Era minha primeira caminhada que foi feita totalmente em área de cerrado e campos rupestres e de lá só trouxe boas recordações, por isso prometi a mim mesmo que voltaria a fazer uma caminhada nesse tipo de vegetação se tivesse outra oportunidade.
Foto acima mostrando a trilha pela crista da Serra da Estancia
Fotos dessa travessia: clique aqui
Vídeo de toda a caminhada: clique aqui
Tracklog para GPS: clique aqui
Serras do Campestre e da Bocaina ao fundo |
E para variar, esse ano também não daria, já que na região sul estava chovendo a vários dias, deixando até algumas cidades embaixo d’água e com isso tive que partir para o Plano B, que era a travessia pelo cerrado na Serra de Carrancas.
Definido o lugar da caminhada, fui pesquisá-la no Google e a maioria dos relatos que encontrei detalhavam a Travessia Itutinga - Carrancas, que passava por 3 serras: Pombeiro, Galinheiro e de Carrancas em um circuito em forma de “C“.
O Sérgio Beck tem uma matéria sobre Carrancas na sua Revista Aventura Já, mas são roteiros de bike. Dessa vez não dava para usar seus livros como guia.
Rota Z |
Pensei comigo: se desse para fazer todas as 6 serras juntas sempre caminhando pela crista, seria uma linda caminhada e o que é melhor: vegetação de cerrado, alternando com campos rupestres e gramíneas.
Início da Serra da Estancia |
Dessa forma dava para fazer o circuito em Z começando pela Serra da Estancia e totalizando uns 3 a 4 dias pelas 4 serras.
E com uma bela vantagem: saindo de Itumirim até a base da Serra da Estancia, a caminhada seria pela linha férrea, ainda ativa e usada pela empresa FCA/VLI (Ferrovia Centro-Atlântica, do grupo VLI); bem melhor do que uma caminhada pelo asfalto.
A data que eu tinha disponível era do dia 20 a 23 de Julho (exatamente Segunda a Quinta-feira).
Restaurante Graal Perdões na Rodovia Fernão Dias |
Junto ao posto tem um ponto de ônibus, sentido BH-SP e ali peguei outro ônibus da empresa São Cristóvão, me deixando na Rodoviária de Lavras por volta das 13:00 hrs e lá adquiri a passagem para Itumirim, saindo as 14h30min, sendo a mesma linha de ônibus que segue para Carrancas.
O ônibus saiu no horário e as 15h10min estava desembarcando em frente da Igreja Matriz de Itumirim, onde desceram apenas 3 pessoas.
Caminhada pela linha férrea com a Serra que iria caminhar ao fundo |
O Sol é muito forte, mas como estou bem disposto, a caminhada é tranquila, seguindo próximo do Rio Capivari, que às vezes surgia do lado direito com pequenas cachoeiras e praias de água doce.
Aos 15 minutos de caminhada uma locomotiva com vários vagões de carga passa por mim vindo na direção contraria e conforme vou avançando, a crista da Serra da Estancia já se destaca na paisagem ao fundo, mas só vou chegar no topo dela no dia seguinte.
Trem de carga |
Uns 30 minutos depois do trem de carga, agora surge outro que vem de Itumirim e segue na direção da serra (veja nesse vídeo).
Ao chegar no cânion do Capivari, a linha férrea vai rasgando a serra de norte a sul por um trecho estreito. O rio está do lado direito, mas no fundo do cânion e junto dele existe uma encosta bem íngreme, que é o final de uma outra serra, a do Campestre. É aqui se inicia a Serra da Estancia, do lado esquerdo.
Junto da linha férrea encontro uma pequena nascente, onde um cano de água desce do alto da Serra da Estancia e aqui reabasteço os cantis porque não sei se o local onde vou acampar existirá água potável. Algumas cachoeiras e corredeiras surgem no rio, mas é muito arriscado descer ate lá, já que a encosta é muito íngreme.
Cânion do Rio Capivari |
Assim que termino esse trecho do cânion a paisagem se abre e do lado esquerdo encontro uma pequena porteira de ferro.
São 17:00 hrs e é aqui que saio da linha férrea e entro na trilha, que é bem demarcada.
Meu objetivo é chegar ao topo da crista à esquerda e para isso vou desprezando algumas bifurcações à direita e com o Sol se pondo no horizonte, já vou procurando lugares planos para acampar e antes de pegar o trecho mais íngreme e fechado da trilha, encontro um gramado perfeito para montar minha barraca. O lugar está a uns 10 minutos da linha férrea e sem nenhuma chance de encontrar alguma nascente, mas tudo bem; estava com bastante água, só o banho que terá que ser no dia seguinte.
Local do acampamento |
A altitude aqui é de 910 metros e o jantar é uma mistura de carnes - atum e salame - com macarrão. A temperatura é bem agradável e pouco depois das 20:00 hrs me envio no saco de dormir colocando o celular para despertar por voltas das 06:00 hrs, já que o dia seguinte prometia ser bem longo e cansativo.
Foi fácil pegar no sono e pouco antes do celular despertar já estou colocando todas as coisas na mochila e preparando o café da manha.
Barraca desmontada e mochila nas costas, as 06h50min sigo agora na direção norte cruzando a serra para o outro lado e passando por vários sulcos e com a trilha se dividindo em duas, mas voltando a se encontrar logo à frente.
Primeiro contato com os muros de pedras na subida da serra |
Aqui encontro um muro de pedras que em vários trechos dessa caminhada vou encontrar outros desses. Dizem que foram construídos pelos escravos para servir de divisão das terras nessa parte da região.
Aqui novamente a trilha se divide em duas: para esquerda, uma delas segue junto do muro de pedras contornando a encosta sem ganhar muita altitude. A outra trilha se inicia junto de um descampado e segue por aclive íngreme em direção ao topo e seguindo por ela vou parando em alguns momentos para retomar o folego com a paisagem se abrindo cada vez mais atrás de mim.
Cruzeiros e uma armação de metal - uma antena talvez? |
Ao norte está todo o percurso que fiz no dia anterior com Itumirim ao fundo e um cruzeiro com algumas antenas na crista.
Ao sul a Serra de Carrancas surge como barreira bem ao fundo. Seguindo por trilha na crista em meio a vegetação de gramíneas chego no cruzeiro, que na verdade são dois, junto de uma armação de ferro com uma figura humana.
A atitude aqui é de 1155 metros, mas não é o topo da serra ainda, que está um pouco mais ao sul de onde estou.
Depois de alguns clics volto alguns metros pela trilha e inicio uma descida íngreme na direção leste por trilha bem demarcada até chegar a outra trilha que cruza a serra de norte a sul.
Trilha demarcada |
É o lugar perfeito para um refrescante banho e para reabastecer os cantis. Mochilas nas costas novamente, vou seguindo sempre para leste tendo a crista da serra do meu lado esquerdo para um pouco mais a frente cruzar outro riacho, mas esse separado por uma pequena porteira de metal.
A trilha é bem demarcada e vou seguindo na direção de uma crista bem ao fundo.
Passando por vários sulcos, ela não apresenta dificuldades para navegação e por volta das 09h30min alcanço a crista da serra com o Sol daquela manhã não dando trégua.
O trecho daqui em diante é bem sossegado e com pouco menos de 1 hora desde o último riacho uma crista se alonga para o lado direito na direção sul, mas a trilha principal é sempre na direção leste.
Fácil navegação |
Seguindo em aclive suave pela estrada, logo chego a mais outra, que é bem mais usada, depois de uns 20 minutos. Parece que seguindo para direita se chega a algumas casas, mas meu caminho é seguir sempre para leste pela estrada de terra.
A partir daqui estou saindo da Serra da Estancia e iniciando na Serra do Pombeiro.
Em meio aos eucaliptos |
Aqui encontro as primeiras aves selvagens nessa caminhada: um casal de seriemas.
Mais alguns minutos e outro trecho de subida que leva a um reflorestamento de eucaliptos no topo do morro, mas dessa vez resolvo cortar caminho pela vegetação de cerrado com alguns arbustos, na direção leste sem ganhar altitude.
A trilha é demarcada no inicio, mas depois se perde em meio a vegetação e aí ela se torna mais instintiva, só no visual, cruzando com alguns afloramentos rochosos e mais outro muro de pedras de norte a sul, mas pelo menos não me canso tanto assim.
Capim prateado na crista |
São os famosos campos rupestres e sem dúvida nenhuma é um dos trechos mais bonitos da caminhada (veja o vídeo aqui). Maravilhoso.
Mas é um trecho curto e logo chego em outro reflorestamento de eucaliptos pouco antes das 13:00 hrs, separado por uma cerca de arame, tendo que cruzar outra porteira.
Aqui resolvo descansar um pouco e comer alguma coisa – a fome começou a apertar.
Depois de passar pelo meio dos eucaliptos, a trilha sai em campo aberto e alguns minutos à frente surge outro muro de pedras à direita e aqui não tem erro; é só seguir rumo leste na direção de mais um reflorestamento de eucaliptos, onde cruzo uma porteira de arame.
Caminhando no limite do reflorestamento e junto de outro muro de pedras vou perdendo um pouco de altitude para depois cruzar outra porteira (veja o vídeo aqui).
Serra de Carrancas ao fundo |
Seguir na direção leste para conhecer a Cachoeira do Raulino e depois voltar todo o trecho?
Ou seguir direto para a estrada de terra?
Na verdade eram várias duvidas que eu tinha no momento e pelo cansaço, pelo horário e pela distancia até a cachoeira (cerca de 5 Km) resolvo seguir para a estrada de terra e deixar a cachoeira para conhecê-la em outra oportunidade.
Abandonando a crista, vou seguindo para a direita na direção sul até encontrar o melhor ponto onde acessar a estrada e de lá seguir na direção sudoeste pela crista da Serra do Pombeiro.
Estrada pelo fundo do vale |
Mas sigo paralelamente ao fundo do vale e uns 15 minutos depois passo ao lado de algumas construções abandonadas e o mato tomando conta – aqui é a famosa Fazenda Pombeiro que ainda mantem a sede preservada.
Uns 50 metros depois da entrada dela encontro uma trilha à direita que leva ao Ribeirão do Peixe. A altitude aqui é de 950 metros e pelo horário (16h30min) não penso 2x. É aqui mesmo que vou acampar, escondido um pouco da estrada e junto do rio.
Subindo em direção a crista da serra |
A noite foi tranquila e pouco antes das 06:00 hrs já estava com a mochila nas costas e pé na estrada, seguindo em direção à crista da serra, para o sul, que não estava muito longe.
Com uns 20 minutos de caminhada, volto a caminhar ao lado de um muro de pedras que vai na direção da crista, onde chego as 06h40min, a tempo de presenciar os primeiros raios do Sol surgindo no horizonte (veja nesse vídeo).
Crista da serra |
Mais uns 15 minutos de caminhada e a estrada começa a descer na direção do fundo do vale, rumo sul, mas junto a uma pequena porteira de madeira abandono a estrada e sigo pela crista em meio a uma trilha pelo capim ralo. Daqui consigo ver toda a Serra do Pombeiro e uma parte da Serra da Estancia a noroeste, por onde caminhei no dia anterior; ao sul os paredões da Serra de Carrancas e bem ao sudoeste a minha próxima serra: a do Galinheiro.
Depois de uns 15 minutos pelo pasto, volto para a estrada, mas logo a frente uma boiada vem na minha direção; são umas 10 vacas e bezerros e passo no meio delas sem problemas.
Chegada ao Ribeirão do Maroto |
A descida pela trilha sentido sudoeste é suave até chegar no fundo do vale, onde o Ribeirão do Maroto marca o final da crista da Serra do Pombeiro e o início da Serra do Galinheiro, do outro lado do rio.
São 08h30min e dá para visualizar uma trilha que sobe até o topo da Serra do Galinheiro e é lá que pretendo chegar. A largura do rio é de aproximadamente 10 metros e junto de um poção cruzo ele sem dificuldades, pulando algumas pedras.
Sr. Carlos Roberto |
Senhor muito gente boa e até ficaria um bom tempo conversando com ele, mas as horas estão passando e preciso continuar minha caminhada.
Sobre a trilha para o topo da Serra do Galinheiro, ele diz que é bem fácil encontrá-la, mas chego a conclusão que vai me tomar muito tempo e provavelmente não conseguirei finalizar essa travessia até a manhã do dia seguinte em Carrancas.
Trilha em meio aos eucaliptos |
Foi uma decisão difícil, mas para não perder muito tempo nesse trecho da Serra do Galinheiro, ele me orienta a seguir direto para a Serra de Carrancas, passando pela Fazenda do Carlinhos e alcançar a crista em um local conhecido como "Beco".
Me despeço dele e ganho algumas laranjas de sua neta que estava de férias na Fazenda.
São 09h40min e agora retorno pela mesma trilha que eu tinha vindo, seguindo na direção sudeste para cruzar uma enorme área de outro reflorestamento de eucaliptos e chegar na sede da Fazenda do Marquinhos.
Porteira da Fazenda do Cedro |
A caminhada novamente é por estrada de terra que liga a sede das 2 Fazendas e foi rápida.
Em 15 minutos chego na porteira da Fazenda onde encontro uma câmera apontada para a entrada e com uma placa dizendo que o local está sendo monitorado e vigiado. Ao chegar na sede da Fazenda, sou recebido pelo Sr. José Junior, que é de uma gentileza sem tamanho. Ótima pessoa para fazer amizades. Se tivesse tempo, ficaria conversando com ele durante horas.
Me recebe muito bem e até me oferece alguns lanches, mas só queria mesmo um pouco de água para reabastecer os cantis.
Escarpas da Serra de Carrancas |
No momento em que cheguei ele estava fazendo algumas restaurações em um imenso caminhão.
Conversa vem, conversa vai, mas digo que preciso seguir minha caminhada e para chegar no topo da Serra de Carrancas ele me orienta a caminhar na direção sul, onde existe uma pequena casinha construída junto da encosta da serra, visível de onde eu estava.
Agora são 11h30min e depois de agradecer a hospitalidade volto até a porteira da Fazenda, seguindo agora pelo pasto ralo na direção da encosta da serra, passando ao lado de um pequeno açude e de uma imensa boiada.
A altitude aqui é de pouco mais de 1000 metros e devo chegar na crista, na altitude de 1270 metros.
Subindo a Serra de Carrancas |
O que eu faço é só ir galgando metro por metro até chegar na crista com quase 1 hora de subida, as 13:00 hrs.
Depois de um merecido descanso junto ao capim ralo, deixo minha mochila aqui e sigo na direção oeste, para o topo de um morro. É uma caminhada de uns 15 minutos cruzando outro muro de pedras para chegar no ponto mais alto dessa caminhada, de pouco mais de 1300 metros, onde tenho uma visão panorâmica da região, inclusive de todo o percurso que fiz até aqui.
Encontro das Serras de Carrancas (E) e Galinheiro (D) |
Desço um pouco mais pela trilha do outro lado até alguns afloramentos rochosos, onde tenho uma visão mais próxima de toda a Serra do Galinheiro e por onde eu estaria caminhando, se tivesse tempo sobrando.
Dá para ver nitidamente o “Beco”, assim como algumas trilhas que ligam as 2 serras e depois de vários clics, as 14h30min inicio o retorno até a mochila e de lá sigo na direção leste para finalizar essa travessia.
Estrada sem fim |
Daqui em diante é um trecho longo com vários sobe morro/desce morro e às vezes tendo uma abertura na paisagem para perceber que Carrancas está ainda muito longe.
Água não existe nesse trecho final e em alguns momentos a estrada segue próxima do encosta íngreme, do lado esquerdo, mas o que atrapalha é o Sol forte que castiga muito, já que em toda a Serra de Carrancas não se encontra uma sombra sequer.
Ao longo da estrada cruzo com algumas porteiras e muros de pedras e sempre acompanhando a crista arredondada da serra com lindos visuais.
Chegando no asfalto da Rodovia |
E para piorar, o Sol daquele final de tarde é de matar.
Por volta das 17:00 hrs vejo a Rampa de Voo Livre e um veiculo ao lado. Pensei comigo: vou tentar uma carona de todo jeito, mas ao cruzar um muro de pedras, o veiculo já foi embora ou talvez ao me ver, preferiu sair rapidinho para não dar carona.
Sabia que pelo horário, um ônibus estaria vindo de Lavras e passaria pelo final dessa estrada por volta desse horário e isso me deixava preocupado.
Sem saber quando chegaria na Rodovia aumentei o meu ritmo da caminhada, chegando até a correr em alguns momentos.
Cheguei na Rodovia |
Mas consegui chegar exatamente às 17h28min na Rodovia e agora era só aguardar o ônibus passar em direção a Carrancas e para ter a certeza, perguntei a um morador local se o ônibus que vinha de Lavras já tinha passado, mas não. Ufa, que alívio.
Do outro lado da Rodovia vejo algumas placas de pousadas próximas, que podem ser boas opções de hospedagem, mas preferi conhecer o centro da cidade, por isso fiquei aguardando o ônibus.
E não precisei esperar muito tempo e logo ele chegou para seguir em direção à cidade.
Agora era procurar uma hospedagem para passar a noite e a primeira opção era um camping próximo a Igreja Matriz chamado Camping Sossego do Jeca, que me arrependi de ter ficado nele.
Ruas do centro de Carrancas |
Depois de um belo banho quente fui em uma lanchonete próxima da Igreja Matriz matar a minha fome. Até procurei um restaurante com a típica comida mineira, mas naquela Quarta-feira a noite era difícil encontrar - me contentei com um X-Tudo com fritas e 1 suco na Lanchonete chamada Café.com.
Fome saciada, voltei para o camping e na manhã seguinte teria de acordar bem cedo pois o ônibus em direção a Lavras sairia as 06h15min.
A noite foi com muito vento e relativamente tranquila, tirando é claro as batidas do sino na Igreja.
Estrada Real passa aqui |
E exatamente no horário o ônibus chegou, passando ainda por Itutinga e chegando na Rodoviária de Lavras por volta das 07h30min, a tempo ainda de embarcar para Pouso Alegre/MG, onde teria uma oferta maior de horários de ônibus para SP e com isso fui chegar antes do final da tarde no Terminal Tietê, mas não escapando do horário do rush daquela Quinta-feira.
Um resumo dessa travessia pode ser definido da seguinte maneira: caminhada sempre pela crista de várias serras alternando com pequenos trechos por estradas de terra e lindos visuais, mas extremamente cansativa.
O que me decepcionou um pouco foi o trecho final por toda a Serra de Carrancas, que virou lazer do pessoal do off road e nenhum trecho com sombra na crista. Eram só estradas de terra. Uma pena.
Algumas dicas e informações úteis (Atualizado Julho/2020)
# Essa travessia também é conhecida como Rota "Z" ou Circuito "Z", pois segue por serras que formam essa letra do alfabeto.
www.expressogardenia.com.br
# Em Lavras, a linha de ônibus para Carrancas é pela empresa São Cristóvão:
www.vsc.com.br
# Creio que devo ter cruzado ou passado ao lado de mais de 1 dezena de muros de pedras. Foram construídos na época da escravidão pelos negros e fazem parte da história sombria de nosso país.
# Quem dispor de vários dias livres, compensa iniciar a caminhada em Lavras pela Serra da Bocaina e depois seguir sempre rumo leste, fazendo todo o circuito das 6 serras, incluindo a Serra do Galinheiro.
# A água não chegou a ser um item escasso nessa travessia. No início da Serra da Estancia cruzei com 2 riachos de água potável. E depois, próximo da Cachoeira do Raulino, onde acampei a segunda noite existe fartura de água. Também no início da Serra do Galinheiro existe um rio que antecede a subida da serra.
Só senti falta de água na Serra de Carrancas, mas por ser o trecho final dá para levar uma quantidade até grande de água.
# Nos dois riachos da Serra da Estancia a água é de ótima qualidade. Já nos outros rios que cruzei recomendaria usar hidrosteril.
# A cidade de Carrancas dispõe de uma quantidade grande de cachoeiras e se dispor de tempo, vale a pena conhecê-las também.
# Muito cuidado ao fazer essa travessia no verão. O Sol é muito forte e são raros os trechos com sombra. Eu não recomendaria de jeito nenhum.
# Consegui sinal de telefonia celular da Vivo em vários trechos.
# Com vegetação de cerrado, essa caminhada permite lindos visuais panorâmicos e muitas vezes com navegação só pelo visual.
Vim aqui agradecer pelos seus artigos, fiz uso de dois relatos da volta da ilha grande mais seu gps. Completei a volta semana passada. Muito interesse seus relatos. Pretendo fazer uso futuros deles. E esse de Itumirim Carrancas está no meu raio de interesse no momento. Abraços
ResponderExcluirOi Antonio, blz?
ResponderExcluirPrecisa agradecer não.
A internet é para isso mesmo.
Compartilhar informação. É um termo que ta na moda ultimamente.
Legal que deu tudo certo lá em Ilha Grande.
É lugar para conhecer praia de todo tipo.
Qto a Carrancas, é uma travessia com um belo visual.
A logística é um pouco complicada, mas vale o esforço.
E precisando de um help, é só perguntar.
Abcs
Essa Itumirim-Carrancas que você fez é o mesmo tracklog da Travessia da Chapada dos Perdizes? Passa pelas mesmas serras?
ResponderExcluirA Chapada das Perdizes seria uma continuação da Serra de Carrancas
ResponderExcluirAte pensei em faze-la,mas o visual não difere muito.
Ela contorna a cidade pelo leste e depois segue na direção sul.
Pode ser uma boa opção para quem dispõe de vários dias e gosta muito de caminhar.
Para mim, no final da serra de carrancas já estava bom.
Abcs
Olá Augusto, muito bom os seus relatos. Gostaria de saber qual a marca da perneira que está usando na foto (branca) por favor, será que poderia compartilhar ? desde já agradeço, Danilo.
ResponderExcluirBlz Danilo.
ExcluirObrigado pelo elogio.
As perneiras que costumo usar são de raspa de couro.
Não tem uma marca especifica.
Costumo comprar em lojas de ferragens da Rua Florenço de Abreu, no centro de SP.
Lá vc encontra inúmeros modelos.
Valeu.
Abcs
Ei Augusto,
ResponderExcluirAcompanho seus relatos desde 2016, quando comecei a me apaixonar e praticar o montanhismo. Em todos os caminhos que pesquisava na internet, sempre havia algo aqui escrito por ti, rsrsrs
Em 2018 tive a oportunidade de realizar a travessia Lavras x Carrancas, pois sou residente da região e já conhecia algumas cachoeiras no caminho. Sempre me imaginava à percorrer as serras. Achei seu relato no ano de 2018 e me baseei demais para poder realizar a travessia. Seu tracklog foi essencial.
Como já conhecia algumas regiões, adaptei o roteiro para poder passar em locais "melhores".
Mês passado tomei coragem e escrevi meu primeiro relato sobre algum trekk que já fiz. Já publiquei 2, e o primeiro foi sobre Lavras x Carrancas. Quando tiver algum tempo confere lá:
https://aventurebox.com/rodolfo-gomes/rota-z-travessia-lavras-x-carrancas/report
Gratidão por todo seu esforço em relatar suas aventuras!
Fala Rodolfo, blz?
ResponderExcluirObrigado pelas palavras.
Esses relatos tem essa intenção mesmo. De ajudar outras pessoas.
Fico feliz que eles te ajudam a encontrar novos caminhos.
Sempre tive vontade de conhecer essas serras da região de Carrancas. Caminhar no cerrado é maravilhoso e permite lindos visuais panoramicos.
Fiz São José no final de Julho, mas ainda pretendo retornar outras vezes. Tem muita opção por aí.
E parabéns pela conquista e pelo relato. Tem jeito para coisa. kkkkk.
Continue assim. Pode ter certeza que os relatos inspiram pessoas. Ajudam muito.
Mas foi um perrengue hein. Sorte que pegaram chuva na base da serra e só a noite.
Se tivessem na crista teriam problemas.
Ela é cansativa demais mesmo. Caminhar 11 horas sob o Sol não é fácil. Meu recorde é 15 hrs em um único dia. Nunca mais.
Concordo com vc que o silencio da montanha não tem dinheiro que pague.
Minha intenção era fazer uma travessia maior do que tinha planejado.
Pelas minhas contas seriam uns 15 Km a mais, mas não imaginava que fosse tão cansativa. Talvez o Sol forte atrapalhou também. Quem sabe ainda retorno com mais dias para caminhar.
Eu que agradeço pelo elogio.
E bons ventos em outras caminhadas.
Gde abc
Obrigado pelo feedback, fiquei muito alegre quando li. Tem bastante coisa que tenho de escrever ainda...
ResponderExcluirEssa região do sul de Minas realmente tem muita variedade, como você disse.
Além do mais, que legal que fez a de São José, as formações rochosas lá em cima são bem interessantes, além daquela paisagem de transição Cerrado x Mata Atlântica espetacular. Lugar cheio de cascavel.
15 HORAS DE CAMINHADA!!!! Mas você é doido demais homem! Hahhahaha onde foi?
Abç
Começando a escrever esses relatos já é um inicio.
ExcluirÉ um primeiro passo.
Quero retornar a essa região de Carrancas algum dia. Muito área de cerrado. Caminhadas que valem a pena.
Na São José tem cada visual mais bonito que o outro. Inúmeros mirantes e a maior parte da caminhada é sempre pela crista. Demorei muito para conhecer esse lugar.
15 hrs de caminhada direto foi no Caminho da Fé. Eram 50 km entre uma cidade e outra e não tinha como ser em um tempo menor, porque minha intenção era se hospedar na outra cidade. Não dava para ficar pelo meio do caminho.
Eram somente por estradas de terra, então só o cansaço que foi muito grande. A navegação era tranquila.
Já em caminhadas por trilhas, acho que o maior tempo que levei foi em 12 hrs na Linha Funicular, aqui na Serra do Mar, entre Paranapiacaba e o litoral.
Foram pouco menos de 12 Km, mas por ser uma caminhada que passa por inúmeras pontes em ruínas, era muito perigosa. Não dava para seguir em ritmo acelerado. E para piorar pegamos chuvas ao longo da descida, o que complicou ainda mais.
Mas foram casos excepcionais. Atualmente a minha média fica entre 8 e 10 hrs. Não mais que isso. Agora planejo um pouco mais as caminhadas para não passar por perrengues
Abcs
muito interessante! sou de itumirim, moro em sp há mais de 10 anos e sempre quis fazer essa trilha! apesar de já conhecer bem o caminho e a região, sempre bate um medo de ir em frente, mas agora vou colocar na lista!
ResponderExcluirEssa trilha não tem como errar.
ExcluirSegue pela crista da serra e sempre por região sem mata fechada. É uma caminhada no visual.
Adorei o lugar. Só não passei por outros trechos por absoluta falta de tempo.
Ainda pretendo voltar lá algum dia para fazer todo aquele circuito das serras desde Lavras até Minduri.
É bem longa. Cerca de 1 semana ou pouco mais.
Bom dia, Augusto.
ResponderExcluirSeu relato é realmente inspirador, tanto que eu e um grupo de amigos já acostumados a trilhar juntos estamos planejando fazer a rota Z faz um tempão. A ideia surgiu ao ler seu relato, lá em 2018.
Este ano planejamos ir em junho e fazê-la em 3 dias. Porém nossa ideia inicial é dividir em trechos mais ou menos iguais de 20km cada. Partindo de Itumirim, qual seria sugestão, dentro destas condições?
E aí EMS, blz.
ExcluirObrigado pelas palavras. Bom que o relato te ajudou a planejar essa caminhada.
Que é maravilhosa, sem duvida nenhuma.
Se vc puder dispor de mais dias para fazer essa travessia, melhor.
Eu planejei ela em 3 dias, mas ficou muito cansativo. Talvez pela minha logística, por ter iniciado um pouco tarde.
Mas se vc puder fazê-la somente em 3 dias, a sugestão para os locais de campings são esses:
Na primeira noite um bom local para camping é próximo daquele trecho do capim prateado, já que existe uma grande área de reflorestamento antes e depois.
Só não tem água próxima, mas é só encher os cantis em 2 pequenos riachos anteriores.
O outro camping é na região da Fazenda Curralinho, cujo proprietário (Sr. Carlos Roberto) é muito solicito.
Muito gente boa. Ele é o que parece numa das fotos do relato.
Antes de chegar na trilha que leva até a Fazenda, tem o Ribeirão do Maroto, que é o maior que vc irá cruzar em toda essa caminhada. É bem largo o rio.
Ao cruzá-lo, provavelmente a vegetação estará tomando conta da trilha. Foi o que me disseram recentemente. Mas dá para ver nitidamente a trilha em imagens de satélite.
Esses locais de camping estão a uns 20 Km de um ponto ao outro, então é uma boa sugestão.
Depois retorne aqui e diga como foi lá.
Abcs e boa sorte
Excelentes dicas, Augusto! Facilitou demais! Vou plotar estes pontos e, surgindo mais dúvidas, pergunto aqui! Muito obrigado!
ResponderExcluirBlz então.
ExcluirSurgindo duvidas, pode perguntar aqui mesmo.
Abcs