação Cometa

20 comentários:

  1. oswaldocampos15 maio, 2013

    Muito legal o seu relato, Augusto. Parabéns!

    Um dia vou fazer essas travessias.
    Percebi que VC foi sozinho; estou certo?
    Voce bateu suas fotos com o tripé?
    Parece que Vc não usou GPS.
    As trilhas são bem demarcadas? É possível se perder por lá?
    A primeira noite Vc ficou na casa do vigia.
    Não seria possível acampar já dentro do parque?
    Me desculpe tantas perguntas

    Um grande abaço!

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  2. Oi Oswaldo.

    Dá p/ fazer essa travessia sim.
    Na verdade qqer das travessias (Serra Negra, Rui Braga e Rebouças-Mauá) que o PNI liberou dá p/ fazer sem problemas.
    São trilhas bem demarcadas e possíveis de serem feitas em 1 fds.
    Um pouco puxado, mas não muito dificil.
    Eu recomendo fazê-la sem correria e com um pouco mais de tempo.

    Sim, eu fiz essa travessia sozinho. Meu planejamento desde o inicio era ficar no PNI por 3 dias e mais 1 dia em Maromba, então não é todo mundo que conseguiria dispor de varios dias p/ fazer comigo essa caminhada.
    É só p/ quem estava de férias mesmo.
    Dá p/ fazer sem GPS essa caminhada totalmente.
    A trilha é bem demarcada e em alguns trechos vc encontra as varetas pintadas em vermelho.
    Na 1ª noite fiquei na casa do vigia porque o PNI só permite o camping no Abrigo Rebouças, que fica próximo, mas já não tinha mais vaga lá, tanto no Camping qto no Abrigo.
    Entao pediram p/ eu tentar uma vaga na casa dele e dei sorte.
    Nessa travessia eu só poderia acampar no Rebouças ou no Rancho Caído.
    Existem outros lugares onde é possivel acampar, mas aí é p/ quem está fazendo outras travessias do Parque.
    Veja o relato que eu escrevi das Travessia Serra Negra e Rui Braga juntas p/ vc ter uma ideía onde ficam os outros pontos de camping do Parque.
    Espero que tenha ajudado.

    Abcs

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    Respostas
    1. Oi Oswaldo.
      Esqueci de responder algumas de suas perguntas.
      Sobre o uso de GPS: não sou adepto desse aparelhinho não.
      Prefiro usar uma carta topográfica e o google maps.
      Na minha opinião, GPS é bom p/ usar em trilhas de mata fechada e com várias bifurcações.
      Nas travessias do PNI vc consegue identificar as trilhas pelo google earth. Elas estão bem demarcadas.
      Qto ao tripé, eu uso a quase 10 anos um de 1,30 metros.
      É de aluminio e bem fácil e rápido de montar.
      Em lojas de produtos chineses e no ML vc encontra por uns $40,00 em média.


      Abcs

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  3. otavioluiz15 maio, 2013

    Grande Augusto, parabéns pela travessia. Aliás, pelas 11 travessias!!!
    Se queres caminhar por um lugar diferente te indico a Serra Geral catarinense... ;o)

    Otávio

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  4. Fala Otávio, blz?

    Tô indo atrás de novos ambientes mesmo.
    E no sul, algumas trilhas estão na lista.

    Agora em Julho tô indo p/ as Serras Gauchas com a familia.
    Se sobrar algum tempo das férias, aí faço uma caminhada.

    Abcs

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  7. boa noite augusto,estou querendo levar minha filha na parte alta do pni,e tenho muitas duvidas,hoje é preciso pagar guia mesmo por uma caminhada bem leve só pra tirar fotos?,tem que chegar bem cedo pra entrar com o carro? com o jeep susuki vitara da pra ir até o abrigo?,voce sabe se o camping que tem iglú em penedo ta funcionando,liguei lá e ninguem atende,na garganta do registro tem onde comer?obrigado desculpe por tantas perguntas,abço.carlos ivan

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    1. Ola Carlos, tudo bom?

      Pelo que eu sei é obrigatório a contratação de guia para trilhas. Mas isso só na parte alta do Parque. Se estiver visitando a parte baixa, pode ir tranquilo.
      Mas o ideal é vc ligar lá e se informar sobre isso.
      Eles vivem mudando normas constantemente.

      Não é necessário chegar muito cedo p/ entrar com o carro. É só pegar as taxas e eles deixam vc seguir até o Rebouças.
      O ideal é entrar no PNI com um carro de suspensão alta, mas já vi carros populares estacionados no Rebouças, então qqer carro pode chegar lá. Claro que tomando o devido cuidado.
      Não conheço nada de hospedagem em Penedo. Na verdade eu nunca passei por lá.
      Qto a alimentação na Garganta do Registro, o que vc encontra lá são barraquinhas que vendem frutas, doces, essas coisas.....


      Abcs

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  8. Fiz a travessia Rebouças x Mauá pelo Rancho caído e só para atualizar as infos, a contratação de guias só é obrigatório se quiser acessar os cumes do Prateleiras ou Agulhas negras. Como eu não sou adepto a guias e minha intenção lá no PNI era de realizar a travessia, deixei o agulhas negras para uma outra ocasião, mas subi até a Base da Prateleiras, local esse que o Parque permite sem guia e é facil chegar até lá.

    Para as travessias, assim como os demais picos, não é necessário guia.

    Na cachoeira do Escorrega, tudo continua igual. Há placas sinalizando o Parque nacional, mas não vi nenhuma portaria...e a turistada estava fazendo a festa lá na cachoeira, sinal que se o parque tentou tirar o artesanato ali, não conseguiu.

    E ainda dá para subir na surdina, fazendo a travessia do Rancho caido entrando por Maromba e descendo pela Serra negra por exemplo.

    Porém, segundo um dos meus amigos que estava no grupo, encontraram 2 guardas do parque monitorando ali.Eu e outro amigo do grupo chegamos no escorrega quase 2 horas antes do restante do nosso grupo, que era de 5 pessoas. E não vimos guarda e também nenhuma outra alma viva desde o Rancho caído até a cachu do escorrega.

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    1. Eu até torço para que o PNI construa uma portaria lá na Cachoeira do Escorrega.
      Nem tanto para cobrar o acesso ao local e retirar os ambulantes, mas para oficializar essa travessia Rebouças-Mauá no sentido inverso.
      Seria uma boa emendar algumas travessias no Parque.
      Lá na Rui Braga, atualmente já permitem que façam essa travessia entrando pelo Poção do Maromba.
      Na época que fiz essa travessia só era permitido sentido parte alta até parte baixa.

      Eu não recomendaria fazer travessias do PNI na surdina.
      O pessoal do PN vira e mexe tá fazendo manutenção das trilhas e não é nada bom encontrá-los pelo caminho.

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  9. Augusto,

    Moro em Resende e voo de parapente, gostaria de decolar na crista da serra onde passa a trilha do Rancho Caido para Vila de Maromba, sabe se dá para subir a cavalo de Maromba até este ponto?

    Obrigado!

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  10. Eu recomendaria vc perguntar ao pessoal do PNI, porque toda aquela região onde se iniciam as trilhas é fiscalizado pelo PNI.
    Eles poderiam te dar informações mais precisas.


    Abcs

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  11. Nascentes do Rio Preto, nascentes do Aiuruoca... Nessa caminhada, ao que parece, houve momentos em que você podia ver as duas, e você já parou para pensar que a Mantiqueira toda é também um divisor de águas e que a água dessas nascentes vai acabar em lugares bem diferentes? As águas do Rio Preto vão dar no Paraíba do Sul, que deságua no oceano no norte fluminense, perto de Campos. As águas do Aiuruoca vão dar no Rio Grande, que depois vira o Rio Paraná e deságua no Rio da Prata ao lado de Buenos Aires. Como destinos tão diferentes podem ser separados às vezes por poucos metros...

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  12. Bem lembrado isso.
    Não tinha pensado sobre isso quando cruzei esses dois rios.
    Um que vai para o interior do continente e outro para o litoral.
    E separado por apenas 1 pequeno morro.
    E mais interessante ainda é que do lado do Rio Preto, o filete de água é bem pequeno qdo a trilha cruza com ele mesmo estando em um imenso vale.
    Já do lado do Aiuruoca o vale é pequeno, mas o rio já nasce grande, onde tem de pular para cruzá-lo.
    E dizem que o Aiuruoca é o rio da Bacia do Prata que nasce no ponto mais alto de todos.
    Mas não é isso.
    É o Rio Verde, que nasce na encosta leste da Pedra da Mina.
    Valeu pela lembrança.
    Abcs

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  13. Fala Augusto! Blz irmão? Indo de carro saindo de SP, você acha válido? Teria que deixa-lo no estacionamento do posto Marcão, e dps arrumar algum taxi em Maua pra levar-nos de volta para a entrada parque, correto?

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    Respostas
    1. Blz Bruno.

      Sim, essa é a logística, mas não recomendo de jeito nenhum.
      Sai muito caro, a nao ser que o grupo seja grande.
      Os taxistas enfiam a faca e não são todos que fazem esse percurso.
      Boa sorte.

      Abcs

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  14. Olá Augusto, cara, seus relatos são show, sempre os leio e sigo suas dicas. Adorei esse relato. Pretendo fazer essas travessias. Valeu.

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    Respostas
    1. Oi Haroldo, blz?
      São lindas travessias. Uma mais bonita que a outra.
      Vale a pena o esforço.
      Agora que chegou o inverno é a melhor época.
      Boa sorte.
      E obrigado pelas palavras

      Abcs

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