Já tinha viajado para as cidades históricas de MG algumas vezes, mas sempre para visitar as Igrejas católicas com sua arquitetura colonial em estilo barroco.
Dessa vez tinha ido com minha namorada e por ser a primeira vez dela, tínhamos que incluir as Igrejas no roteiro novamente, mas com 4 dias dava para fazer também algumas caminhadas em parques da região. Nossa intenção era visitar o maior número possíveis de igrejas em 2 dias e nos outros 2 conhecer os parques.
Não estávamos indo com planejamento já pronto, pois íamos fazer o roteiro de acordo com o clima ao chegar lá.
Dos parques pesquisados, um foi o Parque Natural das Andorinhas, mas como esse é muito tranquilo e de acesso muito fácil às trilhas que levam a poções e cachoeiras, nem resolvi criar um relato: só esse, que inclui dicas de Ouro Preto. O parque é relativamente pequeno e sua principal atração é a Cachoeira das Andorinhas cujo acesso é descendo uma fenda entre enormes rochas até chegar numa espécie de caverna, onde a cachoeira tem sua queda escondida por entre as pedras.
O outro parque é uma caminhada obrigatória: o Itacolomi, cujo pico pode ser avistado de vários pontos de Ouro Preto, sendo bem fácil identificá-lo pelo enorme monolito inclinado no alto da serra.
Depois de uma breve pesquisa sobre o parque e a trilha que leva ao topo do pico, marcamos a caminhada para o dia seguinte.
Fotos acima: chegando ao mirante do Pico e todo o esplendor dele
Fotos dessa travessia: clique aqui
Tracklog de ida e volta: clique aqui
Vídeo dessa caminhada: clique aqui
Com uma pequena mochila de ataque e alguns lanches preparados na Pousada, seguimos por volta das 08:00 hrs para a Praça Tiradentes em busca de algum transporte que nos deixasse na entrada do Parque ou pelo menos em frente ao Hospital Santa Casa, que fica a poucos metros da guarita do parque.
Chamamos um Uber algumas vezes, mas não encontramos motoristas disponíveis. Desistimos.
Consultamos alguns taxistas da Praça e como era de esperar numa cidade turística: valores exagerados.
O jeito era pegar algum ônibus circular em frente à Igreja São Francisco de Assis.
Já no ponto de ônibus, alguns passageiros nos recomendaram seguir também de taxi-lotação, cujo valor era o mesmo do ônibus (pouco menos de $5 Reais) e seguem o mesmo trajeto do circular e não demorou muito um desses parou no ponto. Perguntamos se passava ao lado da Santa Casa e embarcamos.
Cruzando a Rodovia |
Com algumas nuvens escuras no céu, parecia que o dia seria nublado e com chuvas, mas por sorte nossa, o Sol de vez em quando surgia entre as nuvens nos deixando um pouco mais tranquilos.
Credenciamento |
Eram pouco mais de 9:00 hrs da manhã e a partir daqui a caminhada é por estrada de terra com leve inclinação contornando o Morro do Cachorro com suas inúmeras antenas.
Mirantes na subida |
Conforme vamos avançando a vegetação também vai mudando e notamos que próximo da guarita ela está se regenerando de um incêndio que ocorreu recentemente ali. É uma vegetação rasteira com arbustos, típico do cerrado, mas não demorou muito e uma mata densa surgiu ao longo da estrada.
No céu, as nuvens escuras já tinham se dispersado e o Sol tomava conta.
Mirante do Eco |
De volta à estrada, seguimos por mais alguns minutos em meio à área de mata atlântica e por um pequeno trecho em declive até chegar na primeira bifurcação, onde seguimos para a direita.
Bifurcação |
Bica dágua |
Casa do Bandeirista |
Porteira de aceso à trilha |
Início da trilha |
Com algumas placas de sinalização apontando a direção da trilha, agora abandonamos a estrada e seguimos por trilha demarcada à direita.
Trilha por ali |
Seguindo pela trilha principal, que é plana no início, não demora muito e chegamos num pequeno trecho de escadas para ir ganhando altitude.
Subindo |
Com cerca de 30 minutos de trilha chegamos num local chamado de Mirante do Vale que possui um lindo visual ao redor.
Mirante |
No plano |
Com cerca de 3 horas desde a Portaria chegamos na base do pico. De agora em diante é um trecho relativamente íngreme até chegar ao topo, onde os afloramentos rochosos tomaram conta.
Trecho final |
Bordejando a encosta íngreme vamos ganhando altitude até passar por um pequeno trecho entre grandes rochas e chegar no mirante principal do Itacolomi em frente a placa de sinalização, as 12h40min.
Chegamos |
Aqui ela se assemelha mais a um dedo apontando para o céu.
Pico |
Depois de saciado fui explorar o lugar, mas é preciso tomar muito cuidado porque a vegetação alta esconde algumas fendas e buracos.
Pedra Rei Leão |
Ao sul, temos Lavras Novas e o ponto mais alto dessa serra com altitude de 1772 metros, seguindo por uns 300 metros desde a placa de sinalização do pico, sendo que essa altitude é erroneamente assinalada pelo parque e por muitos sites e blogs como sendo o topo do Itacolomi, o que não é verdade.
Topo da Serra |
O trecho de descida é tranquilo e em menos de 10 minutos chegamos na bifurcação e aqui resolvemos seguir para direita. Essa é a trilha que pode ser vista lá do mirante principal e é uma alternativa para quem não quer seguir por dentro do parque pela trilha oficial.
Descendo |
Pequenos poços |
Pequenas quedas |
Pico Itacolomi e outros mais |
A continuação da trilha depois do riacho pode confundir devido a uma bifurcação seguindo para esquerda, mas parece que ela só leva às nascentes do pequeno Belchior.
Descampado ao lado do rio |
Ao lado da trilha encontramos um Oratório de Nossa Sra. Aparecida colocado num amontoado de pedras, formando uma espécie de altar.
Oratório |
Trilha clandestina |
Depois de um pequeno trecho de subida, a trilha arrefece e a vegetação muda para alguns arbustos e capim ralo, tendo o pico ao fundo bem destacado.
Pico ao fundo |
Pequeno riacho cruzando a trilha |
Com a trilha nos levando na direção da Rodovia, parece que o final estava bem próximo, mas de repente ela faz uma curva bem acentuada para esquerda, como estivesse retornando, para evitar uma encosta muito íngreme onde era impossível passar.
Ouro Preto logo ali |
Trilha pelo pequeno vale |
Muita samambaia |
Trilha subindo |
São 16h50min e numa das rochas junto da bifurcação, sinalizaram a direção do Pico seguindo pelo mesmo caminho que viemos, talvez para evitar a trilha oficial do Parque.
Na bifurcação |
Esse trecho final é bem tranquilo, passando por um pequeno riacho escondido à esquerda e alguns desmoronamentos.
Altos da serra |
A Rodovia com alguns bairros de Ouro Preto estão bem próximos indicando que a trilha está chegando ao fim e pouco depois das 17h30min chegamos no portão que separa a trilha do asfalto.
Agora é embarcar no ônibus circular em frente ao Hospital Santa Casa e seguir para a Pousada.
Dicas e informações úteis
# O Parque do Itacolomi foi criado em 14 de julho de 1967 e o horário de funcionamento é:
Terça a Domingo, das 8:00hr às 17:00hrs. Telefone (31) 3551-6193.
O horário limite para fazer a trilha do Pico é até as 11:00hs, por questão de segurança.
Site do parque com informações úteis: clique aqui.
# Pela trilha oficial do Parque o percurso só de ida totalizou cerca de 11 Km.
Já o percurso total de ida e volta que fizemos foi de pouco mais de 18 Km.
# Tempo de caminhada só de ida foi pouco menos de 4 horas desde a guarita, com algumas paradas.
# O trecho até próximo do início da trilha pode ser feito também de carro, moto ou bicicletas, já que o parque dispõe de estacionamentos.
# O parque disponibiliza aos visitantes:
- área de camping sombreada com capacidade para 30 barracas com vestiários e banheiros, próximo ao centro de visitantes. Taxa: $40 Reais/pessoa.
- 4 alojamentos e 1 casa de hospedes. Taxa: entre $40 a $50 Reais/pessoa, dependendo da quantidade de pessoas.
# O Pico do Itacolomi não possui 1.772m de altitude como muitos sites e blogs assinalam.
O topo está a cerca de 300 metros ao sul das placas que sinalizam a chegada ao mirante do pico.
# Taxa de visitação é de $20 Reais/pessoa e deve ser paga no escritório, que fica próximo da guarita do Parque, onde é feito o registro de entrada.
# Obrigatório o uso de protetor solar e alguma proteção para a cabeça.
# Pela trilha oficial do parque só existe um pequena bica de água, ao lado da Casa do Bandeirista. Existem alguns riachos que cruzam a trilha clandestina, que usamos para retornar do Pico.
# Além da trilha oficial, existem vários outros acessos que levam até o Pico, sendo considerados clandestinos pelo parque. Do mirante do Pico é possível visualizar inúmeras outras trilhas
Nenhum comentário:
Postar um comentário