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13 de julho de 2006

Relato: Travessia do Pico do Carrasco - Piquete/SP x Campos do Jordão/SP pela crista da Serra da Mantiqueira

Aqui é um relato da travessia do Pico do Carrasco que segue por um longo trecho da crista da Serra da Mantiqueira. Ela se inicia no alto da Serra da Mantiqueira, próximo de Piquete e segue na direção oeste até Campos do Jordão, num total de 3 dias, que eu fiz com a Márcia em 2006. 
Até metade da travessia estava com a gente um grupo de mais 4 pessoas que no segundo dia resolveram desistir, terminando em Guaratinguetá.

Na foto ao lado, no topo do Pico do Carrasco mostrando a crista da Serra da Mantiqueira


Fotos: Clique aqui

Tracklog para GPS: Clique aqui

Restando poucas semanas para minhas férias de Julho terminar, não sabia o que fazer. 

Repetir trilhas nem pensar e litoral menos ainda (muito frio). Restou a travessia do Lopo (Extrema) e a do Pico do Carrasco (na região de Campos do Jordão), que ainda não tinha feito.
O Sérgio Beck tem um relato da travessia desse Pico, que passa pelo Pico Vista Alegre, mas minha intenção era seguir por um trajeto pouco diferente, mas mesmo assim o relato dele foi essencial. 
Comentando em uma lista de trekking que iriamos fazer essa travessia, ninguém quis nos acompanhar, mas quando eu e a Márcia estávamos tomando o ônibus das 07h30min para Itajubá/MG, encontramos um grupo da lista de trekking, porém pretendiam finalizar essa travessia na metade. Vai entender né.
E lá fomos nós. O fim de semana prometia ser de tempo bom e foi. 
Só choveu mesmo no final do último dia.
Antigo Posto da Policia Rodoviária na subida da serra
Depois que o ônibus passou por Piquete, ele começa a subir a Serra da Mantiqueira e o local exato onde descemos foi em frente ao antigo Posto da Policia Rodoviária Federal, poucos minutos antes de chegar no alto da Serra, já quase na divisa SP/MG. 
Eram 11:00 hrs e bem atrás desse Posto inicia-se a estrada de terra que nos leva até a trilha. 
Arrumarmos nossas mochilas e seguimos em frente, passando ao lado de uma rampa de asa delta alguns minutos à frente com vistas de todo o Vale do Paraíba, à esquerda. 
Nesse ponto passou pela gente uma picape da TV Record, que estava indo fazer manutenção nas antenas de transmissão, oferecendo carona, que gentilmente recusamos.
Início da caminhada pela estrada
Seguindo pela estrada de terra não tem erro e com algumas subidas e descidas, logo passamos ao lado de uma porteira, à esquerda com uma placa do nome de uma Pousada e a frente aparece a primeira bifurcação. 
Seguindo para esquerda, iniciamos uma longa e íngreme subida, que era somente para aquecer os músculos.
Ainda na subida passamos ao lado de uma antiga Cia de Mineração desativada à esquerda e o primeiro ponto de água surge logo a frente, depois de + - 1 hora de caminhada desde a Rodovia.
Mirante ao longo da estrada com Piquete lá embaixo
Aqui paramos para um pequeno lanche e pegar um pouco de água. 
A partir daqui começou a aparecer algumas janelas com visuais da serra e do Vale do Paraíba e a caminhada de agora em diante é quase sempre no plano. 
Passamos ainda por mais alguns pontos de água e depois de quase 3 hrs desde a Rodovia chegamos na bifurcação que leva às antenas e ao Pico do Ataque, à direita, mas a estrada que devemos seguir é em frente, passando ao lado de uma antiga torre, junto da estrada. 
A partir daqui, a estrada começa a descer e depois se nivela, aparecendo algumas entradas de trilhas à esquerda, mas o sentido é sempre continuar em frente, pela estrada. Logo a crista da serra aparece e o Pico Alto da Lavrinhas surge um pouco à esquerda, bem nítido à frente, a cerca de 30 minutos e é lá que devemos chegar. 
Bifurcação na estrada
Pela estrada, iniciamos uma descida em zig zag e com 20 minutos desde a bifurcação das antenas, chegamos a uma área de reflorestamento de pinhos e bem no meio, surge uma enorme trilha que segue à esquerda. 
Fui checar o relato do Beck e aqui é o ponto onde saímos da estrada e seguimos nessa bifurcação. 
A trilha entra na área de reflorestamento, passando ao lado de um cruzeiro, à esquerda e com 10 minutos desde a estrada, iniciamos a íngreme subida até o topo do Lavrinhas.
O lugar marca a divisa SP/MG e é o início do aceiro, que são faixas de terra livres da vegetação com larguras de + - 5 metros; é quase uma antiga estrada e que será nossa referência daqui para frente. 
Rumo ao topo do Pico Lavrinhas pelo aceiro
A inclinação é bem forte e temos de subir se agarrando na vegetação e tomando o cuidado para não cair, por causa das pedras escorregadias.
No topo de quase 2000 metros encontramos alguns marcos de concreto sinalizando a divisão de Estado e os limites da Fábrica de Armamentos Imbel, que pertence ao Exército Brasileiro, localizada em Piquete. 
Desse ponto, olhando à oeste se consegue visualizar as torres de alta tensão, nosso objetivo à frente. 
A trilha vai seguindo pelo aceiro, que se parece muito com uma estrada, passando por vários marcos de concreto, alguns antigos e outros mais recentes, mas não tem erro.
Totens de concreto ao longo da trilha
Logo a trilha começa a ser tomada pela vegetação alta e tivemos que literalmente varar mato, mas o antigo caminho está lá. 
Com cerca de 1 hora desde o topo do Lavrinhas, passamos ao lado de uma placa do Exército Brasileiro, um pouco escondido entre a vegetação à esquerda e logo à frente o aceiro vira 90 graus à esquerda, iniciando uma descida.
É nesse ponto que entramos em uma trilha na mata fechada, ao lado de 3 marcos de concreto, bem visíveis à direita (aqui coloquei algumas fitas brancas na entrada do trecho de mata fechada). 
É preciso tomar muito cuidado aqui, porque a vegetação está muito alta nesse trecho e achar os marcos de concreto pode ser um problema.
Depois de passar por eles, a trilha quase desaparece, mas tendo um pouco de senso de direção é tranquila, pois o sentido é sempre oeste. Depois de uns 20 minutos, a trilha emerge em uma área de capim para novamente entrar em mata fechada. 
Placa do Exército
Desse ponto as torres de alta tensão já estão bem visíveis à frente. 
O fim da trilha termina em uma antiga estrada de manutenção das torres. 
Existe aqui 3 opções: seguindo em frente se chega a algum pico; à esquerda talvez desça para o Vale do Paraíba, mas o caminho correto é o da direita, seguindo rumo norte - aqui também coloquei algumas fitas brancas indicando o caminho da direita. 
Mais alguns minutos pela estrada de manutenção, passamos por duas pontes onde é possível encontrar água, que são os últimos pontos para quem quiser acampar na bifurcação da Trilha dos Romeiros, por isso é bom pegar água aqui. 
Passando por debaixo das torres
Depois de abastecidos, seguimos em frente e passamos embaixo das torres e com mais 15 minutos encontramos uma outra bifurcação para direita, mas o caminho correto é seguir em frente, no da esquerda. 
Logo começamos a contornar o Pico Vista Alegre pela direita e já era possível ver a Trilha dos Romeiros lá embaixo no vale. 
Ainda passamos ao lado de vários sulcos de trilha que levam a um morro à esquerda e depois de uns 30 minutos, desde as torres chegamos na bifurcação com a Trilha dos Romeiros as 17h50min, quase escurecendo. 
Amanhecendo na crista
A altitude aqui é de pouco mais de 1700 metros e o local é marcado por uma área bem plana e uma pequena capela com 2 imagens de Nossa Senhora Aparecida dentro. 
Montamos rapidamente nossas barracas e fomos fazer nosso jantar. 
A temperatura baixou rapidamente para quase zero grau, devido às rajadas de vento. 
Já durante a noite fomos subir o morro, que era acessível através dos sulcos encontrados logo atrás. 
No alto ventava muito e a temperatura não estava tão baixa. O visual era muito bonito, de quase todo o Vale do Paraíba, com várias cidades iluminadas e da trilha dos Romeiros que descia em direção ao Bairro dos Pilões, em Guaratinguetá.
Pico Vista Alegre com o Sol surgindo atrás
Voltamos para as barracas somente com a iluminação da Lua - não era a Cheia, mas estava bem iluminada. 
Fomos dormir lá pelas 21:00 hrs pensando que algum romeiro fosse passar por ali, mas isso não aconteceu. 
Marcamos de acordar as 05h30min para ver o nascer do Sol e no meio da madrugada, por volta das 02:00 hrs acordei para ver a temperatura que estava em + 8ºC, bem mais amena que no início da noite. 
E no horário combinado todos acordam e foram para o topo do morro, com exceção da Márcia, que se enclausurou nos 2 sacos e continuou dormindo. 
Descendo da crista
O vento no topo era muito forte e ficamos lá aguardando até que os primeiros raios do Sol começaram a surgir às 06h45min, atrás do Pico Vista Alegre. 
Batemos várias fotos lá de cima e as 07h15min descemos em direção às barracas. 
Depois de um café da manhã e com a barraca desmontada, as 08h30min eu e a Márcia continuamos a nossa travessia em direção a Campos do Jordão, passando pelo topo do Pico do Carrasco. Nessa hora o Sol já banhava todo aquele vale onde estávamos e a temperatura começava a subir, o que era ideal para uma caminhada.
Voltando à caminhar
O pessoal que ficou iria descer a Trilha dos Romeiros para Guaratinguetá e de lá retornar para Sampa. 
Seguindo pela estrada, depois de uns 20 minutos chegamos no Rio Boa Vista com largura de uns 3 metros, mas bem rasinho. Aqui pegamos água para o trecho até o Pico do Carrasco, pois só vamos encontrar o precioso liquido próximo à Fazenda da Onça, descendo pela trilha do outro lado do Pico do Carrasco, ainda algumas horas de caminhada. 
De acordo com o Sérgio Beck, devemos voltar uns 100 metros e procurar um vestígio de trilha na encosta à esquerda que avança mata adentro, na direção sudoeste.
Perdemos um certo tempo tentando encontrar a trilha junto da encosta, mas em vão e com isso não restou outro jeito, senão o de varar mato literalmente. 
Trilha ao lado da cerca de arame
Um facão aqui é de grande utilidade, pois os cipós atrapalham muito a subida. 
Depois de uns 20 minutos abrindo trilha seguindo rumo sudoeste, sempre subindo, chegamos a uma área de pasto e capim. 
Aqui termina o trecho da mata e agora com visual mais bonito e aberto continuamos a subida até encontrar a crista com mata fechada e uma cerca de arame, que será nossa referencia daqui em diante. 
A trilha segue ao lado da cerca e assim fomos bordejando ela, passando de cocuruto em cocuruto até chegar a um ponto onde a trilha vira à esquerda, ficando agora de frente para o Pico do Carrasco, que surge a oeste. Chegamos aqui por volta das 11h10min e seguindo ao lado da cerca, de vez em quando nos afastamos dela por poucos metros, mas sempre pelo lado direito. 
Parada para descanso
Paramos para descansar em vários momentos porque existem alguns trechos de subida bastante íngremes. 
Logo chegamos a um pequeno trecho de mata fechada bem mais tranquilo e atravessando essa mata chegamos no outro lado da crista e seguimos para a esquerda, acompanhando a cerca de arame e já sendo possível ver o Pico do Carrasco bem à nossa frente. 
Seguindo por vestígios de trilha ainda cruzamos 2 pequenos trechos de mata fechada, bem tranquilos e fomos nos aproximando da base do Pico. 
Poucos metros antes de entrar na mata fechada, que se situa na base do Pico, cruzamos a cerca de arame que vínhamos seguindo e nesse ponto a Márcia encontrou uma cobra bem no meio da trilha (a única até agora durante a travessia). 
Topo do Pico do Carrasco
Desviamos e depois entramos na mata fechada. 
Aqui a entrada da trilha está bem demarcada por inúmeras fitas amarelas, algumas até desnecessárias. 
Fomos contornando o Pico do Carrasco pela esquerda até encontrar a trilha que vem da Fazenda da Onça e segue em direção ao topo à  direita, onde chegamos por volta das 14:00 hrs. 
A altitude aqui é de quase 2010 metros e existe um enorme cruzeiro de barras de ferro, alguns marcos de concreto e vistas de todo o Vale do Paraíba com a Basílica de Aparecida bem em frente. 
Dá para visualizar também ao fundo o complexo Marins-Itaguaré e a Serra Fina.
Deixamos as mochilas de lado e paramos para descansar. Fizemos um pequeno lanche e pouco antes das 15:00 hrs descemos em direção à Fazenda da Onça. 
Chegada na Fazenda da Onça
A trilha de descida é bem óbvia, seguindo pela crista à oeste até encontrar uma bifurcação da direita que desce para Fazenda. 
A trilha que vem do topo segue em frente, sentido oeste, porém ela vai se fechando aos poucos até a caminhada se tornar intransponível. 
Na descida para a Fazenda passamos por alguns pontos de acampamento e um pequeno riacho.
E com pouco mais de 1 hora de descida chegamos na estrada de terra, ao lado da Fazenda da Onça, que pertence ao Exército Brasileiro. 
O lugar possuí um enorme alojamento que estava vazio no dia e aqui tomamos a estrada sentido oeste, iniciando uma pequena subida até cruzar o morro da direita e passando ao lado de várias bicas de água.
Porteira da Fazenda da Onça
Por volta das 16h50min cruzamos a porteira da Fazenda da Onça e daqui para frente a maior parte do trecho é de descida com alguns trechos planos, passando ao lado de bons locais de campings e outras bicas de água.
Pouco antes das 18:00 hrs chegamos nas primeiras casas da Fazenda do Charco e resolvemos acampar aqui, bem ao lado de um riacho e da estrada.
Como já estava escurecendo, montamos rapidamente a barraca e fizemos nossa última refeição, já que no dia seguinte chegaríamos em Campos do Jordão.
Desde a Fazenda da Onça, por incrível que pareça, não passou um carro pela gente, então quem pretende fazer essa trilha é melhor não contar com carona nesse trecho. 
Local do nosso acampamento
Durante a noite a temperatura baixou rapidamente e por estarmos em um fundo vale fez mais frio que na noite anterior. Deve ter chegado a uns +4ºC, segundo o termômetro. Quando acordamos na Segunda-feira de manhã aconteceu uma das coisas mais engraçadas que já vi em todas as minhas caminhadas. 
Foi de dar risada. Por volta das 07h30min, depois de desmontar a barraca, uma senhora de uns 40 anos veio com um enorme cachorro pastor alemão em nossa direção e começou a nos encher de perguntas.
Quis saber de onde a gente tinha vindo e para onde íamos, dizendo que tinha visto nós montarmos a barraca durante a noite e até pensou em vir falar conosco, mas ficou com medo. Chegou ao cúmulo de dizer que tinha pensado que éramos membros do PCC e fugitivos das penitenciárias de SP, devido aos ataques iniciados naquele fim de semana contra as Polícias em SP. 
Mulher totalmente neurótica - só podia ser mais uma fugitiva da violência das grandes cidades, pois não aparentava ser da região. Aí mais calma e sabendo que não éramos fugitivos coisíssima nenhuma, até nos convidou para tomar café com ela, quando passamos ao lado de sua enorme casa, que naturalmente recusamos. 
Chegada na Fazenda do Charco
Seguindo pela estrada, eu e a Márcia demos muita risada da situação e comentávamos o porquê da mulher ter pensado aquilo. Levantamos a hipótese de que ela poderia ser daqueles programas de proteção à testemunhas porque tinha se envolvido contra alguém do PCC ou coisa parecida. Pode até ser, né, mas foi uma situação bem cômica. 
Em seguida ainda passamos por vários outros pontos de acampamento e as 09:00 hrs chegamos na Igrejinha da Fazenda do Charco e ali encontramos uma placa apontando Campos do Jordão: 37 Km. 
Bom...............tirando os 15 Km do Horto Florestal até o centro de Campos do Jordão, ainda tínhamos pouco mais de 20 Km de caminhada até o ponto de ônibus do Horto.
Carona de caminhão
Logo que estávamos contornando a Igreja, um caminhão que ia buscar madeira pela região nos ofereceu carona. 
Aceitamos de imediato e as 09h40min ele nos deixou em uma bifurcação e nos orientou que era só seguir em frente, sem erro. 
Pelos meus cálculos ainda restavam uns 10 Km e o motorista nos disse que faríamos em + - 1 hora, pois a maior parte era só descida. O trecho da estrada que fizemos é quase todo feito por dentro da mata e com inúmeras araucárias no caminho. 
Atravessamos vários rios e alguns sítios. Nesse trecho a Márcia encontrou a segunda cobra. 
Uma cascavel que tinha sido morta no meio da estrada por algum pneu de carro. 
O tempo estava todo fechado e com cara que ia chover e não deu outra. 
Aguardando ônibus no Horto Florestal
Quando já tínhamos caminhado quase 1h30min, ela chegou e estava gelada. Fomos chegar na guarita do Horto pouco depois das 11h30min. 
Perguntamos na guarita do Horto Florestal sobre o ônibus em direção ao centro de Campos do Jordão e fomos saber que ele só saia as 12h30min. 
Tiramos nossas roupas molhadas e colocamos roupas secas e ficamos aguardando o circular chegar.
Até tínhamos planos de ficar mais alguns dias na cidade e quem sabe saindo do Horto Florestal, seguir na direção da crista e de lá para o Pico do Itapeva , mas por causas das chuvas, desistimos. 
Chuva em Campos do Jordão
O ônibus chegou no horário e a linha era: Horto Florestal - Vila Albertina/Santa Cruz e esperávamos que ele tivesse ponto final perto da Rodoviária, mas nos enganamos. Quando notamos o erro, tivemos que retornar - então fica aí a dica: peça ao cobrador para descer perto da Rodoviária e não no ponto final da linha. 
Mas chegamos a tempo para comprar a passagem de volta para São Paulo no horário das 15:00 hrs - era o único - saindo de Campos do Jordão debaixo de chuva e chegando em Sampa no início da noite em plena Segunda-feira, mas felizes e contentes por completar mais uma travessia. 


Algumas dicas e informações úteis (Atualizado Julho/2020) 


# Melhor horário para iniciar essa caminhada é até no máximo 10:00 a 11:00 hrs, no antigo Posto da Policia Rodoviária Federal. Com isso chegaria na bifurcação da Trilha dos Romeiros no final da tarde. Atente a isso.


# Com a vegetação bem alta depois do Alto do Lavrinhas, é recomendável acampar assim que chegar nas torres de transmissão de energia. Ou até seguir pela estrada de terra e encontrar a continuação da trilha bem mais a frente para evitar esse vara mato. Leia nos comentários abaixo e nos que estão no tracklog do wikiloc - são muito úteis.


# Melhor local para camping é na bifurcação da Trilha dos Romeiros, no primeiro dia. 


# Outro local muito bom para camping é no topo do Pico do Carrasco, porém sem água próxima.


# Água em toda a trilha não é difícil de encontrar. Passando a bifurcação da Trilha dos Romeiros, só vai ter água no Rio Boa Vista e próximo da Fazenda da Onça, já descendo pela trilha que sai do topo do Pico do Carrasco. 


# Em vários trechos, principalmente depois da bifurcação da Trilha dos Romeiros, a vegetação alta obstruiu totalmente a trilha, então é preciso ter senso de navegação. 


# Procure não fazer essa trilha de maneira nenhuma em épocas de chuvas, pois o capim e a vegetação estão altos e muitas vezes só no visual, por isso se houver neblina, a caminhada se torna muito difícil.


# Se for em um grupo grande, seria proveitoso que se conseguisse um transporte no trecho final a partir da Fazenda da Onça ou do Charco em direção a Campos do Jordão, economizando um total de uns 40 Km de caminhada por estradas de terra.


# Para quem curte trilhas de bike, moto e off-road, essa região possui inúmeras opções por estradas de terra, principalmente próximo a Trilha dos Romeiros.


# O trecho da Trilha dos Romeiros, que nós cruzamos, é o que sai de Wenceslau Braz e desce a Serra até o Bairro dos Pilões, em Guaratinguetá. Nesse trecho de descida da Serra é também conhecido por um outro nome: Trilha da Santa.


# De um total de quase 50 Km dessa travessia, desde o antigo Posto da Policia Rodoviária Federal até a Guarita do Horto Florestal, cerca de 35 Km são apenas trechos por estradas de terra. 

# A Trilha dos Romeiros, na verdade é o antigo Caminho do Frei Galvão que saia de São Bento do Sapucaí/SP e segue até a casa do Frei Galvão, em Guaratinguetá. Atualmente esse Caminho está em desuso.

www.peregrinosemfronteiras.com.br/frei-galvao

# No local onde conseguimos a carona de caminhão, junto da Igrejinha da Fazenda do Charco tem uma estrada que segue na direção da crista da serra, rumo sul. Chegando lá é só tomar rumo oeste, na direção do Pico do Itapeva, passando pela Fazenda Lavrinhas (esse caminho vai passar pela estrada que desce em direção a Guaratinguetá).
É uma caminhada longa e quem sabe um dia eu até faço (uma parte dela eu fiz, nesse relato). 

8 comentários:

  1. Boa Noite J.Augusto, parabens pela travessia, temos pouco material sobre essa caminhada na net e a sua é a principal referencia. eu estarei indo no feriado de tiradentes pra essa travessia e queria de fazer uma pergunta. na descida do Pico do Carrasco voce lembra de alguma trilha que leva em direcao a travessia Pindamonhanga x Campos sem ter de pegar a estrada da fazenda da onça, consultando o Google Earth achei algumas "picadas" que talvez de pra montar o caminho

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    1. E aí Ismael, blz?
      Já respondi para vc lá no Wikiloc, mas segue a mesma resposta.

      Já que vc pretende fazer essa travessia completa, uma alerta hein.
      Naquele trecho depois do Pico da Lavrinha, a trilha se fecha completamente.
      Tá chegando quase embaixo daquelas redes de alta tensão, mas dali para frente é quase um vara mato. Tome muito cuidado.
      De pessoas que fizeram essa travessia recentemente, muitos seguiram pela estrada para encontrar a trilha bem lá na frente, próximo da capela de N. Sra. Aparecida e da bifurcação da Trilha dos Romeiros..

      Qto a sua pergunta, qdo fiz essa travessia eu também pensei em fazer esse percurso seguindo sempre pela crista, mas depois do Pico do Carrasco a trilha se fecha totalmente.
      Era um vara mato daqueles. Por isso que desci em direção a Fazenda da Onça.
      Atualmente não sei se alguém abriu alguma trilha por ali, o que eu acho dificil.
      Talvez o que vc encontre é uma antiga estrada, logo depois que vc cruzar a porteira da Fazenda da Onça e dali ela te leva de volta para a crista. No Google Earth vc consegue vê-la.
      E com isso dá para evitar toda aquela estrada até a Fazenda do Charco e de lá até o Horto Florestal.
      Creio que as picadas que vc tenha encontrado sejam dessa antiga estrada.

      Boa sorte.


      Abcs

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  2. Olá Augusto, o trecho inicial da carta topográfica está bem errado.
    Onde você marcou Alto da Lavrinha é na verdade o pico do Ataque, onde tem as antenas..
    O trecho da mata fechada também não está bem preciso.
    Descobri isso do pior jeito possível.
    Abraço

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    1. Blz André.
      Fui conferir para ver se o Lavrinha e o Pico do Ataque estão corretos. Fiz a plotagem da carta topografica em cima do Google Maps para ver onde estão os erros. O pico Alto da Lavrinha está sim no lugar certo. Ele fica na divisa de estados e ali é o único ponto alto da trilha. Veja no Google Maps a distancia desde a Rodovia e faça uma comparação com a carta.
      Qto ao Pico do Ataque, vc está certo. Na verdade ele está a cerca de 1 Km à noroeste.
      Veja que na carta existe um vale com um rio entre o pico e a estrada e no google maps dá p/ ver perfeitamente esse relevo. Alterei o relato e assim que puder altero essa carta com as marcações.
      Já quanto ao trecho de mata fechada, sinto muito André, mas coloquei diversos avisos, tanto no relato, quanto nos comentários do tracklog, alertando sobre isso. Esse trecho tem pouco menos de 1 Km, mas é vara mato na certa. Várias pessoas já tinham me dito que o mato ali estava muito alto. Alguns até seguiram pela estrada e depois retornaram para a trilha já próximo da descida pela Trilha dos Romeiros.
      Qdo fizemos essa trilha em 2006, a vegetação já estava bem alta e até tivemos problemas para encontrar a continuação da trilha. Imagine agora, quase 10 anos depois. Não dá para comparar né.
      E em uma carta topográfica, as marcações não são precisas.1:50000 é uma escala muito grande. Só coloquei aqui como referencia, já que a distancia até a estrada de manutenção é curta. O importante ali é seguir na direção sul até chegar na antiga estrada.

      Abcs e valeu pelos toques.

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  3. Fala Augusto,
    Eu sabia desse trecho de mato fechado. Foi bem puxado mas eu já estava esperando, graças ao seu relato. Eu fui com um grupo grande (16 pessoas) então por alguns meses talvez a trilha que a gente passou fique aberta! :)
    A pior parte foi mesmo na estrada, pois já estava no final do dia (estavamos fazendo no sentido contrário o caminho) e subimos até as antenas confiante que haveria uma trilha descendo do outro lado. Aí tivemos que voltar tudo e pegar a estrada de terra. Mas no final deu tudo certo.
    O trecho que você marcou na carta topográfica sai do restaurante no bairro da barreira e não do posto rodoviário como você conta no seu relato e tem um trecho que está marcado mas não tem caminho correspondente. Olhando no Google fica bem claro.

    O relato está muito claro, só a carta mesmo que tem esse errinho.
    Abraço

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    1. Blz André.
      Vcs estavam no sentido contrário? Então é por isso. Qdo fomos também pegamos trechos de vara mato logo que entramos na mata fechada. E se vcs tivessem fazendo nesse sentido creio que fariam a mesma coisa que a gente também. Mas no sentido que vcs fizeram não dá p/ encontrar o inicio da trilha e muito menos o final dela.
      Não deve ter sido fácil hein. Pelo menos a descida do topo do Carrasco foi mais fácil. Quando passamos lá pegamos vara mato grande e uma vegetação alta na subida.
      Sobre o inicio da trilha, é verdade mesmo. A que eu coloquei na carta está iniciando no restaurante. Deletei ela do album e vou consertar os erros. Depois coloco de volta. E aí até coloco algumas informações na propria carta alertando de alguns trechos fechados.
      Valeu mesmo pelo toque.
      Abcs

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  4. Sou morador aqui dos Pilões estou fazendo curso de guia de turista e gostei muito de ler esses relatos. Ainda não conheço alguns lugares que você relatou e quero conhecer. Parabéns

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    1. Nessa região da crista da Mantiqueira tem muitas opções de trilhas.
      Essa que vc tá comentando tem quase 20 anos que eu já fiz.
      Até usaram trechos dessa travessia na conhecida Transmantiqueira, principalmente ao redor do Pico do Carrasco.
      Isso é bom porque ela estava se fechando mesmo.

      E se puder, dê uma olhada no índice dos relatos.
      Tem muita trilha dessa região que já fiz.

      Valeu.
      Abcs

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