Páginas

▼

17 de dezembro de 2022

Relato: O que fazer em Buenos Aires/Argentina por 7 dias: dicas e informações úteis dos preparativos e os melhores passeios

Época de férias sempre é bom fazer uma viagem tipicamente turística para lugares que não conheço e com minha namorada. 
Pesquisando algumas opções, vimos que os valores das passagens aéreas e hospedagem seriam muito caras para o Nordeste, então resolvemos consultar viagens internacionais pela América do Sul.
Final de 2021 e ao longo de 2022 se falou muito no turismo para Argentina, cujos preços eram muito atrativos.
Devido a uma crise econômica com desequilíbrio fiscal e inflação alta, a taxa de cambio ficou muito favorável à nossa moeda brasileira, tornando-se uma excelente opção para o turista que encontra bons preços de passagens aéreas, hotéis e alimentação. 
E o que pesou também não foram só os valores. Conhecer um outro país, uma outra cultura, gastronomia muito elogiada e Buenos Aires com o título de Europa das Américas também nos fizeram escolher esse país.
A Argentina tem inúmeras opções de destinos, para todos os gostos e bolsos, mas é sempre bom começar pelo básico e a capital Buenos Aires foi a escolhida.
Os valores iam depender de quantos dias íamos ficar na cidade e que lugares planejávamos visitar. 
Lendo vários relatos e dicas de outros viajantes, chegamos a conclusão que valia a pena ficar 7 dias na cidade e assim decidimos.
E como já iria gastar com passeios, evitei outros gastos como aluguel de veículo, contratação de pacotes por agências, restaurante caros de áreas turísticas (Puerto Madero e Palermo) e fizemos muito uso do transporte público (ônibus e metrô) e claro caminhadas por alguns bairros, já que a cidade é totalmente plana e o blog é sobre isso.
Nesse relato eu selecionei várias dicas e informações úteis dos preparativos para a viagem, lugares que visitamos, opções de alimentação, como não pagar muito caro nos passeios e evitar algumas roubadas. Tudo com o intuito de economizar e não cair em furadas.
E incluímos também um dia inteiro de visita ao Uruguai, até a cidade histórica de Colonia del Sacramento.


Foto acima: Casa Rosada na Plaza de Mayo e Obelisco em Buenos Aires e Plaza de Toros, no Uruguai

Fotos dos passeios pela Argentina: clique aqui
Fotos dos passeios pelo Uruguai: clique aqui
Criei alguns vídeos curtos da viagem que estão anexados nesse relato ao longo dele


Nosso roteiro foi:
1º dia - Sábado: Chegamos no Hotel e troca do dinheiro numa loja da Western Union e finalizando tarde na Plaza de Mayo e Casa Rosada.
2º dia - Domingo: Visita à Catedral Metropolitana da Plaza de Mayo, Feira de San Telmo e pelas ruas do bairro, Rua Flórida e região do Obelisco.
3º dia - Segunda: Compras e caminhada pela orla de Puerto Madero e pelo centro de Buenos Aires.
4º dia - Terça: Viagem de catamarã para o Uruguai e conhecer a cidade de Colonia del Sacramento.
5º dia - Quarta: Passeio de BusTour pelos principais pontos turísticos da cidade.
6º dia – Quinta: Bairro Recoleta e Livraria El Ateneo, Teatro Colon.
7º dia – Sexta: Passeio pela cidade de Tigre e pelo delta do Rio da Plata.
8º dia – Sábado: Outros pontos turísticos do centro e retorno para São Paulo.

            Preparativos
Idioma
A primeira dúvida que veio à cabeça foi a questão do idioma. Será que conseguiríamos nos comunicar facilmente com argentinos, cuja língua oficial é o espanhol?
Como já tínhamos visitado Foz do Iguaçú e naquela viagem, passamos por Puerto Iguazu, na Argentina e não tivemos dificuldades com o idioma, então não estávamos preocupados. Qualquer problema dava para se virar com o portunhol. E no final percebemos que o espanhol não é tão difícil assim, mesmo sendo o espanhol portenho, que é falado em Buenos Aires.
E mesmo quem não entende nada de espanhol, dá para se virar sem grandes dificuldades. Na dúvida, é só pedir para falarem mais lentamente que dá para entender.
Na verdade uma grande dificuldade foi com os dias da semana, que são totalmente diferentes do português:
Lunes: segunda-feira - Martes: terça-feira - Miércoles: quarta-feira
Jueves: quinta-feira e Viernes: sexta-feira. Esses me perdi totalmente.
Bela arquitetura
Melhor época para viagem
Primavera é a melhor época. É o que todos diziam. E deu certo de encaixar a viagem justamente nessa época do ano, sempre que tiro férias.
Não é alta temporada e as temperaturas estavam na faixa de 22ºC, o que não é tão frio e nem tão quente. A temperatura mais baixa que pegamos foi em torno de 15ºC.
E o mais importante, não é uma época de chuvas, então dá para aproveitar bem os passeios.

Passagens aéreas
Quando decidimos escolher Argentina como destino era o mês de Maio, então fui atrás de várias empresas aéreas, inclusive algumas europeias e 1 canadense que fazem escala em São Paulo para depois seguir para Buenos Aires.
Os dois únicos critérios que defini foram de que tinha de ser voo direto (+ - 3 horas de viagem) e chegar lá por volta do meio dia.
Das brasileiras que pesquisei na época, a companhia Latam tinha poucos horários e bem ruins, chegando final tarde.
A Gol, por descer no Aeroporto próximo da região central (Aeroparque), tinha preços um pouco mais altos que as demais.
Duas outras empresas argentinas (Aerolineas Argentinas e Flybondi) também tinham vários horários, mas preços não eram baratos.
Duas empresas europeias tinham bons horários e preços que não eram tão caros assim (SwissAir e British Airways). 
Outra era Canadian Air cujos preços eram próximos dessas 2 europeias.
E com isso reduzi minha pesquisa para essas 3 últimas empresas de acordo com preço, horário de chegada e avaliações positivas.
Nosso avião da Swissair em Guarulhos
E acabamos escolhendo a SwissAir, cujo preço final de ida e volta ficou em $1230 Reais/pessoa.
Estava até mais barato que muitos destinos aqui do Brasil.
A desvantagem era o Aeroporto de desembarque: Ezeiza, localizado a cerca de 35 Km do centro de Buenos Aires com acesso um pouco demorado por transporte público e pagamento das passagens aéreas só à vista. 
Dica: Fiz todas as pesquisas diretamente nos sites das companhias aéreas. É mais fácil encontrar promoções.

Quantos dias ficar em Buenos Aires
Na minha opinião não existe um número exato de dias para aproveitar a cidade. Só acho que de acordo com as atrações turísticas que conhecemos tem de ser no mínimo 5 dias. E depende muito também da época do ano e do quanto é o seu orçamento.
São muitas atrações e mesmo nós termos ficado 1 semana lá, muita coisa ficou de fora por absoluta falta de tempo.
Avenida de Buenos Aires
Seguro Viagem
Não deixe de contratar um, porque é muito barato e pode te ajudar muito. 
Qualquer atendimento médico na Argentina não é gratuito para turistas, portanto não viaje sem contratar um.
A maioria deles oferece vários outros benefícios, além do serviço de atendimento médico hospitalar, como extravios de bagagem, cancelamento e atraso de voos, assistência odontológica e farmacêutica, translado em caso de morte, entre outros. 
Acidentes acontecem e nessas horas o seguro viagem é essencial.
Quando iniciei as pesquisas para essa viagem, o seguro viagem com cobertura COVID era obrigatório para entrar na Argentina, pois a pandemia ainda estava com números muito altos de infectados.
Porém cerca de 1 mês antes da viagem, essa exigência foi suspensa. Mas íamos contratar mesmo sem a obrigatoriedade.
Contratamos através de um site da internet que na verdade é um comparador de preços: www.segurospromo.com.br
Depois de preenchido um formulário e realizado o pagamento, recebemos a apólice com um numero de telefone de uma central de atendimento da seguradora que funciona 24 horas com atendimento em português e ligação gratuita. Oferecem também um número de Whatsapp se quiser ser atendido dessa forma.
O valor do nosso seguro viagem ficou em $90 Reais/pessoa por 1 semana – cerca de $12 Reais/dia.
Modernos prédios do bairro de Puerto Madero
Fuso horário
A Argentina possui apenas um fuso horário no continente. Isso quer dizer que não importa em que lugar do país você esteja, o fuso continua o mesmo.
E o fuso horário em Buenos Aires é o mesmo de Brasília, consequentemente é o mesmo horário da cidade de São Paulo.

Roubos e Furtos
Buenos Aires não é uma cidade violenta, mas os furtos são comuns, especialmente nos meios de transporte como metrô e nos principais pontos turísticos, onde existe grande aglomeração de pessoas. A cautela deve ser a mesma que você deve ter em qualquer cidade do Brasil. 
Nos passeios leve apenas o necessário e cuidado com os celulares ao ficar batendo foto em lugares turísticos ou para se orientar no Google Maps, principalmente durante a noite. E se for sair a noite evite transitar por ruas desertas da região central, principalmente pelo Bairro San Telmo.
Se for levar bolsas ou mochilas, deixe-as próximas ao corpo.
Ao fazer a reserva do Hotel, procure escolher um que ofereça cofre no quarto para guardar documentos, joias e dinheiro.

Uso do Celular na Argentina
São 3 operadoras de telefonia celular e todas elas oferecem planos para turistas que queiram adquirir um pacote de internet. É só ir pessoalmente numa loja da operadora. 
Várias delas estão localizadas numa das mais famosas e turísticas ruas da cidade: a Calle Florida, que é um imenso calçadão na região central. 
Em lojas chamadas de Kiosko também são vendidos chips para celular, porém para ativá-lo é necessário fazer a ligação para a operadora e isso não é permitido para o turista.
Quando fomos numa loja da Claro, eles tinham um pacote somente de 30 dias, cujo preço estava em $3500 pesos argentinos, que ficava em torno de $60 Reais (Dez/22).
Já para quem não tem tanta necessidade de internet no celular, a cidade oferece vários pontos de wifi gratuitos. O app BA WIFI da prefeitura de Buenos Aires permite que você localize esses pontos de wifi pela cidade.
Nós usamos várias vezes esses pontos de wifi, que não exigem cadastro.
E para se deslocar em Buenos Aires, fiz o download do mapa da cidade através do Google Maps, deixando ele disponível offline. Dessa forma dá para usar o aplicativo com indicações de atrações turísticas e restaurantes, mesmo quando estiver sem internet em seus passeios pela cidade.

Voltagem das tomadas em Buenos Aires
As tomadas na Argentina são diferentes das que existem aqui no Brasil. São tomadas de pontos, mas com bicos achatados, em vez de arredondados e com isso os pinos não se encaixam. É um padrão que é usado na Australia e alguns outros países. 
Alguns hotéis até disponibilizam um adaptador universal, mas o nosso não tinha mais.
Tivemos que comprar de um ambulante que vendia na Feira de San Telmo. Muito barato - $200 pesos argentinos, algo em torno de $5 Reais.
E outra diferença em relação a nossa tomada é que a voltagem é somente de 220V, mas como a maioria dos aparelhos eletrônicos, como carregador de celular, são bivolts, eles irão funcionar perfeitamente.

Documentação: RG, Passaporte ou CNH
Para entrar na Argentina não há a necessidade de visto, sendo que o turista brasileiro pode ficar no máximo 90 dias no país, prorrogável por mais 90.
E por fazer parte do Mercosul, não há a necessidade do passaporte para entrar no país. É só apresentar o documento de identidade (RG) original e em bom estado, onde pela foto é possível o pessoal da imigração reconhecer você. 
Se o RG está encardido, pontas rasgadas ou na foto você aparece diferente (careca, barba por fazer, etc..) então providencie um RG novo ou vá com o passaporte. Melhor assim do que correr o risco de ser recusado na imigração.
Alguns sites e blogs dizem que o RG deva ter no máximo 10 anos de uso, devido a mudanças físicas, mas que não é lei. É preferível apenas.
E atenção; a CNH não é aceita como documento válido para entrar no país.
Já nos últimos meses de 2022 algumas exigências como obrigatoriedade do Certificado de Vacinação COVID, teste PCR, seguro viagem com cobertura COVID e Declaração Jurada não são mais necessários, então só leve o RG. 

Chegada ao Aeroporto de Ezeiza
Buenos Aires possui 2 aeroportos: o Aeroparque (Aeroporto Jorge Newbery) localizado próximo da região central de Buenos Aires (cerca de 2 Km do centro) e o Ezeiza (cerca de 32 Km). Saindo do Aeroparque são várias linhas de ônibus que passam ao lado e conta também com uma estação de trem e metrô que não fica muito distante.
Já o Ezeiza é mais distante, mas conta com algumas opções de transporte até a região central.
Dica importante: A primeira coisa a fazer quando chegamos ao Aeroporto Ezeiza era trocar algumas notas de Real por Pesos.
O Banco de La Nacion é uma boa opção, mas o cambio usado é o oficial, então não vale a pena. Se fizer a troca, vai perder algum dinheiro.
Outra opção que achei segura e com cambio próximo do paralelo foi balcão de locadoras de veículos (cotação de 1 Real para $35 Pesos).
Assim que passamos pelo raio x das bagagens e saímos num corredor com vários balcões de empresa de veículos e transporte, conseguimos trocar alguns Reais, somente para adquirir o cartão SUBE e colocar créditos para o pagamento do ônibus e metrô ao longo dos próximos dias na cidade.

- Ônibus circular – Linha 8
É a opção mais barata saindo ou chegando em Ezeiza. Existem algumas linhas, porém a que faz o trajeto do Aeroporto até a região central, passando pela Plaza de Mayo e Casa Rosada é a linha 8.
Pela linha convencional, o percurso leva cerca de 2 horas, por ter inúmeras paradas e passar por vários bairros.
Ela opera também uma linha semi-rapida. É só embarcar nos ônibus que possuem a indicação de “X Autopista”.
O funcionamento dessa linha é das 06:00hrs às 21:00hrs e pela semi-rápida o trajeto é quase na metade do tempo.
Para embarcar no ônibus é obrigatório possuir o cartão SUBE, que pode ser comprado em alguns quiosques do Aeroporto - pagamos por ele $180 pesos argentinos, mas na verdade o preço oficial dele é pouco menos de $130 pesos (em torno de $3 Reais). Depois carregamos com créditos numa loja kiosko e seguimos para o ponto de ônibus. 
O embarque é feito ao lado da parada dos ônibus da Manuel Tienda León.
O valor da passagem era cerca de $40 pesos argentinos, cerca de $1 Real (Dez/22).
Ao embarcar você informa ao motorista o lugar que pretende descer e ele marca na máquina o valor que será debitado e só então você encosta o cartão no leitor para ser feito a cobrança da tarifa.

- Ônibus executivo – Manuel Tienda Lion
É outra opção econômica para quem pretende chegar ao centro de Buenos Aires ou a outros destinos. É uma linha de ônibus executiva com padrão leito, internet a bordo e que funciona 24 horas por dia com passagem que pode ser comprada no balcão da empresa, logo após passar pelo setor de raio x de bagagens.
O percurso é cerca de 1 hora e o valor atual é de $2300 pesos argentinos, cerca de $40 Reais (Dez/22).

- Cabify, DiDi e Uber
São os principais aplicativos de transporte em Buenos Aires e oferecem um serviço rápido e confortável. 
No momento (Dez/22) o Uber ainda opera de forma ilegal e não está regulamentado na cidade. É preferível escolher Cabify.
E quando for chamar o motorista, mude a configuração do pagamento para dinheiro.
Existe um aplicativo de taxi, chamado de BA Taxi, mas li várias reclamações dele. 
O Aeroporto de Ezeiza oferece wifi gratuito e use-o para chamar algum motorista.

Táxis
No Brasil os taxistas não costumam ter boa fama. Na Argentina a coisa é pior.
São inúmeros relatos de vários tipos golpes (dando voltas para aumentar o valor da corrida, golpe da nota falsa), furtos sofridos por passageiros que escolheram esse meio de transporte. Até mesmo a empresa oficial do aeroporto que é a Taxi Ezeiza, possui péssimas avaliações e relatos de golpes no google. 
Claro que não são todos os taxistas, mas é grande o números de reclamações.
Eu não recomendaria.

Que moeda levar: real, dólar, peso argentino ou cartão de crédito?
Na Argentina existe uma taxa de câmbio oficial e uma paralela, cujo valor é quase o dobro. Quando viajamos para lá o cambio paralelo estava em 1 Real: 52 Pesos.
Pesos
O ideal é levar alguns reais para trocar no aeroporto ou para algumas emergências e nunca troque Real por Pesos aqui no Brasil, já que o cambio usado é o oficial, que é um valor bem menor.
Sem dúvida nenhuma a melhor forma de trocar dinheiro é usar o Western Union, que consiste em fazer o depósito por PIX através do app ou em lojas do Brasil e depois sacar em lojas da Western Union ou nas Pago Fácil (são muitas na cidade).
O uso do aplicativo é bem intuitivo e ao escolher o valor em Reais que pretende transferir, ele já fornece o valor que você ira sacar na Argentina usando o RG ou passaporte (depende de que documento você usou no cadastro do app) e o que é melhor ainda, usando o cambio paralelo.
É muito fácil, seguro e talvez o único inconveniente que pode ter é encontrar lojas com filas bem grandes quando for sacar o dinheiro, já que não é só brasileiros que usam esse sistema. São turistas do mundo inteiro que aderiram a esse esquema de cambio. Fizemos a troca numa loja próxima da Plaza de Mayo. Foi muito rápido, apesar das filas enormes: 
E as lojas só funcionam de Segunda a Sexta no horário comercial e aos Sábados poucas lojas abrem até as 14:00 hrs. Aos Domingos elas estão fechadas.
Ao longo de 1 semana que ficamos em Buenos Aires usamos por 2x essa troca de dinheiro. Fizemos o depósito por PIX usando o app do Western Union e cerca de 1h30min depois já estava disponível para saque em lojas de Buenos Aires. Muito rápido.
Dica importante:
- Ao preencher o cadastro no app, insira o nome exatamente como está no documento, sem abreviações, colocando o nome e sobrenome nos espaços e deixando o espaço do nome do meio em branco. Na internet se encontra relatos de pessoas que não conseguiram sacar o dinheiro devido ao preenchimento errado do nome - se acontecer isso, o dinheiro retorna para pessoa que depositou alguns dias depois. 
- Procure depositar o valor redondo. Por exemplo: 30.000 pesos, 50.000 pesos, etc.
- Algumas lojas de Buenos Aires fixam um limite para saque em torno de 70.000 pesos, por isso evite fazer transferências com valores muito altos. Será mais fácil para realizar os saques. 
- Outra regra é que não é possível sacar o valor depositado em partes. Só o valor total.
Na região da Calle Florida é comum você ouvir “cambio....cambio” em cada esquina, mas evite.
Existem grandes chances de ao fazer a troca você receber notas falsas, já que não conhecemos muito bem a moeda argentina.
Outra opção que não compensa é levar dólares. Aqui no Brasil quando se adquire a moeda norte americana, se paga IOF e a taxa da loja de cambio.
Uma opção que usamos também foi trocar os reais por pesos nas agencias de turismo da empresa BusTour Gray Line (a dos ônibus vermelhos) que fazem o circuito turístico dos principais pontos turísticos de Buenos Aires. Eram valores pequenos, mas foi bem seguro e o cambio era bem próximo da Western Union. São poucas agencias localizadas na região central.   
Uso do cartão de crédito não recomendo, pois como as compras são em dólar e com ele subindo todo dia, no pagamento da fatura o valor será bem alto, além de ter pagar IOF e taxas. 
Mas se prefere usá-lo, é possível solicitar o reembolso do IVA de 21% no Aeroporto, apresentando as notas fiscais e o formulário preenchido na Alfândega para receber de volta os 21% de IVA cobrados com o uso do cartão de crédito.

Hospedagem na Argentina
Opções de hospedagem em Buenos Aires são bem variadas, com hotéis para todos os bolsos, desde os mais simples até o mais luxuosos. Os valores eram até mais baratos que em cidades turísticas do Brasil, se for escolher um hotel do mesmo nível.
Vista do Hotel
Para facilitar o deslocamento, escolhemos hospedagem na região do centro, não muito longe da Plaza de Mayo e próximo de alguma estação de metrô.
Por ser um dos destinos mais visitados da América do Sul com alta procura, resolvemos ficar em 2 hoteis, já que o primeiro que escolhemos só conseguiríamos ficar por 5 diárias, pois estaria lotado. 
Pagamos por volta de $200 Reais a diária de casal nesse primeiro Hotel, na região do Bairro de San Telmo, a poucos quarteirões da Plaza de Mayo.
Duplex
Já o segundo foi próximo do Obelisco, em frente à estação do metrô Av. de Mayo.
Nesse segundo Hotel achamos até melhor que o primeiro. O edifício é estilo colonial e a suíte era um duplex enorme e se arrependemos de não ter fechado todas as 7 diárias nesse Hotel.
Os escolhidos foram esses: Mérit San Telmo

E La Fresque Hotel
Nesses 2 hotéis escolhemos a hospedagem sem o café da manhã, pois resolvemos seguir recomendações de outros viajantes, que é o de provar o café da manhã nas centenas de cafeterias da região, que foi uma ótima escolha.
Fachada
Ao fazermos a reserva desses hotéis, levamos em consideração que os 2 tivessem cofre e frigobar.
As reservas foram feitas pelo Booking e na pesquisa encontramos valores entre $150 a $300 Reais/diária na região central de Buenos Aires. 
A forma de pagamento escolhida foi em dinheiro (pesos) no check-in, que na Argentina recebe um outro nome: pagar em efectivo. 
Aqui uma coisa interessante; quando fizemos a reserva no Brasil, o valor das diárias aparecia em reais e em dólar, mas quando chegamos no Hotel, o valor em real tinha diminuído. Foi uma grata surpresa.
Não estou ganhando do booking, mas sem dúvida nenhuma é uma ótima opção para reserva de hospedagem, com politica de cancelamento sem burocracia e com muitas avaliações do estabelecimento que podem ajudar na escolha.

Meios de transporte em Buenos Aires. Qual usar?
- Metrô
O sistema de Metrô da cidade é chamado de SUBTE.
Estação de metrô
São 7 linhas que se interligam em algumas estações, sem a necessidade de pagamento de tarifa.
Para embarcar é só aproximar o cartão SUBE no leitor da catraca e aguardar até que o mesmo libere a entrada.
Estação vazia
O valor é debitado do cartão toda vez que passa pela catraca e a tarifa era por volta de $30 Pesos.
Nesse site é possível acompanhar o valor atual das tarifas de ônibus e metrô.


 
Passeios
A cotação usada na época da viagem era cerca de $50 pesos para 1 Real. Atualmente (Dez/22) está em cerca de $60 pesos.
Agora que já relacionei as principais dicas dos preparativos para a viagem, vamos aos passeios que fizemos em Buenos Aires com algumas dicas e informações que podem ser úteis nos roteiros.
Em 1 semana não conseguimos ver tudo que queríamos. Deixamos de lado alguns museus, centros culturais, parques e outras atrações turísticas por absoluta falta de tempo.
São muitas as possibilidades de passeios por Buenos Aires. Alguns pagos, outros de graça, mas tem para todos os bolsos e vou citar alguns que considero obrigatórios: Plaza de Mayo com Casa Rosada e Catedral metropolitana (todos próximos), Livraria Ateneo, Caminito, MALBA (Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires), cidade de Tigre com delta do Rio da Plata e se tiver dinheiro sobrando uma visita a Colonia del Sacramento, no Uruguai.
E não poderia deixar de citar a Feira de Antiguidades de San Telmo, que acontece aos Domingos. As ruas próximas à Plaza Dorrego são tomadas por barracas de todo tipo de artesanatos e antiguidades e para quem não quer pagar para ver um show de tango, é possível assistir a um que acontece na Plaza Dorrego ou ruas próximas, e o que é melhor, de graça. 
Todos esses passeios abaixo nós fizemos e recomendamos muito que inclua no roteiro.

Plaza de Mayo
É a principal e mais antiga praça pública da cidade. 
Plaza
O nome é em alusão a Revolução de Maio de 1810, em que os cidadãos se reuniram ali para expulsar o vice-rei e formar um novo governo, fato esse que desencadeou o processo de independência das colônias espanholas.
Manifestação na Plaza
A manifestação mais popular que ocorre na Praça é a das Mães da Plaza de Mayo, que ocorre as quintas-feiras. O movimento é uma associação de mães argentinas que tiveram seus filhos assassinados ou desaparecidos durante a ditadura militar de 1976 a 1983.
Ao redor da praça estão localizados alguns edifícios governamentais e históricos, como a Casa Rosada (residência oficial do governo federal), a Catedral Metropolitana com interior de uma Igreja Colonial e a sede do Banco de La Nación Argentina.
A praça é o início de qualquer passeio pela região central da cidade, já que é rodeada de belos edifícios com arquitetura imponente.

Casa Rosada 
Sede da presidência argentina, o lugar era um antigo forte que foi remodelado ao longo dos anos e que passou a ter a cor rosada por volta de 1870.
Toda imponente
São várias as explicações para o uso da cor rosa. Alguns dizem que era a união de 2 partidos. Outros dizem que era o uso de sangue bovino misturado à tinta.
Toda iluminada durante noite
O edifício é muito famoso porque da sua sacada Evita Peron falava às multidões e devido a pandemia, as visitas guiadas estão suspensas desde então.

Catedral Metropolitana
Outra atração da Praça é a catedral, que é bem fácil de localizar, pois sua fachada é de estilo neoclássico com 12 colunas, se assemelhando mais a um templo grego do que uma Igreja.
Fachada
Internamente os detalhes arquitetônicos são maravilhosos, como as várias cúpulas com pinturas renascentistas, as capelas laterais e o Mausoléu de General José de San Martin.
Conhecido como “El Libertador” o general é considerado herói da independência de alguns países da América do Sul e o mausoléu, com seus restos mortais, está localizado numa das naves laterais.
Troca da guarda
Visitamos a Catedral bem de manhazinha no momento que estava ocorrendo a troca de guarda, com um grupo de militares chamados de Granadeiros marchando da Casa Rosada para o interior da Catedral e lá chegando 2 deles ficam de guarda em frente ao Mausoléu. 
Isso é realizado 2x ao dia (manhã e tarde) como uma homenagem ao General San Martin. Veja nesse vídeo:

Obelisco 
Localizado no meio da Avenida 9 de Julho com a Av. Corrientes, o monumento de quase 70 metros de altura foi construído em 1936 para comemorar os 400 anos de fundação da cidade. 
Clássica foto
Em todas as faces dele existem inscrições que fazem referencia à fundação de Buenos Aires.
Uma foto clássica do monumento é a que fica em frente a placa BA, cujas iniciais da cidade são formadas por um belo jardim vertical.

Teatro Cólon
De uma arquitetura belíssima e rica em detalhes, o teatro é um dos pontos turísticos mais procurados da cidade.
Teatro
Para conhecê-lo é oferecido visitas guiadas com cerca de 1 hora de duração com valor de $3800 pesos (em torno de $80 Reais), para conhecer sua arquitetura e decoração .
Em alguns dias da semana é possível fazer visitas guiadas gratuitas, mas é preciso ficar atento ao site do teatro.
Por ter uma acústica apurada, os espetáculos são bem variados com apresentações de ópera, musica, orquestras, etc, sendo considerado um dos melhores teatros do mundo.
Vale a pena pesquisar a programação com antecedência para assistir algum espetáculo.

Calle Florida
É um calçadão com inúmeras lojas de todos os tipos: calçados, roupas, acessórios, agencias de turismo, perfumarias, eletrônicos, etc.
É um dos locais mais visitados na cidade porque não é permitida circulação de veículos em toda a sua extensão.
Shopping Pacifico
A rua possui algumas boas lojas como a da Adidas, Crocs, Puma, Lacoste e outras famosas.
Em uma das lojas até deu para comprar uma jaqueta de couro que estava em promoção.
Próximo ao final da rua se localiza um dos principais shoppings de Buenos Aires: o Galerias Pacifico, que ocupa um quarteirão inteiro.
A arquitetura é maravilhosa, mas o que mais chama a atenção são as pinturas no teto, que são verdadeiras obras de arte.
Só os preços nas lojas que não são nada baratos.

Puerto Madero
É uma área portuária revitalizada nos anos 90 que veio a se tornar um centro gastronômico e turístico rodeado de modernos e imponentes arranha-céus residenciais e comerciais.
Canal 
Torna-se um ótimo passeio para conhecer esse lado moderno da cidade.
Quando passamos por lá uma de suas principais atrações estava passando por reformas: a Puente de la Mujer (Ponte da Mulher).
Museu
Outro ponto que merece uma visita é Fragata Sarmiento, que atualmente funciona como museu.
A variedade de restaurantes é enorme, porém grande parte deles é o típico “pega-turista” com pratos caros.
 
Feira de San Telmo
Passeio obrigatório de Domingo.
É uma feira de artesanatos, antiguidades, lembrancinhas, comidas típicas, etc que acontece aos Domingos por várias ruas do Bairro de San Telmo.
Entrada da Feira
Por toda sua extensão é possível fazer compras, assistir apresentações de dançarinos, músicos e artistas em geral.
Na Plaza Dorrego também assistimos a um show de tango gratuitamente.
Em volta dessa praça também pode ser encontrado boas cafeterias, antiquários, muitos brechós e alguns restaurantes. 
Outra principal atração do bairro é o Mercado de San Telmo, oferecendo uma ampla opção de gastronomia. São vários restaurantes e bancas que vendem de tudo, ligado a gastronomia.
Feira
Pode ser comparado ao Mercado Municipal de São Paulo, exceto pela falta de bancas de frutas. 
No início do anos 2000 o Mercado foi declarado Monumento Histórico Nacional devido as sua arquitetura e é um lugar perfeito para fechar um Domingo de passeio pela Feira e experimentar algumas refeições dos inúmeros restaurantes. 
Mafalda
Não deixe também de tirar algumas fotos ao lado da estátua da Mafalda, que se localiza junto da calçada de uma das ruas da feira. Ao lado dela estão Susanita e Manolito, personagens argentinos que foram imortalizados pelo cartunista Quino.

BusTours por Buenos Aires 
Atualmente existem 2 linhas de ônibus turísticos na cidade: Buenos Aires Bus (ônibus amarelos) e Gray Line (ônibus vermelhos)
Pelas ruas
Compramos o tour com a Gray Line Argentina (ônibus vermelhos), mas se arrependimento matasse - quando estávamos chegando no Estádio do River Plate, motorista retornou e deu uma desculpa bem esfarrapada para não ir lá (creio que o motivo era o horário, pois era final de tarde), muita demora entre um ônibus e outro.
Os preços são os mesmos nas duas: em torno de $130 Reais ($8000 pesos) para maiores de 11 anos com duração de 24hrs, isto é, se você iniciar o passeio a tarde, poderá retornar no dia seguinte até completar as 24hrs e pode descer do ônibus quantas vezes quiser. É um passeio para 1 dia inteiro.
Passando por manifestação de estudantes
São ônibus double-decker que possuem vista panorâmica e percorrem os principais pontos turísticos de Buenos Aires.
O circuito abrange Teatro Colon, Plaza de Mayo, San Telmo, La Bombonera, Caminito, Puerto Madero, Palermo, Recoleta, Estádio do River Plate, etc....
Segundo a empresa o intervalo entre um ônibus e outro é cerca de 20 a 30 minutos e o tempo total do percurso é de pouco mais de 3 horas.
Assim que você embarca, recebe um fone de ouvido para ouvir a descrição dos pontos turísticos por onde o ônibus vai passando. É um áudio em várias línguas, inclusive o português.
Embarcamos em frente a uma agencia na Av. Pres. Roque Sáenz Peña, 722.
Dica: Essa agencia também foi uma ótima opção para fazer o cambio, com valores bem próximos do que conseguimos na Western Union.

Malba
Malba é a abreviação de Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires, que reúne obras de artistas de diversos países, localizado no Bairro de Palermo.
Possui um acervo de mais de 400 obras entre pinturas, esculturas, fotografias e objetos que são da coleção de arte da Fundação Constantini.
Abaporu
Entre as obras uma delas é destaque para os brasileiros. Trata-se de Abaporu, de Tarsila do Amaral. Outros artistas que se destacam no Museu com suas obras são: Frida Kahlo, Roberto Matta, Pedro Figari, Lygia Clark, entre outros.
Acervo
Por ser uma quarta-feira pagamos metade do valor: $450 pesos/pessoa (cerca de $10 Reais). Preço normal é de $900 pesos.
Outro museu bem próximo do Malba é o Museu Nacional de Belas Artes, que não conseguimos visitar por falta de tempo. 

Livraria El Ateneo Grand Splendid
Teatro que virou cinema e que depois virou uma livraria, a Ateneo é considerada uma das mais belas do mundo, sendo uma visita obrigatória para qualquer turista, mesmo que não vá comprar um único livro ou não goste de literatura.
Antigo cinema e teatro
Construída num prédio histórico, a livraria passou por diversas reformas, mas mantendo a arquitetura original.
Nos camarotes existem cadeiras confortáveis, onde você pode ler ou folhear algum livro. Na área onde existia o palco agora funciona uma cafeteria.
É um lugar para ler um livro, escutar uma música ou somente para apreciar a beleza. 
Maravilhoso
O bairro é a Recoleta e vale a pena caminhar por suas ruas com bons restaurantes e ótimas cafeterias. O Teatro Colon não está muito longe, mas se não quer caminhar, tem uma estação de metrô próxima: a Callao.
Quando passamos por lá, estávamos vindo do Bairro Palermo, que é outro bairro maravilhoso para caminhadas.

Estádio La bombonera
Com o formato de uma caixa de bombons, o estádio recebeu o apelido de La Bombonera e é sede do time de futebol Boca Juniors.
Fachada
Para quem curte futebol, é parada obrigatória para conhecer o lugar.
Quando passamos lá, o tour para conhecer o interior do estádio estava suspenso temporariamente, devido a COVID, sem data para retornar.
O que tinha disponível era visita ao Museu, que funciona embaixo das arcadas do estádio ao preço de $1400 pesos/adulto (equivalente a cerca de $30 Reais).
Onibus do time
Lá estão os troféus, camisas, vídeos de jogos importantes do time e um pouco da história do clube, mas sinceramente não achei que vale a pena.
Minha opinião é que se o tour pelo estádio ainda estiver suspenso, nem vale a pena ir lá. Outro local que está bem próximo dali é o El Caminito, a cerca de 10 minutos na caminhada.

El Caminito 
É um famoso ponto turístico que se destaca pelas suas casinhas coloridas, que dão um aspecto de museu a céu aberto. As casas foram pintadas nas cores vibrantes, formando um cenário para venda de artesanatos e souvenirs, além de abrigar artistas de ruas que se exibem.
Clássica foto
Para conhecer o lugar é só na caminhada por algumas ruas do bairro La Boca,
São várias cafeterias, restaurantes e lojas de lembrancinhas, voltadas exclusivamente aos turistas, mas não achei preços convidativos.

Delta do Tigre
Localizada a cerca de 30 km da capital, a cidade de Tigre é um passeio imperdível e diferente. Chamada pelos argentinos de “Veneza Argentina”, a cidade proporciona passeios de barco pelo delta do Rio da Plata, explorando ilhotas e canais com paisagens únicas. 
Passeios pelos canais
O tour pelos canais é a principal atração da cidade e junto da Estação Fluvial se encontra diversos guichês de empresas que fazem o passeio pelo delta, com barcos de diferentes tamanhos e capacidades e até alguns com almoço incluso.
A maneira mais fácil e barata de chegar lá é através do trem, que sai da Estação Retiro. Para quem está hospedado próximo de alguma estação de metrô é só embarcar em alguma estação da linha C e desembarcar em Retiro.
Estação Retiro 
O embarque para Tigre é realizado nas plataformas 1 e 2  da linha Mitre (se informe antes- vai que mudou) com viagem de aproximadamente 1 hora por trem confortável e barato: $52 pesos por pessoa, em torno de $1 Real. 
Ao desembarcar na Estação Tigre é só se dirigir até a Estação Fluvial, que fica bem próxima dali.
Depois de pesquisar em alguns guichês, nós escolhemos o passeio mais simples, com a empresa Lanchas Albatros (stand 17), localizada no lado direito do rio, quase em frente ao McDonalds, que custou $1500 pesos/pessoa (cerca de $30 Reais). 
Outras empresas oferecem passeios de 4 horas ou 5 horas com algumas paradas em restaurantes localizados ao longo dos canais. 
Estação Fluvial
Nosso passeio foi realizado com duração de 1 hora e o percurso do barco segue as ramificações dos canais com o guia explicando como é a vida das pessoas e como se locomovem pelas vias fluviais com suas canoas e lanchas.
Íamos seguindo pelos canais e passando ao lado de alguns pontos turísticos da cidade, como o Museu de Arte de Tigre, Museu Casa Sarmiento, Clube de Regatas La Marina, entre outros.
Museu
Todas as casas construídas possuem piers para ter acesso aos canais e são maravilhosas, sendo que o único meio de transporte ali é o barco.
Algumas casas são simples, mas maioria é de casas luxuosas e segundo o guia, os preços são de alguns milhares de dólares ou milhões.
Pelos canais cruzamos com lanchas, jet-skis, canoas, caiaques e barcos de vários tamanhos, sendo que a maioria é de moradores dessas casas.
Praia particular
E vimos também muita gente se banhando nas águas dos rios ou em algumas praias particulares e uma coisa que chama a atenção é a cor da água. Mesmo parecendo ter uma cor amarronzada, ela é cristalina.
Depois do passeio pelo delta, agora fomos conhecer Tigre, que é uma autentica cidade turística com muitas lojinhas, sorveterias, restaurantes. Notamos algumas placas indicando o caminho até o Puerto de Frutos e imaginamos que fosse uma espécie de Ceasa ou uma feira livre; nada disso. 
Puerto de Frutos
O lugar é um enorme centro de compras, parecido com um shopping center a céu aberto. São muitas lojas de lembrancinhas, artesanatos, brinquedos, restaurantes e tudo o que você imaginar de uma cidade tipicamente turística.
E encontramos até passeios de barco pelo delta com valores menores do que tínhamos visto lá na Estação Fluvial.
Entrada do Parque
Passamos também ao lado do Trilenium Casino, mas não arriscamos nas maquinas caça niqueis e um parque de diversões: o Parque de La Costa com alguns brinquedos radicais e ao lado dele um parque aquático chamado de Aquafan, com vários toboáguas.
Valor Parque La Costa: $4800 pesos.

Colônia del Sacramento - Uruguai
Fundada por portugueses e banhado pelo Rio da Plata, Colônia del Sacramento é uma cidade histórica colonial com muitas construções antigas e várias ruas de pedra, cuja maior atração é o seu centro histórico, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. 
Puerta de La Ciudadela
Caminhar pelas ruas com piso de pedras do bairro histórico é rever esse passado com influencia portuguesa na sua arquitetura. 
Quando compramos as passagens em Buenos Aires pela empresa Colônia Express, incluía um guia turístico com walking tour e assim que desembarcamos no Terminal  Hidroviário da cidade, o guia já nos aguardava para iniciar o tour pelo centro histórico, que fica bem ao lado.
Pelo centro histórico
Com todos munidos de um mapa do centro histórico e da cidade, passamos por uma antiga estação de trens e logo chegamos à Puerta de la Ciudadela, onde é possível ver a muralha com os canhões que protegiam a cidade, junto a um fosso.
Muralha na entrada do centro histórico
Aqui uma curiosidade: o portão e partes da muralha não são originais; foram reconstruídos logo após o bairro histórico ser reconhecido como Patrimônio Mundial da Humanidade, em 1995.
Alguns metros à frente e chegamos na rua mais famosa dessa parte da cidade: a Calle de los Suspiros. Rua toda de pedras, sem calçadas e com várias explicações para esse nome:
- as moças se concentravam nessa rua e suspiravam ao verem os soldados passarem.
- outra é de que a rua era reduto de prostitutas que atendiam os marinheiros na época colonial.
- e a última, mais dolorosa, é de que escravos condenados à morte eram levados pela rua para serem afogados no Rio da Plata.
Passamos também pelo Farol, a Plaza Mayor e a Catedral e deu para aprender muito sobre a formação da cidade, os processos de restauração e algumas curiosidades.
Farol
Passeio imperdível. Vale muito a pena, pois várias de suas ruas pavimentadas de pedras e algumas construções históricas continuam preservadas.
Finalizamos o passeio com pouco mais de 1 hora e com um mapa fornecido pela guia, escolhemos outro ponto turístico para visitar na cidade: a Plaza de Toros.
Plaza de Toros
É um pouco longe do centro histórico (cerca de 5 Km), mas vale a pena conhecer o lugar, que era uma antiga praça de touros, onde aconteciam as touradas.
Dava para ver que o local está passando por reformas e que infelizmente o acesso às partes internas estavam proibidas, mas valeu a caminhada até lá, seguindo pela avenida costeira.
De volta ao centro, ainda passamos pelo shopping da cidade e pela avenida principal com seus restaurantes, lojas de artesanatos e 1 cassino para fechar o dia na orla da praia, no Bastion de Santa Rita, apreciando o por do sol. 
Final de tarde na orla
O passeio até essa cidade começou em Buenos Aires, adquirindo passagens de catamarã da empresa Colônia Express, que inclui DayTour com guia turístico, saindo as 08h30min e retornando 20h15min.
O valor total de ida e volta para 2 pessoas ficou em $19300 pesos na classe econômica, em torno $9700/pessoa (cerca de $200 Reais).
No dia que escolhemos o passeio, outra opção era a BuqueBus, mas só tinha disponível tarifas de $16000 pesos/pessoa; quase o dobro da Colônia. 
Por isso, escolha muito bem o dia e faça cotação nas 2. Pela internet já não encontrávamos passagens mais econômicas, mas resolvemos ir pessoalmente na sede da empresa e lá encontramos os bilhetes mais baratos, por isso fica aí a dica.
Catamarã da Buquebus
Restaurantes e algumas lojas aceitam as 4 moedas: peso uruguaio e argentino, o real e o dólar.
Dicas: - No interior do catamarã tem um free shop com muitos produtos importados. Guloseimas e perfumes tinham bons preços.
- Na Plaza Mayor aproveite a sombra das arvores nos bancos da praça.
- No final da Avenida General Flores, junto a orla do Rio da Plata tem o Bastion (Forte) de Santa Rita, que é um dos melhores pontos para ver o pôr do sol.


Alimentação

Café da manhã
Quando reservamos a hospedagem no Hotel, escolhemos não incluir o café da manhã (cujo valor era de $52 Reais/pessoa), pois queríamos provar o desayuno das cafeterias de Buenos Aires e para cada dia escolhemos um lugar diferente. 
Típico desayuno
Eram incontáveis e como nosso Hotel estava na região do centro, entre a Plaza de Mayo e o Obelisco, dava para encontrar uma cafeteria em cada esquina. 
Até o McDonald´s, KFC, Burguer King e uma rede de lanchonetes chamada de Mostaza oferecem o desayuno com preços bem convidativos – num dia da semana experimentamos o do Mostaza, mas nada muito especial; foi só por curiosidade.
De todas as cafeterias que experimentamos o café da manhã, não dá para dizer qual foi a melhor de todas, já que a maioria oferece a mesma coisa: café com leite ou cappuccino, tostadas (torradas), pão tostado com recheio de queijo e presunto com mais 2 ou 3 medialunas (é um tipo de croissant adocicado). 
Tomávamos café por volta das 09:00hr ou 10:00hr da manhã e depois comprávamos algumas coisas, como água, sucos, alfajor, lanches naturais no Carrefour e íamos para os passeios. Uma loja do Carrefour que batíamos cartão quase todo dia é uma próxima do Obelisco: 
Todo dia tinha alguma promoção e para quem gosta do famoso doce de leite argentino, lá era o lugar mais barato que encontramos. La Serenissima era a nossa escolha.

Almoço e Jantar
Comida na Argentina é bem diferente da brasileira. A maioria dos restaurantes oferece um cardápio reduzido e sempre irá encontrar esses pratos: bife de chorizo ou ojo de bife ou ancho ou à milanesa (só para citar os que mais apareciam nos cardápios), que são carnes extraídas de partes do contrafilé, mas com um detalhe; as fatias dos bifes são bem grossas.
Bife de chorizo com papas
Os conhecidos self services brasileiros não existem na Argentina, pelo menos nos lugares que frequentamos. Talvez até tenham, mas são raros. E o arroz com feijão, carne e salada pode esquecer; não encontrei em nenhum restaurante.
Todos os pratos são à la carte e quase sempre os mesmos - algum tipo de carne com batatas fritas ou purê ou assada ou com maionese e às vezes acompanhados de chimichurri. 

- Na região do Obelisco dá para achar alguns bons restaurantes e relativamente baratos, dando para almoçar ou jantar por $600 pesos ou $15 Reais (pollo con papas fritas – frango com batatas fritas) ou bife de chorizo com fritas por $30 Reais em alguns restaurantes da Av. 9 de Julho, próximos ao Teatro Colon. 
Pollo com papas e molho chimichurri
- Já se você quer um restaurante mais sofisticado, o bairro é Palermo ou Recoleta.
Mas aí os valores dos pratos chegam a ser o dobro ou até um pouco mais.
Quando visitamos a Livraria Ateneo e arredores do Teatro Colon, encontramos bons restaurantes nas ruas próximas.

- Pelas Ruas Paraguay, Uruguay e Av. Cordoba foram ótimos lugares para encontrar restaurantes e não tão caros quantos os do bairro Palermo.

- Outro lugar muito bom para encontrar bons restaurantes é Mercado San Telmo
Além da gastronomia variada com opções de grelhados, hambúrgueres, pizzas, pastéis, empanadas e o famoso choripan (sanduiche de pão com linguiça), o prédio é muito bonito com estrutura original de vigas metálicas e uma grande cúpula.

Empanadas
É outra opção de comida bem típica da Argentina, que pode ser definida como um pastel de massa grossa com vários recheios assado ou frito.
Na Tienda de Empanadas, localizada na Rua Uruguay 865, foi o lugar que voltamos algumas vezes, apesar de que na cidade são muitas opções de lugares onde elas são vendidas. Essa da Uruguay saiam quentinhas e muito saborosas. Tinha de frango, carne, queijo, presunto e outras e como sobremesa tinha a de doce de leite. Todas muito bem recheadas. Só de pensar, dá até agua na boca. O preço estava em $100 pesos (em torno de $2 Reais). 
O lugar é uma rede de franquias, mas essa da Uruguay valeu muito a pena. São boas para um lanche rápido e podem até substituir o almoço ou jantar.

Doce de Leite e Alfajor
Não poderia deixar de mencionar também 2 doces muito famosos na Argentina.
O doce de leite argentino é diferente do brasileiro, pois é preparado com bicarbonato de sódio e baunilha, adquirindo uma cor mais escura e menos adocicado que o nosso. 
É usado em recheio de todo tipo de sobremesa e as marcas são variadas. A marca mais famosa é a Havanna, que também produz alfajor, mas é uma das mais caras.
No Mercado de San Telmo e na Calle Florida se encontra lojas que só vendem doces e de várias marcas e preços.  
Outro lugar para comprar são os kioscos (dá para encontrar muitas dessas lojas na região do centro e que só vendem guloseimas) e supermercados, onde a oferta de marcas é muito maior.
No Carrefour compramos doce da marca La Sereníssima e com ótimos preços. 
Já o alfajor é feito de 2 biscoitos unidos por recheio de doce de leite e cobertos por uma camada de chocolate. É uma espécie de sanduíche de biscoito, tendo algumas variações no recheio e na cobertura que pode ser de chocolate branco também.
Os mais famosos são o Havanna, Milka e o Genio que podem ser encontrados em qualquer lugar. 

Além das opções de restaurantes que citei aqui, vale também dar uma olhada no site oficial da entidade de turismo da cidade de Buenos Aires.
Lá tem muitas outras dicas úteis para os turistas.
Inclusive uma relação de centenas de restaurantes divididos por bairros e tudo em português.


O que evitar em Buenos Aires

Fazer cambio na Calle Florida
Quando passamos por essa rua, que na verdade é um calçadão, ouvíamos algumas pessoas falando “cambio....cambio..” a cada esquina. Eram dezenas de cambistas com alguns até falando português e dava para perceber que eram brasileiros.
Chamados de arbolitos, ou arvorezinhas em espanhol, esses cambistas oferecem uma taxa de cambio até melhor do que a Western Union, mas pode ter certeza, você será enganado com notas falsas do peso ou até ser roubado. Na internet você encontra vários relatos de pessoas que passaram por isso.
Por isso, se for trocar dinheiro, use o sistema da Western Union ou troque nas agencias da Gray Line Tours (a dos ônibus turísticos). Muito mais seguro.
 
Evite usar cartão de crédito internacional
Em Buenos Aires, turistas que fazem compras com cartão de credito têm a garantia de devolução de 21% de IVA (imposto) 
Porém, você só poderá ter o reembolso se comprar em lojas que aderem ao sistema Tax Free. E, além disso, terá de pedir o formulário de devolução do imposto na loja.
E ao chegar no aeroporto tem de mostrar as notas fiscais com o seu documento e preencher o formulário de reintegração.
Muita burocracia para pouco benefício. Vale muito mais a pena pagar em dinheiro, o chamado efectivo.

Contratar passeios por agencias
Grande parte dos pontos turísticos da cidade pode ser visitada usando transporte público, por isso não compensa comprar passeios em alguns sites, através do Hotel ou agencias de turismo.
A melhor forma de conhecer a cidade sem gastar muito é através dos ônibus turísticos. Tire 1 dia inteiro só para fazer isso. São 2 empresas:
Quer economizar mais ainda: faça um tour gratuito por alguns pontos turísticos da cidade e se gostar do passeio, ao final dele, deixe uma gorjeta para o guia.
É só entrar nesse site abaixo e escolher a data. 

Segurança
Buenos Aires é uma cidade relativamente segura, mas como qualquer grande cidade é bom evitar caminhar a noite e no meio de algumas aglomerações.
- Feira de San Telmo é realizada aos Domingos e são milhares de turistas pelas ruas, por isso muita atenção com o celular e seus pertences. Furtos são muito comuns.
- Na região da La Boca e Caminito evite caminhadas a noite por lá. Caminito é um ponto turístico bonito com suas casinhas coloridas, seus restaurantes e muitas lojas, mas é bastante conhecido por ter muitos batedores de carteira e golpistas, mesmo durante o dia.

Comprar doce de leite e alfajor em lojas turísticas
Em regiões e bairros turísticos, como San Telmo ou Calle Florida, por exemplo você encontra inúmeras lojas que só vendem guloseimas (não são as kioskos). São lojas turísticas mesmo. Não valem a pena, porque são muito caras. No máximo aquele chaveirinho ou imã de geladeira.
Quer economizar? Vá no Carrefour. Muito mais variedade e ótimos preços.
Na região do centro tem várias lojas.

Restaurantes de Palermo
O bairro é de grandes mansões e edifícios residenciais para os endinheirados, sendo muito seguro para caminhar nas ruas, mas comer em algum restaurante do bairro não é um bom negócio.
Por ser um bairro de classe alta, é natural que esses estabelecimentos também sejam caros. Melhor procurar algum na região da Recoleta ou no Mercado San Telmo onde são várias opções de gastronomia e não te enfiam a faca.

Restaurantes de Puerto Madero
Aquela região da orla é muito bonita com prédios modernos e luxuosos ao fundo, mas comer em algum restaurante do lugar não vai sair barato.
A culinária é variada e encontramos muitas churrascarias e hamburguerias com mesas do lado de fora e vista para os canais.
É um bairro criado para turistas e só vale o passeio.

Por fim quero ressaltar que as dicas aqui postadas são opiniões minhas, de uma viagem de 7 dias por Buenos Aires com minha namorada. São experiências que vivi na cidade. Muitos podem não concordar, mas espero que esse relato possa ajudar alguém no planejamento de uma visita à cidade.
E voltamos de lá só com ótimas impressões e podemos afirmar que a cidade é maravilhosa e o povo argentino é bem hospitaleiro em relação aos turistas. Em nenhum momento sofremos discriminação e era comum ouvir o português em vários pontos turísticos – muito brasileiro.

em

Nenhum comentário:

Postar um comentário