Como geógrafo, esse lugar para mim era quase que místico. Imagine conhecer o topo de uma montanha, que se formou a cerca de 2 bilhões de anos atrás, antes até da separação dos continentes. E caminhar por um lugar que tem quase a metade da idade de nosso planeta (segundo estudiosos, a Terra tem 4,5 bilhões de anos).
Só para se ter uma ideia, o Himalaia e os Andes se formaram a cerca de 40 e 100 milhões de anos atrás, respectivamente. Não tem palavras para descrever isso.
O problema era formar um bom grupo, reservar guias, conseguir um tempo disponível para uma expedição como essa e seguir até Santa Elena de Uairén, na Venezuela, que fica na fronteira com o Brasil.
E para viajar a um lugar tão longe de São Paulo, só subir o Roraima era pouco.
Eu tinha que incluir outras trips e o Salto Angel (maior cachoeira do mundo), Gran Sabana e Manaus tinham também que fazer parte do roteiro.
Já tinha comentado
com o Rodrigo (amigo de trilha e autor do Blog Exploradores) essa
intenção e no início de 2014, ele me contatou dizendo que estava formando um
grupo para essa trip.
O Rodrigo, Rosana e o Renan já eram velhos conhecidos de outras trilhas. Com o Ronaldo já tinha trocado inúmeras mensagens pela internet. Os outros não conhecia.
Com a trupe formada, montamos nosso roteiro que incluía subir e descer o Monte Roraima em 8 dias, chegando até o Lago Gladys e na Proa. Depois seguiríamos para Ciudad Bolívar fazer Salto Angel e no retorno à Santa Elena incluiríamos algumas cachoeiras da Gran Sabana, finalizando em Manaus, para conhecer um pouco do Amazonas.
Na 1ª foto acima, todo o grupo iniciando a caminhada com Monte Kukenan e o Roraima ao fundo e a 2ª foto mostra todo o grupo com os guias junto ao marco da Tríplice Fronteira (Brasil, Venezuela e Guiana), no topo do Roraima.
São mais de 1000 fotos e estão nesse álbum: clique aqui
Tracklog para GPS, mas somente para referencia: clique aqui
Também gravei alguns vídeos no topo do Monte Roraima:
Lago Gladys: clique aqui
Tentando chegar na Proa: clique aqui
Vale das Bonnetias: clique aqui
Acampamento Coati: clique aqui
Também gravei alguns vídeos no topo do Monte Roraima:
Lago Gladys: clique aqui
Tentando chegar na Proa: clique aqui
Vale das Bonnetias: clique aqui
Acampamento Coati: clique aqui
Neste relato listei todos os preparativos, as dificuldades, os detalhes da caminhada, valores totais gastos e várias dicas e informações que possam ser úteis a quem quiser repetir esse trekking.
Como são muitos detalhes e informações, dividi toda essa trip em 4 relatos:
Este do Monte Roraima.
Salto angel: clique aqui
Gran Sabana: clique aqui.
E por último, Manaus/AM: clique aqui.
Como são muitos detalhes e informações, dividi toda essa trip em 4 relatos:
Este do Monte Roraima.
Salto angel: clique aqui
Gran Sabana: clique aqui.
E por último, Manaus/AM: clique aqui.
Algumas informações do relato, eu atualizei recentemente
O Monte Roraima é um enorme platô, que possui o formato de uma mesa para quem olha da planície, sendo bem semelhante a algumas chapadas brasileiras. Na Venezuela é conhecido como tepui, que no idioma indígena pemon significa "montanha" e tem as seguintes dimensões: cerca de 6,5 Km de largura e + - 15 Km de comprimento, mas visto do espaço seu formato se parece com um triângulo irregular ou o formato de uma bota. A oeste do Monte é só savana venezuelana (que é um bioma que se assemelha ao nosso cerrado), enquanto que a leste está a imensa floresta amazônica, conferindo ao lugar um clima único de chuvas constantes com vento e muita neblina e os rios que descem pelas imensas cachoeiras do topo são decorrentes dessa umidade.
A divisa entre Brasil, Venezuela e Guiana está localizada no meio da montanha e com altitude de 2739 metros, colocando o Monte Roraima como a 7ª montanha mais alta do Brasil, porém o ponto mais alto do Monte Roraima está no lado venezuelano, na altitude de 2810 metros. Do total do Monte apenas 5% pertence ao Brasil, 10% a Guiana e 85% a Venezuela e onde se encontra o único acesso ao topo, por trilha. Pelo paredão do lado brasileiro, alguns alpinistas brasileiros já escalaram com sucesso. Veja nesse vídeo: clique aqui
Estima-se que o Monte Roraima tenha cerca de 1,8 bilhões de anos, surgido antes da separação dos continentes e com isso está entre as mais antigas formações do planeta, senão a mais antiga.
Caminhar no topo é como voltar na pré-história e a sensação é de encontrar algum pterodáctilo pela trilha, que é toda em cima de rochas. Parece até um solo de outro planeta e se explica porque o lugar serviu de inspiração para o livro O Mundo Perdido de Arthur Conan Doyle - quer ler esse livro? Veja no site da Amazon, clicando aqui.
Preparativos
Com quase 1 ano de antecedência, a primeira coisa a fazer era comprar as passagens aéreas São Paulo-Boa Vista (capital do Estado de Roraima) e conseguimos bons preços para o início do ano e com isso já estava marcado o início da nossa trip: 05/Janeiro.
Já para o retorno, deixamos para comprar em Julho, porque estávamos ainda fechando o grupo e ainda tínhamos dúvidas do que incluir a mais no roteiro, além do Roraima, Salto Angel e Manaus.
Agora era ler muitos relatos e pesquisar preços dos guias e agencias de Santa Elena. O Rodrigo ficaria responsável pela escolha da agencia para o Monte Roraima, enquanto que eu pesquisaria a melhor opção para fazer Salto Angel.
Depois de muitas trocas de e-mails, decidimos fazer o trekking até o Lago Gladys e a Proa e com isso seriam 8 dias no Monte Roraima, isto é, a trip completa pelo Monte.
Agencia: Para essa escolha, o Rodrigo entrou em contato com vários guias, através do Facebook ou de e-mails. E depois de muitas pesquisas, fechamos com o guia independente Marco Mcalexis William Peña, que era bem recomendado em muitos outros relatos, tanto pelo preço, quanto pelo bom serviço prestado. Ele só pediu que depositássemos metade do valor em uma conta corrente de uma agencia de Boa Vista alguns meses antes.
De acordo com as mensagens que o Rodrigo trocou com Marco Mcalexis, o valor incluía guia, transporte e alimentação; nós tínhamos que levar as mochilas cargueiras com todo o material: barracas, sacos de dormir, isolantes, etc, mas o valor estava baixo demais em relação a outras agencias - alguma coisa estava errada.
E por sorte descobrimos o erro alguns dias antes, a tempo de ainda consertar as coisas. Uma das que estavam no grupo viajou alguns dias antes para Santa Elena de Uairén e lá na cidade se encontrou com o Marco e veio a decepção.
O valor não incluía a alimentação. Era somente para o guia e o transporte. O valor do guia com transporte e alimentação era de $850 reais/pessoa, mas que depois de muita insistência e trocas de e-mails, ele abaixou para $650 reais, já que era um grupo de 8 pessoas.
O valor não incluía a alimentação. Era somente para o guia e o transporte. O valor do guia com transporte e alimentação era de $850 reais/pessoa, mas que depois de muita insistência e trocas de e-mails, ele abaixou para $650 reais, já que era um grupo de 8 pessoas.
Porém só metade do grupo preferiu incluir a alimentação. Eu, a Márcia, Rodrigo e Rosana íamos levar nossa comida. Em parte porque eu já tinha comprado alguns itens e não queria usá-la em outra caminhada - agora que retornei de lá, constatei que não tomei a melhor decisão. O valor a mais, por causa da comida, é muito pouco e o peso da mochila, sem a comida, faz uma grande diferença.
Para Salto Angel, colocarei os detalhes da contratação da agencia no outro relato. Aqui só vou me ater ao Monte Roraima.
Documentos: Uma das dúvidas que surgiram era levar passaporte ou RG. Dos inúmeros relatos que lemos, alguns comentam das tentativas de extorsão e revistas constrangedoras por parte da Guarda Nacional Bolivariana, que atua na Rodovia entre Santa Elena de Uairén e Ciudad Bolívar, cidade essa onde se localizam as principais agencias para Salto Angel.
Para o Monte Roraima, somente o RG é necessário. Em bom estado e ideal com no máximo 5 anos de uso, mas quem foi lá ao longo de 2023 e 2024 dizem que estão solicitando passaporte.
Para Salto Angel, alguns resolveram levar passaportes, mas que foram desnecessários.
Para o Monte Roraima, somente o RG é necessário. Em bom estado e ideal com no máximo 5 anos de uso, mas quem foi lá ao longo de 2023 e 2024 dizem que estão solicitando passaporte.
Para Salto Angel, alguns resolveram levar passaportes, mas que foram desnecessários.
Outra coisa indispensável é a vacina contra a febre amarela. Ela é obrigatória para entrar na Venezuela.
Tome a vacina aqui no Brasil e peça o Certificado Internacional de Vacinação (clique aqui e veja os locais onde é possível se vacinar na cidade de São Paulo).
Tome a vacina aqui no Brasil e peça o Certificado Internacional de Vacinação (clique aqui e veja os locais onde é possível se vacinar na cidade de São Paulo).
Seguro Saúde: Essa era outra dúvida: adquirir um ou não e qual escolher? Fizemos várias cotações e encontramos preços de pouco mais de $200 ou $300 Reais pela Mondial e pela Assist-Card, entre outras seguradoras. Alguns bancos e administradoras de cartão de crédito também oferecem esse serviço - se informe.
Dinheiro: Para quem pretende somente subir o Monte Roraima leve somente reais e troque um pouco na fronteira, apesar de que em vários estabelecimentos aceitam a nossa moeda.
Talvez até o guia só aceite o pagamento em reais.
Se quiser trocar, é fácil encontrar cambistas próximos da Padaria Gran Sabana, em Santa Elena de Uairen. É bem seguro, pode confiar.
Talvez até o guia só aceite o pagamento em reais.
Se quiser trocar, é fácil encontrar cambistas próximos da Padaria Gran Sabana, em Santa Elena de Uairen. É bem seguro, pode confiar.
Para o Monte Roraima não leve dólares, já que a cotação é muito desfavorável e o comércio em geral só aceita bolívares ou reais.
Cartão de crédito é pior ainda.
Cartão de crédito é pior ainda.
Equipamentos: Na minha opinião são os básicos de toda caminhada: uma boa mochila cargueira, saco de dormir, isolante, barraca, lanterna e uma bota de boa qualidade, que não seja nova. As roupas, não vi necessidade de se gastar muito. Só levei 2 jaquetas de fleece e uma jaqueta de nylon, porque lá chove muito. De resto são equipamentos e roupas normais que eu levaria em qualquer trilha aqui no Brasil.
Abaixo eu fiz uma relação da minha lista e o que recomendo levar nessa trip, mas ressaltando que alguns itens dessa lista são também para Salto Angel.
• RG original recente ou passaporte – não são aceitos RG autenticado ou a CNH;
• Certificado Internacional de Vacinação da Febre Amarela;
• 1 Mochila de no mínimo 60 litros;
• 1 Mochila de ataque;
• Barraca que tenha uma boa impermeabilização;
• Isolante térmico ou inflável de piscina;
• Saco de dormir;
• 1 Bota de trekking;
• 1 Papete;
• 1 Chinelo;
• Camisetas;
• Calças de trekking;
• Bermudas/sunga;
• Meias de trekking/roupas íntimas;
• Blusa de fleece;
• Jaqueta ou blusa impermeável;
• Calça e camisa para dormir;
• Cantil ou garrafa plástica;
• Lanterna de cabeça (headlamp) com pilhas reservas;
• Protetor solar e labial;
• Repelente;
• Capa de chuva;
• Chapéu ou boné (com aba larga);
• Toalha;
• Luvas;
• Lápis/caneta/caderno de anotações;
• Máquina fotográfica com cartões e baterias extras;
• Sacos plásticos resistentes para embalar as roupas;
• Frutas secas, chocolates, barras de cereais para ir comendo ao longo da caminhada;
• Pochete;
• Corda fina para fazer varal;
• Fita silver tape;
• Itens de higiene pessoal: escova/pasta dente, sabonete biodegradável, desodorante, lamina de barbear, lenços umedecidos;
• Remédios: Esparadrapo e kit com agulha e linha, Dorflex, Paracetamol, Salompas ou Gelol ou similar, Manteiga de cacau, Remédios para dor de cabeça, febre e resfriados, Remédios para azia e enjoos, Compressas gaze, Band Aid, Merthiolate, Nebacetin, Água oxigenada, tesoura e vaselina.
Relato
06/Jan - Chegando na Venezuela
Márcia, Rodrigo, eu, Daniel e Renan no Aeroporto de Guarulhos |
Na noite do dia 05/Janeiro, com muita ansiedade, seguimos com nossas mochilas para o Aeroporto de Guarulhos para encontrar o restante da trupe.
Depois de uma pequena confusão para lacrar nossas mochilas, encontramos o pessoal junto do check-in da TAM. O voo em direção a Boa Vista era as 23:00 hrs e saiu no horário, com avião praticamente lotado.
Depois de uma pequena confusão para lacrar nossas mochilas, encontramos o pessoal junto do check-in da TAM. O voo em direção a Boa Vista era as 23:00 hrs e saiu no horário, com avião praticamente lotado.
A viagem ocorreu sem problemas e durante o voo deu até para cochilar por algumas horas.
Depois de uma parada rápida em Manaus, por volta das 01:00 hr (horário local), fomos chegar em Boa Vista pouco depois das 03:00 hrs.
Aqui o fuso horário é de 2 horas a menos que São Paulo, devido ao horário de verão e com isso o tempo de viagem chegou a cerca de 5h15min.
Depois de uma parada rápida em Manaus, por volta das 01:00 hr (horário local), fomos chegar em Boa Vista pouco depois das 03:00 hrs.
Embarcando no táxi de Boa Vista em direção à fronteira |
Na saída do Aeroporto, pegamos um táxi em direção ao Terminal Caimbé e ao chegarmos lá o encontramos totalmente deserto e escuro. Alguns minutos depois chegaram duas garotas vindo do Aeroporto e logo pegaram outro táxi em direção a Pacaraima, na divisa com a Venezuela. Como nosso grupo era de 7 pessoas, não ia ser fácil colocar todos no mesmo táxi.
E já contávamos em dividir o pessoal, mas não demorou muito e veio uma Zafira que conseguiu acomodar todos os 7, apesar de que um pouco apertado e com quase todas as mochilas em cima do bagageiro.
Atualmente (ano 2023) o valor cobrado fica entre $50 a $100/pessoa.
O táxi foi sair pouco depois das 04:00 hrs ainda no escuro e no percurso até Pacaraima deu para cochilar um pouco também, só acordando com as freadas do táxi para evitar atropelar uma ou outra raposa.
Lindo foi presenciar os primeiros raios do Sol naquela imensa savana a perder de vista, com alguns trechos de floresta.
A Rodovia é relativamente boa, passando por pequenas aldeias indígenas e depois de umas 2 horas de táxi, as 06h15min chegamos a Pacaraima, indo direto para a Aduana Brasileira, que estava fechada e com uma fila de umas 10 pessoas, que foi aumentando aos poucos.
E já contávamos em dividir o pessoal, mas não demorou muito e veio uma Zafira que conseguiu acomodar todos os 7, apesar de que um pouco apertado e com quase todas as mochilas em cima do bagageiro.
Atualmente (ano 2023) o valor cobrado fica entre $50 a $100/pessoa.
Carimbando os passaportes na Aduana brasileira |
Lindo foi presenciar os primeiros raios do Sol naquela imensa savana a perder de vista, com alguns trechos de floresta.
A Rodovia é relativamente boa, passando por pequenas aldeias indígenas e depois de umas 2 horas de táxi, as 06h15min chegamos a Pacaraima, indo direto para a Aduana Brasileira, que estava fechada e com uma fila de umas 10 pessoas, que foi aumentando aos poucos.
E antes das 08:00 hrs, o pessoal da Policia Federal começou a chamar os que estavam na fila para registrar a saída do Brasil, que foi rápido.
E as 08h10min já estávamos atravessando a fronteira.
E as 08h10min já estávamos atravessando a fronteira.
Divisa Brasil-Venezuela |
Mais alguns minutos de caminhada e chegamos na Aduana Venezuelana, que fica em uma tenda.
Aqui ficamos embaixo de Sol escaldante por quase 2 horas esperando que registrassem nossa entrada no país. Depois da parte burocrática e trocarmos mais reais por bolívares, pegamos um táxi extremamente barato e seguimos para Santa Elena de Uairén, onde chegamos uns 20 minutos depois na Pousada Michele (que fechou atualmente) as 11:00 hrs.
Enquanto ficamos em um quarto coletivo para todos os homens, as mulheres ficaram na Pousada Backpakers, que fica na mesma rua, a uns 50 metros e depois de arrumar as coisas fomos caminhar pela cidade e dar notícias a nossos parentes, fazendo ligações internacionais muito baratas em uma Lan House, próxima da Pousada.
Esq-Dir: Ronaldo, eu, Márcia, Renan, guia Marco, Rodrigo, Rosana,Bruna e Daniel |
O guia Marco Mcalexis ainda passou pela Pousada para receber o restante do pagamento da trip do Roraima e demos a ele também o dinheiro para que comprasse as passagens de ônibus para Ciudad Bolívar (cidade base para Salto Angel) para a noite do dia 14, quando estivéssemos voltando do topo do Roraima.
O jantar foi marcado em uma pizzaria sugerida por ele, onde íamos acertar os últimos detalhes da nossa caminhada pelo Monte Roraima e tirar a todas as dúvidas. Sinceramente a pizza até que não era ruim; o problema era a demora para ela chegar na nossa mesa, por isso, antes das 20h30min já estávamos voltando para a Pousada, marcando de todos se encontrar por volta das 06h30min para tomar um café da manhã na Padaria Gran Sabana.
O jantar foi marcado em uma pizzaria sugerida por ele, onde íamos acertar os últimos detalhes da nossa caminhada pelo Monte Roraima e tirar a todas as dúvidas. Sinceramente a pizza até que não era ruim; o problema era a demora para ela chegar na nossa mesa, por isso, antes das 20h30min já estávamos voltando para a Pousada, marcando de todos se encontrar por volta das 06h30min para tomar um café da manhã na Padaria Gran Sabana.
1° dia – 07/Jan: Santa Elena de Uairén até entrada do Parque e Acampamento Rio Tek
Todo o grupo embarcando no jipe em direção ao Monte Roraima com o Guia Marco do lado direito |
E por volta das 07h30min, o Marco chegou e logo em seguida o nosso transporte, que se não me engano era uma Toyota 4x4, onde deu para caber somente 8 pessoas com as mochilas no bagageiro do teto.
As 08h30min saímos da Pousada em direção a Paraitepuy, onde fica a portaria do Parque Nacional pelo lado da Venezuela.
Seguindo por uma Rodovia em bom estado e com pouco menos de 1 hora fizemos uma pequena parada na comunidade indígena de San Francisco de Yuruani e daqui em diante saímos da Rodovia e seguimos por uma estrada de terra, onde um veiculo que não seja 4x4 é difícil passar. Chegamos a Paraitepuy às 10h15min e aqui encontramos o nosso guia principal que nos levaria ao topo do Roraima: Bennetton Gomez, que é irmão do Marco.
Ele é um índio da etnia Arekuna e estava com mais 12 carregadores ao todo, entre eles o filho do Marco e o filho do Bennetton.
Paraitepuy é uma comunidade indígena, situada a 1300 metros de altitude e onde alguns indígenas trabalham como carregadores para agencias de turismo, que levam ao topo do Monte Roraima.
Portaria do Parque Nacional com Montes Kukenan e Roraima ao fundo |
Ele é um índio da etnia Arekuna e estava com mais 12 carregadores ao todo, entre eles o filho do Marco e o filho do Bennetton.
Paraitepuy é uma comunidade indígena, situada a 1300 metros de altitude e onde alguns indígenas trabalham como carregadores para agencias de turismo, que levam ao topo do Monte Roraima.
A infraestrutura do lugar é um pouco precária, tendo algumas pequenas casas e a portaria do Parque Nacional, onde registramos nossa entrada e pagamos a taxa.
Daqui se tem uma linda vista do Monte Kukenan e o Monte Roraima, vistos lado a lado. São visões de encher os olhos e parecem estar tão próximos de nós, mas até o topo do Roraima ainda são 3 dias de caminhada.
Início da caminhada |
Marco veio se despedir da gente (parece que agora ele só fica administrando sua agencia – outros guias é que fazem o serviço pesado) e depois de aguardar os carregadores arrumarem as mochilas com as comidas, partimos rumo ao Acampamento do Rio Tek as 11h30min. Esse primeiro dia de caminhada é tranquilo e com um total de pouco menos de 13 Km, sendo boa parte da trilha no plano, só tendo algumas pequenas subidas e descidas de morros, ao cruzar riachos.
Depois de poucos minutos de caminhada já temos uma forte descida, cruzando com 2 riachos onde pegamos água, já que o Sol estava castigando muito.
Com trilha que parece uma pequena estrada, sem bifurcações e quase que totalmente sem sombras, a vegetação é rasteira e se assemelha muito ao nosso cerrado, mas lá é chamado de savana, tendo alguns trechos de mata ciliar, por onde passam pequenos riachos, por isso é fácil encontrar uma ou outra área queimada e quando não feito pelos indígenas, foi por descuido de algum mochileiro.
Depois de poucos minutos de caminhada já temos uma forte descida, cruzando com 2 riachos onde pegamos água, já que o Sol estava castigando muito.
Ronaldo e Márcia pela trilha |
O Sol, de vez em quando era coberto por imensas nuvens de chuvas, mas que serviram apenas para amenizar um pouco do calor, que era desgastante demais. Nesse trecho cada um foi no seu ritmo e alguns caminharam um pouco mais rápidos, mas para mim, que estava carregando cerca de 21 Kg na mochila cargueira segui em um ritmo um pouco mais lento, acompanhando a Márcia.
Depois de muitas selfies e clics pelo caminho, pegamos um longo trecho no plano, que parecia interminável, mas ao iniciar a descida de um vale avistamos nosso Acampamento no fundo dele, ao lado do Rio Tek, onde chegamos as 15h30min.
O lugar é de chão batido e com algumas casinhas rusticas, onde são preparadas as refeições.
Existe também um pequeno barzinho, administrado por uma família que mora aqui e vende algumas porções de frango e cerveja. O Renan, Daniel e o Ronaldo se esbaldaram na loira gelada, já que era muito barata.
Logo que chegamos, já estava sendo preparando o almoço para aqueles que incluíram toda a alimentação no pacote. A altitude aqui é de pouco mais de 1100 metros e o banho é de água gelada no Rio Tek.
O problema não era tanto a água gelada, mas sim um tipo de borrachudo conhecido na Venezuela como puri-puri. Para quem já visitou Ilhabela, em São Paulo, pode-se dizer que o puri-puri é o mesmo borrachudo da ilha, só muda o nome. Quanto a fazer as necessidades fisiológicas, próximo ao Acampamento foi montado um tipo de banheiro provisório.
Se assemelha aquelas pequenas tendas de circo, garantindo um certo tipo de privacidade. Algumas pessoas preferiram fazer as necessidades no meio da vegetação e depois enterrá-las, escondido dos olhares do pessoal do Acampamento. O problema era encontrar lugares onde desse para caminhar sem pisar em cocô ou em papel higiênico. A água para consumo poderia pegar do próprio Rio Tek, um pouco mais acima de onde a trilha cruza o rio.
Chegando no Acampamento Rio Tek |
O lugar é de chão batido e com algumas casinhas rusticas, onde são preparadas as refeições.
Existe também um pequeno barzinho, administrado por uma família que mora aqui e vende algumas porções de frango e cerveja. O Renan, Daniel e o Ronaldo se esbaldaram na loira gelada, já que era muito barata.
Logo que chegamos, já estava sendo preparando o almoço para aqueles que incluíram toda a alimentação no pacote. A altitude aqui é de pouco mais de 1100 metros e o banho é de água gelada no Rio Tek.
Barracas no Acampamento Rio Tek |
Se assemelha aquelas pequenas tendas de circo, garantindo um certo tipo de privacidade. Algumas pessoas preferiram fazer as necessidades no meio da vegetação e depois enterrá-las, escondido dos olhares do pessoal do Acampamento. O problema era encontrar lugares onde desse para caminhar sem pisar em cocô ou em papel higiênico. A água para consumo poderia pegar do próprio Rio Tek, um pouco mais acima de onde a trilha cruza o rio.
Nesse dia o Daniel começou a ter dores nos joelhos e até achou que não conseguiria levar a mochila dali em diante, mas conseguiu contratar um carregador que levasse sua cargueira, restando a ele levar somente a mochila de ataque. Depois disso virou o The Flash; ele não caminhava, ele corria na trilha. Durante o final da tarde o acampamento se encheu mais ainda de barracas de grupos que iam para o Monte Roraima, mas a imensa maioria era de grupos que voltavam do topo.
Eu contei 93 barracas naquela noite. O jantar meu e da Márcia foi bem completo, com salame, um pouco de linguiça, macarrão e comida liofilizada com suco, usando o fogareiro que o Bennetton usava para fazer a comida do restante do grupo. Depois de todos jantarem, nos reunimos para jogar conversa fora e em seguida cada um foi para sua barraca, já que o dia seguinte prometia ser mais desgastante que esse primeiro.
Eu contei 93 barracas naquela noite. O jantar meu e da Márcia foi bem completo, com salame, um pouco de linguiça, macarrão e comida liofilizada com suco, usando o fogareiro que o Bennetton usava para fazer a comida do restante do grupo. Depois de todos jantarem, nos reunimos para jogar conversa fora e em seguida cada um foi para sua barraca, já que o dia seguinte prometia ser mais desgastante que esse primeiro.
2° dia – 08/Jan: Acampamento do Rio Tek até Acampamento Base
Cruzando o Rio Tek |
Após o café da manhã e com barracas desmontadas, agora era hora de seguirmos para o Acampamento Base e as 08h15min iniciamos a caminhada.
Primeiramente teremos de cruzar o Rio Tek por cima das pedras, mas é um pouco perigoso, já que elas são escorregadias e a água chega a bater nos joelhos.
Chegando no Rio Kukenan |
O trecho até o Acampamento Base é cerca de 9 Km com um aclive de quase 800 metros e é bem mais desgastante, já que não existe nenhuma área de sombra, a não ser quando se cruza o Rio Kukenan, onde existe um outro grande acampamento, cerca de 30 minutos depois de iniciada a caminhada.
Além desse rio, ainda passamos por mais uns 2 pontos de água potável, onde é possível encher novamente os cantis. Uma coisa que me deixou triste foi presenciar mulheres com crianças pequenas carregando mochilas trilha abaixo e a impressão que ficou para mim é que elas estavam fazendo a função de carregadoras.
Além desse rio, ainda passamos por mais uns 2 pontos de água potável, onde é possível encher novamente os cantis. Uma coisa que me deixou triste foi presenciar mulheres com crianças pequenas carregando mochilas trilha abaixo e a impressão que ficou para mim é que elas estavam fazendo a função de carregadoras.
Subindo pela trilha até o Acampamento Base |
A caminhada parecia interminável, já que ao terminarmos de subir um pequeno morro, surgia outro trecho de subida mais íngreme.
O que nos motivava era o longo paredão do Roraima, que se aproximava cada vez mais. Como o ritmo da Márcia era um pouco menor que o meu, sempre fui parando para aguardá-la, mas a cerca de 1 hora do Acampamento encontro o Bennetton descendo pela trilha perguntando dela. Digo que está vindo logo atrás e ele vai ao encontro dela para carregar sua mochila. E depois de um último trecho de subida íngreme, nós três chegamos ao Acampamento Base às 14h10min, na altitude de 1870 metros.
O lugar dispõe de algumas tendas improvisadas, que são cobertas por lonas e onde os guias usam para preparar o almoço e o jantar. Já para montar as barracas não são muitos lugares, porém tem a vantagem de ter um riacho de água potável bem no meio do lugar. A vegetação abundante também está presente e a savana ficou para trás. Eu e a Márcia montamos nossa barraca próxima da trilha e depois fomos tomar um banho em um pequeno rio de águas geladas, alguns metros à frente.
O problema era passar por uma área de lama no meio da trilha. Enquanto boa parte almoçava na tenda, nós fomos descansar dentro da barraca e logo começou a cair uma leve garoa. Os banheiros para o número 1 e 2 eram no meio da vegetação alta ou em banheiros provisórios montados pelos guias. E quando começou a anoitecer fomos preparar nosso jantar, que era linguiça com comida liofilizada, que até se revelou muito boa por sinal.
Do lado de fora da nossa barraca montamos um pequeno varal, mas não foi uma boa ideia, já que ao amanhecer do dia seguinte a Márcia constatou que tinham furtado sua blusa de fleece. É, até aqui existem larápios.
Acampamento Base |
O problema era passar por uma área de lama no meio da trilha. Enquanto boa parte almoçava na tenda, nós fomos descansar dentro da barraca e logo começou a cair uma leve garoa. Os banheiros para o número 1 e 2 eram no meio da vegetação alta ou em banheiros provisórios montados pelos guias. E quando começou a anoitecer fomos preparar nosso jantar, que era linguiça com comida liofilizada, que até se revelou muito boa por sinal.
Do lado de fora da nossa barraca montamos um pequeno varal, mas não foi uma boa ideia, já que ao amanhecer do dia seguinte a Márcia constatou que tinham furtado sua blusa de fleece. É, até aqui existem larápios.
3° dia – 09/Jan: Acampamento Base até o topo do Monte Roraima
Acampamento Base junto ao paredão do Roraima |
Eu coloquei uma capa de chuva e cobri totalmente a mochila para ver se conseguia chegar seco no topo, mas de nada adiantou.
Sem dúvida nenhuma, esse foi o pior dia da caminhada, com um aclive de pouco mais de 800 metros e cerca de 3 Km de extensão, chegando até a altitude de poucos mais de 2700 metros.
Saímos do Acampamento as 08h15min e com a savana ficando para trás, agora vamos caminhar pela rampa do Roraima que segue ao lado do paredão.
Subindo a trilha em direção ao topo |
Se o tempo estivesse bom conseguiríamos ver lindas paisagens da savana pelas aberturas na mata fechada, mas a chuva não dava trégua e com ela a neblina também tomava conta do lugar.
Algumas cachoeiras que escorrem pelo paredão vão surgindo ao lado da trilha e servem de motivo para algumas paradas de descanso.
E as 12:00 hrs, quando você pensa que o pior já passou, eis que surge o "Paso de las Lagrimas", onde a trilha passa embaixo de uma cachoeira e para piorar ainda mais, o vento vem com tudo, sendo até complicado passar por esse trecho.
Se não estivesse chovendo, a cachoeira se tornaria somente uma fina camada de água escorrendo pelo paredão, mas com a chuva e o vento, o que estava seco no corpo e na mochila aí é que molha de uma vez.
A sensação é como se estivesse passando embaixo de uma ducha de água gelada, mas não existe outra opção. Com pedras soltas, escorregadias e trecho bastante inclinado, o lugar merece o nome que tem. Uma pena que com a neblina perdemos um lindo visual de frente para o Monte Kukenan e parte da savana. Após sair encharcado da cabeça aos pés, ainda existe o último trecho por uma rampa inclinada de pouco menos de 1h30min em meio às inúmeras pedras que levam até o topo e ao chegar lá, já encontrei uns dos carregadores aguardando a Márcia que vinha logo atrás de mim.
Assim que ela chegou, seguimos dali para o nosso acampamento, que ficava a leste, seguindo a trilha por uns 500 metros, onde chegamos pouco antes das 15:00 hrs. Nesse momento a chuva já tinha cessado e até apareceu o Sol em algumas aberturas, mas a neblina ia e voltava e com isso tivemos que ficar no acampamento jogando conversa fora.
O lugar se chama “Hotel Arenal”, que é nada mais que uma pequena gruta, um refúgio esculpido nos paredões de rochas, protegida das chuvas, que servem de abrigo para algumas pequenas barracas, mas como fomos os últimos a chegar, já não era possível montar a nossa, pois o lugar é bem estreito e um pouco inclinado. Até tinha um local para montarmos nossa barraca, mas para não ficarmos apertados com as outras, preferimos montá-la debaixo de uma enorme pedra, um pouco abaixo da entrada do “Hotel”.
Outra opção também era montar a barraca em cima das pedras, ao relento, em local desabrigado ao lado da trilha, mas os ventos e a chuva me fizeram mudar de ideia, por isso ficamos embaixo da enorme pedra. O meu medo era quando eu abrisse a mochila.
Com certeza muita coisa tinha se molhado e não deu outra. Assim que eu ia tirando as coisas da mochila tive que colocar para dentro da barraca, pois uma garoa insistente poderia molhar mais ainda as coisas. Saco de dormir foi a minha primeira preocupação, já que o frio viria durante a noite e ele estava molhado na parte dos pés. As roupas, pelo menos, eu tinha colocado em pequenos sacos plásticos zip lock e estavam sequinhas. Até o dinheiro (bolívares e dólares para pagar a agencia do Salto Angel) e o passaporte se molharam um pouco, mesmo estando dentro de uma carteira e na pochete.
O que ajudou foi saber que pelo menos o saco de dormir da Márcia estava totalmente seco. Quem não deu muita sorte também foram o Renan e o Ronaldo, que tiveram seus respectivos sacos de dormir totalmente molhados. O Ronaldo foi o pior: quando se espremia o saco de dormir, a água escorria. Nessa hora o Bennetton ao ver a cena, diz: Ai, ai, ai e o Rodrigo complementou: "Ai que burro, dá zero pra ele" - e todo mundo caiu na risada, menos o Bennetton que não entendeu nada. Depois o Rodrigo explicou a ele o que significa a expressão, que ficou muita famosa com o Chaves.
Quando começou a anoitecer, a Márcia foi preparar nosso jantar, enquanto eu tentava de alguma forma secar algumas coisas dentro da barraca. Além de várias coisas molhadas na mochila, também tive um pequeno prejuízo quando fui pegar água para preparar o jantar. Sem perceber enfiei o meu pé até as canelas em um lamaçal e com isso a tira do meu chinelo se rompeu. Perdeu playboy. Paciência, ainda tinha a bota, mas estava totalmente encharcada.
Tive que usar a papete da Márcia.
Algumas cachoeiras que escorrem pelo paredão vão surgindo ao lado da trilha e servem de motivo para algumas paradas de descanso.
E as 12:00 hrs, quando você pensa que o pior já passou, eis que surge o "Paso de las Lagrimas", onde a trilha passa embaixo de uma cachoeira e para piorar ainda mais, o vento vem com tudo, sendo até complicado passar por esse trecho.
Trecho final |
A sensação é como se estivesse passando embaixo de uma ducha de água gelada, mas não existe outra opção. Com pedras soltas, escorregadias e trecho bastante inclinado, o lugar merece o nome que tem. Uma pena que com a neblina perdemos um lindo visual de frente para o Monte Kukenan e parte da savana. Após sair encharcado da cabeça aos pés, ainda existe o último trecho por uma rampa inclinada de pouco menos de 1h30min em meio às inúmeras pedras que levam até o topo e ao chegar lá, já encontrei uns dos carregadores aguardando a Márcia que vinha logo atrás de mim.
Acampamento Arenal |
O lugar se chama “Hotel Arenal”, que é nada mais que uma pequena gruta, um refúgio esculpido nos paredões de rochas, protegida das chuvas, que servem de abrigo para algumas pequenas barracas, mas como fomos os últimos a chegar, já não era possível montar a nossa, pois o lugar é bem estreito e um pouco inclinado. Até tinha um local para montarmos nossa barraca, mas para não ficarmos apertados com as outras, preferimos montá-la debaixo de uma enorme pedra, um pouco abaixo da entrada do “Hotel”.
Vista do Acampamento Arenal em direção ao paredão |
Com certeza muita coisa tinha se molhado e não deu outra. Assim que eu ia tirando as coisas da mochila tive que colocar para dentro da barraca, pois uma garoa insistente poderia molhar mais ainda as coisas. Saco de dormir foi a minha primeira preocupação, já que o frio viria durante a noite e ele estava molhado na parte dos pés. As roupas, pelo menos, eu tinha colocado em pequenos sacos plásticos zip lock e estavam sequinhas. Até o dinheiro (bolívares e dólares para pagar a agencia do Salto Angel) e o passaporte se molharam um pouco, mesmo estando dentro de uma carteira e na pochete.
No Acampamento Arenal |
Quando começou a anoitecer, a Márcia foi preparar nosso jantar, enquanto eu tentava de alguma forma secar algumas coisas dentro da barraca. Além de várias coisas molhadas na mochila, também tive um pequeno prejuízo quando fui pegar água para preparar o jantar. Sem perceber enfiei o meu pé até as canelas em um lamaçal e com isso a tira do meu chinelo se rompeu. Perdeu playboy. Paciência, ainda tinha a bota, mas estava totalmente encharcada.
Tive que usar a papete da Márcia.
Depois do jantar e saciados, fomos dormir com temperaturas muito baixas.
Com boa parte das roupas e blusas secas, tive que vestir várias camadas para não passar frio.
Com boa parte das roupas e blusas secas, tive que vestir várias camadas para não passar frio.
4° dia – 10/Jan: Do Hotel Arenal até o Hotel Coati
O grupo pronto para caminhada em direção ao Coati |
O percurso até lá é de + - 11 Km, passando por muitos trechos acidentados e cruzando pequenos vales, ora subindo e descendo pedras, ora desviando de inúmeras fendas e labirintos.
Com muita neblina e o tempo chuvoso não pudemos observar totalmente a linda paisagem desse trecho.
De vez em quando a neblina se abria e dessa forma podíamos contemplar as inúmeras figuras de animais e objetos que foram esculpidas nas rochas ao longo de milhões e milhões de anos, ou até bilhões, já que o lugar tem quase 2 bilhões de anos.
Eram cachorro, gorila, galinha, rinoceronte, elefante, porco, jacaré, naves espaciais, carros de Formula 1, algumas aves e o que a imaginação permitisse - a famosa tartaruga voadora é encontrada logo que se chega no topo do Roraima, a poucos minutos antes do Hotel Arenal. A todo momento a paisagem se alterava e parecia que estávamos caminhando em algum lugar mágico, um autentico Parque Jurássico.
A cada lado que se olhava, se encontra uma rocha moldada pelo tempo e sempre com a neblina como acompanhante, dando aquele aspecto surreal ao lugar, diferente de tudo o que eu conhecia até então.
Como podia enormes rochas retorcidas sendo apoiadas apenas por pequenas pedras, que pareciam ser muito frágeis? A flora também é de se admirar, bem diferente da encontrada na savana: plantas carnívoras, orquídeas e bromélias que são endêmicas, isto é, só podem ser encontradas ali no topo.
Uma planta muito comum e endêmica do Roraima é a Stegolepis Guianensis, que é da família das bromélias. O interessante é que o miolo dela é comestível e tem um fraco sabor de pepino e eu até gostei - em uma emergência, quem não tiver nenhuma comida, essa é uma boa opção. Já a água; essa era abundante e foram vários pequenos riachos e cachoeiras que encontrávamos pelo caminho.
Com muita neblina e o tempo chuvoso não pudemos observar totalmente a linda paisagem desse trecho.
De vez em quando a neblina se abria e dessa forma podíamos contemplar as inúmeras figuras de animais e objetos que foram esculpidas nas rochas ao longo de milhões e milhões de anos, ou até bilhões, já que o lugar tem quase 2 bilhões de anos.
Trecho das esculturas de animais |
A cada lado que se olhava, se encontra uma rocha moldada pelo tempo e sempre com a neblina como acompanhante, dando aquele aspecto surreal ao lugar, diferente de tudo o que eu conhecia até então.
Como podia enormes rochas retorcidas sendo apoiadas apenas por pequenas pedras, que pareciam ser muito frágeis? A flora também é de se admirar, bem diferente da encontrada na savana: plantas carnívoras, orquídeas e bromélias que são endêmicas, isto é, só podem ser encontradas ali no topo.
Ronaldo, Márcia e eu grávido no marco da Tríplice Fronteira |
Neste trecho resolvi colocar o meu saco de dormir molhado do lado de fora, amarrando ele na mochila cargueira para ver se conseguiria chegar no Hotel Coati com ele seco, mas a natureza não ajudava. O Sol até surgia por alguns momentos, mas de vez em quando a neblina e uma fina garoa teimavam em aparecer e com isso resolvi colocar junto da minha barriga, preso embaixo das roupas, mas ficou parecendo que eu estava gravido, mas era por uma boa causa.
Tempo se abrindo no marco da Tríplice Fronteira |
Animais pela trilha |
Dali em diante estávamos entrando no Brasil e a trilha apresentava setas pintadas em vermelho para orientação, mas que são desnecessárias.
O percurso até o acampamento eram trechos de labirintos, escalaminhada e charcos até chegar ao Hotel Coati às 14h10min. O que é interessante notar é a presença maior da flora nesse trecho brasileiro, com vegetação mais rica e até algumas pequenas árvores, que são endêmicas da região.
Barracas e varais no Acampamento Coati |
Na verdade era uma autentica caverna, sem comparação com os abrigos que existem do lado venezuelano.
E a boa noticia é que o lugar estava vazio e que ficaríamos aqui por 2 noites, então tínhamos grandes espaços para escolher onde montar a barraca.
A primeira coisa a fazer era colocar um varal para secar todas as coisas molhadas e que não eram poucas.
Até a mochila cargueira deu para prender nas paredes e deixá-la secando.
A primeira coisa a fazer era colocar um varal para secar todas as coisas molhadas e que não eram poucas.
Jardim de inverno no Acampamento Coati |
Se o tempo ajudasse, o guia nos levaria até o paredão com vista para o Monte Roraiminha e toda a floresta do lado brasileiro e a caminhada até lá era rápida, cerca de 15 minutos, mas a neblina não ajudou e por isso ficamos em cima de uma enorme pedra do lado de fora do acampamento jogando conversa fora.
Só dois fatos a lamentar: o primeiro foi o Renan ter torcido o tornozelo nesse trecho e na volta teve que contratar um carregador para levar sua mochila cargueira até o Acampamento Tek, por isso é preciso o máximo de cuidado para que uma lesão não atrapalhe meses e meses de planejamento.
O outro foi a Márcia ter esquecido boa parte de nossa comida no Hotel Arenal e o pior era justamente as carnes (linguiças, atuns, salames e comida liofilizada).
E aí pensei: fud....e agora, o que faremos? O que nos salvou foi o Rodrigo, que cedeu uma parte da sua comida. Não sei se foi sorte ou azar, mas nesse dia o Bennetton (que era o guia principal da expedição) não veio com a gente, devido a sua religião (Adventista do Sétimo dia) não permitir que se trabalhe no Sábado e com isso ele só viria até o acampamento no dia seguinte pela manhã. E aí, eu fiquei me perguntando como pode um índio (etnia Arekuna) ser Adventista e a explicação dele foi bem interessante e longa.
Mas resumindo, ele disse que foi a catequização de várias aldeias indígenas que ocorreram no final do século XIX (por volta de 1880) por um norte americano que chegou na região vindo da Guiana pela floresta amazônica. E como ele não tinha vindo com a gente naquele dia, quem nos guiou no trecho Arenal-Coati foi o Davi, que era o segundo guia.
O outro foi a Márcia ter esquecido boa parte de nossa comida no Hotel Arenal e o pior era justamente as carnes (linguiças, atuns, salames e comida liofilizada).
Todos reunidos em uma selfie |
Mas resumindo, ele disse que foi a catequização de várias aldeias indígenas que ocorreram no final do século XIX (por volta de 1880) por um norte americano que chegou na região vindo da Guiana pela floresta amazônica. E como ele não tinha vindo com a gente naquele dia, quem nos guiou no trecho Arenal-Coati foi o Davi, que era o segundo guia.
Quando Bennetton chegou no Domingo pela manhã e explicou que parte de nossa comida tinha ficado no acampamento Arenal e quando nos disse que poderíamos almoçar e jantar com ele, ficamos mais tranquilos.
Sem muita coisa para fazer naquele final de tarde de Sábado, depois de um banho completo em um pequeno lago, próximo do acampamento, o grupo ficou durante a noite tentando ver estrelas cadentes. Logo em seguida alguns foram dormir com temperatura agradável e outros ficaram tomando choconhaque dentro do acampamento.
5° dia – 11/Jan: Hotel Coati, Mirantes, Lago Gladys e a quase Proa
Junto do paredão com vista para o Monte Roraiminha |
Sem o peso das cargueiras, o dia seria só para apreciar as belezas do lugar. Logo após o café da manhã seguimos com o guia Davi, para leste em direção ao paredão para apreciar a vista do Monte Roraiminha e a floresta amazônica pelo lado brasileiro.
Lá fomos recebidos por uma neblina que não deixava ver nada abaixo do topo.
Os ventos sopravam a todo o momento e de vez em quando a paisagem se abria, permitindo visualizar o Roraiminha e toda a selva a perder de vista. Depois de uns 30 minutos e vários clics em cima de uma enorme rocha, com direito a um corte na perna do Rodrigo que não foi grave, era hora de seguirmos para o Lago Gladys.
Passamos ao lado do Coati e aqui o Bennetton se juntou a nós e de lá seguimos direto para o Lago as 09h30min. Caminharmos só alguns minutos e já estávamos saindo do Brasil e entrando em território da Guiana. O percurso é bem mais tranquilo, com um longo trecho no plano e algumas pequenas áreas alagadas para depois passar por uma área de charco, que mais parecia um pântano, tomado pela neblina. Aqui a flora é bem rica, já que o solo é mais arenoso e muito úmido, destacando as plantas carnívoras, vegetação de arbustos e inúmeros tipos de bromélias, sendo a mais comum a Stegolepis Guianensis, que é a comestível. Mais alguns minutos e seguimos ao lado de um rio, onde há muitos anos atrás existia um garimpo de diamantes. Hoje só é possível encontrar alguns cristais de quartzo e vários poções.
Nesse trecho, se a neblina não estivesse cobrindo o lugar, poderíamos apreciar o lindo vale das Bonnetias, que é um tipo de vegetação arbustiva de cerca de 2 metros de altura e coloração vermelha, que é endêmica do Roraima.
O nome cientifico é Bonnetia Roraimae.
Guia Bennetton dando explicações na trilha |
Lago Gladys encoberto |
O nome cientifico é Bonnetia Roraimae.
Depois de sair desse vale, seguimos em direção ao paredão, passando ao lado de alguns mirantes com linda vistas da imensa floresta amazônica pelo lado da Guiana. O problema era a neblina que ia a e voltava, mas deu para observar uma grande cachoeira que caía rente ao paredão.
Voltamos para a trilha e daqui em diante o trecho era em cima de extenso piso rochoso até chegarmos ao famoso Lago Gladys, pouco antes das 11h30min.
Demorou ainda certo tempo para a neblina permitir a visualização de todo o lago, já que ela teimava em cobrir toda aquela região. Na verdade desde que saímos do Coati, ela foi nossa companheira o tempo todo. E quando o visual se abriu, pudemos comprovar a magia do lugar. É espetacular um lago daquele tamanho. Deve ter uns 100 metros de comprimento por uns 50 metros de largura e o mais interessante é que ele se formou em uma depressão com altura de uns 10 metros. A impressão é que houve um desabamento no local e com isso a água foi se acumulando nele, vindo a formar o lago.
Na borda é possível ver imensos blocos de rochas soltos e ficamos só observando sentados ali e não economizamos nos clics. E próximo dali é possível ver antigos restos de um helicóptero da Rede Globo que caiu em 1998, com a equipe de gravação do programa Globo Ecologia e infelizmente uma pessoa veio a falecer nesse acidente.
Na verdade a parte principal do helicóptero já tinha sido removida; o que ficou eram somente pequenas peças.
Lago Gladys sem neblina |
Na borda é possível ver imensos blocos de rochas soltos e ficamos só observando sentados ali e não economizamos nos clics. E próximo dali é possível ver antigos restos de um helicóptero da Rede Globo que caiu em 1998, com a equipe de gravação do programa Globo Ecologia e infelizmente uma pessoa veio a falecer nesse acidente.
Tentando chegar na Proa |
Agora o que nos faltava era chegar na Proa e quando o tempo melhorou de vez, o Bennetton avisou que iria para lá checar se havia uma corda presa nas pedras para que se descesse de rapel até o fundo de uma enorme fenda e de lá continuaria a caminhada até próximo da proa, onde novamente subiria por corda, mas poucos se candidataram a ir junto.
Só estavam: eu, Rosana, Rodrigo e a Bruna. O resto da galera talvez preferiu ficar na borda do Lago Gladys, aguardando boas notícias, mas infelizmente não foi isso que aconteceu. Segundo o Bennetton é necessário ter cordas e equipamentos para descer até o fundo de uma fenda, que separa a região da proa do lugar onde estávamos.
Só estavam: eu, Rosana, Rodrigo e a Bruna. O resto da galera talvez preferiu ficar na borda do Lago Gladys, aguardando boas notícias, mas infelizmente não foi isso que aconteceu. Segundo o Bennetton é necessário ter cordas e equipamentos para descer até o fundo de uma fenda, que separa a região da proa do lugar onde estávamos.
Trecho de descida para o fundo de uma fenda |
Tirei uma foto de um local que estava bem demarcado na descida até o fundo da fenda, mas sem a corda eu não achei seguro para todos passarem. Talvez até desse para passar uma ou outra pessoa mais experiente, mas nessa hora não é bom arriscar.
Ponta da Proa logo ali |
Vale das Bonnetias |
Depois de vários clics, retornamos ao Lago e o restante do pessoal já tinha sido orientado pelo Bennetton, via radio, a irem embora e só fomos encontrá-los no Vale das Bonnetias, junto do rio de “diamantes” às 13h45min e lá já estava sendo servido o almoço, tendo como prato principal uma massa, que estava deliciosa. Pelo menos dessa vez o local estava com tempo totalmente aberto e com isso pudemos apreciar o lindo vale tomado pelas Bonnetias com suas folhas vermelhas.
Depois de uns 30 minutos, iniciamos o retorno pelo mesmo caminho até o Coati e dessa vez sem a neblina, dando para apreciar toda a beleza do lugar, que é sem igual.
A cada lado que se olhava, surgiam labirintos e esculturas nas rochas. O que me chamou bastante a atenção foi um trecho onde fomos pulando colunas de pedras, com pouco mais de 1 metro de altura – fiquei pensando como a Natureza conseguiu fazer aquilo.
A água e os ventos tiveram muito trabalho para esculpir aquelas colunas. Com certeza alguns milhões de anos.
A água e os ventos tiveram muito trabalho para esculpir aquelas colunas. Com certeza alguns milhões de anos.
Pulando pedras |
Outro ponto a destacar também foi uma enorme rocha de arenito partida ao meio e 1 par de asas esculpido em imensas pedras, que dependendo de onde olhava, se assemelhava a uma galinha.
Um par de asas ou uma galinha? |
Chegamos ao acampamento às 15h30min e novamente continuava vazio - melhor para nós. Logo em seguida fomos tomar um banho no pequeno lago próximo e depois ficamos esperando o tempo passar em cima de uma enorme pedra, junto da entrada. Quando anoiteceu fomos jantar e depois cada um foi dormir na sua barraca e novamente com temperatura agradável. Demos muita sorte por esses 2 dias no Coati serem de tempo aberto e sem nenhuma chance de chuva. Pena que no dia seguinte estaríamos voltando para o lado venezuelano.
6° dia – 12/Jan: Hotel Coati, Vale dos Cristais, El Fosso e retorno até Hotel Sucre
Entrada do Acampamento Coati |
Depois de uns 30 minutos chegamos ao marco da tríplice fronteira e aqui deixamos nossas mochilas e seguimos em direção ao Vale dos Cristais.
O vale é outro cenário mágico do Roraima e os cristais de quartzo branco parecem brotar do solo e emergem em todo o vale.
É imensa a concentração deles, sob a forma de pequenos cristais ou em blocos grandes. Foi uma festa e não economizamos nos clics. Um pequeno riacho segue pelo meio do vale e ali também eles estão aos montes. Com o Sol ajudando dava até para visualizar o final do vale que terminava no paredão. A tentação de pegar alguns cristais e colocar na mochila era grande, mas você imagina se cada um que visita o lugar tem essa mesma atitude?
Daqui a algumas dezenas de anos nem haverá mais o vale, então por isso é terminantemente proibido retirar os cristais do lugar. Se o pessoal da fiscalização pegar é multa pesada, tanto para o infrator, quanto para o guia da agencia.
Depois de uns 30 minutos só apreciando o vale, retornamos para pegar nossas mochilas e seguir pela trilha em direção ao mesmo Hotel do primeiro dia no topo.
Vale dos Cristais |
Daqui a algumas dezenas de anos nem haverá mais o vale, então por isso é terminantemente proibido retirar os cristais do lugar. Se o pessoal da fiscalização pegar é multa pesada, tanto para o infrator, quanto para o guia da agencia.
Depois de uns 30 minutos só apreciando o vale, retornamos para pegar nossas mochilas e seguir pela trilha em direção ao mesmo Hotel do primeiro dia no topo.
El Fosso |
O local é um poço vertical de uns 15 metros de diâmetro aberto na superfície, que provavelmente era uma caverna e cujo teto desabou. Tem uma altura aproximada de uns 10 metros e no fundo se formou um pequeno lago com várias galerias e colunas que suportam o teto. Um pequeno riacho na superfície deságua no seu interior, seguindo seu curso normal por entre galerias e cavernas.
O Bennetton nos disse que até existe outro acesso onde é possível chegar nesse lago, mas fica para uma outra oportunidade explorar o local.
Não sei se é permitido, mas um rapel seria maravilhoso ali.
Chegando no Acampamento Sucre |
Nesse trecho cruzamos com um grupo de mochileiros que estava seguindo para o Acampamento Coati e notei que um deles estava com equipamento de escalada: corda, capacete e mosquetões.
Na hora me veio o pensamento de que iriam para a Proa. Sorte para eles.
Em vez de seguirmos para o Arenal, dessa vez o Bennetton nos levou para o Hotel Sucre, que estava vazio e era bem melhor, possuindo vários espaços planos e um pequeno riacho com água potável bem próximo, onde chegamos as 13:00 hrs. Não era totalmente coberto como o Coati, mas dava para passar a noite tranquilamente.
Topo do Monte Roraima, na Pedra Maverick |
Depois de um Sol forte, que pegamos na trilha, vindo do Coati, ao chegarmos ao acampamento, a neblina já tomava conta de tudo e a garoa veio junto naquele final de tarde. Por isso subimos na parte superior do acampamento e ficamos ali batendo papo.
De lá notamos que o tempo abriu um pouco e não pensamos 2x.
Colocamos nossas capas de chuva e seguimos para a beirada do paredão pouco antes das 16:00 hrs com o Bennetton na frente. Com trilha fácil, a caminhada é leve e com uma pequena subida íngreme no trecho final, mas ao chegarmos ao topo a vista estava tomada pela neblina.
De vez em quando o tempo abria e aí conseguíamos ver uma parte da planície, onda está a savana, mas não demorou muito e a garoa retornou. Se as nuvens permitissem, também conseguiríamos ver o Monte Kukenan, que fica bem ao lado. O topo tem a altitude de 2810 metros e marca o ponto mais alto do Monte Roraima, existindo aqui um marco de pedras. Para escapar da garoa nos protegemos embaixo de uma enorme pedra, onde ficamos por alguns minutos, mas como o tempo não melhorava, pouco depois das 17:00 hrs resolvemos descer e seguir para as barracas.
Junto do paredão |
Aqui o clima é assim: ora está Sol com o tempo totalmente aberto sem nuvens, ora está encoberto pela neblina e às vezes com uma leve garoa. Esse é o topo do Monte Roraima.
Depois do jantar e com o tempo fechado não dava para fazer muita coisa, por isso muitos foram dormir.
7° dia – 13/Jan: Jacuzzis, La Ventana e descida do topo até o Acampamento Rio Tek
Jacuzzis do topo do Roraima |
Chegamos na jacuzzis, que são piscinas naturais de águas cristalinas, uns 15 minutos depois e conseguíamos visualizar o fundo delas perfeitamente, mas um banho estava totalmente fora de cogitação, pois a água estava gelada e enquanto admirávamos o lugar, Davi nos trouxe o famoso sapinho preto, endêmico do Roraima.
Sapinho preto típico do Monte Roraima |
Possui uma barriga na cor amarela e é incapaz de realizar saltos e se você colocá-lo na palma da mão, ele fica ali parado.
Com o pouco tempo que tínhamos, seguimos para a La Ventana. A palavra tem o significado de janela, mas nada mais é que um mirante, voltado para o Monte Kukenan e para variar não demos sorte novamente, já que a neblina cobria toda aquela região.
De vez em quando o paredão surgia entre algumas aberturas, mas nada além disso. Paciência. Aqui quem manda é a montanha; somos meros espectadores. Depois de vários clics, era hora de voltarmos para o acampamento e dar adeus ao topo do Roraima.
Uns 10 minutos depois que saímos do mirante, o tempo se abriu e um lindo céu azul dava o ar da graça, mas que não durou muito.
Neblina no abismo com vista para o Monte Kukenan |
Chegamos ao acampamento às 08h20min e já quase sem ninguém. A maioria já tinha desmontado as barracas e seguido o caminho para o Acampamento Base. Só estava aqui um ou outro carregador terminando de arrumar as mochilas. E pouco antes das 09h30 min pegamos a trilha em direção à rampa de descida do Roraima, passando ao lado do Hotel Arenal e do Hotel Índio.
E exatamente as 10:00 hrs deixávamos o topo do Monte Roraima e iniciamos a descida da rampa, com a neblina impedindo totalmente a visão. Cruzamos com alguns grupos, que estavam subindo e ao chegarmos no Paso de las Lagrimas em nada lembrava o que tínhamos visto, quando passamos por aqui na subida.
Dessa vez uma fina camada de água escorria pela parede e o que se molhou foi por causa do suor.
Descendo do topo |
A decepção foi a espessa neblina que não permitia vermos a lateral do Monte Kukenan e partes da savana e assim fomos descendo a trilha, com boa parte do pessoal já bem à nossa frente.
Descendo |
Os trechos mais íngremes foram tranquilos e só era preciso tomar um pouco mais de cuidado com os joelhos que estavam sendo muito exigidos e assim como na ida, cruzávamos a todo momento com mochileiros de várias nacionalidades, sendo muitos brasileiros e venezuelanos.
E depois de umas 2 horas de descida, as 12h20min chegamos ao Acampamento Base, onde estava sendo servido o almoço. Só paramos por alguns minutos e depois seguimos trilha abaixo. Com o Sol de rachar em vários momentos, essa descida também foi muito desgastante e com isso fomos parando várias vezes até chegar ao Rio Kukenan, pouco antes das 15h30min.
Cruzando o Rio Kukenan |
Cruzando |
Chegamos lá às 16h15min, tendo inúmeros bons lugares para montagem das barracas.
Monte Kukenan visto do Acampamento Rio Tek |
Nesse dia uma equipe de filmagem de uma TV da Venezuela estava no local e com um grupo grande de carregadores e guias – desse jeito fica fácil né.
Ao chegar a noite, antes do jantar, enquanto estava arrumando as últimas coisas na barraca, a Márcia vem me perguntar se vou querer algumas porções de frango frito, que estavam muito baratas na pequena lanchonete do acampamento.
O valor que a dona do local passou foi de sete e cinquenta – foi o que a Márcia entendeu, (7,50 bolívares), mas alguma coisa estava errada. Ou as porções eram só ossos de frango ou o preço não era aquele, com certeza.
E não deu outra. Quando as porções chegaram e fomos pagar, o valor era de 750 bolívares, o que deu cerca de 15 reais (valor justo). O Ronaldo também caiu nessa pegadinha do malandro, mas pelo menos as porções eram bem generosas e muito saborosas. Em seguida nos reunimos em uma mesa e o prato principal do jantar foi massa. Era a última noite e ficamos lá todos reunidos, acompanhado de um vinho, que não era tudo isso, mas esses últimos momentos foram muito legais, contando piadas e jogando conversa fora. Depois que o sono começou a aparecer, fomos dormir, com temperaturas bem razoáveis.
O valor que a dona do local passou foi de sete e cinquenta – foi o que a Márcia entendeu, (7,50 bolívares), mas alguma coisa estava errada. Ou as porções eram só ossos de frango ou o preço não era aquele, com certeza.
E não deu outra. Quando as porções chegaram e fomos pagar, o valor era de 750 bolívares, o que deu cerca de 15 reais (valor justo). O Ronaldo também caiu nessa pegadinha do malandro, mas pelo menos as porções eram bem generosas e muito saborosas. Em seguida nos reunimos em uma mesa e o prato principal do jantar foi massa. Era a última noite e ficamos lá todos reunidos, acompanhado de um vinho, que não era tudo isso, mas esses últimos momentos foram muito legais, contando piadas e jogando conversa fora. Depois que o sono começou a aparecer, fomos dormir, com temperaturas bem razoáveis.
8º dia – 14/Jan: Acampamento Rio Tek até a entrada do Parque
Retornando com montes encobertos ao fundo |
Se despedindo |
Talvez porque a expectativa de terminar logo essa caminhada fazia com que o caminho restante fosse bem maior do que era.
Enquanto o Roraima se distancia cada vez mais, eu ia refletindo sobre como tinha sido essa caminhada e o meu receio nos primeiros dias de que ela poderia ser bem mais cansativa e não foi.
Finalizando na Portaria do Parque Nacional |
Caminhar com o visual do topo era uma coisa, agora caminhar pela trilha de chão batido e sem visual nenhum, além da savana, era totalmente diferente; eu queria logo terminar esse trecho e avistar as primeiras casas da aldeia foi um alívio.
O problema era finalizar o último trecho, que parecia ser uma subida sem fim e nessa hora tudo que eu queria era chegar ao final o mais rápido possível e exatamente as 12:00 hrs cheguei sozinho na pequena tenda da Administração do Parque.
Enfim, mais uma linda caminhada finalizada com sucesso e sem nenhum problema, graças a Deus.
Logo depois entreguei a mochila ao funcionário para que o mesmo a revistasse, na busca de cristais, mas ao olhar para mim, disse que nem precisava. Logo chegou a Márcia e fomos se juntar ao restante do nosso grupo e ficamos alguns minutos sentados e sem as botas só dando um alivio para nossos pés.
Logo chegaram as cervejas, refrigerantes e algumas frutas enviados pelo guia Marco e depois seguimos até o povoado indígena San Francisco de Yuruaní, onde almoçamos por conta da agencia e também compramos alguns artesanatos nas barracas junto da Rodovia.
O problema era finalizar o último trecho, que parecia ser uma subida sem fim e nessa hora tudo que eu queria era chegar ao final o mais rápido possível e exatamente as 12:00 hrs cheguei sozinho na pequena tenda da Administração do Parque.
Enfim, mais uma linda caminhada finalizada com sucesso e sem nenhum problema, graças a Deus.
Missão cumprida |
Logo chegaram as cervejas, refrigerantes e algumas frutas enviados pelo guia Marco e depois seguimos até o povoado indígena San Francisco de Yuruaní, onde almoçamos por conta da agencia e também compramos alguns artesanatos nas barracas junto da Rodovia.
Agora era seguir em direção à Santa Elena de Uairén para pegar as passagens de ônibus para Ciudad Bolivar com o Marco e lá dar noticias para nossos parentes no Brasil, fazendo ligações em uma Lan House, próximo da Pousada Michele.
Depois seguimos para a Rodoviária, embarcando no início da noite. Estava finalizada a primeira parte da trip pela Venezuela e agora se iniciava outra em direção a maior cachoeira do mundo: Salto Angel, mas essa fica para outro relato: clique aqui para ler.
Depois seguimos para a Rodoviária, embarcando no início da noite. Estava finalizada a primeira parte da trip pela Venezuela e agora se iniciava outra em direção a maior cachoeira do mundo: Salto Angel, mas essa fica para outro relato: clique aqui para ler.
Dicas e informações úteis (Atualizado Julho/2020)
# O guia que nós usamos não presta mais serviço, então segue algumas sugestões abaixo, porém os preços subiram muito desde que a Venezuela dolarizou a economia.
# São várias agências em Santa Elena de Uairen e guias independentes que levam ao topo do Roraima.
- Backpacker tours; localizada na Pousada Backpackers
- Eco Aventura Tours (localizada próxima ao centro):
- Waykyky Trainings & Adventures:
- Explora Tepuy: www.facebook.com/exploratepuy
- Guia independente Joel Maikan Nuñez:
- Guia independente Michael Wilson Salazar:
E uma dica: na alta temporada (Dezembro a Março) tem grupos saindo quase diariamente da cidade em direção ao Monte Roraima, por isso não é difícil se encaixar em algum se não tiver fechado a trip
# Custos (Jan/2015) - Atualmente os preços muito maiores.
- Passagem
aérea São Paulo-Boa Vista: $320 Reais.
- Passagem
aérea Boa Vista-Campinas e parada de 3 dias em Manaus: $420 Reais.
- Trekking
de 8 dias pelo Monte Roraima: $300 Reais (guia e transporte - sem alimentação)
com o guia Marco Mcalexis.
- Taxa
entrada no Parque Nacional do Monte Roraima: $350 BsF. ($8 Reais)
- Porção de
frango frito no Acampamento Rio Tek: $750 BsF (cerca de $15 Reais).
- Taxi
Aeroporto de Boa Vista-Terminal de Integração Caimbé: $40 Reais a corrida para
4 pessoas ($10 Reais/pessoa).
- Taxi
Terminal de Integração Caimbé-Pacaraima: $30 Reais/pessoa.
- Taxi
Aduana Venezuelana até Santa Elena: $100 BsF (cerca de $2 Reais)
- Pousada
Michele – Santa Elena de Uairén: $300 BsF (cerca de $7 Reais/pessoa).
- Almoço em
Santa Elena de Uairén: cerca de $400 BsF (cerca de $9 Reais).
- Jantar em
pizzaria: $300 BsF (cerca de $7 Reais).
- Ligações
internacionais em Lan House via VOIP, próximo da Pousada Michele: $50
BsF/10minutos (cerca de $1 Real).
- Táxi
Santa Elena-Boa Vista com várias paradas nos freeshops e na aduana venezuelana
e brasileira: $50 Reais/pessoa.
- Ônibus
Aeroporto Campinas-Rodoviária Tietê: $18 Reais (Viação Lira).
Total:
Aproximadamente $1200 Reais/pessoa
# Os valores do nosso pacote de
8 dias para o Monte Roraima ficaram assim:
- $300
Reais: somente guia e transporte, sem alimentação e equipamentos.
- $650
Reais: guia, transporte e alimentação, sem equipamentos. O valor original era
de $850 Reais.
- $1350
Reais: guia, transporte, alimentação, todos os equipamentos e carregadores.
Cida, Roseli, Sandra e Thales contrataram esse tipo de serviço e só levaram uma
pequena mochila de ataque. Barracas, sacos de dormir, isolantes, etc, eram
todos alugados da agencia.
PS: Em 2020 os valores iniciavam com $1000
a $1500 Reais.
# Não compensa de maneira nenhuma
contratar essa trip com agencias brasileiras. Os valores chegam a ser o triplo
das agencias de Santa Elena.
É um
absurdo os valores que eles cobram. A única única vantagem é que eles pegam
você no aeroporto de Boa Vista, nada mais.
E contratar
agencia de São Paulo é pior ainda: 4 a 5x a mais, já que inclui a passagem
aérea.
Quase todas as agencias brasileiras subcontratam agencias da Venezuela, repassando os
serviços para eles.
Compensa
muito mais financeiramente comprar as passagens aéreas com
certa antecedência e fechar com algum guia independente. Eles
oferecem o mesmo serviço que as agencias e cobram bem mais barato.
# Valores atuais (ano 2020) cobrados por agencias nacionais com o mesmo roteiro que fizemos, de chegar até o Lago Gladys, em Reais.
- Pisatur:
a partir de $3850, (passagens aéreas não inclusas).
- Roraima
Adventures: cerca de $4000 (passagens aéreas não inclusas)
# É possível também fechar com a agencia ou algum guia no dia que chegar na cidade, sem ter feito reserva. O único problema é que terá de se encaixar em algum grupo que irá subir o Roraima e isso pode não acontecer logo no dia seguinte – muitas agencias esperam até se formar um grupo de umas 5 a 10 pessoas para iniciar a subida. Mas na alta temporada, tem grupos saindo regularmente da cidade.
# Melhor época para subir o Monte Roraima é de Dezembro a Março - considerado um período de poucas chuvas e inverno por lá. Mas como a Venezuela está próxima da Linha do Equador, entre os trópicos, o Inverno, com temperaturas bem definidas lá não existe.
As
temperaturas são quase as mesmas do verão. Em Santa Elena as temperaturas eram
próximas das de São Paulo.
# Alimentação na trilha: nos dias em
que a maior parte da comida minha e da Márcia tinham ficado em outro
acampamento, o guia Bennetton permitiu que jantássemos com o restante do grupo
e a nossa impressão da comida foi a melhor possível: muito saborosa, farta,
variada e com algumas frutas de sobremesa. Para quem pensa em contratar o
pacote com alimentação, vale a pena.
# Para fazer as necessidades
fisiológicas (o número 2) os guias levam um tipo de banheiro provisório que se
parece com uma pequena tenda de circo. Ele consiste de um banquinho plástico
com um buraco no meio e uma sacola embaixo, que depois é acrescentado cal e
depois colocado em canos de PVC.
# Quando o Daniel teve um
problema no joelho ao chegarmos ao Acampamento Rio Tek, no final do 1º dia, ele
conseguiu contratar um carregador para levar sua mochila cargueira por $1500
BsF/dia (cerca de $30 Reais/dia).
# Em uma longa caminhada como
essa, se surgirem as bolhas nos pés, elas podem ser um grande problema e para
evitá-las nunca use uma bota nova, além de passar vaselina nos pés e usar meias
próprias para trekking.
# Não economize no protetor solar,
principalmente quando estiver caminhando no topo do Monte Roraima. Repelente
também é outro item muito usado no acampamento Rio Tek.
# Se quiser chegar até o Lago Gladys e
na Proa nessa expedição não deixe de incluir a corda e acessórios entre os
equipamentos. É primordial e sem ela é muito difícil atingir a Proa.
# Uma opção bem barata e que pode quebrar um galhão é usar um saco de lixo grande para cobrir a mochila, quando estiver passando pelo Paso de las Lagrimas ou no topo, se estiver chovendo muito. A capa da mochila não é muito eficiente para evitar que algumas coisas se molhem dentro dela. Mesmo ensacando, algumas coisas sempre molham.
# No topo do Monte Roraima
existem quase 10 acampamentos, chamados de Hotéis. Ficamos 1 dia no Hotel
Arenal, 2 dias no Coati e 1 dia no Sucre.
# No trecho Boa Vista-Pacaraima tem a
opção de ônibus rodoviários das empresas ASATUR e AMATUR.
Valor: $80 (ano 2024), com saídas diárias pela manhã.
# Hospedagem em Santa Elena:
São várias opções de pousadas nas Ruas Urdaneta (Calle Urdaneta) e Rua Zea (Calle Zea), que ficam próximas ao centro e todo mundo conhece. Algumas das pousadas também funcionam como agencias. É só se informar.
# Alimentação em Santa Elena:
- Café da
manhã é obrigatório na Padaria Gran Sabana. Boa qualidade, bons preços e
variedade.
- Almoço e
jantar, recomendo o Restaurante La Frontera, bem próximo da Praça Simon
Bolívar.
- Existe
uma pizzaria no térreo da Pousada Backpakers e pode ser uma boa opção.
- No
primeiro dia na cidade almoçamos em um local conhecido como “galeria” que nada
mais é que um imenso galpão, próximo da Padaria Gran Sabana, que possui vários
pequenos restaurantes e uma grande variedade de comida, mas o prato que pedi -
bife de carne bovina com arroz e banana frita não me caiu bem. Tive uma leve
diarreia por 2 dias.
- Ao
voltarmos do Salto Angel, jantamos uma noite no Restaurante Damasco, a poucos
metros da Pousada Backpakers. Péssimo serviço – não tinha comida com frango,
trocaram a comida de 3 pessoas, não tinha refrigerantes, entre outras coisas.
Não recomendo.
- Quase
todos os pratos incluem frituras - carnes e a famosa banana frita - por isso é
preciso ter cuidado para não ter uma indigestão.
# Cambistas para troca de Reais
por Bolívares - são vários e estão de colete vermelho numa esquina a poucos
metros da Padaria Gran Sabana. É seguro e bastante tranquilo. Pode
confiar. No local até existe uma pequena placa com a cotação do dia, mas
que não é usada a muito tempo.
# Sinal de telefonia celular no
topo do Monte Roraima pode esquecer. Os guias usam rádios portáteis e se
acontecer algum acidente, eles acionam ajuda. Na cidade de Santa Elena até
consegui sinal de celular da empresa venezuelana Movistar, mas os minutos são
muito caros. É preferível usar as lan houses para fazer ligações
internacionais, que são muito baratas. Existe uma na mesma rua da Pousada
Michele, no número 6, junto de uma esquina.
# Produtos de higiene pessoal são baratos em Santa Elena. Sabonetes, creme dental, protetor solar, toalha
umedecida (que substituem os papeis higiênicos) podem ser encontrados em um ou
outro mercado e nas farmácias e perfumarias.
# Um problema crônico na
Venezuela é a falta de alguns produtos básicos nos supermercados, então pode
ser um problema encontrar produtos de higiene pessoal nos supermercados. Talvez
só nas perfumarias e farmácias.
# Não encontrei nenhuma loja que
vendesse equipamentos de trekking em Santa Elena. É bem engraçado, porque boa
parte da economia da cidade vive desse tipo de turismo.
# Único lugar que encontramos alguns
equipamentos e acessórios de qualidade foi na loja de esportes, chamada Kyoto,
que fica dentro do Hotel Anaconda junto da Rodovia, a poucos minutos do centro.
Parece até uma loja oficial da Adidas, porém não achei os preços tão bons.
# Ao longo da Rodovia próximo da
fronteira com o Brasil existem alguns Freeshops, mas os principais produtos
vendidos são bebidas, chocolates e salgadinhos.
# Em Santa Elena, alguns
refrigerantes são os mesmos do Brasil, porém com nomes e sabores um pouco
diferentes.
- A Sprite
brasileira tem o nome de Chinotto, sendo um pouco mais doce.
- A Fanta
tem o nome de Hit (Uva e Laranja) e também é um pouco mais doce.
- Existe
uma bebida chamada Frescolita (fabricado pela Coca Cola), que é muito
consumida, mas é extremamente doce e bem fraquinha. Parece uma água doce com
pouquíssimo sabor, na cor laranja. Até as nossas tubaínas são melhores que essa
bebida.
# Um pouco de curiosidade sobre
a Tríplice Fronteira, no topo do Roraima:
Por causa
de 7,7 Km, o marco da Tríplice Fronteira (Brasil, Venezuela e Guiana) poderia
ser o ponto mais extremo do Norte do Brasil.
Esse ponto
extremo do país está no Monte Caboraí, que também se localiza no Estado de
Roraima, porém cerca de 60 Km a leste da Tríplice Fronteira.
Por isso a
expressão do Oiapoque ao Chuí já não faz parte de nossos livros de Geografia.
Agora se diz “do Caboraí ao Chuí".
Olá Augusto,
ResponderExcluirComo fiel leitor dos seus relatos, fico feliz e grato por compartilhar suas experiências. São sempre um porto seguro e me será muito útil quando for por lá, que espero, não demore tanto rsrs...
É claro, um relato é temporal e há muitos deles sobre o Roraima na rede, mas um relato seu é outro nível... Muito grato, parabéns a você e a Márcia pela trip!
Fala Francisco, tudo bom?
ExcluirValeu mesmo pelas suas palavras.
Sou apenas alguém que gosta de contar em detalhes uma caminhada qualquer.
Compartilhar as informações e impressões que tivemos desses lugares sempre vão estar presentes nesses relatos.
Não sei se for sorte ou azar, mas nessa temporada pegamos o Roraima muito cheio. Pelo menos os guias orientam muito bem para que o impacto seja o minimo possível.
E com isso, esse paraíso do trekking está se tornando acessível para reles mortais como nós.
E ás vezes até mais barato do que algumas travessias pelo nosso país.
E conhecer um outro povo e cultura é sensacional.
Gde abc
Muito bom.
ResponderExcluirAinda ão li tudo, mas o farei o mais breve possível.
Irei com um grupo agora em agosto e tenho certeza que me ajudará e muito suas informações.
Sempre acompanho seus relatos e suas dicas. Muito obrigada e parabens!
Oi Cristiane.
ExcluirO relato é bem grande em relação aos outros que eu postava aqui.
É que são muitas coisas maravilhosas que encontramos por lá que eu me empolguei.
Só uma observação hein. Meio do ano no Roraima não é uma época boa para conhecê-lo. É a estação chuvosa e vc pode não aproveitar nada do visual.
É preciso levar isso em consideração hein.
Abcs e obrigado por sempre acompanhar os relatos.
Daqui a alguns dias estarei postando da Cachoeira de Salto Angel.
Caracas, ai sim!!! Parabéns Augusto!!! para variar um relato impecável, bela aventura!!! obrigado por compartilhar e sempre ansioso pelos próximos!!!
ResponderExcluirOi Dante, blz?
ExcluirValeu pelo elogio.
Eu tô demorando muito para publicar esses relatos da Venezuela porque eu peguei muita informação por lá e tô colocando tudo neles.
Terminei agora a pouco a Gran Sabana, que merece também estar em qqer roteiro pelo país.
Agora começo a escrever o relato de Manaus. É um outro que valeu a pena também.
Abcs
Oi Augusto! Tudo bem?!
ResponderExcluirFinalmente li seu relato!!! Demorei pra perceber que vc havia postado! Preciso rever minhas configurações do Blogspot!
Muito legal!! Parabéns!! Só hoje fui ver que a Márcia foi junto!!! Legal!! :)
Pena que pegaram mais chuva e tempo fechado, o que é normal lá! Acho que nós fomos as exceções!! rss..
Adorei relembrar aqueles dias maravilhosos!!
Agora vou reservar outra noite pro Salto Angel! :)
Abs!!
Renata Maciel
Oi Renata, tudo bom?
ExcluirA Márcia resolvei ir quase em cima da hora. Ela achava que não teria condições.
Mas no final o Roraima não chegou a ser tão difícil. Os primeiros dias foram muito cansativos, mas nada impossível.
E por deixarmos Salto Angel, Gran Sabana e Manaus por último, deu p/ descansar bem.
Qto a chuva, não tem jeito né.
Hoje pela manhã terminei o último relato, o de Manaus.
Agora é preparar p/ outras trips. Têm muitos feriados chegando.
Gde abc.
Alguem tem o tracklog da trilha da cachoeira da agua branca aí?
ResponderExcluirComo o tracklog não é meu, não acho correto deixá-lo disponível p/ download no relato dessa caminhada.
ExcluirEu tenho ele aqui arquivado no meu PC.
É só passar o seu e-mail que envio a vc.
Abcs
Parabéns pela aventura! Espero chegar um dia a este nível de organização tbm. Não sabia o que era tracklog, valeu. Já estou seguindo o perfil e se quiser conhecer nossa página fique a vontade. abç
ResponderExcluircasaloutdoor.blogspot.com.br
O Roraima é bem tranquilo.
ExcluirA única preocupação é contratar um guia, que é obrigatório.
E disposição para caminhar muito, porque para um lugar tão longe tem de fazer o roteiro completo, incluindo aí Salto Angel e Gran Sabana.
Mas vale cada centavo gasto.
Sem dúvida um dos melhores trekkings do país.
Já estou te seguindo lá no seu blog também.
Valeu.
Abcs
Ola Augusto, muito interessante e útil seu post, principalmente para iniciantes em aventuras como eu.... rsrrsr
ResponderExcluirEstou indo para Boa Vista dia 28/08/2015 para me aventurar a fazer o trakking Monte Roraima de 6 a 8 dias e depois Angel Fall 3 dias. Eu ainda não fechei nenhum pacote e tenho intenção de negociar por la o que estiver mais barato ou melhor compensar.
Augusto, gostaria de saber se é melhor levar dólares ou reias para trocar na fronteira? E você sabe se consigo encontrar gás para jetboil em Boa Vista ou Santa Elena, visto que não posso levar daqui no avião devido ser inflamável, mas tenho medo de não encontrar esta gás para camping por la.
Abraços,
Tainara
Oi Tainara, tudo bom?
ExcluirPara fazer o Monte Roraima, leve reais e troque com os cambistas que ficam próximo da Padaria Gran Sabana. É seguro, pode ficar tranquila.
Mas tem um porém, a inflação no país tá saindo de controle e muito alta, então na hora de fechar com as agencias, talvez eles até aceitem reais, o que é até melhor.
Isso evita vc levar um maço enorme de notas de bolivares.
Atente a isso.
Já para fazer Salto Angel, obrigatoriamente leve dólares. As agencias de lá já colocam o preço nessa moeda.
E no aeroporto de CB vc tem várias agencias para escolher. Fizemos com a Gekko e não arrependemos.
Sobre onde encontrar cartucho de gás, infelizmente eles não vendem esse tipo de mercadoria por lá.
Em Santa Elena não existe uma unica loja que venda esse tipo de material.
Só se levar de Boa Vista mesmo.
Mas será que não vale a pena vc contratar o pacote com as refeições inclusas?
Vc leva um peso menor na mochila e não se cansa tanto.
Ou até pode acertar com o guia para usar o fogareiro deles, pagando uma pequena taxa.
Qdo voltar de lá, dê um retorno aqui no blog para dizer o que achou.
Abcs
Obrigada Augusto, mas uma duvida...Sera que em Cuidad Bolivar as agencias aceitam euro?
ResponderExcluirBom... eu estive lendo alguns relatos sobre os policias na Venezuela, e me assustou um pouco, pois quero fazer o trajeto de ônibus de santa elena para cuidad bolívar e depois pegar o avião para canaima. Meu namorado é inglês e não fala nada de espanhol nem português, e me assusta um pouco como eles tratam os turistas, estorquem o que poderem. Estava quase desistindo da viagem, porem ja estou com passagem para depois de amanha.
Oi Tainara.
ExcluirNão tenho certeza se aceitam euro, mas creio que sim.
No aeroporto de Ciudad Bolivar são várias agencias. Se uma delas recusar a aceitar a moeda, a outra com certeza aceita.
Qto aos policiais rodoviários, que lá são chamados de Guarda Nacional Bolivariana, sim eles são meio chatinhos.
Vc leu o relato de quando estávamos voltando de Ciudad Bolivar p/ Santa Elena?
Eles pegam no pé mesmo, mas se estiver tudo certo não tem do que ter receio.
Eles só vão extorquir se encontrarem alguma coisa errada. Mas se o seu namorado não fala espanhol e nem portugues, fique tranquila. Fale por ele e mostre o passaporte dele, ok.
Fique sossegada.
Só um adendo: essa época é de baixa temporada hein.
Talvez não pegue tempo bom no Roraima e muito menos em Salto Angel.
Boa sorte.
Abcs
Olá Augusto
ResponderExcluirMuito legal seu seu relato.
Vc poderia passar o contato do guia?
Obrigada!
Oi Aurora.
ExcluirNo relato eu só coloquei as informações da caminhada.
Já os dados do guia coloquei no final do relato, nas Dicas e informações Úteis.
Lá tem a página do Face, e-mail e o telefone.
Boa sorte.
Abcs
Oi Augusto,
ResponderExcluirMorei em Roraima de 1983 a 1997. Naquela época subir Monte Roraima não era tão divulgado como estar sendo atualmente. Costumo ir em Roraima frequentemente, pois parte da minha família reside lá.
Pretendo ir ao Monte Roraima em março/2016. Pretendo festejar o meu aniversário lá em cima.
Dos diversos relatos que li sobre o Monte Roraima o seu é rico em detalhes, parabéns. As informações contidas nele serão importantes para meu planejamento.
Venham conhecer o PARÁ.
Abraços
Claudio Fernando Bentes dos Santos
Alter do Chão - Santarém - Pará
benttes@gmail.com
Blz Claudio, tudo bom?
ExcluirNa minha opinião o Roraima tá sendo mais divulgado agora por causa da internet.
Anos atrás vc não tinha nenhum acesso a esses relatos e nenhum tipo de informação que ajudasse.
Quem ia era obrigado a contratar os serviços de agencias brasileiras, que cobram os olhos da cara.
Quando fiz a pesquisa dessa trip, eu fiquei perplexo com os valores que essas agencias aqui do país cobram.
E elas não oferecem nada de especial. Simplesmente cobram de vc um valor altíssimo e depois repassam para os guias lá da Venezuela, nada mais.
E hoje em dia, com esses relatos as pessoas estão vendo que não é tão difícil e caro fazer por contra própria.
É perfeitamente possível e com a vantagem de estar em um país muito barato.
Não vou entrar no mérito da política, mas adorei a Venezuela.
Com certeza, se tiver uma oportunidade, voltarei lá.
E valeu pelo elogio.
Em todas as postagens aqui do blog sempre deixo o maior número de informações possíveis.
Esse é o espírito.
Agora que eu saí do país para fazer uma caminhada e percebi que não é tão complicado como muita gente acha, quero repetir isso.
E para outros países com certeza.
E talvez intercalando com alguma trip nesse nosso país imenso.
Na região norte/nordeste tenho uma lista grande de lugares que ainda pretendo conhecer. É só surgir uma oportunidade e tempo.
Qdo passamos por Manaus, vi vários barcos seguindo para Alter do Chão/PA. Quem sabe algum dia até faço esse roteiro, já que adoro praia.
Gde abc.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Augusto,
ResponderExcluirMuito bom o seu relato, ele é riquíssimo em detalhes!!! Na metade do texto tive a sensação de estar a caminho do Monte Roraima.. hehe
Vou em novembro com uma amiga e com certeza suas dicas serão muito úteis!!!
Uma pena que nessa época não vamos pegar um bom tempo por lá!! Mas o que vale é a experiência não é mesmo?!
Obrigada por compartilhar a sua experiência com os velhos e novos aventureiros!!!
Abraços!
Oi Andreia, tudo bem?
ExcluirObrigado pelo elogio.
Eu exagerei um pouquinho no relato. Coloquei muita coisa né?
Mas que bom que ele vai te ajudar.
No Roraima não tem jeito. As vezes tá um Sol escaldante e de repente a neblina toma conta de tudo e vem a chuva. É dificil escapar disso.
Mesmo no final e começo do ano, que é alta temporada, o tempo muda constantemente.
E não deixe de conhecer o Salto Angel também.
É lindo o lugar.
E não é tão caro toda essa trip.
Eu demorei para conhecer o lugar pensando que seria os olhos da cara. Nada disso.
Ficou até mais barato que uma trip semelhante aqui no Brasil.
Boa sorte e precisando de mais alguma informação é só escrever aqui.
Abcs
Augusto, excelente relato. Me perdi no tempo aqui lendo sua história! Está de parabéns!
ResponderExcluirBlz Felipe.
ExcluirO relato era para ser algo mais enxuto, mas quando comecei a escrever, fui lembrando de coisas e de algumas anotações e aí me empolguei.
E no final ficou esse big relato.
Com essa crise braba lá na Venezuela, muita coisa já tá desatualizada, principalmente em relação aos preços.
Mas precisando de algum help ou alguma outra informação que não está no relato, é só perguntar.
Abcs
acabei de voltar do monte roraima é fantastico depois vou postar meu relato...
ResponderExcluir@Froisrafael meu instagram
Quero ler esse relato hein.
ResponderExcluirDepois coloque o link dele aqui.
Sem dúvida nenhuma é uma das melhores caminhadas que já fiz.
Abcs
Fala Augusto, parabéns pela conquista e pelo Relato. Acho que quase participamos da mesma equipe. Em 2014 eu e meu amigo estavamos cotando com o mesmo guia seu e para janeiro de 2015, mas tive que abortar. Agora esto pensando novamente em organizar essa trip e seu relato esta me ajudando. Um abraço.
ResponderExcluirOi Haroldo, blz?
ExcluirQue pena que não deu certo no começo de 2015.
Pegamos tempo chuvoso e sol, mas essa é a melhor época para visitar o Roraima.
Na primeira noite contei 93 barracas no acampamento, entre quem estava subindo e descendo o Monte.
Se vier a fazer todo o circuito no topo do Roraima, não esqueça da corda.
E obrigatório incluir o Salto Angel.
Com a Venezuela em crise economica, eles estão subindo os preços mensalmente.
Nem dá mais para saber se o guia Marco é o mais barato.
E precisando de uma ajuda com alguma coisa que não tá no relato, pode perguntar á vontade.
Gde abc e valeu pelo parabéns.
Blz Augusto? ESTOU INDO AGORA EM MARÇO MAS ESTOU BEM PREOCUPADO QUAL BOTA COMPRAR . PODE ME DAR UMA DICA ?
ResponderExcluirBlz.
ExcluirUma bota de boa qualidade já ta de bom tamanho.
Botas costumo sempre comprar na Decathlon.
Mas não recomendo de jeito nenhum comprar a bota agora.
Para um lugar como esse onde são vários dias de caminhada vá com uma bota que vc já tenha ha um bom tempo.
Usar uma bota nova pode te trazer problemas nos dedos.
Abcs