Alguns
dias antes liguei para vários contatos em Passa Quatro para agendar o transporte da
cidade até a Toca do Lobo e já acertar os valores, mas desisti depois de ter
ouvido o quanto queriam cobrar, inviabilizando qualquer tentativa.
Por estar sozinho, já imaginava que os preços não seriam baixos - deixei no final do relato vários telefones de contatos em P4 e Itamonte.
Com
isso não me restou outra opção, senão o de seguir o mesmo roteiro do Sérgio Beck
(vir da Rodovia até a Toca do Lobo na caminhada).
No final de Julho peguei o ônibus na Rodoviária do Tietê em direção a Passa Quatro/MG, saindo as 07:00 hrs.
Ele segue pela Via Dutra e depois sentido
Cruzeiro para só então subir a Serra da Mantiqueira. Logo que ele passa um monumento na divisa SP/MG e uns 7 Km depois, pedi
para descer em frente ao galpão do Ministério da Agricultura, no Bairro do Pinheirinho a cerca de
4 Km antes de chegar em Passa Quatro. No trevo de acesso tem uma placa sinalizando Clube de Campo, à direita.
Início da caminhada da Serra Fina |
Da Rodovia até o lugar são quase
3h30min e não é fácil encontrar água de boa qualidade nesse trecho, por isso pegue água nas primeiras casas
ou traga na mochila.
A
estrada vai seguindo por entre pastagens e com o Sol a todo momento castigando.
Logo na primeira hora vão aparecendo algumas bifurcações à direita e à esquerda, mas a estrada principal é fácil de identificar e é só seguir por ela.
Passado
1 hora de estrada e pouco depois das 13:00 hrs sigo por um trecho no plano com
um vale e um rio à esquerda. Do lado direito inúmeras árvores estão na beira da estrada e logo chego numa outra bifurcação.
Pequeno curral ao longo da estrada |
Depois de deixar a árvore para trás, a estrada inicia uma subida bem forte, passando ao lado de uma pequena Capela do lado direito (aqui se chover não é qualquer carro que passa).
Mais
uns 40 minutos e passo ao lado de um curral do lado esquerdo e depois de mais
uma outra subida básica, desço em direção a uma porteira e cruzo com um riacho.
Até aqui foram quase 3 horas de caminhada desde a Rodovia e a partir daqui
estou entrando na Fazenda Toca do Lobo.
Depois de cruzar a porteira, logo a direita já se avista a sede da Fazenda, mas o caminho é em frente pela estrada que segue ainda subindo.
Depois de cruzar a porteira, logo a direita já se avista a sede da Fazenda, mas o caminho é em frente pela estrada que segue ainda subindo.
Mais
uns 20 minutos e a estrada se estabiliza com uma leve descida até chegar na
Toca do Lobo (uma espécie de gruta bem pequena e cheia de lixo).
Cheguei aqui por volta das 15h20min e com quase 3 horas e 30 minutos de caminhada era o suficiente para o dia (engraçado que desde a Rodovia não passou um único carro por mim, que pudesse oferecer carona).
Cheguei aqui por volta das 15h20min e com quase 3 horas e 30 minutos de caminhada era o suficiente para o dia (engraçado que desde a Rodovia não passou um único carro por mim, que pudesse oferecer carona).
Procurei
uma parte plana para montar a barraca e fui dar uma explorada pelo rio acima.
A
água aqui é de boa qualidade, mas se quiser evitar um peso desnecessário, pegue
água uns 30 minutos à frente na subida da crista pela trilha.
Quando começou a anoitecer
fui para dentro da barraca fazer o jantar e logo fui dormir, pois os próximos
dias seriam bem mais puxados.
Crista da Serra Fina chegando |
Uns 30 minutos desde a Toca, ouço um
pequeno riacho do lado direito (aqui é um bom lugar para pegar água para os
próximos 2 dias e o ideal é levar uns 3 a 4 litros).
Subindo
de cocuruto em cocuruto, a trilha é bem demarcada e vai seguindo por entre o
capim ralo. Ao sul e a oeste pode-se ver belos sítios no Vale do Paraíba, o
Pico da Gomeira e o Pico do Itaguaré.
Umas 2 horas desde a Toca e pouco antes das 10:00 hrs, num trecho plano da
trilha, encontro vestígios de acampamento, mas com o problema do local ser
exposto e em casos de ventos fortes, é complicado acampar aqui.
Daqui em diante a trilha segue por entre 2 vales, mas bem ao norte já visualizo o
topo do Pico do Capim Amarelo, que é o meu objetivo naquele dia.
Picos da Serra Fina, com Pedra da Mina bem ao fundo |
O
ideal aqui é usar uma luva para evitar os cortes nos dedos provocado pelo
capim.
Pouco
mais de 2 horas desde o selado lá embaixo, chego a mais um outro (é um pequeno
ombro do Capim Amarelo). Do local já se consegue avistar a Pedra da Mina, bem
imponente a leste, se destacando na serra.
Descanso
por um certo tempo aqui e pouco depois das 13:00 hrs volto à caminhada,
passando por um trecho descampado no meio do bambuzal, que pode ser usado em
caso de mal tempo no topo.
Descansando |
Aqui
no cume existem alguns lugares para montar barracas entre as clareiras e como não tinha ninguém pude escolher o melhor ponto para ir montando a barraca.
À
leste já vejo a trilha que irei percorrer no dia seguinte e noto que não será
assim tão fácil, pois existem algumas subidas bem íngremes.
Depois
de montada a barraca, exploro as laterais do topo para encontrar a saída da
trilha em direção a Pedra da Mina. Encontro alguns totens apontando para o
norte e deve ser por lá que a trilha segue, já que a leste não encontro nenhum
vestígio dela.
As
clareiras do topo são todas protegidas pela vegetação alta, então não me
preocupo com o vento, mas surge um pequeno problema.
Ao
tirar as comidas e as frutas de dentro da mochila as deixo do lado de fora e
não demora muito, um pequeno ratinho veio fazer sua refeição.
Pelo menos ele
pegou só um pequeno pedaço de uma maçã e sou obrigado a jogá-la fora.
Depois dessa tomo algumas precauções para não ter outras surpresas.
Depois dessa tomo algumas precauções para não ter outras surpresas.
Amanhecendo na Serra Fina |
Naquela noite o ratinho não me visitou mais e saí da barraca para apreciar o visual ao redor, conseguindo ver inúmeras cidades iluminadas, principalmente a oeste e ao norte.
Ainda acordo bem de manhãzinha para apreciar o nascer do Sol e pouco antes das 07:00 hrs já estava desmontando a barraca.
Tinha pouco mais de 1 litro de água
que era o suficiente para eu chegar na base da Pedra da Mina, onde a trilha cruza com um pequeno riacho.
Fui sair do topo
pouco depois das 07h30min, seguindo por uma trilha na direção norte.
Me
orientando por alguns totens, vou descendo no sentido nordeste até entrar no
trecho de mata fechada, passando por bambuzais. Só me confundo quando chego
numa bifurcação de 90° a esquerda. A trilha parece seguir em frente, mas logo
percebo que ela se fecha.
Voltei novamente para a bifurcação e sigo na da
esquerda, orientado por algumas fitas amarradas nos galhos. Entro novamente em
uma área de bambuzal e aqui a todo momento minha mochila vai se enroscando nos
pequenos bambuzinhos.
Pouco
mais de 40 minutos do topo saio do bambuzal e chego no trecho de capim elefante
com tufos bem altos.
Aqui
encontrei alguns descampados para a direita em meio aos tufos de capim elefante
(é um bom local protegido para acampar, em caso do topo do Capim Amarelo estiver
lotado ou se você chegar muito cedo lá).
Tendo como referência um morro à
esquerda e à leste, vou seguindo em frente e ao mesmo tempo contornando ele
para a direita, evitando ganhar altitude.
A trilha vai passando por pequenas bifurcações, mas todas com o intuito de evitar passar por tufos de capim intransponíveis. Depois de uns 30 minutos desde os descampados na base do Capim Amarelo, chego aos primeiros campinhos do lado direito da trilha. A grama é bem rala, mas não são muito bons para acampar. Se não me engano, no segundo ou terceiro campinho é um bom local para acampar, já que existem lugares planos junto da trilha. Sem dúvida, são ótimas opções para camping.
A trilha vai passando por pequenas bifurcações, mas todas com o intuito de evitar passar por tufos de capim intransponíveis. Depois de uns 30 minutos desde os descampados na base do Capim Amarelo, chego aos primeiros campinhos do lado direito da trilha. A grama é bem rala, mas não são muito bons para acampar. Se não me engano, no segundo ou terceiro campinho é um bom local para acampar, já que existem lugares planos junto da trilha. Sem dúvida, são ótimas opções para camping.
Quando
vou passando pelos campinhos, já visualizo a encosta exposta à leste onde ainda
terei de passar. É uma subida íngreme, mas é o caminho a seguir e assim que
termino de passar pelo último campinho, do lado direito, entro em um pequeno
trecho de mata fechada. Algumas bifurcações levam para a direita da encosta,
mas o caminho certo é seguir um pouco para esquerda para chegar na base e
assim vou subindo pelas lajes de pedras expostas, tendendo para a direita.
A
subida é árdua e o Sol castiga muito, por isso fui parando em vários momentos para
descansar e retomar o fôlego.
Tendendo
um pouco para direita e seguindo os totens, vou ganhando altitude com grande esforço.
Depois de
umas 3 horas desde o topo do Capim Amarelo termino a subida e volto
a entrar na vegetação alta tomando rumo norte por trilha bem demarcada.
Aqui
não tem como errar, pois a trilha é bem visível e depois de uns 20 minutos
chego a um pequeno paredão, onde a única opção é seguir pela esquerda.
Com lances de escalaminhada, vou subindo se agarrando à vegetação e às rochas e com 15 minutos chego no alto da crista para um merecido descanso.
Pedra da Mina chegando |
Pedra da Mina já começa a aparecer logo à frente e depois de mais um trecho de bambuzinhos e lajes de pedras, chego no último trecho antes da descida até as nascentes da Pedra da Mina.
Aqui
existe uma poça de água de uma pequena nascente à direita e em caso de
emergência é uma opção.
O
que chama a atenção aqui é a imponente Pedra da Mina logo a frente.
É um visual
que impressiona, porém ainda resta a descida do vale e subida pela trilha até o topo. A neblina já começa a surgir nas encostas da Pedra e descendo
pelas lajes expostas, vou me orientando pelos totens e ao fim de uns 30 minutos
chego a um local plano, onde encontrei vestígios de acampamento (provavelmente
quem acampa aqui é porque chegou quase anoitecendo).
Cachoeira Vermelha |
Só tem um pequeno problema; a água tem um gosto estranho, pois é é
rica em ferro.
Por causa disso tenho de pegar água em outro ponto já que a minha tinha acabado.
A
trilha vai passando pelo capim ralo e lajes expostas, com pequenas subidas de
morros e depois de uns 30 minutos cruzo com outro riacho, este sim com água de
qualidade.
Ao lado há uma clareira bem grande entre os tufos de capim elefante, que é um ótimo local para acampar, mas como ainda é muito cedo (pouco depois
das 14:00 hrs) sigo em frente na direção do topo.
O caminho a seguir é para sudeste
onde encontro alguns totens que me orientam na subida e daqui para cima a
trilha segue por entre os arbustos e declividade razoável, quase sempre em zig
zag.
Em
vários momentos fui parando para retomar o fôlego, já que não tinha pressa.
Ainda passo por um pequeno ombro antes do cume e pouco depois das 15:00 hrs
chego no topo da Pedra da Mina.
A altitude aqui é de 2798 metros, sendo considerado o 4º ponto mais alto do país (os 3 primeiros são: Pico da Neblina - 2994 metros, 31 de Março - 2972 metros e Pico da Bandeira - 2891 metros).
Aqui no topo o tempo ajuda e o visual é impressionante.
Aqui no topo o tempo ajuda e o visual é impressionante.
Encontro alguns acampamentos
protegidos por pedras e escolho um deles para montar a barraca e depois disso
exploro as laterais do cume. No lado norte vejo vestígios da trilha que desce em direção ao Paiolinho e para quem pretende encurtar essa travessia ou finalizar a caminhada devido a algum problema, essa é a rota de fuga.
A vantagem de acampar no topo é o visual, mas com
o problema do lugar ser exposto em caso de vento muito forte.
Barraca montada no topo da Pedra da Mina |
O visual ficou totalmente prejudicado e com isso a temperatura caiu rapidamente. Sou obrigado a me recolher para dentro do saco de dormir e depois do jantar, lá pelas 21:00 hrs, logo pego no sono.
No
meio da madrugada acordo e olho para o lado de fora, mas não tenho uma boa visão, já que estava tudo encoberto e era só um presságio do que ainda
estava por vir.
Volto a me enfiar no saco e logo pego no sono novamente. Pouco antes das 08:00 hrs saio da barraca e tomo um susto.
Volto a me enfiar no saco e logo pego no sono novamente. Pouco antes das 08:00 hrs saio da barraca e tomo um susto.
O topo estava totalmente
encoberto com fortes rajadas de ventos e não consigo ver nada além de uns 20 metros, mas mesmo
assim desmonto a barraca e resolvo seguir em frente, na direção do Pico 3
Estados.
Com o topo tomado pela neblina, vou procurando os
totens na direção leste, mas nem dá tempo de iniciar a descida e começa a chover forte.
Como já estava com as coisas dentro da mochila, não me preocupei e fui seguindo para leste, descendo por uma crista.
A chuva aumenta e a neblina piora mais
ainda. Conforme fui descendo, deixo passar a bifurcação para a esquerda que me
levaria às nascentes do Rio Verde, mais conhecido como Vale do Ruah.
Com a visão prejudicada pela neblina e a chuva, continuo a descer pela crista, mas logo percebo que aquele trecho não é uma trilha demarcada. Saí da trilha e agora estou perdido.
Com a visão prejudicada pela neblina e a chuva, continuo a descer pela crista, mas logo percebo que aquele trecho não é uma trilha demarcada. Saí da trilha e agora estou perdido.
Retornar
para o topo e abortar essa travessia, descendo para o Paiolinho não estava nos planos, então tento voltar um pouco para a
bifurcação que deixei passar, mas não encontro. Resolvo descer a encosta
por entre a vegetação mesmo. E isso tudo com a chuva forte caindo.
E quando chego no fundo do vale vou abrindo trilha por entre os tufos
de capim elefante e não demora muito e encontro um riacho que segue para a
esquerda e assim vou margeando ele até encontrar uma trilha bem demarcada que
segue para leste por entre os tufos de capim.
O charco por onde vou passando forma a nascente do Rio Verde (dizem que é a nascente mais alta do país, com cerca de 2500 metros de altitude). Como eu não sabia o que me aguardava mais a frente, chego a conclusão que o melhor que devo a fazer é procurar um lugar plano para montar a barraca e aguardar o tempo melhorar.
O charco por onde vou passando forma a nascente do Rio Verde (dizem que é a nascente mais alta do país, com cerca de 2500 metros de altitude). Como eu não sabia o que me aguardava mais a frente, chego a conclusão que o melhor que devo a fazer é procurar um lugar plano para montar a barraca e aguardar o tempo melhorar.
Voltando
um pouco pela trilha encontro um descampado entre os tufos de capim e aqui
resolvo montar a barraca e não foi fácil por causas da chuva, mas era
a única opção que eu tinha no momento.
Pelo menos o lugar era protegido pelo
capim e já dentro da barraca tiro toda a roupa molhada e coloco uma seca para
evitar a hipotermia. Em seguida me enfio no saco de dormir e como a chuva
não parava, tive de mudar os planos.
Vale do Ruah amanhecendo |
Por
volta das 22:00 hrs percebo que o tempo deu uma melhorada e pude presenciar as
estrelas brilhando, mas onde estou é um vale, então não tenho visual nenhum ao
redor.
Só torcia para que no dia seguinte o tempo estivesse melhor.
Acampado no Vale do Ruah com Pedra da Mina lá em cima |
Numa
das piscinas do rio, resolvo tomar banho, já que estava a 3 dias sem um e por
volta das 07h30min volto para a trilha, seguindo para a direita e às vezes
para esquerda. Os tufos de capim são muito altos e alguns chegam a atrapalhar a
visão.
Uns 30 minutos desde o acampamento, o rio começa a ficar cada vez mais
encachoeirado, seguindo na direção norte e aqui saio de suas margens e sigo para a
direita, sentido sudeste para chegar na crista do morro que visualizo bem à
direita, onde chego uns 10 minutos depois.
Nesse
ponto que saio do rio, encho os cantis porque daqui para frente só vou
encontrar água no meio do dia seguinte e novamente 3 litros é o suficiente.
Rio Verde |
Às
vezes seguindo para a esquerda, o meu objetivo é chegar no final da crista,
onde do lado direito aparece imponente e um pouco mais alto o Pico Cupim de Boi
e do lado esquerdo o Pico do 3 Estados.
Seguindo pela crista com Pico Cupim de Boi à direita |
Alguns
totens marcam a descida para a esquerda, como se agora estivesse seguindo rumo
norte. Por entre algumas lajes de pedras, desço por uns 20 minutos e entro na
mata fechada.
A
trilha é bem demarcada e entre o bambuzal encontro algumas clareiras que podem servir para camping, mas sem qualquer perspectiva de encontrar água próxima. É um lugar perfeito para acampamento protegido pelo bambuzal e algumas árvores.
Passado
esse trecho, saio novamente nos tufos de capim e agora é chegar no 3 Estados.
Num primeiro momento vou subindo até um ombro do Pico pela trilha por entre o
arvoredo e contornando pela direita vou me guiando por algumas fitas presas nos galhos
e não demora muito volto a emergir nos tufos de capim elefante.
Subindo por
vários degraus de pedras, a trilha segue morro acima com alguns totens
orientando e vou ganhando altitude. Não é fácil esse trecho e vou parando para
descansar em vários momentos. O ataque final ao cume é de matar e os músculos
da perna já estão esgotados, já que toda a força é dirigida a eles.
No topo do Pico 3 Estados, com Itatiaia ao fundo |
São várias clareiras abertas no meio do
capim elefante e pude escolher a melhor. É bem parecido com o topo do Pico do Capim Amarelo.
Encontro antigos vestígios de um tripé de ferro e um enorme mastro (no tripé está escrito o nome dos 3 estados - SP, MG e RJ).
Encontro antigos vestígios de um tripé de ferro e um enorme mastro (no tripé está escrito o nome dos 3 estados - SP, MG e RJ).
MG/RJ/SP |
Nesse dia, o tempo estava maravilhoso e nenhum sinal de nuvens negras que anunciam chuvas.
A
sudoeste se destaca a Pedra da Mina e toda a crista por onde passei neste dia.
A noroeste consigo ver Passa Quatro e o bairro do Paiolinho, por onde se acessa
direto para a Pedra da Mina.
Nesse fim de tarde pude presenciar mais um
crepúsculo no alto da serra com algumas nuvens, porém sem a neblina do dia
anterior.
A temperatura não caiu tanto a noite e depois do jantar, logo pego no
sono.
Por volta das 06h30min do dia seguinte presencio a última aurora, cujos raios vão emergindo atrás da crista do Itatiaia.
Para o último café da manhã, uso quase toda a água, pois o Beck diz no relato que daqui a umas 4 horas vou encontrar o último ponto de água, então não me preocupo. As últimas frutas secas que ainda restam também são rapidamente digeridas, só sobrando alguns tabletes de doces, macarrão, algumas sopas e um pouco de suco em pó.
Para o último café da manhã, uso quase toda a água, pois o Beck diz no relato que daqui a umas 4 horas vou encontrar o último ponto de água, então não me preocupo. As últimas frutas secas que ainda restam também são rapidamente digeridas, só sobrando alguns tabletes de doces, macarrão, algumas sopas e um pouco de suco em pó.
E
pouco depois das 08:00 hrs retomo a caminhada em direção à Rodovia.
A
trilha de descida do 3 Estados sai ao norte do topo e vou seguindo de morro em
morro pela crista. Tomado pelo capim elefante, alguns totens aparecem de vez em
quando nas lajes de pedras.
Em
vários trechos tive que ir agarrando na vegetação para não cair, quando estava
descendo a trilha. Inicialmente ela segue rumo norte/nordeste, mas não tem como
errar pois a navegação dá para ser feita só no visual.
Pego um pequeno trecho
plano onde encontro uma clareira (pouco mais de 1 hora desde o topo) boa para
acampamento e paredões onde tenho de subir até o topo.
No topo da Serra dos Ivos com Pedra da Mina ao fundo |
Aqui
paro para descansar por um certo tempo, já que existem alguns
descampados, mas todos eles desprotegidos, sendo desaconselhável acampar
por aqui.
Olhando
na direção norte vejo uma antena, mas o caminho a seguir é descer na direção
nordeste e leste, por entre as lajes de pedra.
Vou descendo por uma crista, perdendo altitude rapidamente e conforme vou avançando, a vegetação vai mudando. Passo por um bambuzal e alguns arbustos até entrar num trecho de mata atlântica, com muitas folhagens caídas no chão.
Não demora muito e já encontro uma cerca de arame que de vez em quando aparece à esquerda e à direita da trilha. Depois de uns 40 minutos desde a cerca de arame sou obrigado a seguir para a esquerda, agora no sentido norte.
Vou descendo por uma crista, perdendo altitude rapidamente e conforme vou avançando, a vegetação vai mudando. Passo por um bambuzal e alguns arbustos até entrar num trecho de mata atlântica, com muitas folhagens caídas no chão.
Não demora muito e já encontro uma cerca de arame que de vez em quando aparece à esquerda e à direita da trilha. Depois de uns 40 minutos desde a cerca de arame sou obrigado a seguir para a esquerda, agora no sentido norte.
A
trilha vai seguindo por uma encosta do lado direito; na verdade essa trilha
parece ter sido uma antiga estrada que foi tomada pelo mato a muitos anos e
pouco antes de completar uns 30 minutos por essa trilha, passo ao lado de uma
bica de água do lado direito e com tempo de pouco mais de 4 horas desde o topo
do 3 Estados.
Só
pego pouco mais de 1 litro, pois sei que o final da travessia está terminando.
Alguns minutos à frente e chego em uma estradinha onde sigo para a esquerda e
mais uns 20 minutos nas primeiras casas que aparentemente estavam vazias. Ao
longo da descida outras bicas de água vão aparecendo e em uns 15 minutos chego
próximo à entrada da fazenda, marcada por uma descida bem íngreme em
zig zag.
Mais alguns metros e chego na última casa à direita, bem ao lado do
portão de acesso à Fazenda e aqui só encontro uma criança, mas nada dos pais. O lugar é conhecido como Sítio do Pierre e parece que a muitos anos atrás era alguma pousada.
Dou
tchau para a criança e fecho a porteira, dando graças a Deus por não ter
acontecido nada de grave na travessia.
Mais alguns minutos e pouco depois das 13:00 hrs chego na Rodovia.
Mais alguns minutos e pouco depois das 13:00 hrs chego na Rodovia.
Aqui tenho 3 opções: tentar carona para a esquerda,
sentido Itamonte ou seguir para a direita, serra acima até a Garganta do
Registro, onde conseguir carona é bem mais fácil.
Uma outra opção é ligar para
um dos contatos de Itamonte que estão no final desse relato e combinar com algum para vir me buscar.
Atravesso
a Rodovia e do outro lado fico tentando carona para Itamonte, mas tá difícil.
Decido
então que o melhor é seguir para a Garganta do Registro e lá vou eu, para mais
uma subida (essa era pior, pois é toda no asfalto).
Chego na Garganta em pouco
menos de 1 hora e aqui tento carona com caminhoneiros que param para tomar água
ou comprar alguma coisa nas barraquinhas.
Engraçado que alguns carros particulares sempre tem uma desculpa: alguns dizem que não vão até Itamonte, outros que vão até um sítio logo abaixo.
Uma desculpa esfarrapada atrás da outra e até o pessoal do IBAMA que estava em uma Toyota comprando algumas frutas e iam descer para Itatiaia se recusaram a dar carona também.
Engraçado que alguns carros particulares sempre tem uma desculpa: alguns dizem que não vão até Itamonte, outros que vão até um sítio logo abaixo.
Uma desculpa esfarrapada atrás da outra e até o pessoal do IBAMA que estava em uma Toyota comprando algumas frutas e iam descer para Itatiaia se recusaram a dar carona também.
Demora
um pouquinho, mas consigo com um caminhoneiro que nem faz muitas perguntas.
A
carona é em um caminhão baú que está fazendo entregas nas cidades da região e o
motorista até me dá algumas dicas e diz que o melhor jeito de voltar para SP é
pegar um ônibus na avenida principal de Itamonte e seguir para Itanhandu e lá
teria facilidades para encontrar ônibus e é o que eu faço.
Chego
na Rodoviária de Itanhandu pouco depois das 15:00 hrs e compro uma passagem
para o horário das 16h30min direto para SP onde chego por volta das 20:00 hrs.
Depois dessa, ainda voltei mais 2x na Serra Fina. Na primeira estava fazendo a Transmantiqueira (Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra todas juntas) - relato aqui.
Depois dessa, ainda voltei mais 2x na Serra Fina. Na primeira estava fazendo a Transmantiqueira (Marins-Itaguaré, Serra Fina e Serra Negra todas juntas) - relato aqui.
Já na segunda vez estava cruzando a Serra Fina de sul a norte pela Trilha do Rio Claro - relato aqui.
Dicas
e informações importantes (Atualizado Julho/2020)
# Para essa travessia, o ideal é levar uns 3 a 4 litros de um ponto de água a outro.
#
Uso de óculos e luvas é quase obrigatório. Se não tomar cuidado o capim
elefante e os bambuzinhos vão provocar um estrago grande. Esse tipo de capim
corta com facilidade.
#
Muito cuidado com o isolante. Procure não deixá-lo fora da mochila ou pelo
menos deixe-o bem protegido, porque os bambuzinhos vão acabar com ele.
#
A navegação por essa travessia é muito complicada, já que na época do verão a
vegetação vai se repondo e fechando a trilha.
#
Sinal de telefone celular pega sem problemas no alto dos picos e na crista.
#
Protetor solar é item também obrigatório.
#
Bivacar na Serra Fina acho muito perigoso. É preferível levar uma barraca para
se proteger dos ventos e da baixa temperatura durante a noite. É um peso extra,
mas é o ideal.
#
Na primavera e verão é uma época de chuvas e é extremamente perigoso caminhar,
já que as tempestades são comuns nessa região.
Inverno, mesmo com temperaturas muito baixas, é a melhor época para se fazer essa travessia.
Inverno, mesmo com temperaturas muito baixas, é a melhor época para se fazer essa travessia.
#
Próximo da Toca do Lobo agora funciona um refúgio, que é um ótimo local para
pernoite: www.refugioserrafina.com.br
# Na cidade de P4 uma das melhores opções de hospedagem é o Hotel Serra Azul:
#
Abaixo seguem alguns contatos que oferecem transporte para a Toca do Lobo ou
para pegar no final da travessia, no Sitio do Pierre:
-
Edson da Toyota: (35) 99963-4108 ou (35) 3371-1660 (Passa Quatro);
-
Sr. Caetano: (35) 3771-1510 (Passa Quatro);
-
Eliana Brito da 4P4 Ecoturismo: (35) 98841-7206 / (35) 98438-5948 / (35) 99108-7100 – email: ecoturismo4p4@hotmail.com (Passa Quatro)
- Taxistas Schmidt e Boni: (35) 3371-2013 e
(35) 99962-4025 (Passa Quatro).
- Moutinho: (35) 99103-4878 (Passa Quatro)
- Geraldo/Donizete: (35) 99832-0171 (Passa Quatro)
- Hotel Serra Azul: (35) 3371-1291 (Passa Quatro) - nesse Hotel já consegui um contato de um taxista que faz ponto em frente.
- Taxista Marquinhos: (35) 99113-1214 (Itamonte) - Um dos + baratos;
- Sr.Samuel: (35) 99113-1700 (Itamonte);
- Neivaldo: (35) 3363-3078 - (35) 9140-3751 - (35) 98465-3451 - (35) 99889-1171 (Itamonte).
- Zé Roberto: (35) 3363-1356 - (35) 99854-0567 - (35) 99113-4325 - (35) 99155-0442 (Itamonte).
- Lazaro: (35) 99137-6434 - (35) 99913-6305 - (35) 98424-7068 (Itamonte).
- Mauro: (35) 99176-3152 - (35) 99931-0128 (Itamonte).
- Moutinho: (35) 99103-4878 (Passa Quatro)
- Geraldo/Donizete: (35) 99832-0171 (Passa Quatro)
- Hotel Serra Azul: (35) 3371-1291 (Passa Quatro) - nesse Hotel já consegui um contato de um taxista que faz ponto em frente.
- Taxista Marquinhos: (35) 99113-1214 (Itamonte) - Um dos + baratos;
- Zé Roberto: (35) 3363-1356 - (35) 99854-0567 - (35) 99113-4325 - (35) 99155-0442 (Itamonte).
- Lazaro: (35) 99137-6434 - (35) 99913-6305 - (35) 98424-7068 (Itamonte).
- Mauro: (35) 99176-3152 - (35) 99931-0128 (Itamonte).
- Carlinhos (35) 99109-1185 (Itamonte)
- Maú (35) 99216-4793 (Itamonte)
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