28 de maio de 2004

Relato: No topo da Pedra do Baú - São Bento do Sapucaí/SP

Não era a minha primeira vez no Baú. Ao longo da década de 90, usando o relato do Sérgio Beck, subi a Pedra pelo lado sul, acampando no topo e depois desci pelo lado norte, mas nem escrevi relato dessa caminhada.
Dessa vez estava com a Márcia e subimos em um fim de semana de tempo bom, entrando por São Bento do Sapucaí e acampando novamente no topo
Foi uma subida inesperada. já que nossa intenção era fazermos a travessia Marins-Itaguaré, mas devido a alguns pequenos problemas não pudemos realizar. 

Na foto acima, a Márcia subindo pelas escadas no lado sul da Pedra do Baú

Fotos: clique aqui

Em um Sábado, saímos de Sampa no ônibus das 07h30min em direção a
 S. Bento do Sapucaí, pela empresa Expresso Mantiqueira.
Já na subida da Serra notamos que o tempo não estava tão bom e só torcíamos para que pelo menos não chovesse.
Chegamos em S. Bento por volta das 10h30min e logo compramos nossa passagem de volta para as 15:00 hrs do dia seguinte (Domingo).
Passamos na Lanchonete/Restaurante “Ocê qui sabe” que fica ao lado da Rodoviária e comemos alguma coisa, pois teríamos uma longa caminhada de cerca de 5 horas até o topo da Pedra do Baú.
Caminhada pela estrada
Assim que saímos da cidade (por volta das 11h15min), caminhamos cerca de 5 Km pela estrada que leva a Pedra do Baú e ao Paiol Grande.
Ao passarmos pela Placa do Km 5 e pelo Restaurante Sabor com Arte, do lado direito, saímos do asfalto à direita e iniciamos a longa subida íngreme por uma estrada de terra.
Passamos pela bifurcação que acessa a Cachoeira dos Amores, à esquerda.
Cruzamos o Ribeirão do Paiol e com cerca de 30 minutos chegamos no asfalto, já na metade da subida, que segue íngreme.
Mais 20 minutos e chegamos na bifurcação que leva ao Restaurante Pedra do Baú (lado esquerdo) e ao estacionamento Chico Bento (lado direito). Os dois levam ao mesmo acesso norte da Pedra, mas para quem prefere certo conforto e uma infraestrutura melhor, indicaria seguir para o Restaurante, porém lá existe a cobrança de uma taxa. 
Nós preferimos seguir na bifurcação da direita que leva a um estacionamento e com mais 15 minutos chegamos nele, as 15:00 hrs.
O estacionamento é grande e não existe controle de acesso. Nenhuma infraestrutura.
De frente para a Pedra do Baú
Cruzamos uma porteira de arame e vamos subindo por uma trilha em meio a alguns eucaliptos e pasto ralo e desse ponto já era possível notar vários escaladores na Pedra Chata e nenhum no Baú.
Tínhamos a pretensão de pernoitar no topo e existiam poucos lugares para montar  barracas.
Pegamos cerca de 5 litros de água junto a uma bica de água e seguimos em frente pela trilha.
Pedra da Ana Chata
Depois de uns 30 minutos chegamos em uma enorme clareira e nesse ponto existem 3 bifurcações: à esquerda leva ao acesso norte da Pedra do Baú, no centro leva até o topo da Pedra da Ana Chata e as escadas da parte sul da Pedra do Baú e ao Bauzinho e na bifurcação da direita leva à base da Ana Chata.
Depois de um pequeno descanso, tomamos a bifurcação do meio, que leva a parte sul do Baú, voltada para Campos de Jordão.
A trilha é um pouco íngreme no início, mas bem tranquila e em poucos minutos chegamos na escada de acesso ao topo do Baú pelo lado sul.
Pedra da Ana Chata
Em um primeiro momento, existem degraus que tendem a ficar mais íngremes  conforme se vai subindo.
Alguns bairros de Campos do Jordão surgem ao fundo com suas enormes mansões e o Bairro do Baú aparece no fundo vale.
Logo vão surgindo as escadas de metal que estão encravadas no paredão da rocha. 
Daqui até o topo todo cuidado é pouco, pois a inclinação das escadas chega a quase 90°. 
Existem alguns trechos mais tranquilos e com corrimão, mas a subida é sempre pelas escadas de metal e por alguns grampos fixados na rocha.
Levamos pouco mais de 30 minutos nesse trecho de subida íngreme pela rocha, chegando pouco depois das 17:00 hrs no topo, na altitude de 1950 metros.
Aqui sai uma trilha para esquerda que leva a uma pequena gruta, um pouco mais abaixo, de frente para a Pedra da Ana Chata, mas pelo horário resolvemos seguir direto para o local onde íamos montar nossa barraca, à direita.
Acampando no topo
Junto aos vestígios do antigo refúgio montamos a barraca e fomos preparar nossa comida, que tínhamos de sobra.
O tempo estava totalmente aberto, mas o Sol estava se pondo rapidamente e quando anoiteceu, o tempo fechou completamente.
Depois que anoiteceu, entramos na barraca e não saímos mais porque estávamos bem cansados da caminhada.
Pouco depois das 01h30min da madrugada levantei e fui ver o termômetro do lado de fora da barraca que marcava temperatura um pouco abaixo de +5 ºC. 
E logo depois voltei a dormir tranquilamente.
São Bento do Sapucaí ao fundo
Acordamos com o sol esquentando nossa barraca e fomos preparar nosso café da manhã.
Tínhamos trazido muita coisa também com direito a capuccino e queijo.
Agora era desmontar a barraca e preparar para descer, mas antes disso batemos fotos em alguns pontos do topo e nem chegamos a ir na pequena gruta a oeste da Pedra.
Como era um Domingo, logo o Bauzinho e talvez o lugar onde estávamos ia se encher de gente. 
Pelo tempo que levamos da cidade até o topo no dia anterior, deveríamos sair por volta das 10h30min para chegar na Rodoviária pouco antes das 15:00 hrs a tempo de comer alguma coisa e embarcar de volta para SP.
Mochilas nas costas, agora era descer até a base da Pedra.
No topo
Tínhamos duas opções: voltar pela mesmo caminho ou descer pelo lado norte.
Eu já conhecia os dois lados, mas a Márcia ainda não, por isso resolvemos descer pelo lado norte, voltado para São Bento.
O início dessa descida é por uma escada de metal fixada na rocha e depois começa a ser feita pela canaleta, mas na minha opinião é um pouco mais perigosa que o outro lado, pois qualquer escorregão é fatal.
Pelo lado sul existe muita vegetação, que pode ajudar numa eventual queda, mas nesse lado não. A descida é sempre pela rocha exposta, mas sem grandes dificuldades. 
Descendo pelo lado norte
Sendo bem mais rápida que o outro lado, a descida permite um belo visual de todo o lado norte.
Em vários momentos parei para alguns clics.
O trecho final da descida demora um pouco mais porque são grampos fixados na rocha e que temos de descer segurando neles.
A inclinação diminui bastante, mas não dá para descer em pé.
Depois que terminamos a descida, ainda paramos na bifurcação para descansar um pouco e de volta ao asfalto, foi a parte mais chata de toda essa caminhada, pois são longos 5 Km ou mais até a cidade, onde chegamos por volta das 14:00 hrs e ainda fomos almoçar no Restaurante “Oce qui sabe”. Comida muito boa e relativamente barata.
Estômago forrado, seguimos para Rodoviária, que fica em frente.
Já dentro do ônibus, dormimos a maior parte da viagem e chegamos em SP pouco antes das 18:00 hrs descansados e prontos para a Segunda-Feira.



Dicas e algumas informações úteis (Atualizado Julho/2020)


Informação importante
# Em Junho de 2016 houve um deslizamento na face sul da Pedra do Baú com danos em alguns grampos e com isso houve a interdição total por aquele lado. E até a data dessa atualização não houve o reparo no local.

Na região do Baú é proibido o camping. Se for acampar em selvagem, só monte a barraca para o pernoite e desmonte logo pela manhã, lembrando sempre das condutas de mínimo impacto.

Junto à 3 bifurcações existe uma enorme clareira onde dá para montar a barraca somente durante a noite. Não deixe de maneira nenhuma a barraca montada enquanto se faz a trilha até o topo do Baú.

Para quem vem de Campos do Jordão de carro, existem 2 acessos: um é pelo Bauzinho, acessando pela Estrada do Campista. Saindo da Rodovia são pouco mais de 5 Km até o Estacionamento do Bauzinho e de lá é só seguir uma trilha de poucos minutos que leva até a face sul da Pedra do Baú, que segue contornando até a face norte,onde é possível subir a Pedra. O problema é a falta de água na trilha.

Quem gosta de paraglider ou asa delta, pouco antes de chegar no Estacionamento Bauzinho, vindo da Estrada do Campista, existe uma rampa natural para decolagem. No local é possível contratar algum passeio.

Para quem pretende ir ao Baú de ônibus, a melhor opção é pela Empresa Expresso Gardenia, que faz a linha até S. Bento do Sapucaí. E de lá contratar um táxi ou seguir na caminhada, como eu fiz. https://expressogardenia.com.br

# A cachoeira dos Amores é uma boa opção de banho. Ela fica na mesma estrada de acesso ao Baú para quem vem de S.Bento do Sapucaí. Por estar dentro de uma propriedade particular, é cobrada uma taxa de visita.

Para quem gosta de escalada em rocha, o complexo do Baú que inclui Bauzinho, Pedra do Baú e Ana Chata possuí inúmeras vias de escaladas. Algumas fáceis e outras mais complicadas.

10 comentários:

  1. monicalais18 abril, 2013

    Que foto lindona, da Ana Chata, heim!
    Só de olhar já fico com vontade de escalar...

    Vc já escalou alguma via lá? É animal...não tem o que mais falar!
    bjo

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    1. Oi Monica.

      Escalada em rocha foi a muito tempo atrás.
      O que sobrou atualmente só foi a corda.
      De vez em quando rapel, mas escalada é um esporte muito caro, fora a desvantagem de vc ter de arranjar sempre um parceiro confiavel.

      Hoje em dia só na caminhada mesmo.
      A regiao do Baú é muito legal. Ali tem inumeras vias. Tem para escolher.



      Abcs

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  2. smarcondes18 abril, 2013

    Salve Augusto!

    Pra subir pela escadinha, qual lado é mais fácil? Uma trilha sai do Bauzinho (1 hora até a base?), e a outra daquele estacionamento no fim de uma estradinha (estacionamento do Baú - dá uns 40min???), não é?

    Qual dos dois trajetos é mais tranquilo? Cada um dá acesso a uma escadinha?!

    Abraços e mais uma vez parabéns pelas infos que disponibiliza pra galera!!!!!!!

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    1. Blz Samuel.

      Chegando no estacionamento ainda sao uns 40 minutos até a clareira, de onde saem as 3 bifurcaçoes. A primeira bifurcação à esquerda leva a parte norte da Pedra, a do meio leva a parte sul e a ultima p/ a base da Ana Chata.
      Recomendo vc pegar a do meio que leva a parte sul da Pedra do Baú.

      A subida pela escada é bem ingreme, chegando a 90 graus em certos trechos, mas na minha opiniao é a melhor, pois descer por ali é complicado.

      É melhor descer pelo lado norte, já que a descida não é tão ingreme, porém é mais perigoso na minha opiniao, já que em certos trechos não existem grampos ou escadas.

      Subir pelo lado norte pode ser mais rapido, mas acho perigoso.

      Pelo lado sul, as escadas estão bem presas na rocha e são de ferro. Dá muito mais segurança.

      Abcs

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  3. Opá!

    Muito bons seus relatos! Já lí alguns, como os de ilhabela e agora esse da pedra do baú... boa fonte de inspiração para melhorar os meus!!!

    Estou planejando conhecer a região no próximo feriado de 11/06 com um pouco mais de calma, e além das trilhas da Pedra passear por Campos e fazer a trilha da cachoeira do PE de Campos do Jordão.

    Espero que dê tudo certo e se der passa depois pra ver as fotos!

    Abraços,

    Rapha.

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    1. Blz Baruki.

      Aquela região de C. Jordão têm passeios imperdíveis.
      Já fiquei na cidade por uns 5 dias por lá, só visitando os principais pontos.

      Lá no PE (Horto Florestal) todas as trilhas dá p/ serem feitas em apenas 1 dia e foi o que a gente fez.
      Aproveite.

      Abcs

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  4. Olá amigo estou me planejando para realizar um camping no cume da pedra também você encontrou quais dificuldades para montar a barraca

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    1. E aí, blz?
      Não tive dificuldades a montagem.
      Só é preciso tomar muito cuidado na subida pelos grampos, pois com a mochila o esforço é maior.
      Mas uma recomendação:
      Atualmente é proibido camping na região da Pedra do Baú.
      Se for montar a barraca, só monte no inicio da noite e desmonte logo ao amanhecer.

      Abcs

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    2. Blz, fico grato pelas dicas amigo!! Abraços

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    3. Precisando de ajuda, só perguntar.
      Abcs

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