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20 de janeiro de 2013

Relato: Travessia da Serra da Bocaina pela trilha do Rio Guaripu - A outra Trilha do Ouro

A travessia da Serra da Bocaina, conhecida também como Trilha do Ouro, que liga São José do Barreiro a Mambucaba, em Angra dos Reis no sentido norte-sul é uma daquelas clássicas caminhadas que deveria ser obrigatório para aquem gosta de trekking, mas nessa serra não existe somente essa.
Podemos citar também a Trilha dos 7 Degraus, o Pico do Tira Chapéu, a Pedra da Bacia e muitas outras, mas existe uma travessia que cruza o Parque Nacional de oeste a leste por um longo trecho de mata fechada, conhecida também como a outra Trilha do Ouro.

Foto acima mostrando um trecho original da trilha com calçamento de pedras, construído pelos escravos


É a travessia da Serra da Bocaina pela trilha do Rio Guaripu, que se inicia em Campos Novos (distrito pertencente ao município de Cunha/SP) e segue quase que de oeste a leste, finalizando na Cachoeira do Veado e se encontrando com a tradicional Trilha do Ouro, que vem de São José do Barreiro e segue para Mambucaba.

Fiquei sabendo dessa trilha através do Sérgio Beck, quando alguns anos antes ele postou um pequeno relato no antigo site da sua Revista Aventura Já.
A matéria era bem resumida, mas me atiçou a curiosidade de algum dia completá-la.
Minha intenção era seguir exatamente como ele fez. Ao chegar na Cachoeira do Veado, seguir pela Trilha do Ouro na direção da portaria do Parque ao norte para finalizar em Arapeí.
E em pleno mês chuvoso de Janeiro, chamei velhos amigos de trilha: o Rodrigo e sua namorada Rosana e o Celestino (trilheiro que já tinha trocado inúmeros e-mails).
Já contava que pegaríamos chuva pelo caminho, mas não sei se foi sorte ou azar, pois pegamos dias de muito Sol.
Marcamos com antecedência para iniciar a trip no início de Janeiro (Sábado) e terminá-la possivelmente uns 3 ou 4 dias depois e no dia marcado todos nós 4 se encontramos no Terminal Tietê pouco antes das 06:00 hrs para embarcar em direção a Guaratinguetá.
Chegando em Cunha
Com o ônibus relativamente vazio deu para cochilar por um bom tempo e por volta das 08h30min já estávamos chegando na Rodoviária de Guará.
Aqui compramos as passagens para Cunha para o horário das 09:00 hrs pela empresa São José, levando cerca de 1 hora até lá e assim que desembarcamos na pequena Rodoviária, subimos por uma pequena ladeira até sair em frente a um ponto de táxi.
Acertado o valor com um taxista, seguimos de Uno por cerca de 30 Km até o distrito de Campos Novos por estrada asfaltada e em bom estado, onde chegamos por volta das 10h50min, ao lado da Igreja N. Sra dos Remédios.
Igreja do Distrito de Campos  Novos
Depois de comprar água em um pequeno bar ao lado e arrumar algumas coisas na mochila, iniciamos a pernada as 11h30min com muito Sol, seguindo por uma estrada de terra na direção leste, nos fundos da Igreja. 
Uns 10 minutos depois já chegamos na 1ª bifurcação apontando Bairro da Bocaina à esquerda, mas nossa direção é seguir em frente, para o Bairro Serra do Indaiá, ainda a 8 Km.
Na primeira hora a estrada segue no plano para depois uma íngreme subida até atingir o ponto alto da estrada, onde é possível visualizar a Serra da Bocaina ao fundo, parte do distrito e a única antena de telefonia celular do lugar.
Conduzindo o gado com a moto
Aqui um morador local em sua moto falava em um aparelho, dando a entender que é o único ponto onde se consegue sinal para quem mora nos bairros daqui em diante.
Logo a estrada inicia uma longa descida até o vale do Ribeirão Moqueteiro onde cruzamos com ele por volta das 12h45min. 
Uma cena que nos chamou atenção foi ver um adolescente de uns 15 anos conduzindo uma moto na maior naturalidade, dando a entender que as bikes e os cavalos não fazem muito sucesso por aqui. O adolescente saiu de um pequeno sitio e seguiu pela mesma estrada e sem capacete.
Pequena cachoeira junto da estrada
Outra cena pitoresca foi ver dois vaqueiros conduzindo alguns bezerros pela estrada, sendo que um deles estava de moto e aquela velha cena de um vaqueiro montado em seu cavalo com o berrante parece que é coisa do passado, pois a moto é o transporte oficial.
Por volta das 13:00 hrs começamos a ouvir uma cachoeira do lado esquerdo e não pensamos 2x; fomos conhecer.
Ela é até um pouquinho alta com seu enorme poção, mas como tínhamos uma longa caminhada pela frente só batemos alguns fotos e voltamos à caminhada.
Cerca de 30 minutos depois passamos ao lado do Bar do Joel à esquerda e uma Igreja da Assembleia de Deus do lado direito e mais alguns metros chegamos em uma bifurcação que nos confundiu.
Trecho calçado da estrada
A estrada principal parece seguir na bifurcação da esquerda, passando ao lado da Escola Estadual Serra do Indaiá à esquerda, mas tivemos que voltar.
O caminho correto é seguir pela estrada em frente passando ao lado de algumas araucárias e um campo de futebol todo gramado, que pertence a um Pesqueiro logo à frente.
Uns 15 minutos desde a bifurcação paramos para um lanche e um descanso em um gramado junto da estrada as 14h10min, mas não ficamos muito tempo e logo voltamos a caminhada agora na companhia de um pulguento que não queria largar da gente, talvez pensando que iríamos dar mais comida para ele.
Entrada da Fazenda Indaiá
As 14h30min cruzamos o portal da Fazenda do Indaiá, marcada por uma enorme placa de madeira com o nome entalhado, como na foto acima e mais uns 10 minutos pelo plano chegamos no pior trecho desse dia: o início da subida até a crista da serra que é o limite do Parque Nacional e onde se localiza a divisa SP/RJ.
A estrada passa ao lado da sede da Fazenda, que está do lado direito e vai se tornando cada vez mais íngreme.
Devido às chuvas ela estava bastante precária, com inúmeros buracos e as 15:00 hrs terminamos a subida e adentramos no vale do Rio Guaripu coberto de vegetação, nos dois lados da estrada.
Marco de concreto da divisa SP/RJ
Poucos minutos depois de terminar a subida, já cruzamos com o Rio Guaripu junto ao marco de concreto da divisa de estados e aqui ele ainda é um pequeno riacho que segue no nosso lado esquerdo, ora na direção nordeste, ora leste.
Depois de um pequeno descanso e reabastecido no riacho, voltamos a caminhar as 15h20min e com as nascentes que vamos cruzando pelo caminho, o Guaripu vai aumentando de volume.
Conforme íamos avançando vale adentro passamos por sítios abandonados até chegar na porteira da Fazenda Fortaleza com uma pequena casa ao lado. Seguindo na estrada chegamos na Fazenda Paraíso as 16h15min, onde funcionava um antigo trutário, marcado por vários tanques de concreto vazios e alguns metros depois observamos uma antiga casa em ruínas de cor alaranjada, à direita.
Antiga pousada
O lugar era a antiga Pousada Sítio Recanto da Bocaina, que fica ao lado de um pequeno lago e depois de estudar melhor o terreno, resolvemos acampar nos fundos, em um gramado plano.
Pelo horário (16h30min) até poderíamos avançar um pouco mais e montar as barracas em algum descampado na trilha, mas o lugar era perfeito com nascente ao lado, uma pequena varanda coberta e um belo gramado. A chuva, naquele final de tarde, ameaçou cair sobre o vale, mas ela não veio e enquanto montávamos as barracas um palmiteiro passou pela estrada com 2 burros carregados do produto e chegou até a oferecer para gente se não quiséssemos comprar. Com certeza alguns restaurantes da cidade iriam adquirir. Uma pena.
Cruzando porteiras pelo caminho
A noite foi tranquila, só caindo uma pequena garoa, mas de temperatura agradável. 
Pela manhã, pouco antes das 07:00 hrs todos já estavam de pé para tomar o café da manhã.
Nesse horário o Sol já tomava conta daquele vale e sem vestígios de nuvens de chuva, as 08h20min retomamos a caminhada.
E só foi caminhar pela estrada por uns 5 minutos e chegamos na porteira da Pousada Capoeirinha, que surge do lado direito.
A placa diz que o lugar possui chalés e área de camping, mas estava repleto de gansos, patos, galinhas e outras aves.
Início da trilha à direita
Depois da Pousada ainda caminhamos uns 10 minutos até chegar na bifurcação à direita que marca o início da trilha, onde bem ao lado existe uma pequena ponte com troncos de madeira e aqui saímos da estrada e adentramos na mata fechada.
Iniciamos a trilha por dentro da mata as 08h40min e ela é bem óbvia e demarcada com inúmeras pegadas de cavalo, mas o que atrapalha mesmo são os inúmeros trechos de brejo e muita lama, nos obrigando a molhar as botas em vários momentos.
Nesses primeiros minutos de trilha surgem alguns descampados que são bons lugares para acampar e água não é um problema.
Rio Guaripu
Com cerca de 1 hora de trilha pegamos um longo trecho no plano onde pudemos ouvir uma enorme cachoeira à esquerda: é a do Escorrega e é possível vê-la de relance no meio da mata.
Nesse trecho plano da trilha encontramos uma bifurcação à esquerda e seguimos por ela para nos deparar com outra cachoeira, a das Pacas, mas tinha um problema; devido ao grande volume de água do Rio Guaripu era impossível visualizar a queda de água.
Por segurança só chegamos até a margem e depois de alguns clics voltamos para a trilha.
Por volta das 10:00 hrs a vegetação se abre e termina a mata fechada para dar lugar a trechos com vegetação de samambaias.
Caminhada ao lado do Rio Guaripu
Uns 20 minutos depois desse trecho e chegamos nas margens do Rio Guaripu e dessa vez com o rio bem mais largo.
Junto a um coqueiro e de frente a uma pequena ilha no meio do rio se visualiza do outro lado uma trilha bem demarcada à nordeste, que leva ao Sítio do Sr. Jorge, que também é uma opção, mas nós continuamos seguindo a trilha do lado direito do Guaripu na direção sudeste, sempre próximo da margem até cruzar um pequeno riacho por uma improvisada ponte com troncos de madeira e aqui é preciso tomar cuidado para não cair.
Assim que cruzamos a pequena ponte, a trilha vira para o norte, se mantendo próximo da margem do Guaripu.
Enorme descampado pela trilha
Mais uns 10 minutos, as 12h15min chegamos a um enorme descampado com inúmeras araucárias e do outro lado do rio aparece a casa do Sr. Jorge com vários animais. Se tivéssemos vindo pela bifurcação minutos atrás, teríamos passado ao lado da casa dele. 
O lugar é um verdadeiro oásis no meio do nada e distante de tudo.
Depois de vários clics seguimos pela trilha até chegar a um outro charco. Procura daqui, procura dali para achar um melhor lugar para atravessar, mas não livrou a gente de ter enfiar o pé na lama.
Agora tínhamos uma leve subida pela encosta até entrarmos novamente em mata fechada e nesse momento encontramos Sr. Jorge junto com sua esposa e filhos vindo pela trilha.
Sr. Jorge e família
Ficamos por um certo tempo conversando e ele nos disse que foi o pai dele que veio morar naquele lugar e desde então criou sua família e nunca mais se mudou. 
As 12h40min nos despedimos de Sr. Jorge e logo à frente já encontramos vestígios da trilha do Ouro, com piso de pedras que foi construído pelos escravos a cerca de 300 anos atrás.
Nesses trechos é preciso tomar extremo cuidado para não escorregar no limo das pedras e conforme descíamos a trilha, ela ia ficando cada vez mais íngreme com enormes voçorocas. Surgem também algumas trilhas paralelas, mas que se encontram um pouco mais abaixo e as 13h40min paramos para um lanche ao lado de uma pequena bica à esquerda.
Cruzando um afluente do Rio Guaripu
Depois de um breve descanso, continuamos a descer e pouco antes das 14h30min já ouvíamos o som de um rio à direita da trilha: era o Grota Grande e quando chegamos próximos de sua margem, seguimos por alguns minutos próximos da margem até cruzá-lo em um ponto onde tivemos que pular algumas pedras. 
Nesse momento começa a cair uma chuva forte que se manteve por cerca de 1h30min e se as botas estavam secas, agora é que elas se molhariam por completo.
Ao passarmos do lado de uma casa aparentemente vazia encontramos a primeira cobra venenosa: uma coral verdadeira, que estava no meio da trilha que agora seguia ora no plano, ora com trechos de descida até chegar na margem direita do Rio Guaripu pela última vez as 15h45min.
Rio Guaripu bem cheio
A correnteza estava bastante forte e se não existisse uma pequena pinguela com corrimão de cabo de aço, seria difícil cruzá-lo.
Agora dando as costas ao Rio Guaripu, a trilha volta a subir por um longo trecho embreando-se na mata no sentido norte/nordeste. 
Outros trechos de charco e muita lama vão surgindo e pouco depois das 18:00 hrs saímos da mata fechada e emergimos em um descampado junto de uma pequena casa com o vale do Rio Mambucaba à direita.
Aqui visualizamos o céu repleto de nuvens negras e por isso resolvemos apertar o passo para chegar ao local do camping antes do céu desabar.
Rio da Cachoeira do Veado
E quando chegamos na bifurcação que leva até a base da Cachoeira do Veado, à esquerda resolvemos cruzar a pinguela sobre o Ribeirão e seguir direto para o enorme descampado junto do Rio Mambucaba, antes da Pousada do Zé Cândido e Dona Vera (atualmente o nome mudou para Pousada do Tião), acessível por uma pequena gaiola de metal que cruza o Rio Mambucaba.
Chegamos aqui pouco antes das 19:00 hrs e logo já montamos nossas barracas, mas a chuva que era para ter vindo só ficou na ameaça.
Depois de prepararmos nosso jantar no gramado marcamos de acordar o mais cedo possível para dar tempo de visitarmos a Cachoeira do Veado e sairmos ainda cedo em direção a Arapeí, já que este seria o dia mais desgastante de todos. 
A noite foi bastante tranquila sem chuvas e assim que desmontamos as barracas e tomamos o café da manhã, escondemos nossas mochilas em um bambuzal ao lado e seguimos para a Cachoeira do Veado.
Cachoeira do Veado
O grande volume de água não permitiu que chegássemos no meio do rio, mas pudemos presenciar um lindo arco-íris. São 2 quedas que totalizam cerca de 200 metros, sendo que a primeira tem cerca de 90 e a segunda com 110 metros.
Ainda tentamos chegar no topo da 1ª ou 2ª queda, mas em vão e com isso perdemos um tempo precioso. 
De volta da cachoeira e com as mochilas nas costas, pouco antes das 10:00 hrs iniciamos a subida na direção norte pela tradicional Trilha do Ouro e não demorou muito para encontrarmos a 2ª cobra venenosa no meio da trilha que parecia ser uma jararaca ou jararacuçu. Agora tomando um pouco mais de cuidado, vamos subindo por uma sucessão de morros que parecem intermináveis, alternando entre pequenos vales, trechos do calçamento original de pedras e vestígios de uma antiga estrada.
Na trilha do Ouro tradicional
Em vários momentos tivemos que parar para retomar o fôlego e comer alguma coisa.
Água não é um problema, pois a trilha cruza inúmeros riachos e nascentes e pouco depois das 13:00 hrs passamos ao lado da Pousada Trilha do Ouro, que pertence a Dona Palmira. 
Alguns clics do lugar e retomamos a caminhada até chegar na bifurcação que queríamos, cerca de 20 minutos depois da Pousada D. Palmira. 
Aqui seguindo pela estrada à esquerda por cerca de 30 minutos logo se chega na Pousada do Tião (antiga Pousada Barreirinha), ainda uns 2 Km, mas nossa direção é para leste, virando totalmente à direita e descendo até o fundo do vale.
Vale do Rio Gavião
Mais alguns minutos e passamos ao lado da Pousada Olaria à esquerda e depois de cruzar mais um pequeno riacho, iniciamos mais outra subida de morro e na crista tivemos uma visão desanimadora: o vale do Rio do Gavião que parecia não ter fim e é por lá que seguiríamos na direção nordeste até Arapeí.
Mas se temos de caminhar, então vamos caminhar e pelas nossas contas se fossemos direto até a cidade chegaríamos lá por volta das 23:00 hrs. Na descida da estrada paramos em um pequeno riacho para descanso e comer um lanche e nessa hora chega Sr. Pedro, que estava à cavalo e seguia para seu pequeno sítio próximo da Cachoeira do Veado. 
Caminhada ao lado do Rio
Ele nos deu a dica que poderíamos tentar uma carona para Arapeí em algum sitio ou na pousada que iríamos passar.
Pelo nosso cansaço já estávamos contando com isso: em ter de contratar um transporte. 
E lá fomos nós descendo o último vale do dia até cruzar com o Rio Mambucaba as 15h20min.
Daqui em diante fomos seguindo o extenso vale do Rio do Gavião à esquerda pela estrada com aclive suave, mas o que atrapalhava demais era o Sol forte que exauria cada vez mais nossas forças e com isso o planejamento de chegar por volta das 23:00 hrs em Arapeí já tinha ido para o saco.
Área de araucárias
Torcíamos agora para encontrar algum carro estacionado próximo da estrada e que nos levasse até a cidade, mas só encontrávamos congestionamento de bois e vacas, além de muitas araucárias e inúmeras subidas de morro.
Foi uma alegria grande quando bem ao longe vimos um Fusca parado na entrada de um sítio e pensamos na hora: conseguimos nosso transporte, mas a Rosana que estava bem à frente voltou com uma triste notícia: disseram a ela que a estrada estava com várias quedas de barreira e só motos e cavalos estavam passando e com isso as esperanças de conseguir um transporte naquele dia até a cidade se foram.
Pousada Casa Azul
Nossa intenção agora era ficar na pousada para na manhã seguinte conseguir motos que nos levassem para Arapeí e antes de chegar nela a Rosana conseguiu uma moto e com a promessa de mais outra com um pedreiro que reformava uma pequena casa. Ela combinou do pedreiro nos pegar por volta das 06:00 hrs em frente à pousada.
Suítes da Pousada
A Pousada se chamava Casa Azul e chegamos por volta das 18:00 hrs e aqui conseguimos mais outras 2 motos com o Sr. Olair (um dos proprietários), mas nos disseram que sairiam por volta das 08:00 hrs, o que para gente estava muito bom.
Folia de Reis
Na casa em frente uma Folia de Reis estava se apresentando e ficamos admirando que as tradições ainda são mantidas por esses lados.
Eu tentava entender a letra, mas não conseguia e só ficava ouvindo a melodia que se repetia a cada 2 ou 3 minutos.
Folia de Reis cantando na residência
A Pousada era bem simples e fornecia refeições, que dispensamos porque tínhamos muita comida ainda. A energia elétrica era fornecida por gerador, mas o banho foi na água fria.
Durante a noite caiu uma pequena chuva que só serviu para refrescar e marcamos de acordar bem cedo para aguardar as motos.
Muitas araucárias
Depois de um café da manhã simples fornecido pela pousada, ficamos aguardando as motos, mas chega 06h30min e nada. 07:00 hrs e nada também e quando deu 08:00 hrs eu já estava impaciente e só esperei mais alguns minutos e disse para o Rodrigo e a Rosana que eu não iria esperar mais e que se viessem as motos que só levassem os dois.
Com isso eu e o Celestino seguimos estrada acima e como estávamos bem descansados, pudemos caminhar em um ritmo bem forte seguindo sem paradas. Por volta das 09h30min quando já estávamos quase descendo para o outro lado da crista, cruzamos com Dona Elizete, que é uma das proprietárias da pousada, onde ficamos. 
Ela estava voltando de Arapeí e depois de uma breve conversa, continuamos a caminhada.
Outra cachoeira pelo caminho
Conforme íamos perdendo altitude a paisagem se abria cada vez mais na direção nordeste.
O problema novamente era o Sol muito forte que não dava trégua.
As 10h50min ao passarmos próximo da sede da Fazenda da Glória visualizamos à esquerda uma cachoeira com sua enorme queda no meio da mata e de uma altura considerável, mas de difícil acesso.
Continuando a descida e por volta das 12:00 hrs passam pela gente o Rodrigo e a Rosana na garupa de 2 motos (depois eles disseram que os motociclistas passaram pela Pousada por volta das 10h40min, mas os dois já tinham saído devido a demora e só foram encontrá-los as 11h10min já no meio da estrada).
Terminando a caminhada em Arapeí no fundo do vale
Depois de alguns trechos no plano e uma íngreme descida chegamos no fundo do vale.
No acesso ao Rio do Capitão-Mor  à esquerda paramos para descansar na sombra, já que o Sol estava de rachar. O lugar é a Cachoeira do Criminoso, onde o acesso é cobrado.
Nessa hora recebo uma mensagem do Rodrigo dizendo que estava vindo nos pegar e uns 10 minutos depois ele chega de bugy, o que nos economizou uns 30 minutos até a cidade de Arapeí, onde chegamos as 13h20min.
Ônibus para Guaratinguetá já tinha passado por volta das 12:00 hrs e outro somente as 18:00 hrs (muito tarde) e com isso só nos restou a opção de contratar um táxi que nos levasse até Guaratinguetá, onde chegamos pouco depois das 16:00 hrs a tempo de comprar passagens no ônibus das 17:00 hrs e chegando em SP por volta das 19h30min.


Algumas informações úteis e dicas (Atualizado Julho/2020)



# Matéria do Sérgio Beck dessa caminhada: só procurar no web archive. Aventurajah - Rio Guaripu

# Logistica (que pode ter mudado)
- Ônibus SP-Guaratinguetá - Passaro Marrom
- Guaratinguetá- Cunha - Viação São José 
- Arapeí-Guaratinguetá -  Passaro Marrom

# Quando fizemos essa caminhada existia um ônibus circular no trecho Cunha-Campos Novos com apenas 2 horários durante o dia: 14:00 e 18:00 hrs.

Ligue na Rodoviária para confirmar: (12) 3111-1425 e (12) 3832-6912.

# Optamos pelo táxi, por ser mais rápido. Embarcamos no ponto subindo a ladeira da Rodoviária. 


# No trecho pela estrada de terra entre Campos Novos e o Bairro Serra do Indaiá não encontramos água de qualidade. Somente na divisa SP/RJ.

# Depois que estiver na trilha não se preocupe com água, pois cruzamos com inúmeros riachos e nascentes com água de qualidade.


# Ao longo dessa caminhada é possível ficar em algumas pousadas:

- Pousada do Tião, próximo da Cachoeira do Veado.
Não tem telefone
- Pousada/Camping Casa Pintada (Dona Palmira): (12) 99792-3477
- Pousada Casa Azul
- Pousada Capoeirinha - não tenho certeza se ainda funciona como forma de hospedagem. Se localiza pouco depois do local do nosso camping da 1ª noite.

# Ao chegar na Cachoeira do Veado e se não quiser seguir para Arapeí, é possível descer pela Trilha do Ouro tradicional, finalizando a caminhada em Mambucaba/Angra dos Reis.


# A maior parte dessa travessia foi com Sol na cabeça o tempo todo, por isso não economize no protetor solar.


# Lembre-se que essa trilha do Rio Guaripu é feita por uma entrada clandestina do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Atente a isso.


# Muito cuidado com as cobras. Encontramos 2 venenosas, por isso use uma perneira se vier a fazer essa caminhada.


# Perigoso demais fazer essa caminhada em época de chuvas. Mesmo por ter chovido pouco, o Rio Guaripu estava com volume bem alto quando cruzamos ele pela última vez.


# Tempos de caminhada já somados com as paradas.

De Campos Novos até as ruínas da antiga casa onde acampamos: 5 hrs.
Casa em ruínas até próximo da Cachoeira do Veado onde acampamos: pouco mais de 10 hrs.
Cachoeira do Veado até Pousada Casa Azul: 8 hrs.
Pousada Casa Azul até Arapeí: 5 hrs.

# Um pouco de história: existem inúmeras "Trilhas do Ouro" que descem a Serra do Mar e todas elas foram criadas entre os séculos XVII e XIX com o intuito de se fugir da fiscalização que era feita pela Coroa Portuguesa na Estrada Real. Essa fiscalização tinha o objetivo de evitar o contrabando do ouro que vinha de MG e seguia para Paraty. E nessa região, das que eu conheço são 5 e temos:
1- a tradicional de São José do Barreiro até Mambucaba; 
2- a do Rio Guaripu;
3- uma que passa ao lado da Igreja da Penha, em Paraty; 
4- e a que fica no interior da Fazenda Murycana. 
Atualmente essas 2 últimas se tornaram resquícios, já que a vegetação tomou conta e restaram pequenos trechos. 

# Para quem quiser fazer a tradicional Trilha do Ouro, cruzando o Parque de norte a sul (de São José do Barreiro até Mambucaba), dê uma lida no relato que eu fiz dessa caminhada. Lá estão várias dicas e informações úteis para quem pretende fazer essa travessia. Tá aqui nesse blog mesmo.

22 comentários:

  1. Caro Augusto,

    Uma nova aventura e recheada de história e histórias! Muito bom saber que anda trilhando por aí!! Show de bola!

    Como sempre um belo relato, recheado de fotos e informações. Parabéns!
    Grande abraço!
    Getulio

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    1. Blz Getúlio.

      Essa trilha é uma boa alternativa p/ quem não quer fazer a tradicional Trilha do Ouro por dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina.
      E na minha opinião bem melhor e por varios motivos:
      trecho muito longo de mata fechada, facilidade de acesso, sem a burocracia do PN, pouco gasto com transporte se vier a fazer sozinho, quase que ausencia de trechos por campo aberto (facilita demais se estiver muito Sol), muita nascente e vários poções, algumas cachoeiras próximas da trilha, etc...
      Por enquanto é uma travessia muito frequentada por pessoal de agencia de ecoturismo.
      Espero que isso mude.

      Abcs

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  2. BOM DIA AUGUSTO
    FICO FELIZ EM SABER DESTA SUA AVENTURA PELO O RIO GARIPU, SOU UM DOS PROPRIETARIOS DA FAZENDA PONTE ALTA, QUE FAZ DIVISA COM O RIO GUARIPU, A ONDE SE INICIA A DIVISA NO MARCO DE DIVISAS, ESTAMOS NOS ORGANIZANDO EM FAZER O LEVANTAMENTO PLANIMETRICO DA FAZENDA, GOSTARIAMOS DE PODER CONTAR COM A SUA AJUDA, EM INFORMAÇÕES DO TRAJETO, MORADORES E DAS POUSADAS, TEL.ALGUM MEIO DE CONTATO COM OS MORADORES, NO LOCAL, POIS IREMIS PRECISAR DAS ASSINATURAS DOS CONFINANTES.
    NOSSO E-MAIL: beneditoluizfonseca@hotmail.com
    tel(12)res. 3145-4472 cel.(12)9754-5819 Cruzeiro/sp
    abçs

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  3. Ola Benedito.
    Não sei no que poderia ajudar, pois segui essa trilha por estradas de terra naquele trecho do marco de divisas.
    Trilha mesmo só fui pegar pouco depois de passar pela Pousada/Camping Capoeirinha, mas ali é uma área do Parque Nacional da Serra da Bocaina.

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  4. Boa noite
    Augusto
    Uma pergunta
    Essa trilha é possivel percorrela de bicicleta ( mountain bike ) ???
    Estou planejando um roteiro de cicloturismo de São Paulo ao Rio de Janeiro só por estradas de terras, mas estou encontrando dificuldades de transpor a região da Serra da Bocaina de oeste a leste entre Campos de Cunha a Bananal.
    Grande Abraço
    Gus Gustavo

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    Respostas
    1. Blz Gustavo.
      Não recomendo vc passar de bike por essa trilha.
      A dificuldade é muito grande. São muitos trechos íngremes com inúmeras voçorocas. E tem os trechos do calçamento de pedras, onde já é complicado caminhar.
      Isso sem contar o fato de que vc estará dentro do Parque Nacional, onde é proibido a circulação de bikes e motos. Se te pegarem é multa e apreensão. Atente a isso.

      Pelo que eu conheço dessa região, existem trechos de estrada de terra entre Campos de Cunha e Bananal ao norte do Parque. É uma região conhecida como Altos da Bocaina.
      No wikiloc vc encontra alguns tracklogs que o pessoal do 4x4 conhece bem.

      Abcs

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  5. Oi, Augusto. tudo bom?
    Como sempre, mais um belo relato.. eu ainda não consegui ler teu blog todo, mas o farei...rsrs.

    Deixa eu te perguntar: quero fazer o Ouro com mais umas 6/7 pessoas, uns 3 dias para acampar... qual o trecho melhor pra gente fazer e com mais cachoeiras?

    Brigadão pela ajuda :-)

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    Respostas
    1. Oi Cristiane, tudo bom?

      Sem dúvida nenhuma o melhor trecho para vc apreciar as cachoeiras do Parque, é fazendo a travessia tradicional, de São José do Barreiro até Mambucaba.
      São 3 dias, pernoitando a primeira noite na Pousada Barreirinha e na segunda noite próximo da Cachoeira do Veado.
      Vc passará por 3 lindas cachoeiras: Sto Izidro, Posses e Veado.
      Mas tem de solicitar autorização ao Parque e contratar um transporte da cidade para te levar até a portaria do PN.
      Veja nesse relato. Tá bem detalhado e pode te ajudar:
      http://trilhasetrips.blogspot.com.br/2013/04/relato-travessia-do-parque-nacional-da.html


      Gde abc e valeu pelo elogio

      Excluir
  6. Olá Augusto!
    Tudo bem? Já nos falamos no ano passado, e gosto muito de seus relatos por que são bem completos, sou fã de seu blog!

    Como curto o Trekking em sua essência, sem agências, e sem guia!
    Procuro planejar bem cada investida que faço!
    Em breve estarei postando alguns relatos das trips que tenho feito!

    Seguindo seus relatos já fiz as seguintes Trips,

    Pico do Lopo - 1 vez
    Trilha do Ouro Tradicional - 3 vezes
    Travessia do Lagamar - 3 Vezes
    Travessia da Serra do Papagaio - Ficou incompleta, mas vou concluir!
    Pico do Itaguaré - 1 vez
    Pico da Onça - 2 vezes
    Serra da Canastra - 7 vezes

    Estou literalmente seguindo seus passos com excessão da Serra da Canastra !

    Gostaria de saber sua opinião sobre a Travessia Itumirim x Carrancas e também sobre a Trilha do Ouro pelo vale do Rio Guapiru!

    A dúvida é : Dá para fazer essas 2 travessias sem o uso do GPS?

    Abc
    Agradeço


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  7. Oi Lideraldo, blz?

    Esse é o espirito. Compartilhar com mais pessoas os relatos dessas caminhadas. Um relato de trilha nunca é igual ao outro. Sempre tem alguma informação a mais que o outro não tem.
    E parabéns pelas trilhas que já fez.
    Só lamento vc não ter finalizado o Papagaio. É bem cansativo, mas vale a pena
    Canastra não fiz ainda porque ainda quero fazer algumas no Cipó. Voltei da Lapinha-Tabuleiro com boas recordações e a vegetação de cerrado é linda para caminhadas.

    Qto a suas duvidas, A Itumirim-Carrancas é tranquila na questão da navegação.
    Como é um circuito em "Z", a primeira e a segunda linha da letra é só no visual. Navegação sossegada.
    Já o trecho final que corresponde a Serra de Carrancas, pode um pouquinho complicado. Eu resolvi cortar caminho, mas se vc dispor de tempo, pode chegar até o fim da Serra do Galinheiro e emendar com a de Carrancas.
    Por não dispor de tempo tive que cortar caminho, como coloquei no relato.
    Mas mesmo assim não acho o GPS essencial.
    Claro, seguindo à risca o relato.
    Na duvida é só chegar no Sitio do Sr. Carlos Roberto e pedir mais informações com ele.
    Ele vai te orientar a seguir até o final dessa serra e lá continuar na de Carrancas.

    Qto a Trilha do Ouro pelo Guaripu, tivemos alguns perdidos, mas nada que nos atrapalhasse.
    As referencias principais são:
    - O portal da Fazenda do Indaiá. Se conseguiu chegar lá, já andou muito.
    Dali em diante vc passará pelo marco de concreto da divisa SP/RJ, a antiga Pousada Sítio Recanto da Bocaina (em amarelo) e Pousada Capoeirinha.
    Mais alguns metros e vc inicia a caminhada pela trilha demarcada.
    - Qdo chegar ao lado do Rio Guaripu, à sua esquerda, cruze ele e passe ao lado do Sítio do Sr. Jorge. Nós não cruzamos o rio, mas vai dar no mesmo lugar.
    - Depois do Sitio, a trilha segue pelo pasto até entrar na mata novamente com trechos originais de pedras.
    Mas sem bifurcações, pelo menos.
    Também considero ser possível fazê-lo sem GPS.
    Como vc já é experiente em trilhas, creio que não terá problemas.

    No mais é fazer essas travessias em época seca, sem chuvas, porque em alguns trechos os visuais são lindos nas 2.


    Boa sorte e abcs

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  8. Prezado Augusto!

    Muito obrigado pela resposta, assim que eu definir data e qual das travessias farei primeiro, vou anotar as possíveis dúvida e conto com sua experiência para esclarecer alguma dúvida que possa surgir!

    Muito obrigado!
    Abc
    Lideraldo

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  9. Blz Lideraldo.
    Qdo tiver duvidas, pode postar aqui.

    Abcs

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  10. Parabéns muito legal sua caminhada, um sonho de consumo meu...adotei os detalhes, quem sabe um dia realizo, aí vou ti convidar com certeza ....

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    1. Oi David, blz?

      Essa travessia é muito bonita mesmo.
      Pena que ela é clandestina e o Parque não autoriza.
      Mas vale a pena.

      Abcs

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    2. Obrigado pela dica amigo

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    3. Boa sorte se for trilha por lá.

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  11. Quero chegar ao Parque Nacional da Bocaina saindo de Campos Novos(estrada da Bocaininha), para fazer de bike.

    É possível? Meu WhatsApp é 32 99128 0011

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    1. Sim, totalmente possível.
      Saindo de Campos Novos é só seguir as placas de Cachoeira do Mato Dentro e depois pegar uma estrada que segue paralela ao Rio Paraitinga.
      Vai passar ao norte do Pico do Tira Chapéu, e finalizar na portaria principal do PN.
      É bem fácil marcar o trajeto no Maps.

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  12. Boa tarde, Augusto estou com acampamento na cachoeira do veado.
    Quanto tempo até o guaripu? Parabéns pelo POST

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    1. Oi André, blz.

      Vc quer chegar somente na margem do Rio Guaripu ou quer fazer essa caminhada no sentido inverso que fizemos?
      Se quiser chegar até a margem do Guaripu foram cerca de 2 horas.
      Cruzamos ele pela última vez por volta das 16hr e chegamos na Cachoeira do Veado lá pelas 18hrs.
      Já se quiser fazer toda a caminhada, levamos quase 10hrs desde o início da trilha propriamente dita até a Cachoeira.

      Valeu

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  13. Irei fazer sentido inverso que vcs fizeram. Cachoeira do veado até o Rio guaripu. Nesse trecho tem muita bifurcação?
    Obrigado

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    1. Se quiser ir até o lugar onde a trilha cruza o Guaripu, é tranquilo.
      Não tem dificuldade. Nem bifurcações encontramos.
      No relato acima tem uma foto exatamente do grupo cruzando o Rio com ele bem cheio.
      Mas não achei o lugar interessante. É a parte plana do Guaripu.

      Já se quiser ir nas cachoeiras mais à montante, aí a caminhada é bem mais longa com algumas bifurcações e muito trecho de subida, mas que também não encontramos dificuldades.
      Pela trilha possuir inúmeros trechos íngremes, pode ter certeza que encontrará várias cachoeiras. É questão de explorar, já que em alguns trechos da trilha dava para ouvir quedas ao longo do percurso.
      Nós não estávamos procurando cachoeiras, só queríamos finalizar a travessia.

      Valeu

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