Em 1 dia fizemos a trilha das 7 Praias e no outro a do Saco das Bananas.
A maioria das praias são de difícil acesso e algumas são literalmente desertas. As trilhas são demarcadas e sem problemas de navegação, por isso é uma caminhada perfeita para quem quer curtir uma praia tranquila e quase deserta. Estava com a Márcia nessas caminhadas.
A maioria das praias são de difícil acesso e algumas são literalmente desertas. As trilhas são demarcadas e sem problemas de navegação, por isso é uma caminhada perfeita para quem quer curtir uma praia tranquila e quase deserta. Estava com a Márcia nessas caminhadas.
Na foto acima, Praias do Deserto e do Cedro ao fundo, visto da trilha
Fotos dessas 2 caminhadas: clique aqui
Tracklog para GPS da Travessia do Saco das Bananas: clique aqui
Trilha das 7 Praias
Essas 2 trilhas são muito conhecidas dos mochileiros. A da 7 Praias muitos a chamam de trilha da Praia do Bonete ou trilha das 7 praias desertas e até para quem gosta de bike, dá para se fazer tranquilamente. Já a do Saco das Bananas recebe esse nome por causa do imenso bananal no trecho. Muitas das praias são literalmente desertas e nessa caminhada o trajeto é um pouco mais longo.
Para a trilha das 7 Praias levamos um pequeno mapa que conseguimos na Revista Família Aventura e no Saco das Bananas pegamos um relato do Sérgio Beck, que ele tinha publicado na Revista Aventura Já. E com isso, lá fomos nós.
Para a trilha das 7 Praias levamos um pequeno mapa que conseguimos na Revista Família Aventura e no Saco das Bananas pegamos um relato do Sérgio Beck, que ele tinha publicado na Revista Aventura Já. E com isso, lá fomos nós.
A saída de São Paulo foi ainda de madrugada, por volta das 05:00 horas da manhã.
Seguimos de carro pela Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto para depois descer em direção ao litoral pela Tamoios, com trânsito bem tranquilo de uma Quarta-feira e a chegada na Praia da Lagoinha, pouco à frente da divisa entre Caraguatatuba e Ubatuba, foi sem grandes problemas 3 horas mais tarde.
Camping Super Star |
Como o camping estava localizado no meio da praia, tivemos que caminhar para caramba até chegar no no início da trilha, que é bem fácil de encontrar. Seguimos até o extremo da praia, à esquerda, por onde passa um rio que desagua na praia e aqui iniciamos a caminhada pela trilha do outro lado da margem. Para não molhar as botas é preciso tirá-las para atravessar o rio; na parte mais rasa a água não passa do joelho.
Eram por volta das 09:00 horas e com trilha demarcada devido a passagem frequente de moradores e mochileiros, seguimos sem problemas.
As primeiras praias são a do Oeste (uns 15 minutos depois do início da trilha) e do Perez (quase ao lado) e nesta praia encontramos um típico morador local que pelo visto costuma acompanhar os mochileiros ou os moradores sempre que passam por aqui.
Nosso guia |
As primeiras praias são a do Oeste (uns 15 minutos depois do início da trilha) e do Perez (quase ao lado) e nesta praia encontramos um típico morador local que pelo visto costuma acompanhar os mochileiros ou os moradores sempre que passam por aqui.
A figura foi se aproximando, meio na cara de pau e começou a andar junto com a gente, como se achasse que precisávamos de um guia e como já haviam passado alguns moradores por ali, achávamos que talvez estivesse indo pra alguma praia e fomos deixando a companhia ir com a gente; afinal qual o problema, né?
Praia Grande do Bonete |
A trilha segue em frente e neste trecho encontramos uma placa indicativa sinalizando a Praia da Fortaleza para esquerda sem passar pelo costão, mas também sem os belos visuais de outras praias que nos esperavam.
Trilha demarcada |
No caminho ainda encontrou um conhecido, tendo uma rápida conversa que nem pudemos acompanhar e.................... bingo; agora conseguimos mais uma companhia pra continuar a trilha. O primeiro, além de intrometido, fedia um absurdo, e sem saber, ganhou de nós o apelido de Fedorento. O outro, também bastante chato (afinal não os tínhamos convidado), ganhou outro apelido que caracterizava bem sua personalidade, Medroso, porque ficava o tempo todo atrás; parecia ter medo de ir na frente, de encontrar uma cobra ou outra coisa qualquer.
Praia do Bonete ficando para trás |
Praia do Deserto |
Dava para perceber que ele estava cansado também.
A praia do Cedro é ótima para banho e mergulho com snorkel e mascara (aqui a gente fez o nosso almoço que dividimos com o Medroso).
Do canto esquerdo continua uma trilha, aqui um pouco confusa, não tão bem demarcada, porém com um marco importante, a passagem por um limoeiro, que fica exatamente dentro do riacho que deságua nessa praia.
Também é possível evitar esse trecho, voltando alguns minutos pra trás e pegar a trilha melhor demarcada, que sai da Praia do Deserto, atrás do Bar do Sr. Serafim.
Costão |
Seguindo pelo trecho que começa na Praia do Cedro, a trilha sobe alguns minutos até encontrar a outra que vem do Deserto, muito bem demarcada daqui pra frente.
Até a Praia da Fortaleza foi quase 1 hora de trilha bem demarcada e tranquila e saímos um pouco dela para apreciar o costão, que é muito bonito.
Nesse trecho são várias bifurcações e fomos chegar na Praia da Fortaleza por volta das 16:00 hrs acompanhados do Medroso, pois o Fedorento, para alegria do meu nariz, resolveu desistir da caminhada.
Praia da Fortaleza |
A Praia da Fortaleza conta com belas casas, construídas próximo da areia. O lugar estava relativamente vazio e a partir desse ponto dá para tomar um ônibus de volta para a Rodovia que pode economizar algumas horas de caminhada até lá. Eu até recomendo porque dessa praia até a Rodovia não é um trecho com acesso fácil as praias, quase que particulares e também porque é um tal de sobe morro/desce morro, quase interminável e sempre pelo asfalto.
Praia Brava |
E chegamos na Rodovia por volta das 18:00 hrs, mas ainda era preciso caminhar mais 1 hora e meia para voltar à praia da Lagoinha, onde a caminhada começou pela manhã e onde nos despedimos do Medroso. Poderíamos ter pego algum circular que passasse pela Rodovia, mas seguimos na caminhada mesmo.
O problema era que o Medroso ainda não queria ir embora e achou que iria dividir a barraca também, ou sei lá, queria se adotado talvez.
Como não pretendíamos trazer nenhum cachorro para casa, foi preciso quase obrigar o bicho a ir embora. A sorte é que o outro maior e mais cansado não aguentou chegar no final, senão o trabalho de despistá-los seria maior ainda.
Travessia do Saco das Bananas
Já de volta ao Camping preparamos nosso jantar e fomos dormir cedo para descansar bem e iniciar a caminhada de manhãzinha, evitando com isso o Sol mais forte.
Tinha chovido durante a noite e estávamos um pouco receosos, mas amanheceu um belo dia, perfeito para uma caminhada. Depois de desmontar a barraca, acertar com o Sr. José e colocar tudo no carro, seguimos na direção de Caraguá, para a Praia de Maranduba que é uma continuação da Lagoinha e que também pertence a Ubatuba.
Estacionamos em frente à praia, num local em que nos finais de semana é considerado zona azul e o pessoal da prefeitura cobra um certo valor pelo estacionamento do dia inteiro, mas como era uma Quinta-feira, nem nos preocupamos.
Bifurcação para Praia do Pulso |
A caminhada começou na Praia de Maranduba e a partir dali mesmo, seguimos pela Rodovia sentido Caraguá e depois de cruzar uma pequena ponte, pegamos uma estradinha de terra à esquerda, que leva até as Praias do Pulso e da Caçandoca.
No início é tranquila e depois vai se tornando mais inclinada, tendo um belo visual da Praia de Maranduba e Lagoinha. O problema era o Sol que já estava bem forte.
Depois que a estrada segue no plano, chegamos em uma bifurcação que leva até a Praia do Pulso à esquerda, junto a uma casa de religiosos chamada Arautos do Evangelho (nessa praia nós nem passamos).
Aqui seguimos para a direita e pegamos um trecho de mata fechada onde encontramos algumas placas que indicavam que grande parte daquela região pertence a um Quilombo existente ali.
Praia da Caçandoca |
Nesse trecho da estrada existem algumas bicas de água e parece ser bastante utilizada pelos moradores, pois vários cruzaram o caminho de carro ou à pé.
Chegar de carro na Caçandoca teria poupado 1 hora e meia de caminhada na ida, mas resolvemos seguir à pé mesmo para conhecer o lugar. O problema é que no final da tarde para pegar o carro na volta, já estaríamos bem cansados.
Praia da Caçandoquinha |
No final da praia à direita é preciso passar um rio, onde a água não passa dos tornozelos, mas o bastante para molhar as botas.
Bem ao lado do rio inicia-se uma trilha bem visível que leva em uns 5 minutos à Praia da Caçandoquinha, mais reservada que a primeira e com extensão de areia bem menor.
Costão |
Continuando a caminhada pelo costão chegamos à praia da Raposa cerca de 30 minutos depois da Caçandoquinha, de águas bem tranquilas, quase sem onda e com muita alga nas rochas.
Um mergulho com snorkel e mascara à uns 3 metros de profundidade, ainda próximo da praia, permite uma visão de cardumes de diferentes tamanhos que são atraídos pelo alimento abundante. Vale a pena ficar algumas horas mergulhando aqui.
Um mergulho com snorkel e mascara à uns 3 metros de profundidade, ainda próximo da praia, permite uma visão de cardumes de diferentes tamanhos que são atraídos pelo alimento abundante. Vale a pena ficar algumas horas mergulhando aqui.
Costão para pesca |
Junto da Praia da Raposa a trilha continua sentido Saco das Bananas, bem demarcada e com algumas bifurcações para algumas casas de moradores.
Subindo alguns minutos é possível ter um visão maravilhosa das distantes Ilhas de Búzios e Ilhabela.
Saco das Bananas |
Passamos pelas casas dos moradores no caminho, algumas abandonadas, outras habitadas, mas ninguém por perto. Essa é uma região de goiabeiras e jacas, tanto que o cheiro chega a enjoar.
Quando vamos chegando próximo ao Saco das Bananas (cerca de 1 hora depois da Praia da Raposa), muitas bananeiras vão surgindo pelo caminho.
O Saco das Bananas é um ancoradouro natural de barcos, um trecho do costão que faz um U na entrada na Costa. De frente para o lugar, a vegetação mostra tantos pés de banana colados um ao outro, como se tivessem sido colocados à mão.
Cachoeira no Saco das Bananas |
A Praia do Simão, de ondas muito fortes e de tombo é muito frequentada por alguns surfistas que procuram boas e perigosas aventuras. Bem no meio da praia sai a trilha que sobe sentido Praia da Lagoa com alguns trechos de subida bem forte, passando por mais goiabeiras e uma boa quantidade de aranhas grandes que são características da região, já que encontramos muitas teias fechando o caminho. A trilha chega a uma altitude de 300 metros antes de começar a descer.
Praia Mansa |
Junto à casa sai uma trilha que leva até a Praia da Lagoa, deserta e com acesso fácil e que fica para uma outra oportunidade.
Daqui segue uma estrada de terra até a Rodovia e depois de uns 20 minutos passamos ao lado da Pousada Estação Ecológica Ponta Aguda (Antiga Pousada Taoland).
Daqui segue uma estrada de terra até a Rodovia e depois de uns 20 minutos passamos ao lado da Pousada Estação Ecológica Ponta Aguda (Antiga Pousada Taoland).
Praia da Figueira |
É uma outra praia muito tranquila e quase deserta.
Mais alguns minutos subindo pela estrada é possível ter uma bela visão das Praias da Lagoa, da Ponta Aguda, da Figueira e Tabatinga bem ao fundo, que ficam à esquerda da estrada de terra que sobe.
A proximidade como os vilarejos tornam as praias mais movimentadas, mais turísticas mesmo.
A partir da Pousada caminhamos cerca de 1 hora até a Rodovia por estrada de terra em estado precário, onde chegamos por volta das 19:00 horas.
Aqui ficamos aguardando o circular para Ubatuba e que nos deixou na Praia da Maranduba onde havíamos deixado o carro pela manhã e de lá retornamos para Sampa.
A proximidade como os vilarejos tornam as praias mais movimentadas, mais turísticas mesmo.
A partir da Pousada caminhamos cerca de 1 hora até a Rodovia por estrada de terra em estado precário, onde chegamos por volta das 19:00 horas.
Aqui ficamos aguardando o circular para Ubatuba e que nos deixou na Praia da Maranduba onde havíamos deixado o carro pela manhã e de lá retornamos para Sampa.
Dicas e algumas informações úteis (Atualizado Julho/2020)
# Pelo lado da trilha das 7 praias, os melhores lugares para se acampar em selvagem são na Praia do Bonete (ou Bonetinho) e na Praia do Deserto.
# Já pelo lado do Saco das Bananas, o melhor lugar para acampar em selvagem é na Praia do Frade.
# Se não quiser caminhar o trecho final pelo asfalto da Praia da Fortaleza até a Rodovia, existe um circular que faz a linha até o centro de Ubatuba:
# Na Praia da Lagoinha existe o Camping Super Star, que é bem estruturado e não fica muito longe do início da trilha.
# Quem prefere um pouco mais de conforto, na Praia da Lagoinha e Maranduba existem inúmeras pousadas.
# Junto da Praia de Ponta Aguda se localiza a Pousada Estação Ecológica Ponta Aguda (Antiga Pousada Taoland) que não é tão cara.
# Na Praia Grande do Bonete é possível encontrar restaurante e comer algum PF.
# Na Praia do Bonete (ou Bonetinho) se encontra água potável de um pequeno riacho que desagua na praia.
# Na Praia de Ponta Aguda existe um camping estruturado de frente para a praia que é uma boa opção para quem gosta de curtir praias desertas.
# Junto da Praia da Lagoa é possível acampar em selvagem em inúmeros descampados próximo da areia da praia.
# É obrigatório levar um snorkel e mascara para essas 2 caminhadas (no costão de várias praias é possível ver inúmeros peixes).
# A travessia do Saco das Bananas também é conhecida como Travessia Caçandoca-Tabatinga e tem uma extensão de aproximadamente 17 Km.
# Em 2009 retornei para algumas praias que fazem parte do Saco das Bananas: as Praias da Lagoa e Ponta Aguda. Foi uma caminhada de 1 dia só, mas deu para conhecer melhor essas praias desertas. Relato com fotos:
http://trilhasetrips.blogspot.com.br/2013/05/dicas-algumas-praias-desertas-de.html
# Em 2009 retornei para algumas praias que fazem parte do Saco das Bananas: as Praias da Lagoa e Ponta Aguda. Foi uma caminhada de 1 dia só, mas deu para conhecer melhor essas praias desertas. Relato com fotos:
http://trilhasetrips.blogspot.com.br/2013/05/dicas-algumas-praias-desertas-de.html
Olá Augusto,me chamo Everton e moro em Caragua. Parabéns pelo blog!A travessia do Saco dá Banana eu já fiz, inclusive o seu relato ajudou, pretendo fazer as duas de uma vez, a cachoeira do saco dá Banana eu não conheço, tem algum ponto de referência pra eu poder acha lá? Abraços e obrigado.
ResponderExcluirOi Everton, tudo bem?
ResponderExcluirA cachoeira é só a da foto.
Ela fica bem naquela enseada em formato de U.
Lembra do riacho que vc cruzou ao passar pelas bananeiras?
É ali no encontro do riacho com o mar.
Valeu pelo elogio.
Obrigado.
Abcs